Sean Zoldieck Mastroiani

Nasceu em Morroc, seus pais eram mercenários e morreram em missão para a guilda. Foi adotado por um amigo muito próximo de seus pais, Vincillo. Pelo menos foi isso que ele lhe disse quando perguntado à cerca de 15 anos atrás:
- Vinci?
- Fala.
- Eu roubei uma garota hoje.
- E daí, você faz isso todos os dias.
- Pois é, mas quando ela percebeu começou a chorar e correu gritando pela mãe.
- ...
- Vinci.
- ...
- O que aconteceu com meus pais?...... Eu tenho pais?
- ...Essa é uma história da qual não gosto de lembrar..
- Por favor..
- Eles estão mortos, era isso que queria ouvir?
- Pra falar a verdade...não sei.
O gatuno nunca mais fez questionamentos sobre esse assunto ao mestre.
Vincillo o treinava para ser um assassino, e, apesar da pouca idade, se esquivava muito bem, herdou a agilidade dos pais. Foi crescendo e não se mostrava tão bom em atacar com katares quanto era em evitar ataques. Mesmo com as aparentes dificuldades de seu pupilo, Vincillo o ensinou como passar despercebido e ser discreto; como todo bom assassino deve ser. Ele sempre lhe dizia que “um homem que não conhece suas armas sequer sabe onde coloca suas mãos”
Não foi só uma vez que o garoto se perdeu no deserto de Sograt, ele gostava de andar por lá durante à noite, não se importava com o perigo, na verdade nunca nada aconteceu a ele nessas incursões noturnas, mas passou a conhecer Morroc e seus arredores como a palma de sua mão.
Quando atingiu a idade de 12 anos, seu mestre foi cumprir ordens da guilda. O menino tentou o teste de gatuno e passou. Após 2 meses sem retorno de seu mestre, Sean procurava saber o que havia acontecido com ele. Foi a guilda dos mercenários no deserto de Sograt, e só lhe deixaram entrar, pela coragem (e loucura) que teve de enfrentar arenosos no caminho, sendo um mero gatuno, e equipado apenas com uma Main Gauche.
Lá foi informado de que Vincillo tinha ido para uma cidade industrial chamada Einbroch, para coletar informações em uma missão. Sean se sentia perdido sem seu mestre por perto, decidiu tentar encontrá-lo, e conhecer lugares novos não devia ser tão ruim. Foi para Izlude pegar o Aeroplano para Shwartzvalt, na hora do desembarque se enganou e desceu em Rachel, na Nação de Arunafeltz. Como não conhecia o local, pensou ser Einbroch, e se perguntava por que diabos chamavam-na de “Cidade da Tecnologia”, para ele aquilo parecia um fim de mundo.
Encontrou alguns porings estranhos do lado de fora dos muros da cidade, feitos, por incrível que pareça, de pedra. Tentou atacar um deles - afinal, são apenas porings – foi nocauteado de primeira.
- Hei moleque, você está morto? - Disse o justiceiro cutucando-lhe o braço com a bota.
Sean acordou desnorteado, e viu aquele homem a sua frente.
-Hã?...O que... mas....é...Um poring! Sou um inútil! Que tipo de fraco apanha de um poring idiota?
O justiceiro achou engraçada a situação, e vendo que o garoto estava bem, virou-se para seguir seu caminho. Vendo dois pães e algumas poções vermelhas no chão ao seu lado, o jovem gatuno olhou para o pistoleiro que havia lhe acordado e gritou:
-Você, É VOCÊ MESMO! Cara do chapéu de cowboy! Eu não preciso da sua ajuda! Pode levar sua caridade, eu não quero!
O homem olhou para o jovem e riu, lembrou-se de quando era assim. O garoto pegou as coisas do chão e correu para devolvê-las. O homem ia em direção ao norte e ele o seguiu.
De repente uma flecha foi disparada em direção ao Justiceiro, este esquivou-se, e com uma reação muito rápida atirou em direção à origem do disparo. O autor era um caçador, a bala lhe acertou o ombro direito, e ele apertava o ferimento com a mão.
-Quem é você e por que me atacou? - O justiceiro apontava a arma para o homem caído.
