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A Guerra - Por Ghost

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Mensagem por Space Ghost Dom Jan 31, 2010 1:06 pm

(Bem manolos, após dois dias de enrolação, aqui está a fic que eu falei que ia postar. Como eu não sei como é a paisagem de Niflheim, eu meio q inventei a maior parte. Peguei algumas coisas da mitologia nórdica tbm. E recomendo novamente que peguem um cafézinho com biscoitos)

A GUERRA

Data 22/02
“Hoje o dia não teve muitas surpresas. Asuka cismou que queria viajar para Juno, sem usar aquele barco voador de Izlude. Bem, como não temos nada para fazer além de viajar, não vejo porque não ir até lá. Na verdade eu nunca fui tão para o Norte antes, será uma experiência nova para nós dois. Pode ser que encontremos algo interessante...”

Data 23/02
“Chegamos em Al De Baran hoje pela tarde. Compramos alguns suprimentos, pois os nossos estavam um tanto baixos, a agora vamos descansar um pouco em uma cama de verdade. Amanhã pela manhã podemos partir. Sabe, as vezes nessas viagens longas eu sinto falta de um Peco-Peco... Mas vai ter que ficar para outra hora, ainda não sei se devo voltar à cavalaria ainda, e não sei lutar muito bem montado de qualquer jeito.”

Na manhã seguinte Ghost e Asuka acordam cedo, pagam a conta da estalagem e partem para o Norte. Passam pela fronteira de Al De Baran sem mais problemas, e caminham por um bom pedaço. Ghost parece bem impressionado com as criaturas e plantas que observam no caminho, afinal, nunca tinham visto coisas como essas antes.
Caminham por algumas horas, quando encontram um grande agrupamento de tendas e fogueiras, parcialmente cercadas por estacas de madeira. Ghost diz para si mesmo: “Uma guarnição militar aqui? Mas não parecem ser soldados disciplinados, vejo inúmeros uniformes diferentes...”. Asuka corre para perguntar a um guarda próximo do que se trata aquele destacamento:
-Senhor, o que é isso?
-É um acampamento militar garotinha, não é um lugar para você xeretar.
-Não em chame de garotinha!
-Calma Asuka – Diz Ghost, sem se alterar – O que faz um destacamento militar tão grande aqui? É alguma guerra?
-Não são daqui pelo que posso perceber. Este destacamento reúne todos os combatentes do nosso povo, e mais alguns simpatizantes da nossa causa, para pelo menos termos alguma resistência contra as tropas de Juno.
-Tropas de Juno? – Ghost está visivelmente surpreso - Mas o que fizeram para terem tanta inimizade que requer um exército deste tamanho para consertá-la?
-Na verdade, nada. Somos um povo nômade que perambula pelas planícies ao redor de Juno, Rachel e Einbroch. Parece que agora o governo não nos quer mais por aqui, enviaram alguns mensageiros para que nos retirássemos. Mas nós não vamos sair, vivemos nessas partes por muitos anos, muito antes desses nobres chegarem, e não vamos nos retirar sem luta.
-Simpatizantes é? Hum...
Ghost parece pensar profundamente por um momento. Asuka apenas observa a situação sem dizer uma palavra. Por fim, Ghost diz:
-E nós podemos nos alistar?
-Mas é claro! – O guarda parece extremamente feliz – Naquela barraca terão todas as informações de que precisam. – Ele aponta uma tenda próxima.
Os dois dirigem-se para a tenda, e encontram um homem, aparentando ter uns 40 anos, usando uma armadura completa de placas de aço, e um elmo negro metálico. Seus cabelos são louros e longos, e seus olhos são verdes. Há uma certa semelhança entre o homem e Ghost. Os dois viajantes aproximam-se, e Asuka diz:
-É aqui que nos alistamos?
-Depende. Não sei se posso enviar uma garotinha como você para uma batalha desse tipo. – Mas ele não diz isso em um tom depreciativo. Ele parece preocupado mesmo. Assim mesmo, Asuka não suporta que a chamem de “garotinha”, não importa quão boa seja a intenção.
-Esta “garotinha” pode enfiar uma adaga no seu pescoço enquanto dorme, sabia?
-Hehehe, parece que existe uma alma lutadora dentro deste corpo frágil. – Neste momento ele nota o cavaleiro que a acompanha. – Bem, mas o cavaleiro ali não parece tão frágil. Qual seu nome amigo?
-Me chame de Ghost.
-Grizzle Faringdon, ao seu dispor. Sou o comandante deste destacamento aqui, e cá entre nós, o melhor guerreiro! Hehehe...
Ao ouvir o nome, Ghost não consegue esconder a surpresa.
-...Faringdon?
-Exatamente. Algum problema?
Ele pensa por alguns momentos, e por fim diz:
-Não, nada demais.
-E qual seu nome senhorita?
-Me chamo Asuka.
-Prazer. Bem, gostariam de se alistar então?
-Correto.
-Então devem primeiro saber o motivo da luta.
-O guarda já nos botou a par de algumas partes.
-Muito bem então. Sabem o tamanho do exército inimigo?
-Não.
-Pelo que nossos batedores disseram, podemos esperar cerca de 4000 soldados indo na frente, a dois dias daqui. O grosso do exército está um pouco atrás, mas deve passar dos 10000 combatentes sem dúvida. Não temos muita esperança de rechaçar a parte principal do exército com nossos números. Pelo menos não em uma batalha normal.
-Quantos soldados temos aqui? – Indagou Ghost. Parecia bem preocupado com a menção de 10000 soldados.
-Eu poderia estimar uns 1300 aqui neste acampamento. Este é apenas a primeira fortificação que temos. Devemos ter mais uns 3000 soldados há dois dias deste lugar. A maioria das pessoas que não podem combater se encontram lá. O resto já está a caminho do mar.
-Não acho que uns 4000 soldados inexperientes possam derrotar 14000 soldados disciplinados de Juno.
-Não sou tolo de pensar isso. Esperamos apenas conseguir comprar algum tempo para que nossa população escape em segurança. Se chegarmos ao mar antes que eles nos alcancem, podemos pensar em procurar alguma ilha desabitada para continuarmos nossas vidas.
-Espero conseguir...
-Nossas tropas podem não ser tão disciplinadas ou experientes como as de Juno, mas posse lhe garantir: Somos 10 vezes mais valentes. Lutaremos até a morte para defender nossos familiares.
Ghost olhou para o homem. Gostava dele, sentia que existia alguma relação entre eles. O fato de ele ter o mesmo sobrenome que Ghost ajudava um pouco.
-Então, Ghost e Asuka. Creio que ficariam satisfeitos com alojamentos e comida, estou certo?
-Sem dúvida.
-Então deixe-me mostrar-lhes algum lugar onde possam deixar suas coisas.
Levou-os a uma tenda desocupada. Não era muito grande, mas poderia acomodar os dois e suas coisas com folga.
-Vou deixá-los aqui então. O jantar é em duas horas, não seria legal se atrasarem. – Retirou-se da tenda com uma piscadela.
Depois de verificar que estavam sozinhos, Asuka virou-se para Ghost e perguntou:
-Elegast, viu o nome dele?
-Não em chame assim a não ser que tenha certeza que ninguém esteja escutando, por favor.
-Certo... Bem, Ghost, viu o nome dele?
-Sim. É o meu sobrenome.
-Acha que ele pode ser algum parente?
-Sinceramente, não faço idéia. Não conheci nenhum parente do meu pai, nem de minha mãe. Na verdade, nem cheguei a conhecer minha mãe.
-Ele pode ser algum tio seu. Talvez ele possa ajudar!
-Ajudar em que? – Ghost deitou-se – Eu já acabei o que tinha de fazer. Agora eu estou simplesmente vagando em busca de aventuras.
-Ah, não fica curioso em saber quem é sua família? Você pode ser descendente de algum rei ou herói antigo!
-Ou eu posso ser descendente de algum ladrão trapaceiro ou assassino. Sabe, eu estou razoavelmente feliz sem saber quem foram meus parentes, e acho que prefiro realmente ficar assim.
-Se é assim... – Asuka levantou-se e saiu da tenda. – Acho que vou esperar o jantar.
-Já te encontro. Não se perca por aí.
-Não vou. – Ela piscou e sumiu.
Ghost ficou deitado, encarando o forro da tenda. Refletia nas palavras de Asuka. “Será esse Grizzle algum parente meu? Ele realmente parece comigo um pouco, tanto na aparência física quanto no jeito de pensar. Bem, eu ficaria feliz se ele fosse meu parente de verdade, gostei dele. Mas creio que estou melhor assim, não sei se quero saber quem foram meus antepassados...”. Depois de algum tempo ele levantou-se e foi para o jantar. Não estava realmente com fome, mas tinha que ficar de olho em Asuka, ou coisas poderiam começar a desaparecer do acampamento.

