NAWS
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

[Saga] Os Sete

Ir para baixo

[Saga] Os Sete Empty [Saga] Os Sete

Mensagem por Lobato Ter Jul 24, 2012 8:44 pm

[Saga] Os Sete Junior22
Os Sete

Prefácio


Deserto de Veins, 06 de Fevereiro, 00h33min.

O clima da madrugada era extremo, típico da zona árida. Durante a noite, as areias de Arunafeltz tornavam-se gélidas, a temperatura caía muito mais do que qualquer pessoa normal consideraria agradável, e o vento dilacerava com rajadas cortantes. Mesmo nestas condições o deserto não se via desprovido de vida: seja humana, seja animal, seja algo além disso.

Ao nordeste de Veins, uma pequena tribo de nômades nativos das terras áridas abrigava-se dos ventos gélidos entre cânions gigantes esculpidos pela natureza. Não chegavam a formar duas dúzias, e por isso eram tão próximos uns dos outros. Homens, mulheres, idosos e crianças cooperavam pela sobrevivência nesse ambiente hostil. Enquanto alguns poucos já estavam recolhidos em suas tendas de tecido artesanal para mais uma merecida noite de descanso, a grande maioria se reunia ao redor de uma fogueira preparada com os galhos secos das árvores espinhosas e retorcidas do deserto. Cânticos, adorações, histórias de antepassados, lições de vida, conselhos, risadas, seriedade, espiritualidade. Tradição. O círculo era conduzido e mestrado por um velho frágil e cheio de profundas marcas do tempo. Seria, provavelmente, o homem mais velho de toda a pequena tribo de nômades, e usava amuletos, adereços e grossas vestes tradicionais de xamãs do deserto. Outrora, poderia ter sido um homem temível e belo; hoje, entretanto, era apenas o resquício desse homem. A vitalidade tinha sido o custo que o tempo e a sabedoria mundana e arcana cobraram para se fazerem presentes no velho, e era auxiliado o tempo todo por uma jovem de corpo magro e traços suaves.

A lua minguante já mal podia ser vista. Na próxima noite com certeza não haveria luar, e a escuridão seria completa. Esse fato não passara despercebido pela tribo. Noites sem luar eram perigosas, e as lendas antigas ensinavam que eram nas noites mais abismais que os espíritos das trevas se erguiam num uníssono de pesares noturnos, maus agouros, frio e desespero. Era o que a tradição dizia. O povo da tribo precisava se preparar, e período no qual a lua minguava e aos poucos se esvaía era quando, mais do que nos outros períodos, todos cantavam glórias aos deuses e aos espíritos da natureza, pedindo força, sabedoria, proteção, vida. Nesse contexto, o velho xamã era a ponte da tribo com o mundo astral que os cercava, entoando e guiando cânticos aos deuses antigos, espíritos, e antepassados. E assim a madrugada seguiu, até cada homem e mulher se entregar à exaustão de se manter cantando ao redor da fogueira desde o início da noite após mais um dia de luta para sobreviver naquelas terras tão difíceis.

Então todos se recolheram em suas tendas, menos o xamã. A noite estava escura e gélida, mas o homem seguiu com suas orações, pequenos sussurros ininteligíveis aos ouvidos de qualquer um. E assim o tempo passou. Até surgir o grito.

A tribo inteira levantou alarmada; alguns se mostraram armados, preparados para monstros ou estranhos. Nem um, nem outro. Era a pequena pajem do xamã, que aos berros pedia por socorro para seu mestre. O velho encontrava-se jogado na areia próxima à fogueira, como que caído subitamente. Não era possível dizer se era apenas o cansaço, mas a ultima noite parecia ter envelhecido o homem mais do que nunca.

A pequena pajem, desesperada, colocou a cabeça do xamã em suas coxas enquanto a pequena aglomeração de pessoas ao redor crescia.

– Meu guia, meu grande avô, aquele que enxerga no escuro, diga-me se está bem, diga-me o que houve – dizia a menina, começando um leve soluçar.

O ancião chorava. Através de seu rosto profundamente enrugado escorriam gordas lágrimas que deixavam a situação perturbadora. A pajem não conseguia compreender o motivo de seu avô ter subitamente caído e derramado tantas lágrimas. O medo de o avô estar sofrendo de uma doença da idade encheu a garota de pânico. Não poderia e nem queria perde-lo. Mas não seria isso. Não poderia ser. Não havia dor carnal no mundo que fizesse o ancião derramar tantas lágrimas, e tremer-se como um bebê desprotegido numa noite do deserto. As olheiras estavam mais profundas e escuras do que nunca, e as veias saltavam em um ritmo rápido e agonizante na testa e no pescoço do xamã. As lágrimas não paravam de brotar no rosto marcado pelo tempo.

