Landou, estrela-da-manhã

por Last Dom Nov 08, 2009 9:12 am

Nome do personagem: Landou Estrela-da-Manhã

Classe: Mestre

Profissão: Equipe de defesa da Rekenber, e caçador de MVP’s nas horas vagas.

Idade: 25 anos

Cidade natal: Payon

Aparência: Alto, bom condicionamento físico, cabelos alvos.

Cor da Pele: Pardo/branco.

Cor dos Olhos: Castanhos.

Altura: 1,80.

Peso: 80 Kg.

Equipamento típico: Constante mudança de equipamentos em busca da perfeição.

Personalidade: Tem uma personalidade introvertida, e um vício compulsivo por cigarros. Só costuma dar sua opinião quando acha que é realmente necessário. Observador.

Comida preferida: Sopa da Imortalidade.

Voz: Grave e madura.

Parentes: Desconhecidos.

Hobies: Gosta de Fumar e testar sua resistência em MVPs

Aliados relevantes: Corp Rekenber.

Inimigos : Nenhum.

Historia:

Dizem que os cabelos de uma pessoa podem mudar de cor naturalmente, se submetido à grande instabilidade emocional... Os cabelos podem tornar-se brancos, como uma alma que já cansada de viver, perde a cor e a beleza...

Monte Mjolnir, meados de agosto. Um jovem monge caído no chão, exausto. Ao seu redor, 10 árvores derrubadas. Ele arfava rápido, como que engolindo o ar a sua volta, faminto. Em suas mãos vazias, o sangue se misturava com as faixas de proteção, ainda fresco. Seus cabelos brancos oleosos pelo suor lhe caíam sobre os olhos. “Desse jeito não estou treinando... Só estou destruindo a natureza...”, o monge pensava, de olhos fechados, quase que sem energia para abri-los. Cochilou ali mesmo. As horas se passaram, e de quando em quando, lunáticos e yoyos passavam por ele, curiosos. Muito tempo se passou desde que era um tímido aprendiz, nativo de Payon. O crepúsculo tingia o céu de uma vermelhidão sinistra conforme o Monge abria os olhos, horas depois. Levantou-se e tomou seu caminho de volta ao mosteiro, na companhia apenas de si mesmo e dos Yoyos. Hoje lembra deles como "Os yoyos", mas na época os conhecia apenas pelo nome. Afastou a franja alva dos olhos para olhar o céu. A lua estava cheia e sinistra, como naquela noite... Não que o monge se lembrasse... Não que ele se lembrasse que, nem sempre, tivera cabelos alvos...

Treze anos atrás.
Uma noite vermelha de outono.

¤ Era provável que o pequeno Landou não se lembrasse mais desse dia no futuro, traumas como esses costumam ser bloqueados da mente das pessoas, se vividos em tão tenra idade. Estava escuro, e seu pai fumava um cigarro perto da janela, como se esperasse por alguma coisa. Como se um mau pressentimento percorresse cada célula de seu corpo. Estava preocupado. Ao longe, atrás do horizonte da fazenda, três sombras se aproximam sorrateiramente. Três homens vestidos em trajes negros como a noite, do deserto, provavelmente contratados por algum político de Payon. Os pais de Landou eram dois políticos republicanos de Lighthalzen, que já moravam em Payon a anos, donos de idéias revolucionárias para levar a Democracia à Midgard. Claro, tinham muitos inimigos no governo. Eles eram o que o governo de Payon chamava de “ameaça à província”. Seu pai era um homem inteligente, sempre sabia o que fazer, mas naquela noite específica, parecia desesperado. Virou-se para o filho e a mulher e falou:

- Rápido, se escondam!

E abriu um alçapão no chão, propício para um esconderijo, mandando-os entrar. O garoto não entendia muito, mas sabia que não deveria contestar. A mulher, no entanto, parecia mais decidida:

- Não! O que quer que aconteça, acontecerá a nós dois...

E os dois se olharam, como cúmplices. O mesmo olhar dos apaixonados que eram dez anos antes. A mulher virou-se para o pequeno Landou e disse, num tom preocupado que só se encontra numa mãe de verdade:

- Landou, querido... Você deve se esconder. E não saia por nada no mundo. Não faça barulho, não importa o que você ouça!