Após o jantar, Grizzle chamou Ghost para uma conversa.
-Bem meu caro, não parece ser um total ignorante em termos de batalha. Creio que já sobreviveu a algumas lutas na vida.
-Não posso dizer que está errado.
-Já batalhou em alguma coisa grande?
-Diria que a maior que já participei foi de umas 300 pessoas, mas já presenciei batalhas um pouco maiores.
-Já é bem mais experiente que três quartos deste exército. Já comandou tropas antes?
-Não posso dizer que sim, mas acho que não deve exigir muito esforço para conseguir.
-Bem, se é esse o caso creio que vou te colocar no comando de alguns soldados. Nenhum deles é experiente, mas são todos muito fortes e valentes.
Ghost nem tentou esconder o espanto. Nunca comandara ninguém antes, possuía alguma noção de estratégia em campo de batalha, mas nunca pusera em prática seus conhecimentos. Parece que a viagem para Juno realmente rendeu-lhe uma experiência nova.
-Não posso aceitar senhor. Não tenho experiência com isso.
-Bem, se é esse o caso... Está no comando de qualquer jeito. Pode escolher não comandar ninguém, mas gostaria que me ajudasse com os planejamentos pelo menos. Bem, está dispensado soldado.
-Sim senhor. Asuka?
-Sim?
-Vamos
Eles vão então para a tenda, para descansar. Acordam no dia seguinte com trombetas do lado de fora.
-Hora do café!
Não era nada muito saboroso, mas Ghost não esperava nada assim. Afinal, estavam num campo militar, mordomias não eram comuns. Após o café os soldados foram treinar um pouco, com bonecos de palha. Ghost passa o tempo afiando sua espada, assistindo os soldados e orientando-os quando necessário. Parecia um tanto desapontado com a habilidade deles. Asuka passeia pelo acampamento, tentando conseguir alguma história interessante de se ouvir. Passando na frente da tenda de comando, Grizzle chama-a e diz que precisa de Ghost para uma reunião com os outros capitães. Ela corre para avisá-lo.
-Ghost, estão te chamando para uma reunião...
-Nossa, estou tão importante assim?
-Bem, parece que sim. É na tenda de comando.
Ele parte para a tenda. Adentra-a e vê uma mesa redonda, ocupada por aproximadamente 10 pessoas, entre elas Grizzle. No centro da mesa encontra-se um mapa da região. Ao ver Ghost, ele se pronuncia.
-Bem, agora que estamos todos aqui, podemos ir ao que interessa. Nossos batedores informam-nos que o exército inimigo chega amanhã pela tarde, se mantiverem o mesmo ritmo. O melhor lugar para enfrentá-los seria aqui – ele aponta um pedaço amarelado no mapa - nesta planície. É um campo aberto, cercado por uma floresta, perfeito para uma batalha deste tipo. Alguma sugestão para a estratégia?
Um homem um tanto velho levanta-se e diz:
-Bem, sugiro a estratégia de sempre. Vamos simplesmente dá-los o melhor que temos, e atacar com tudo.
-Se me permite senhor, - Ghost se levanta – Acho que com nosso exército não vamos durar muito tempo contra o inimigo. Sugiro que concentremos nossas forças nesse pedaço – Ele aponta um dos cantos do mapa, próximo as árvores - E tentemos avançar contra o inimigo, quebrando suas defesas para cercá-los posteriormente.
-É uma boa estratégia Ghost. Pode dar certo. Alguma outra sugestão?
Um jovem loiro se levanta desta vez.
-Podemos despachar os cavaleiros, deixando-os na retaguarda, e posicionar arqueiros na floresta próxima, fora da vista do inimigo. Eles podem pensar que o exército é menor do que aparenta, e ficar mais arrogantes e vulneráveis. Usamos então a estratégia do Sr Ghost, e quando as coisas começarem a ficar um pouco duras podemos chamar os cavaleiros e arqueiros de volta.
-Sim, mais uma outra ótima estratégia. Alguma objeção a ela?
Ninguém se pronunciou.
-Então faremos exatamente isso. Bem, Hammet e Ghost, vocês cuidarão do pessoal que vai na frente. Terão o máximo de ação possível. Tom, você cuida dos cavaleiros que ficarão na retaguarda. Adam, Luc e Yan ficam com o corpo principal do exército. Eu comandarei o ataque onde Ghost indicou, e o resto de vocês façam como eu. Estão dispensados senhores.
Voltam então, cada um para sua tenda. Asuka estava esperando Ghost em frente a tenda, olhando as estrelas. Ao vê-lo, ela esboça um sorriso e pergunta sobre a reunião.
-Como foi lá? Conseguiu suportar todos aqueles nobres?
-Na verdade, percebi que este exército não é comandado por nenhum nobre gordo e preguiçoso. Vi apenas guerreiros valorosos naquela tenda.
-Muito bom... e como será o ataque?
-O exército inimigo chegará aqui amanhã pela tarde, mas ele disse que para evitarmos um ataque surpresa devemos marchar para a planície logo após o café. Você verá a estratégia quando nós chegarmos lá.
Um silêncio enche o ar. Nada foi dito por alguns minutos, até que Asuka diz finalmente.
-Ghost, essa será minha primeira grande batalha.
-Será a minha primeira também...
-Claro que não será. Você já lutou batalhas antes, com exércitos, mesmo que não tão grandes quanto esse. Eu nunca enfrentei mais de 2 inimigos sozinha. O máximo que já enfrentei foram aqueles gatunos com você, no caminho para Comodo. Estou muito ansiosa, e com muito medo também..
Ghost olha para Asuka por alguns instantes, sem falar nada. Depois ele vira para frente e confessa:
-Também estou com medo Asuka. Eu tenho medo de morrer, apesar de saber que a morte tornaria tudo muito mais fácil. Sempre me sinto assim antes de alguma luta que sei que vai acontecer. Mas na hora que começa, eu esqueço o medo e vou em frente. A única coisa que consigo pensar depois que a luta começa é no meu objetivo.
-Queria ser assim também...
-Sabe... não sei se deveria te contar isso, mas quando eu luto, eu esqueço totalmente meus problemas. Posso dizer que lutar me deixa feliz. Não necessariamente matar, mas apenas enfrentar algum inimigo me deixa extremamente eufórico. Acho que foi isso que me fez passar por todos esses anos sem ficar louco...
Um outro silêncio procede esta fala. Os dois ficam lá fora, olhando para as estrelas por uma eternidade, quando finalmente um sino toca longe, anunciando que era melhor todos irem para a cama.