– Não está na sua hora de partir ainda, não é, meu avô?! – choramingava a menina – Então me diga, me diga o que houve. Eu estou aqui. O que aconteceu? O que foi mostrado?

Finalmente o ancião falou. Uma voz arrastada, rouca, antiga e cansada. Falar parecia causar dor e necessitar de um esforço sobre-humano do velho. A garotinha precisou se esforçar para entender alguma coisa.

– A noite é perigosa, mas juntos somos nós...

– Sim, meu avô, juntos somos nós. Não temas, cuidarei de você.

– Não me interrompa – ele disse, arfando. – Eu pedi para ver, criança. E eu vi. Eu vi mais do que nunca. Não foi como os outros augúrios. Eu vi mais longe. Eu vi com estes meus olhos cansados e sujos do tempo. Eu vi – sussurrou, e se pôs derramar mais lágrimas com o olhar vidrado em algum ponto distante.

– Meu mestre, está me assustando.

O xamã pareceu não ouvir o comentário da sua pequena assistente. O olhar ia longe, e as mãos continuavam a tremer. Parecia que não se importava com o medo da neta. Parecia nem estar aqui. Era uma alma frágil, sensitiva, e parecia mais chocado do que nunca. Às vezes tinha visões, mas nunca nada o tinha atingido com tamanha intensidade. Mas prosseguiu:

– Vi força, valor, nobreza e pavor. Almas marcadas, corpos marcados. Um milhar de homens não poderia parar isso. Pelo contrário. O crepúsculo dos homens. Fogo. Fogo por todo o lado, de todas as formas. Os homens se consumindo nas próprias chamas. É pelo fogo, minha querida neta Nella. É pelo fogo que a natureza se renova. É necessário, me foi dito. Mas eu não vou, Nella. Eu não vou.

No segundo seguinte, o ancião desfaleceu com o cansaço da visão. Perdera a consciência para nunca mais tê-la de novo cem por cento. É pelo fogo que a natureza se renova. Nos próximos e últimos meses de sua vida, seria a única frase que conseguiria repetir quando não estivesse chorando ou se lamentando em meio a alucinações.
_____________________________________
Prontera, 07 de Fevereiro, 21h22min.

A casa era obviamente apenas a sombra do que já fora um dia. Era uma região distante dos centros comerciais e mais movimentados da cidade, e só não se misturava à paisagem de tantas outras casas espalhadas nas redondezas porque parecia completamente abandonada aos ratos e insetos. Ocasionalmente as janelas de madeira rangiam quando empurradas pelas lufadas de vento, que também balançavam a grama, que crescia alta no terreno, e os galhos secos de uma árvore que farfalhava ao lado da casa. Era uma região pouco movimentada.

Era uma residência de porte médio que parecia ter sido construída há muito tempo, possuidora de uma beleza arquitetônica colonial, onde uma família grande ainda poderia viver muito confortavelmente. Isso se não estivesse caindo aos pedaços.

Mas havia moradores.

O interior da casa era tão horripilante quanto o exterior, com paredes descascando aos montes, lascas caindo do teto e mofo se desenvolvendo nos locais onde as goteiras surgiam ao menor sinal de chuvas. O piso, feito de lajotas de pedra quadrada, era uma grotesca combinação de sujeira, lajotas quebradas fora do lugar, páginas soltas e livros amontoados em alguns cantos. Havia uma estante de livros completamente bagunçada em uma parede, e próxima a ela havia uma mesa repleta de objetos de estudo. Penas de escrever, tinta de polvo, livros grossos em capas de couro e títulos bastante duvidáveis, um crânio de animal, páginas com a anatomia humana e animal desenhadas, além de alguns outros estranhos objetos, pedras, cristais. Talvez fosse possível que fosse algum tipo de talismã. Talvez não.

Algumas grossas velas ardiam suas chamas pela casa, ocasionando uma iluminação fantasmagórica e pouco eficiente por as velas estarem espalhadas de forma indevida.

E foi carregando uma vela em um pequeno pires que uma garotinha de cabelos e olhos castanhos saiu da cozinha, olhando em direção a um canto onde um sofá acumulava toneladas de poeira e soltava um pouco de espuma de alguns rasgos em seu tecido velho e manchado.

Havia um homem deitado, um jovem. Os cabelos eram igualmente castanhos aos olhos, e sua pele branca e traços finos assemelhavam-se à garotinha que havia acabado de entrar, mas ele parecia bastante mais velho.

– Teremos deliciosas frutas no jantar – disse a menina, com uma voz baixa. – Foi tudo o que consegui hoje. Se eu tivesse que caçar algo, chegaria em casa muito tarde.

O olhar do rapaz nem vacilou ao perceber a doce voz da garota. Continuou olhando para o teto, para além dele. Era um olhar vazio, morto, sem reação. A menina se aproximou.