O menino, confuso, concordou com um aceno de cabeça, e se despediram num abraço. O pai dele, sentindo que o momento seria importante, permitiu-se ser sensível, ao tempo que lágrimas geladas escorriam de seu rosto, discretamente. Agachou para falar com o filho, colocou a mão em sua cabeça, afagou seus cabelos castanhos e disse, num tom qual Landou jamais havia ouvido antes, e nem jamais ouviria de novo.

- Boa sorte, guri. ... Seu destino já está escrito. Você não nasceu para ser um ninguém. Não chore, seja forte, e seja sempre um bom garoto.

Dito isso, se despediram com um abraço. O menino entrou no esconderijo sob o solo. Seu pai pegou a velha arma de justiceiro e a engatilhou, protegendo a mulher atrás dele. Rapidamente, a porta foi derrubada. Três assassinos entraram, e tão rápido quando se infiltraram, pareceram mover-se como sombras, como se a visão traísse qualquer um que os encarasse agora. O velho justiceiro tentava mirar em algum deles para atirar, em vão. Errou dois tiros antes de sentir que um deles estava tão perto que já não adiantava mais resistir. A mulher o largou ao mesmo tempo em que o velho republicano pôde sentir toda a magia e o encanto de uma katar encravada no peito. Não gritou, não chorou. Apenas caiu no chão, a beira da morte. Sua mulher soltou um longo grito de horror, cortado pela metade – assim como sua garganta. Os três assassinos agora olhavam para os dois, morrendo rapidamente no chão. O cheiro fétido subia no ambiente fechado. O garoto abaixo do solo se perguntava o que estava acontecendo com seus pais. Os mercenários apenas acenaram com a cabeça uns para os outros, e dois deles foram embora. O outro ficou para coletar possíveis jóias. O menino queria sair, queria ver, mas não o faria até que tivesse certeza de que não havia ninguém na casa. Assim o fez. Quando o terceiro foi embora, o garoto saiu de seu esconderijo, desesperado. Ajoelhou-se sobre o corpo ainda quente de sua mãe, chorando como nunca havia chorado antes. Estava completamente paralisado. Talvez por alguma coincidência, talvez por destino, o mercenário tinha esquecido sua Katar. A porta rangeu. O garoto agiu por puro instinto. Pegou a pistola engatilhada de seu pai e...

“BANG BANG”

O mercenário foi atingido antes de perceber que havia mais alguém ali. Os olhos do menino Landou expressavam ódio, um ódio intenso, que não deveria existir no olhar de uma criança. Agora era um assassino, já em sua primeira infancia. Levantou-se, e num grito demoníaco, atirou mais cinco vezes no cadáver do algoz de seus pais... A noite foi longa e é provável que até hoje as duas covas cavadas pelo próprio Landou naquela madrugada de outono ainda estejam lá, na fazenda abandonada dos republicanos.

~~ De volta ao presente ~~
Os anos passaram rápido para os que viviam bem no mosteiro, como era o caso do jovem Landou. Ele entrou em contato com a igreja de prontera dois anos após sair de Payon, e lá se tornou noviço. Mas suas aptidões para as artes marciais eram tão óbvias como a primavera que segue o inverno, e ele aceitou de bom grado treinar em um lugar isolado. Afinal, era o que sabia fazer melhor... Lutar. A vida de órfão ensinou-lhe isto. Nem ele mesmo sabia ao certo quanto tempo ficou lá, e também não sabia porque as lembranças de sua infância eram tão vagas em sua mente, como se tivessem acontecido em outra vida, que não fosse a sua. Por fim saiu do mosteiro quando tornou-se forte demais, e nada mais poderia aprender daqueles monges. Landou havia passado boa parte de sua juventude nas montanhas, e tinha um hábito inusitado de treinar seu corpo e mente durante a noite inteira, e só dormir depois do sol nascer. de lá levou duas coisas para o resto de sua vida: O punho e o nome: Landou estrela-da-manhã.