Acordam cedo no dia seguinte, antes das trombetas. Após o café todos vão se preparar para a batalha. Ghost veste sua armadura, pega seu elmo e suas botas e prende a inseparável espada no cinto. Vai de encontro aos soldados, sem Asuka. Encontra Grizzle, que diz aos soldados:
-Bem senhores, uma batalha está próxima. Iremos para a planície em meia hora, então estejam na saída do acampamento nesse tempo. Boa sorte. – Nota Ghost então, e vira-se para o cavaleiro - Ghost, que bom vê-lo! Bem, está pronto?
-Sempre, senhor.
-Partiremos em 10 minutos, tomara que ninguém se atrase.
-Sim, senhor. Tem alguma idéia de onde esteja Asuka?
-Eu a vi indo para as torres, alguns minutos atrás.
Ghost parte para as torres, e encontra Asuka olhando a planície de cima de uma delas.
-Está gostando da vista?
-Na verdade não, é muito amarelo, gosto de coisas mais verdes.
-Bem, terá que se acostumar. E foi você que insistiu para virmos para cá.
-É...
“Mas eu não esperava uma batalha. Batalhas são tão... tristes...” Ela pensava.
As trombetas anunciam que era hora de partir. Eles deixariam o acampamento arrumado, com alguns poucos guardas. Partem para a planície, e após algumas frações de hora, chegam no local do combate. Os cavaleiros ficam um pouco para o leste, longe da vista dos inimigos, e os arqueiros se posicionam dentro da floresta. A idéia de sair mais cedo provou-se muito sábia, o inimigo acabava de chegar, e já estava quase em posição. Um grande vazio preenchia o espaço entre as duas massas de soldados, e um silêncio mórbido pairava no ar. Alguns cavaleiros de cada lado partem para o meio da planície, para parlamentar. Grizzle chega ao centro do combate, e reconhece o general inimigo.
-John Nuccim! – diz, com uma voz de desprezo - Você está por trás disso afinal! Digo que estou um tanto surpreso.
-Não posso dizer o mesmo de você Grizzle. Não esperava que fosse te encontrar comandando um exército de bárbaros, após todos aqueles anos.
Ghost escuta o nome do general, e não consegue evitar uma exclamação.
-John Nuccim! Estamos perdidos!
-Porque Ghost? – Asuka está confusa, e surpresa pela falta de confiança de Ghost. Ele nunca se intimida, não importa quão forte seja o inimigo.
-Ah, se tivesse ouvido um quarto do que eu ouvi sobre ele, e o que ouvi não chega nem a uma fração de tudo que ele já fez! Ele é simplesmente o melhor general a serviço do rei ainda vivo, se nossas chances eram pequenas antes, agora se tornaram quase nulas...
“Então” Pensa Asuka “Estamos mortos... Queria nunca ter desejado vir para Juno!”. Os pensamentos de Ghost eram um pouco mais animadores, embora ainda sim realistas. “Bem, se eu me lembro bem, o objetivo dessa batalha não é derrotar o inimigo, mas apenas ganhar mais tempo para o povo nômade fugitivo. A chance de ganharmos a batalha é quase nula, mas talvez completar o objetivo seja um pouco mais acessível.”
Grizzle retorna com os soldados, e diz que as exigências do general eram absurdamente altas, a morte seria preferível.
-Senhores, estas planícies são nossa casa. Não deixaremos que um exército qualquer nos expulse de nosso lar sem mostrarmos ao menos um pouco de resistência. Lutem ao meu lado senhores, como nunca lutaram antes! Preparem-se!

(tomei a liberdade de arranjar uma trilha sonora para esta parte da fic: https://www.youtube.com/watch?v=7YD8pfnqeP4
Se acharem um ruído irritante, estão totalmente livres para desligar.)

Inúmeros barulhos de espadas sendo desembainhadas e arcos sendo puxados contaminaram o ar. E mais uma vez o silêncio mórbido invadiu o ambiente. A única coisa que faltava para a batalha começar era o sinal de algum dos lados. Um tempo próximo da eternidade passou naquela planície, nenhum dos lados se atrevendo a começar. Até que finalmente, Grizzle dá um grito primordial e parte em direção ao inimigo, e todos os soldados fazem como ele. A batalha havia começado.
As duas massas se chocam, e inúmeros guerreiros caem mortos nesse mesmo instante. Prosseguem assim por muito tempo.

Ghost se esforça ao máximo para comandar os soldados de um jeito decente, mas a batalha deixou-o totalmente mudado. Sua espada parecia ter vida própria, cada vez que a brandia um inimigo a mais caía. Se sentia muito bem com isso. Era isso que havia nascido para fazer, e era isso que fora treinado para fazer! Ali era seu lugar, no calor da batalha, com a espada em punho, retalhando soldados inimigos. Havia se esquecido totalmente do plano, até que Grizzle soltou mais um grito, e partiu para o ponto combinado. Nesta hora se lembrou do plano e comandou seus soldados a seguir o general. Asuka não estava tão bem quanto Ghost, No momento que os dois exércitos se chocaram, ela simplesmente ficou próxima de Ghost, dando um fim em quem quer que ele não liquidasse. Mas não compartilhava do mesmo sentimento que ele, se sentia muito triste por ter que matar tantas pessoas. Tentaram seguir a estratégia combinada, e pareciam ir muito bem a princípio, mas quando o inimigo percebeu o que queriam fazer, concentrou suas forças no ponto oposto. Logo os dois exércitos estavam na mesma posição. Embora o lado de Grizzle tivesse menos tropas, a batalha seguia muito equilibrada. Ghost estava surpreso pelo tempo que resistiam as forças de John, e por um momento a vitória não parecia mais tão impossível. Ele lutava com todo seu empenho, e não parecia ter muita resistência dos inimigos, que tombavam um após o outro. Asuka continuava do mesmo jeito de antes.

A batalha começou a pender um pouco para o lado de John, então Grizzle ordenou que chamassem os cavaleiros e arqueiros. As forças de John foram pegas de surpresa, e milhares de soldados pereceram imediatamente. O próprio John lutava agora, e era sem dúvidas o mais temível soldado de todo o exército. Havia momentos que sua espada ficava praticamente invisível, devido à velocidade. As forças de Grizzle pareceram tomar vantagem por alguns momentos, e Ghost lutou com mais empenho, tentando chegar ao general. Mas John parecia ter um truque na manga. Com um sinal de sua mão, um veículo surge de algum lugar, e parte em direção ao meio da batalha. A batalha inteira para por um instante, todos prestando atenção ao imenso veículo. De repente, ele para. Um soldado corre a frente do veículo com uma tocha, e queima um conjunto de cordas na lateral. Quando as cordas se desfazem, uma porta abre-se na frente do veículo, deixando a mostra um interior escuro. Nada acontece a princípio. Mas então, um ruído mecânico aterrorizante preenche o ar, e um gigantesco monstro sai de dentro. Parece ser feito de ferro e aço, sem dúvida alguma nova experiência da Rekenber. Uma grande bola de aço pende de seu braço esquerdo, e em seu braço direito pode-se notar uma espécie de besta com um mecanismo estranho. Ele corre em direção as forças de Grizzle, balançando sua arma de destruição. Muitos soldados são pegos de surpresa, e sucumbem na hora. Agora, qualquer vantagem que Grizzle pudesse ter foi esquecida. Ele ordena uma retirada, mas já é tarde demais. Agora os soldados corriam em direção à floresta, tentando se salvar, e muitos morrem na fuga. Eles haviam perdido a batalha, deviam apenas torcer para que o tempo que conseguiram fosse suficiente para seu povo escapar.

Asuka estava totalmente perdida. O exército estava em uma fuga totalmente desordenada, e agora ela lutava apenas para continuar viva. Desviou-se de um golpe, mas caiu no chão. Olha para frente e vê uma muralha de metal. Olha mais para cima e percebe o monstro em sua frente, com uma flecha já preparada. Ele visava sua cabeça. Ouve o arco zunindo, e fecha os olhos, esperando o pior. “Droga, realmente não devia ter desejado vir para Juno.”. E então, nada aconteceu. Abre os olhos, e vê Ghost na sua frente. Ele olha para trás, e dá um sorriso. Então, cai de joelhos. A flecha havia trespassado seu coração, e nenhuma armadura teria salvado-o daquela distância.
-Ghost! Não!
Asuka não podia acreditar. Ghost, Elegast, estava morto, e havia morrido para salvá-la, era tudo culpa sua. Grizzle ouve o grito e vê o cavaleiro caído, e corre para socorrê-lo.
-Asuka, precisamos ir embora, esse monstro pode matá-la!
Asuka estava em choque. Nada mais fazia sentido algum. Impossível saber como o monstro não a atacou naquele tempo. Ainda não acredita na situação. “Morto! E a culpa é minha!”.
-Asuka, vamos! – Grizzle põe Asuka nos ombros e corre em direção à floresta com os demais.

Mais tarde naquele dia, o exército monta um acampamento improvisado, longe da planície. Asuka está sozinha em sua tenda, apenas olhando para cima. Não sabe o que fazer agora que Ghost está morto. Ouve uma batida do lado de fora, e Grizzle aparece na entrada.
-Posso entrar?
-Sim...
Eles se sentam.
-Sinto muito Asuka. Mas ele morreu como um guerreiro, e tenho certeza que foi para o Valhalla.
Grizzle retira uma espada da cintura. É a Katzbalger de Ghost. Ele a entrega a Asuka.
-Faremos um funeral apropriado para ele, amanhã pela manhã. E também para todos os outros bravos soldados que pereceram nessa tarde. Sabe se Ghost tinha algum parente?
-Não...
De repente, Asuka lembra-se do sobrenome do Grizzle.
-Grizzle, seu sobrenome é Farigdon?
-Correto. Por que a pergunta?
-Bem, é que o sobrenome de Ghost também era Faringdon.
O general está surpreso. Ele lembra-se então de seu irmão, Bill, que foi assassinado há alguns anos atrás, e lembra-se do filho dele, Elegast, que sumiu mais ou menos na mesma época.
-O nome dele era... era Elegast por acaso?
-Sim, exatamente! Conhece-o?
-Ele é o filho do meu irmão. Nunca nos vimos pessoalmente, pois meu irmão perdeu contato com a família após se casar com a mãe de Elegast.
-Conhece a mãe dele?
-Sim... Asuka, se Ghost for mesmo o filho do meu irmão, temo que a história dele no Valhalla tenha que ser revista.
-Por quê?
-Bem... Escute com atenção.

“Meu irmão Bill sempre foi diferente do resto da família. A Ovelha Negra. Quando ele se casou com aquela mulher, ninguém ficou muito surpreso na verdade. Era uma mulher belíssima, mas ainda sim muito estranha. Todos se sentiam mal na sua presença. Não entendo o que Bill viu nela, além da beleza. Descobrimos mais tarde o motivo de acharmos ela tão estranha. Ela era um demônio, filha de Hel. Não posso te dizer se era uma pessoa má, apenas que era um demônio e eu não gostava dela. Quando Elegast nasceu, a mãe morreu ao dar a luz. Achávamos que com a morte dela Bill finalmente tomaria juízo. Não estávamos totalmente errados, ele não voltou para casa, mas criou Elegast de uma maneira que dificilmente poderíamos ter superado. Quando morreu naquele dia, perdemos totalmente o contato com o menino. Ele parece ter se tornado um grande guerreiro, uma pena ter morrido agora... Mas sua descendência faz dele um meio-demônio, e demônios não vão para o Valhalla. Creio que seu amigo se encontra agora em Niflheim, tendo de obedecer a deusa Hel. Sinto muito.”

Asuka fica sem falar nada por alguns momentos. Diz por fim:
-Ele sabe disso?
-Creio que não. Acho que Bill nunca contou a ele sobre isso, e não sei se ele teria ficado feliz em saber.
Asuka pensa um pouco. “Ghost é um demônio?” Assim como o fato de ele estar morto, ela não conseguia acreditar nisso “Mas isso não é justo. Eu deveria ter morrido, não ele. Se ele está em Niflheim, eu vou buscá-lo e trazê-lo de volta!”
-Grizzle, sabe como chegar em Niflheim?
-Em que está pensando Asuka? Quer trazer Elegast de volta dos mortos?
-Exatamente. Você vai me ajudar?
-Isso é suicídio menina. Só os mortos vão para Niflheim, e nenhum deles deve voltar de lá!
-Bem, então terei que ir sozinha. Ouvi em algum lugar que fica em próximo de Umbala.
Ela pega suas coisas e sai da tenda. Dirigia-se para a saída do acampamento, quando ouviu Grizzle gritando atrás:
-Asuka, espere por mim!
-Vai deixar seu exército aqui Grizzle?
-Nós perdemos a batalha. Não há mais nada que possamos fazer para ajudar meu povo, a não ser pedir para Odin que os deixe escapar com vida. Eu vou com você.
-Que bom.
-Mas não quer ver o sepultamento de Elegast primeiro?
-Não. Se conseguir chegar lá rápido, esse sepultamento não será necessário.
-Compreendo.
Partiram em direção à Al De Baran. Chegaram na cidade pela noite, e descansaram na estalagem. Na manhã seguinte Asuka procurava por uma Kafra. Grizzle levou-a até a central das Kafras, e lá perguntaram se não havia serviço de teletransporte para Comodo. Para a felicidade deles, havia, e isso os poupou de quase uma semana de viagens.

Ao chegar em Comodo, perguntam aos moradores para que lado ficava Umbala. Apenas um soube informar.
-Bem, se saírem pela caverna Norte, chegarão em um vale. Umbala se localiza para o norte desse vale. Quando encontrarem pontes por cima de um precipício, estão quase em Umbala. Mas aviso-os que tomem cuidado com os monstros do vale, eles não são fracos.
No final da tarde já haviam atravessado a caverna. Encontraram-se em um grande vale, com plantas muito verdes. O progresso das cidades do norte não havia encontrado aquele lugar ainda.
-Se não fosse a situação, eu teria achado esse lugar lindo.
-Não vamos perder tempo admirando a paisagem. Eu vi algumas dríades ali atrás, nos seguindo, e não quero ter de enfrentá-las se possível.
Correm para fora do vale, e pouco tempo depois vêem um grande precipício abrir-se a frente. Uma coleção de pontes atravessava o abismo, e teriam de usá-las para atravessar.
-Umbala se encontra no final dessas pontes. Vamos!
Correram. Estavam quase no final quando um grande rugido cortou o ar, fazendo-os parar. Grizzle desembainha sua espada, e Asuka prepara uma adaga. De repente, um ser parecido com um macaco, portanto um estilingue começa a atacá-los. Grizzle defende os projéteis com a espada, e Asuka abaixa-se para evitar ser alvejada. Eles correm de encontro ao atacante, e Grizzle trespassa o corpo com a espada. O macaco cai no chão, morto. Antes que pudessem comemorar, mais 3 inimigos aparecem por trás, escalando as pontes.
-Asuka, corra! Não podemos enfrentá-los todos!
Eles correm. Chegam ao fim da ponte, e Grizzle tem uma idéia então. Vira-se sobre os calcanhares e crava a espada nos suportes da ponte. Ela cai, levando consigo os três monstros.
-O que era isso?
-Guerreiros Wotan. Não sei o que são, mas não são fracos. – Ele vira-se para encarar a cidade de Umbala – Bem, chegamos. Agora só precisamos chegar em Niflheim. Ei amigo! Como chegamos em Niflheim?
-Woomba woomba crawr!
-Mas hein?
-Eles não sabem falar seu idioma – Disse uma voz atrás. – eles são da tribo Wotan, e tem seu próprio idioma.
-Entendo... e quem é você?
Um homem de chapéu estava parado atrás deles. Parecia ser simplesmente um aventureiro, não usava nenhum tipo de armadura, e nenhuma arma era visível.
-Bem, meu nome não é importante. Estou aqui a trabalho, e creio que aprendi a falar a língua desses seres o suficiente para ajudá-los. O que desejam?
-Queríamos saber como se chega em Niflheim, por favor.
O homem vira-se para o wotan e fala algumas coisas incompreensíveis. Vira-se então para os viajantes.
-Bem, terão de pular daquela árvore – Ele aponta uma sequóia gigante – Nifflheim se encontra dentro daquele abismo.
-Mas não é perigoso pular daquela altura?
-Claro que é. Se a corda não estourar vocês terão uma viagem tranqüila. Mas a queda será o menor de seus problemas se desejam ir lá em baixo...
-Bem, estamos dispostos a arriscar.
-Muito bem então. Boa sorte, vão precisar.
Eles dirigem-se para a árvore gigante, e param na beira. Grizzle olha para baixo, e vê um abismo enorme. Não consegue suprimir um calafrio.
-Quer mesmo fazer isso Asuka?
-Sim. – Ela não parece estar incomodada com a altura.
-Então vamos.
Eles pulam. Caem por um bom tempo, o vento bate em seus rostos, deixando-os com caretas estranhas. Por fim a corda acaba, e eles voltam um pouco para cima, voltando a cair logo depois. A corda volta mais algumas vezes, até que por fim eles param totalmente.
-E agora Asuka?
-Bem, nós soltamos a corda.u
-Tem certeza? O fim dessa coisa não parece muito perto.
-Tenho sim – Ela vira-se para cima e corta a corda com a adaga.
-Droga, esse cavaleiro maldito ainda vai me matar! – E corta sua corda também.
Eles caem em um lugar vazio. Parecia algum tipo de hotel. Mas as camas não eram nada aconchegantes.
-Bem, onde estamos?
-Não sei. Algum tipo de hotel. Será que estamos mesmo em Niflheim?
-Claro que estão – Diz uma voz atrás deles. Grizzle vira rapidamente, sua espada já desembainhada.
-Quem é você?
-Ohh, ninguém importante. – Grizzle observa o estranho. É um espadachim de baixa estatura. Seu cabelo está sujo, sua pele é totalmente pálida, e falta-lhe um braço. Todo seu corpo está coberto com manchas escuras. - Sou apenas uma alma morta, que agora vaga por este lugar deplorável. O que os traz aqui? Não estão mortos pelo que vejo.
-Não é da sua conta – Grizzle ainda não guarda a espada.
-Tudo bem Grizzle, vamos precisar de ajuda para achar Ghost. Estamos aqui procurando um cavaleiro, que morreu há pouco tempo.
-Ohoho, seria ele aquele novato violento? Bem, se for mesmo ele, eu duvido que consigam se aproximar. Encontra-se no palácio da Deusa Hel, e ainda não entendi como fez isso. Nós apenas somos chamados para lá uma vez a cada 100 anos, e esse novato foi assim que chegou. Tentamos avisá-lo que não iriam deixá-lo entrar, mas ele simplesmente nos deu um murro e foi em frente. O estranho é que ainda não vimos seus pedaços serem arremessados lá de dentro.
Asuka e Grizzle se entreolham. Asuka pergunta ao espadachim:
-E como chegamos nesse palácio?
-Estão brincando comigo? Não dá para entrar no palácio, os guardas fariam vocês em pedacinhos...
-Chega disso. Onde é o palácio?
-Certo... Procurem depois da planície. É impossível errar.
-Vamos então.
Eles saem da casa. Vêem uma grande planície ao lado. “Deve ser a planície que o espadachim falou...” Asuka pensa. “Ghost, será que já foi feito em pedaços? Não, pare com isso Asuka. Ghost é forte, ele consegue dar conta de alguns guardinhas. Espero...”. Eles andam por alguns minutos, até que finalmente chegam à porta do palácio.
-Nossa, de longe ele já era grande, mas aqui é enorme! – Grizzle observa o enorme palácio. Ele é feito de ossos, mas ossos enormes. Não é um lugar muito aonchegante. - Como espera que achemos Ghost nesse lugar tão grande?
-Se estou certa, não será difícil... Vamos – Ela saca a adaga. Grizzle faz o mesmo com a espada, e eles adentram o palácio.
Caminham por alguns minutos, quando uma sombra enorme se põe em sua frente.
-Vivos não são permitidos do palácio da Grande Deusa.
-Nós procuramos um cavaleiro de cabelos negros. - Diz Asuka, sem se intimidar.
-Não vou falar de novo.
Grizzle cochicha para Asuka:p
-Asuka, tem certeza que é uma boa idéia enfrentar esse cara?
-Não é uma boa idéia. Mas eu vou enfrentá-lo mesmo assim.
“Não acredito que vou lutar contra um brutamontes morto por causa de um cavaleiro meio-demônio.”
-Deixe-nos passar.
-Querem ir contra a Deusa Hel então? Vivos não entram no palácio, mas logo estarão mortos!
Ele invoca um machado enorme e brande-o contra os dois. Asuka pula para o lado, e Grizzle tenta fazer o mesmo, mas não é mais tão jovem. Ele pula, e o machado quebra o chão no lugar que ele estivera segundos antes. O guarda prepara mais um ataque, mas Asuka enfia a adaga no seu joelho, retardando-o por alguns segundos. Mas o guarda logo se recupera, e começa a brandir o machado em direção a Grizzle. Ele não consegue se desviar a tempo, o machado está prestes a cortá-lo em dois. Grizzle coloca sua espada na frente. “Se eu morrer eu te levo junto!”. Mas então, nada acontece. O guarda larga o machado e cai de joelhos. Ele ainda diz algumas palavras:
-Mas... como? – E cai no chão. Outra sombra aparece atrás dele. Muito menor, mas ainda sim mais amedrontadora que a antiga. Dois olhos vermelhos encaram os viajantes. O estranho não porta nenhum tipo de arma visível. Grizzle sente um calafrio, e agarra a espada com mais força.
-Quem é você?
O estranho não responde. Vira-se para ir embora.
-Obrigada por nos ajudar. Podemos pedir-lhe um favor?
A sombra vira-se novamente e encara Asuka. A gatuna também sente um calafrio.
-Bem, estamos procurando um cavaleiro de cabelos negros. Sabe de algo?
Nenhuma resposta. Mas a sombra começa a se aproximar.
-Ei, o que vlai fazer?
-Fique longe dela! – Grizzle corre em direção a sombra, espada em punho.
Mas de repente, o estranho sai das sombras, e é possível ver seu rosto.
-Ghost!! – Asuka solta a respiração.
-Ghost, faz idéia do susto que nos deu?
Ele não parece notar os viajantes. Continua caminhando na direção de Asuka.
-Ghost, está aí?
Ele agarra a bolsa da gatuna. Retira uma espada do interior e vira-se novamente.
-Ei, espere! Viemos aqui para buscá-lo!
Ele continua a caminhar. Ele some nas sombras pouco tempo depois.
-Ótimo! Encontramos Ghost, mas ele não parece notar nossa presença!
-É porque ele não se lembra de vocês. – Diz uma voz que parece estar em todos os lugares.
-Ohh não, estou cansado dessas vozes que aparecem do nada! Revele-se!
-Porque deveria? Essa não é a maneira certa de se falar com a anfitriã. – Uma sombra surge entre os dois. Revela-se uma mulher, metade do seu corpo sadia e a outra metade totalmente apodrecida. - Todo este mundo me pertence, exijo mais respeito!
-Você é Hel, a Deusa?
-Muitos nomes me dão, e creio que este seja um deles. O que fazem criaturas vivas em meus domínios?
-Viemos buscar aquele cavaleiro.
-E por que acham que eu deveria deixá-los levar um morto de volta para cima?
-Porque assim queremos.
-Ninguém, uma vez morto, deve sair desse lugar, até o Ragnarök. Ainda não me deram motivos suficientes.
-O lugar daquele cavaleiro não é aqui. Ele pereceu em batalha, sua moradia de direito é o Valhalla. Nós viemos aqui para buscá-lo, por bem, ou por mal. – Grizzle empunha a espada.
-Hahaha! Esperam que dois mortais consigam derrotar uma deusa, totalmente sozinhos? – Ela estala os dedos. Uma centena de esqueletos surge do chão do palácio, cercando os dois viajantes. – Mas sua história me deixou curiosa. Por que seu amigo não foi para o Valhalla? Ohh sim, porque ele é um meio-demônio. Meu neto precisamente. Mais um motivo para deixá-lo aqui. E por que ele não se lembra de vocês? Porque assim eu desejei. Ele não deve sair daqui, sua moradia sempre foi e sempre será em Niflheim.
A Deusa é interrompida por uma adaga, arremessada contra sua face. O projétil não chega a tocar no corpo, fica parado no ar por algum tempo. Mas Hel está surpresa mesmo assim.
-Suas adagas nunca farão efeito em mim, mortal.
-Então que tal uma espada? – Grizzle parte em direção a Deusa. Mais dois esqueletos surgem e agarram o homem pelos braços. O mesmo acontece com Asuka.
-Muito bem. Dois mortais tentam atacar um Deus, sem nenhum tipo arma divina, magia ou descendência heróica. É uma história cômica. Mas parabenizo sua coragem. – Hel estala os dedos e os esqueletos soltam os viajantes. Ela vira-se de costas. - Podem levar Elegast daqui, com uma única condição.
-Qual? – Asuka mal consegue acreditar na própria sorte.
-Vocês devem convencê-lo a sair. Se conseguirem, estão livres para levá-lo de Niflheim. Isto se passarem por Garm.
-Aceitamos. Onde ele está?
-O que te faz pensar que eu direi? Procure-o. – Com essas palavras a Deusa desaparece.
Grizzle olha para Asuka. Não parece nada satisfeito com a situação.
-Asuka, ela não teria nos deixado levar Ghost com tanta facilidade. Deve ser algum tipo de armadilha.
-Sem dúvidas. Mas nós vamos conseguir. Sei disso. – Ela parte em direção aos salões internos do palácio. Grizzle faz o mesmo. Viram à esquerda, no mesmo caminho que eles julgam que Ghost tenha seguido. Nenhum sinal dele. Continuam em frente, e o caminho se divide em dois. Uma porta grande que dá para um salão igualmente grande, e um corredor repleto de portas. Checam primeiro o salão.
-Ghost! Pode me ouvir?
-Ghost! Seu cavaleiro surdo, venha até aqui!
Eles vasculham o salão. Ghost não está ali. Viram-se para sair, quando vêem um esqueleto na porta. E ele não é pequeno.
-Achei que só precisássemos achar Ghost!
-Não sei se nossa segurança esteja incluída do acordo, Grizzle. – Ela tira a adaga do cinto. Grizzle leva a mão à espada, mas percebe que ela não está lá.
-Minha espada! Devo ter deixado cair quando aqueles esqueletos me seguraram!
O esqueleto corre em direção a eles.
-Não há tempo agora! – Grizzle dá um soco no esqueleto. O crânio voa para longe. Asuka aproveita e pisa no crânio, esmigalhando-o.
-Acabou?
Mal disse isso e o corpo do esqueleto agarrou-a. Grizzle chuta a perna do atacante, fazendo-o cair e soltar Asuka. Ele pega a espada do esqueleto e golpeia-o seguidas vezes.
-Bem, agora não há nada aqui que possa se mexer. E essa espada é um pouco pesada...
Eles vão em direção ao corredor com as portas então. Abrem uma por uma, e descobrem alguns quartos, todos vazios. Chegam ao final do corredor, e vêem uma sombra na janela, olhando para os abismos gelados de Niflheim.
-Ghost? É você?
A sombra não se mexe.
-Ghost, pare com isso. Hel nos deu a chance de ir embora, e não seria sábio desperdiçá-la.
A sombra se vira para eles, com os olhos vermelhos. Asuka lembra-se então da única vez que viu Ghost com olhos vermelhos. E a memória não a agrada.
-Ghost, está escutando?
A sombra vira-se para a janela novamente.
-Droga! Venha aqui seu cavaleiro maldito!
O estranho na janela não parece estar escutando.
-Espere, Hel disse que Ghost esqueceu-se de nós. Mas será que ele esqueceu tudo mesmo?
-É isso! Hey, Elegast!
A sombra vira-se para eles, mas seus olhos expressam pura raiva. Ela pula de cima da janela, desembainhando uma espada.
-Ei, ele pegou a Katzbalger!
Agora é possível ver o rosto de Ghost. Sua face é amedrontadora. Seus olhos continuam vermelhos, e um buraco em seu peito é bem visível.
-Ahh, então finalmente está prestando atenção? Bem, Hel disse que precisamos convencê-lo a sair, então nos poupe do trabalho e...
-Asuka, esse cara não está aqui para ouvir seu discurso! Corra!
Eles começam a correr de volta para o salão. Ghost começa a segui-los. Ao chegar à entrada, descobrem um exército de esqueletos bloqueando a passagem.
-Droga! Sabia que era uma armadilha! Proteja-se Asuka!
Ouvem uma voz então.
-Esse era o trato meus caros. Fugir não estava no trato.
Ghost se aproxima de Grizzle e brande sua espada contra o homem. Ele mal tem tempo de erguer a espada do esqueleto a tempo para se defender.
-Ghost! Não se lembra de nós?
Ele responde com uma espadada.
-Droga... Isso não vai funcionar... – Asuka apenas se esquiva por alguns momentos, gritando para Ghost que pare, sem se atrever a atacar. Até que em um momento ele atinge o braço de Asuka, de raspão, mas o fermento é suficiente para derrubá-la. Grizzle diz então, antes que qualquer outra coisa aconteça:
-Chega! – Ele dá um soco na cara de Ghost, e acerta-o em cheio. Antes que ele se levante, Grizzle o segura pelas vestes e o levanta, deixando seus olhos na mesma altura. - Elegast, olhe para mim! Pare com isso! Não somos seus inimigos. O nome Bill Faringdon não te lembra nada? – Ghost sente uma pontada, como se alguma parte machucada de sua mente tivesse sido cutucada. – Ou que tal Kari Glasgow? – Ghost sente uma nova pontada, dessa vez mais forte. Aquilo ia deixá-lo maluco, precisava matar esse homem antes que ele fizesse algo irreversível. Grizzle joga-o no chão, antes de dizer, quase sussurrando: - Ahh sim, não se lembra nem um pouco do nome Urdar Maecar?
Ghost põe as mãos na cabeça, e solta um urro de dor. De repente todas as memórias voltaram à tona de uma só vez. E não foi um processo indolor, 18 anos de memórias entrando na cabeça de Ghost ao mesmo tempo. Ele então caiu de costas no chão. Abriu os olhos, e Asuka percebeu que não estavam mais vermelhos. Não conseguiu conter um suspiro de alívio. Correu de encontro a Ghost no chão.
-Ghost, está bem?
Ele se põe de joelhos, e responde lentamente.
-Não, sinto como se houvessem aberto minha cabeça com um machado, e depois gritado com todas as forças lá dentro. – Ele coça a cabeça por um tempo. – Sem contar nesse estranho vazio que sinto no meu peito.
-Mas você se lembra de algo agora?
-Do que está falando Asuka? Do que deveria me lembrar? De como vim parar nesse lugar?
-Te explicaremos depois, agora precisamos sair daqui.
A voz de Hel preenche o ambiente novamente.
-Parabéns, mortais. Conseguiram tirar seu amigo das sombras. Não vou impedi-los de saírem daqui. – Os esqueletos em volta deles somem. – Quanto ao cão que guarda as fronteiras do meu mundo, nada posso fazer, para sair de Niflheim terão de enfrentá-lo. Mas provaram-se muito astutos. Como recompensa por isso...
Estranhas luzes brancas rodeiam Ghost, e dirigem-se para seu peto ferido. Elas começam a pulular descontroladamente, e a entrar no ferimento. A luz se torna ofuscante, mas começa a apagar alguns instantes depois. Revelam o peito de Ghost totalmente regenerado.
-Agora vão, mortais.
A voz some.
-Nossa, me sinto melhor. Mas onde estamos? E de quem era aquela voz?
-Estamos em Niflheim, e aquela voz era de ninguém menos que a Deusa do Mundo dos Mortos, Hel. Mas deixaremos as explicações para quando sairmos daqui. Ela falou sério sobre enfrentar aquele Garm... – Grizzle parece muito apreensivo. Ouvira histórias sobre o cão, personificação do Lobo Fenrir. O cão era muito menor e mais fraco do que o Lobo que devorou uma das mãos de Tyr, mas ainda sim extremamente mais poderoso que qualquer mortal. Teriam problemas se tivessem mesmo de enfrentá-lo. – Vamos.
Eles saem do palácio, e encontram o espadachim morto esperando-os do lado de fora.
-Ora ora! Vejo que conseguiram resgatar seu amigo, contrariando todas as histórias existentes sobre Niflheim! Mas ainda sim, uma coisa se manterá verdade. Ninguém, vivo ou morto, sai de Niflheim, pois ninguém até hoje conseguiu passar por Garm. Mas desejo-lhes boa sorte, aventureiros. Alguém que consegue entrar no palácio de Hel e voltar inteiro é dotado de uma sorte tremenda.
-Obrigado senhor.
Eles caminham em direção ao outro lado da planície. Dizem que há muitos modos de entrar em Niflheim. O primeiro deles é, claro, morrendo. O segundo seria o Sato que deram de Umbala. Ainda existem muitos outros não conhecidos pelos mortais, pois requerem que se viaje até Jotunheim. Mas há apenas uma saída do mundo dos mortos, e é passando pelo cão Garm. A saída de Niflheim sempre fica para o norte, não importa onde esteja. Caminham pelo que parecem séculos, até que sentem que a terra começa a se elevar. A paisagem não é mais tão amedrontadora quanto a próxima ao hotel, e as almas que passeiam parecem mais felizes. Haviam chegado ao nível mais alto de Niflheim, onde aqueles que não conseguem ter uma vida heróica repousam. Grizzle vê então um homem trajando uma armadura. E ele conhece o homem.
-Hey, soldado, o que houve?
-Senhor Grizzle! Então o senhor morreu também?
-Não soldado, é uma longa história... Mas como chegou aqui? Não devia estar no Valhalla?
-Eu não morri na batalha senhor. Contraí uma doença alguns dias antes dela, e morri algumas horas atrás.
-Que batalha?
-Senhor, as forças de Jhon continuaram avançando após nossa derrota. Não conseguimos arranjar tempo suficiente para que o resto do exército fugisse em segurança, então os poucos que podiam lutar formaram um exército para defender nosso povo enquanto eles fugiam para o mar. Aquele monstro de metal continua entre os inimigos, e pelo que os batedores disseram, há pelo menos mais dois deles. Se me lembro bem, a batalha seria ao anoitecer de hoje. Espero que nosso povo não tenha o mesmo destino que eu...
Grizzle não escuta mais nada. Eles agora corem para o Norte em direção à saída de Niflheim. Algum tempo depois, uma luz pode ser vista muito longe, ainda inacessível.
-Deve ser lá, vamos! Mais rápido!
-Espere Grizzle! Ainda teremos que enfrentar Garm para sair daqui!
-Ai! – Asuka tropeça numa pedra e machuca a perna. Ghost ajuda-a a levantar-se, mas ela não, então ele coloca-a nas costas.
-Certo, vamos.
Eles continuam correndo por um bom tempo, até que por fim a abertura pode ser distinguida. Não é grande, não chegava a 5 metros de largura, mas ainda sim, era uma saída. Grizzle prepara sua espada, mesmo que Garm não estivesse à vista. Um ataque surpresa poderia ser o último. Asuka desce das costas de Ghost e prepara sua adaga. Ghost pega a Katzbalger. De repete, eles ouvem um uivo, muito próximo. Um enorme cão com 4 olhos sai das sombras, e bota-se entre eles e a saída. Seu corpo parece ser feito de gelo e sangue (não, eu não me inspirei no Hatii.). O cão observa os aventureiros com curiosidade. Eles continuam atentos. Sem aviso, Garm avança contra Grizzle. Ele brande a espada contra o cão, mas sua pele parece blindada, e sua espada quebra-se em pedaços. Agora Grizzle está indefeso, com o cão frente a frente. Ghost aparece então e bate com o cabo da espada na cabeça do cão, deixando-o tonto por alguns momentos.
-Grizzle, fuja para fora! Está indefeso aqui!
-Vou mostrar quem está indefeso! – Ele gira e chuta o cão bem entre os olhos (imaginem um Roundhouse Kick), lançando-o para longe. Ele não está morto, apenas desacordado.
-É nossa chance! Vamos!
Eles correm para o portal, e saem do escuro mundo de Niflheim. Vêem-se em um lugar com vegetação estranha. A relva é muito amarelada, de longe poderia ser confundida com areia. Olham para trás e não vêem nenhum sinal da abertura que os mandou para fora.
-Bem, onde estamos? – Diz Asuka.
-Julgando pela vegetação, diria que estamos próximos a Lightahlzen. Nunca viajei por aqui, mas pelo que li na biblioteca de Prontera, a vegetação de Lighthalzen é bem parecida com esta. Devemos ter atravessado o mar por baixo quando estávamos em Niflheim. – Ghost responde. Ele senta-se na relva para descansar um pouco.
-Diria que é melhor assim, estamos mais próximos do destino do que antes. E olhando para o sol, acho que devemos estar mais ou menos na hora do almoço. Temos cerca de 6 horas até a batalha começar, chegaríamos lá mais rápido se pegássemos o aeroplano de Lighthalzen e fôssemos para Hugel. O porto em que se encontram nossas tropas fica bem próximo da cidade.
-Então vamos!
Eles partem em direção a Lighthalzen. Chegam a entrada da cidade meia hora depois. Asuka pergunta a Grizzle como entrariam na cidade, sendo eles inimigos de Schwartzvalt. Grizzle responde tirando alguns panos da bolsa e enrolando-os no rosto. Os outros fazem o mesmo. Entram na cidade e vão direto para o Aeroporto. Em 20 minutos estão a caminho de Hugel, numa viagem que demoraria cerca de 2 horas.
-Temo que não tenhamos duas horas...
-Fique calmo Grizzle. Chegaremos a tempo. Só não sei o que 3 viajantes exaustos poderiam fazer para virar a batalha.
-Você é tão pessimista Ghost. Não sei se deveria ter ido à Niflheim para te buscar. – Mas Asuka não fala sério. Ela se sente extremamente feliz de ter conseguido salvar o cavaleiro da morte.
-Ahh sim. Prometeu-me contar como cheguei lá.
-Você realmente não se lembra?
-Não...
-Bem, vou deixá-los sozinhos, meus caros. Vou ver se tenho um papo com o capitão para essa banheira andar mais depressa. – Grizzle vai então em direção à cabine.
-Bem Ghost, qual a última coisa que se lembra?
-Lembro de estar em uma batalha com você e com Grizzle. Estávamos ganhando, até que um monstro de metal surgiu e começou a atacar nossas forças. Grizzle ordenou uma retirada, mas eu não poderia sair e deixá-la lá sozinha. Lembro-me do monstro apontando um arco para você, e é só.
-Bem... Digamos que o monstro disparou a arma, mas você se colocou na frente. A flecha penetrou seu coração e... você morreu.
-Morri? – Ghost leva a mão ao peito, procurando qualquer sinal de ferimento. Encontra apenas uma fina cicatriz, resquício da cura realizada por Hel.
-Sim. E eu não conseguia aceitar que tinha morrido.
-Mas espere. Como eu não fui para o Valhalla? Estava em uma batalha afinal de contas.
-Bem, é por que... – Asuka lembrou-se de Grizzle dizendo-a que não contasse a Ghost que era um demônio. “Só deixaria as coisa piores.”.