– Por favor, venha comer algo. Se continuar assim, vai morrer.

Sem resposta. Um rubor começou a surgir no rosto da garota. Ela não aguentava mais.

– Desde que Aruk foi embora nem falar você fala! Se dependesse de você eu estaria morta! Era você quem deveria estar cuidando de mim! – gritou.

Com um rápido giro nos calcanhares, a garotinha subiu as escadas até o segundo andar com movimentos irritados e se fechou no próprio quarto. E assim a noite passou.

02h13min

A porta do quarto rangeu. O peso do sono impedia a garotinha de abrir completamente os olhos. Afinal, tinha sido um dia cansativo. Ela mudou de posição na cama velha, deitando de lado. Deveria ser o vento mexendo a porta.

Uma mão em seu ombro. Alguém sentado na cama no lado oposto ao qual ela estava posicionada. Um susto inicial, mas depois ela percebeu. Era ele.

Ela abriu os olhos. Na posição que estava, via a luz do luar entrando pela janela. Ele estava atrás, na direção oposta da janela, sentado na cama com a mão em seu ombro. Então ele falou. Era difícil reunir as informações em meio ao sono, mas ela compreendeu.

– Me perdoe. Eu sei que não sou mais quem eu costumava ser. Você não merecia ficar todo esse tempo sozinha, Sethit – sua voz saiu baixa e suave, como que para não tirá-la de seu descanso. – Mas você não esteve realmente sozinha. Eu estive esperando a noite de hoje. Tinha que ser eu. Eu vou cuidar de você. E nós ficaremos juntos, e longe daquelas pessoas monstruosas.

Ele acariciou os cabelos de Sethit, e tirou uma mecha que caía em seu rosto. Ela sorriu. Então ele finalmente havia voltado a ser ele mesmo. Tudo ficaria bem. Eles arrumariam tudo, e dariam um jeito de entrar em contato com os outros.

Sethit sentiu o peso do rapaz sumir da cama. Ouviu os passos leves dele em direção à porta. Ela ainda via o brilho do luar cair no quarto. Estava mais leve. Fechou os olhos. Então ouviu a voz novamente antes de cochilar.

– Agora eu posso ver, mas já fui cego. Toda vez que fecho meus olhos não há alívio. Não há outra forma de libertação. Eu não acho que os outros entenderiam. Mas é o preço que todos têm de pagar. Estão me chamando. Veja através das lágrimas, Sethit. Não as deixe atrapalharem sua visão.

Um interminável minuto até a mente da pequena processar aquelas palavras em meio à noite e ao sono.

Um interminável minuto até ela perceber que havia algo errado.

Ouviu a porta da casa rangendo ao abrir, e saltou da cama em um desespero descontrolado. Ele não poderia partir também. Ela não conseguiria sozinha. Era um mundo difícil demais para viver sozinha. Ele não poderia ir. A garotinha correu até a janela do quarto para ver se ele realmente estava saindo da casa.

Ela debruçou-se sobre o parapeito da janela, e então viu.

Ele não estava sozinho. Mas Sethit mal conseguiu ver algo antes de desmaiar quando aquela sensação percorreu sua espinha.
_____________________________________
Catedral de Prontera, 08 de Fevereiro, 17h43min

A maior catedral do reino notoriamente possuía corredores que se estendiam pelo subsolo, criando passagens por dezenas de quartos simplórios e algumas salas de funcionalidade eclesiástica. A missa das seis se aproximava, e havia algum movimento nos corredores.

Emeline, a noviça responsável por auxiliar o Arcebispo que iria presidir a missa das seis, andava à passos largos pelos corredores. Era uma falta de responsabilidade a Arcebispa Lychestein ter pegado as Escrituras Sagradas que seriam usadas na liturgia da santíssima palavra dos Aesir na missa desta tarde. O Arcebispo iria ficar furioso se a noviça não voltasse com as Escrituras antes de a missa começar.

O livro era grande e velho, e precisava sempre ser deslocado com cuidado. Se fosse Emeline quem tivesse tirado as Escrituras do lugar, provavelmente já teria sido enviada para a Abadia para cumprir penitência, isso se não tivesse sido expulsa do Clero. Mas Lyra Lychestein não. Era a Santíssima Arcebispa, a visionária, a Altíssima, a Profeta dos Deuses. Podia mandar e desmandar dentro da Congregação. Era praticamente adorada pela própria Igreja, e tinha um enorme favoritismo dos poderosos naquela mulher. Mas Emeline não acreditava em metade do que Lyra costumava dizer. Ela não tinha como saber essas coisas, essas visões. E olha que Emeline era uma garota de fé. Mas enfim. Passos. Passos. Passos largos. A missão dada pelo Arcebispo era pegar de volta as Escrituras, e não questionar. Então andou até o quarto da Arcebispa Lyra Lychestein.