-Me desculpe, não era minha intenção. Eu estava treinando e errei o alvo, me desculpe. – Era possível ver em seus olhos a vergonha que sentia.
Vendo aquela cena, o jovem Sean ficou pasmo. O justiceiro se esquivou de uma flecha e acertou o Caçador tão facilmente que o gatuno nem sonharia em fazer. Finalmente alcançou-o e devolveu-lhe os suprimentos, o Cowboy jogou as poções sobre o ferimento do caçador, e sorrindo mais uma vez, seguiu seu caminho.
Naquele momento o garoto teve certeza do que queria ser.
Ele não se esqueceu de seu mestre, mas ele era um mercenário muito forte e sabia se defender, Sean poderia procurá-lo mais tarde. Ele não demoraria muito mesmo.
Seguiu o Pistoleiro que o ajudou, por vários dias, observava de longe a perícia espetacular daquele homem com a arma. O gatuno não era o melhor em lidar com adagas que conhecia, apesar de se defender bem, e lutar melhor do que pessoas comuns em combates corpo a corpo, isso se devia mais à sua agilidade e flexibilidade do que à qualidade de seus ataques.
O menino estava muito cansado certa noite, e acabou cedendo à sede e à fome pedindo abrigo em volta da fogueira que o justiceiro havia feito.
O homem não fez cerimônia e com um sorriso convidou-o para comer com ele. Enquanto Sean matava sua fome, o pistoleiro tocava uma melodia solitária em uma gaita de fuzileiro. O garoto ficou hipnotizado pela música e logo adormeceu.
Quando acordou já era dia e havia um bule pendurado em uma estaca acima da fogueira.
- Hei cowboy, o que aquilo que você tocou ontem á noite?
- Ahh a gaita? Ele Sorriu – É uma gaita de boca, ou gaita de fuzileiro, parece que você não conhece. Me ajuda a aliviar a solidão em minhas aventuras. Você quer tentar?
Ele entrega a gaita ao gatuno que tenta tocar, mas não sai nada além de alguns assovios desafinados.
-He he, parece que você precisa de treino garoto. Pode ficar com ela, é melhor você praticar se quiser produzir música com isso algum dia.
Um dia enquanto observava o justiceiro, que lutava ao nordeste da cidade de Rachel, Sean se deparou com um Galion, à sua esquerda outro, se virou e mais um... tantos destes juntos, só podem estar acompanhados de mais um monstro. E estavam, ele estava atrás do garoto, que ao olhar na direção do bafo de carne podre, o viu. Essa foi a primeira vez que Sean viu Atroce.
O Cowboy viu o que acontecia, e com três tiros, os galions estavam mortos. O monstro investiu contra Sean, sua espada cortaria sua cabeça se o justiceiro não tivesse atirado a tempo, duas balas atingiram a Zambatô, mas a ponta da lâmina ainda fez um corte perto do olho do menino.
Um grito pôde ser ouvido, “Desperado!” e balas vieram de todas as direções. O Atroce correu em direção à origem dos projéteis e atacou o homem. Ele era forte, mas não podia derrotar um atroce sozinho. Após levar um ou dois golpes e escapar por pouco de alguns outros, Sean viu o pistoleiro montar o que parecia um suporte para câmera fotográfica. Ele pôde ver o homem colocando algo em sobre o apoio, tinha forma de cilindro e pouco mais de um metro de comprimento.
- RESISTÊNCIA FINAL!! A metralhadora cuspiu as balas numa velocidade incrível e acertou o monstro em cheio na cabeça, privando-lhe da visão de um dos olhos.
O lobo ficou enfurecido, e avançou com tudo o que tinha, o justiceiro não podia se mover temporariamente por conta da habilidade que acabara de usar e estava esgotado. Com um golpe a espada gigante atravessou seu peito, e somente então a boca pútrida do Atroce esboçou um sorriso, mostrando que sua fúria já havia se dispersado.
- Eu não sou granadeiro sabe? *cof cof* Ele cuspia sangue em sua agonia. – Mas sempre trago uma dessas comigo.
Ele mostrou um objeto oval e deu um último sorriso.
- Morre desgraçado.
A explosão destruiu ambos, e Sean não sabia se aquilo era real ou uma fábula de sua mente jovem. A dor do corte em seu rosto lhe lembrou que era a primeira opção.