-Por quê...?
-Não sabemos ao certo. Mas Grizzle disse que achava que estava em Niflheim, o que se provou correto.
-Como Grizzle poderia saber disso?
-Ah sim, lembra-se do sobrenome dele? Faringdon? Ele é mesmo seu tio. Irmão do seu pai Bill.
Ghost não tem reação. “Bem, agora posso descobrir sobre minha linhagem. Mas ainda não sei se é isso que quero.” Um silêncio invade o ambiente, ninguém se atreve a dizer nada.
-Asuka? Por que foi até Niflheim para me salvar?
-Não sei. Acho que e porque não aceito que morreu por minha causa.
Grizzle aparece atrás da parede.
-Sinto interromper, mas já iniciamos o procedimento de pouso. É aqui que descemos.
Eles descem do aeroplano na cidade de Hugel. A cidade está bem calma, nada indica que uma batalha de grandes dimensões está acontecendo a poucos quilômetros dali. Grizzzle diz que precisariam de alguns suprimentos para que não sucumbissem aos monstros no caminho, então eles passam primeiro na loja para comprá-los. Após isso saem da cidade, em direção aos arredores do Lago do Abismo. Algum tempo depois uma grande coluna de fumaça pode ser vista de sua localização.
-Já começou! Estamos atrasados, corram!
Eles dobram o passo, agora correndo em direção à planície. Quando alcançam o local percebem o estrago que causou as manchas de fumaça. As forças dos nômades estão perigosamente baixas, enquanto as forças de Juno parecem ter sofrido quase nenhuma baixa. Os dois exércitos batalham impiedosamente. Apesar da desvantagem numérica absurda, os soldados nômades recusam-se a desistir da luta. Grandes pedaços da relva estão queimados, e 3 grandes monstros-máquina ajudam Juno a dizimar os inimigos. As forças nômades são obrigadas a recuar lentamente em direção ao mar, onde muitos barcos ainda preparam-se para partir. Os 3 aventureiros correm para auxiliar os soldados. Grizzle pega a espada de um soldado no chão, e arremessa uma pedra contra a cabeça de uma das máquinas. Ela atinge o alvo, e o monstro desvia sua atenção para Grizzle. Ghost agacha-se e põe suas mãos em forma de concha. Asuka pula em suas mãos e Ghost joga-a para cima do monstro. Ela cai na cabeça dele, e começa a tentar arrancar a mesma. O monstro tenta tirar Asuka de cima, mas seus braços não permitem que toque sua própria cabeça. Ela consegue por fim arrancar o capacete, deixando a mostra o interior do monstro, cheio de fios e engrenagens. A gatuna entra e começa a cortar os fios e destruir as engrenagens. Após um tempo o monstro cai no chão, e a jovem sai de dentro, triunfante. Pouco tempo depois a máquina explode.
-Faltam duas! – Mal essas palavras saem da boca de Grizzle, um rugido pode ser ouvido, vindo do Lago do Abismo. – Parece que o barulho da batalha acordou algo que não deveríamos ter acordado!
Uma mão enorme agarra-o pelas costas, suspendendo-o. Um dragão vermelho enorme surge do Lago, e a batalha para totalmente por um instante. O dragão não parece feliz por ter sido acordado. Grizzle finca sua espada na mão da fera. Ele cai no chão e corre em direção ao mar. Ghost e Asuka fazem o mesmo. O dragão agora avança contra as tropas de Juno, retalhando os soldados com as garras. As máquinas viram-se para enfrentar o dragão, mas ele simplesmente usa sua cauda para varrê-las longe. Grizzle vê uma chance para seu povo escapar, e ordena uma retirada.
-Irmãos, é nossa chance! Para os barcos!
Os soldados correm em direção as embarcações. Grizzle fica para trás, monitorando a entrada. As forças de Juno agora fogem em todas as direções. Não poderiam matar um dragão adulto apenas com espadas e arcos. As embarcações agora estão prontas para partir, apenas Grizzle a alguns soldados encontram-se do lado de fora. Eles começam o caminho para embarcar, quando uma voz chama-os:
-Grizzle! Isto não acabou!
-Então, o glorioso exército de John Nuccim não foi páreo para derrotar um dragão, e não conseguiu impedir a fuga de um grupo de nômades! O que falarão de você em Juno? O outrora melhor general da república de Schwartzvalt, vencido por um dragão!
-Cale-se! – John lança-se de encontro a Grizzle. Suas espadas se encontram, faíscas são formadas devido à violência do impacto.
Asuka faz um movimento para ajudar, mas Ghost a impede.
-Essa batalha é somente dele.
Grizzle defende-se muito bem das investidas de John, mas a violência dos golpes o faz recuar. John tem o objetivo de empurrá-lo até o Lago do Abismo. Grizzle percebe a estratégia, e da um salto para o lado, colocando-se paralelo a beira do lago. Agora eles se enfrentam, sem sair do lugar. John tenta golpear os pés de Grizzle, mas ele desvia-se e chuta a espada de John para longe. Agora o general está indefeso.
-Mate-me então, Grizzle!
Ele hesita. Após um tempo, dá um soco no rosto do general, deixando-o desacordado.
-Não. Não merece o Vahalla.
Grizzle caminha em direção a Ghost e Asuka.
-Bem, parece que você finalmente venceu Grizzle. O que vai fazer agora?
-Como disse antes. Essas planícies foram nossa casa por um bom tempo, mas hoje entraram em uma disputa por território. Acho que vamos procurar outro lugar para viver, no mar. Dizem que há muitas ilhas para o leste, pode ser que encontremos alguma do nosso agrado.
-Entendo... Boa sorte então.
Grizzle encara Ghost então.
-Asuka, poderia esperar ali por um tempo?
-Claro...
Ela deixa-os a sós.
-Elegast, creio que já saiba que sou seu tio.
-Sim.
-Bem, acho que está curioso para saber sobre sua família, não está? Venha conosco. Seria muito feliz.
-Na verdade, não estou. E não vou deixar Asuka aqui.
-Claro que ela pode vir. Seríamos uma grande família.
-Sabe Grizzle, você sabe o que aconteceu com meu pai. Desde aquele dia, eu tenho certeza que uma vida normal não seria do meu agrado. Agradeço muito sua oferta, mas acho que vou continuar como estou. Viajando em busca de aventuras.
-Parece com seu pai Elegast. – Ele olhou para Asuka. – Essa garota gosta mesmo de você. Não conheço muitas pessoas que iriam até Niflheim por alguém. Valorize isso meu amigo. E se algum dia quiser se juntar a nós, a oferta ainda está de pé.
-Vou me lembrar disso.
-Adeus meu sobrinho.
-Adeus tio.
Grizzle entrou na última embarcação ainda na praia. Ela partiu pouco depois. Asuka aproximou-se então.
-O que ele queria?
-Queria que fôssemos com ele. Mas essa vida sedentária não é para mim. Me acompanharia nessa vida de aventuras Asuka?
-Claro que sim.
-Fico feliz. Ainda quer ir para Juno?
-Na verdade não. Toda essa coisa de morte foi minha culpa, se não quisesse vir para Juno nada disso teria acontecido.
-Não se preocupe. Estou vivo não estou? Só queria saber por que não fui aceito no Vahalla...
-É... – Asuka lembrou-se das palavras de Grizzle novamente. “Eu contarei algum dia.” Ela pensou. “Mesmo que demore algum tempo”. – Bem, que tal voltarmos para Al De Baran?
-Claro. Vamos.
E mais uma vez, partiram em busca de aventuras.

Data 01/03
“Aqui em Prontera está um caos. Parece que algum nobre de Schwartzlvat está vindo para cá, e os habitantes estão eufóricos. Não quero me meter nessas coisas do governo, amanhã eu e Asuka vamos para Payon. Há tempos que não visito aquelas florestas, pode ser que encontre algo interessante por lá. Caso não encontre, ainda tem aquela caverna, e acho que finalmente estou pronto para enfrentar aqueles monstros.

Mas não importa na verdade. Desde que alguma aventura me espere, não ligo para o resto.”

(Lembrando que só por ser neto de uma deusa não significa que Ghost tem algum poder especial ok? E me perdoem se voltar de Niflheim foi muito forçado, mas foi isso que minha imaginação me mandou fazer.)
Space Ghost
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Esqueleto Arqueiro
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Ficha do personagem
Nome: Elegast.
Profissão: Vigilante.
Clã: Erebus.

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