Finalmente a noviça chegou. Respeitosa, bateu na porta timidamente. Silêncio. Mais algumas batidas. Silêncio absoluto. Olhou para o chão. Da porta do quarto, uma fina camada de água vazava e molhava os sapatos da garota. Estranho. Bateu com um pouco mais de insistência. Nada.

Imaginou todos os tipos de acidentes. Talvez a Arcebispa tivesse escorregado na água. O coração começou a acelerar. Tentou abrir a porta. Trancada. Gritou pela Arcebispa. Sem resposta. Começou a dar escorões na porta, já imaginando que seriam inúteis e que teria de correr por ajuda. Mas não precisou. A madeira velha que compunha aquela porta estava desgastada, e rapidamente cedeu onde deveria.

Então Emeline Flowright viu o que havia acontecido naquele quarto. E gritou com todo o ar de seus pulmões.

[Saga] Os Sete Junior555
Introdução

Midgard está longe de ser aquela terra abençoada pelos deuses onde todos viajam felizes, lutam por honra e glória e vivem em meio ao conforto, conversando e fazendo piqueniques sobre gramados verdes em meio aos sorrisos de seus amigos aventureiros.

Isso é mera ilusão. Apenas os jovens mais acéfalos conseguem manterem-se cegos a respeito do mundo onde vivem, preferindo fechar os olhos pra realidade e apenas usar os músculos para brandir um machado em nome do poder, da riqueza e da adrenalina que almejam um dia conquistar.

O governo é corrupto, a cultura está falida e os mortais decadentes festejam nas tabernas em meio às chamas dos últimos dias. É um mundo no qual as forças do mal e a entropia exercem um poder ainda maior a cada dia, onde órfãos passam fome e frio nas ruas de Prontera e morrem doentes e desnutridos em becos como se nunca tivessem existido, sem ninguém para se importar com o fim de suas vidas. Um mundo onde centenas de famílias foram dilaceradas ou até mesmo extintas em Morroc com a ressurreição de Satã, e os sobreviventes agonizam em miséria.

Conspirações dos poderosos matam tudo e todos que estiverem no caminho deles em busca de mais riqueza e poder, em uma ganância interminável. O crime, organizado ou não, domina o submundo.

Nos últimos tempos, assassinatos começam a ficar mais frequentes nas Capitais do Reino, da República e do Sacro-Império. As noites são suspeitas e silenciosas, mas podem explodir a qualquer momento em violência e desordem.

Intrigas e tensões políticas estão crescendo por todos os lados. A Corte Real de Prontera é hoje, mais do que nunca, um lugar onde qualquer palavra fora do eixo pode ter consequências terríveis. A máscara de cortesia, gentileza e nobreza que se encontra na Corte esconde senhores de sangue azul que não se importariam de derramar sangue vermelho da plebe para seus propósitos, irritantes bajuladores da Rainha Aeslynn que só querem algo para si e apunhalariam qualquer um pelas costas, servos subornados, homens que fariam de tudo para não perder sua posição de honra na Corte. Até mesmo perder a própria honra.

E essa situação se aplica à Republica e ao Sacro-Império em suas organizações de poder. Teorias conspiratórias dizem que o poder, de fato, nem está mais nas mãos dos homens da República, e sim da Rekember.

É um mundo onde o homem é o lobo do próprio homem, e parece que todo esse contexto tem se intensificado nos últimos anos, e mais ainda nos últimos meses.

Há algo errado.

Os absolutamente mais informados sobre as movimentações políticas e sociais – e apenas eles – perceberam estranhos, porém suaves e disfarçados, movimentos nos Estados da República e do Reino. O Sacro-Império de Arunafeltz sempre fora uma incógnita, então é difícil dizer algo sobre ele.

Os mais pobres recorrem mais do que nunca à fé e ao auxilio dos ricos, e surgem moradores de rua tidos como loucos que profetizam coisas como hecatombes ou o próprio Ragnarök. Com o passar dos meses, começam a surgir notícias sobre seitas estranhas espalhando-se por toda a Midgard.

E então surgem os fatos que realmente chamam a atenção de alguns membros da Ordem das Valquírias. Suicídios, desaparecimentos. Espalhados pelo continente, o suicídio de diversas pessoas, importantes ou não, multiplicaram-se notavelmente. Mas nos tempos atuais é difícil dizer se há algo realmente por trás disso ou se é só uma consequência da dificuldade pela qual o povo passa. Que sempre passou, mas atualmente intensificada.

Está na hora de tentar ligar os pontos, se é que existem pontos.

OFF:
Spoiler:

Lobato
Esqueleto
Esqueleto

Número de Mensagens : 2
Pontos : 4491
Reputação : 0
Data de inscrição : 04/02/2012

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos