[Fic] A Ascensão do Caos

...
Acordou com as primeiras gotas de chuva, e assim que abriu os olhos viu a grande placa de metal a sua frente, toda destroçada. Estava muito pensativo, como ele estava ali, sentindo a chuva? Vendo o que estava a sua volta? Havia acabado de se encontrar com Déborah no plano espiritual, e fora ressuscitado?
Levantou-se devagar, por sinal havia mesmo sofrido uma enorme queda, pois seu corpo doía a cada movimento realizado para manter em pé. Olhou para o céu, e não deixava de admirar o toque de cada gota d’água que passava pelo seu rosto, agora tinha certeza, sobreviveu à queda.
Não agüentou fica de pé por muito tempo, logo estava caído de joelhos no chão. Talvez a pedra que ele segurou tenha aliviado um pouco a velocidade da queda, talvez nem fosse tão alto assim. Havia perdido sua espada e seu escudo na queda, e o resto de seus equipamentos estava lhe causando desconforto. A dor era ampliada pela pressão da armadura Legionária, removeu placa por placa da armadura, retirou as Grevas, cobriu-se com sua capa e se apoiou na parede do abismo. Andava calmamente em direção oposta a placa de metal, que agora estava encharcada de água. Aproveitou a chuva para colocar água em seu Elmo e beber um pouco.
Caminhar era muito esforço para o vigoroso Templário. Deitou-se de costas no chão e observou o céu escuro, que em pouco espaço de tempo era iluminado por raios que cortavam o céu, fazendo o relâmpago brilhar e iluminar o local.
Algum tempo se passará o templário já tinha forças para andar mais alguns metros antes de cair novamente de dor. Estava com fome, por tempos não comia, estava com muitos problemas a resolver, mal se lembrava a ultima vez que havia saciado aquele fantasma que era a fome. Porem, era um abismo, não havia nada comestível no local, finalmente seu treinamento com instinto de sobrevivência valeria de algo afinal.
Continuou a andar, devagar e sempre mantendo o ritmo, havia conseguido ficar mais tempo sem cair ou tropeçar. A chuva já havia parado, e o Templário continuava andando.
Ouviu uma voz, uma voz feminina, olhou para os lados, mas nada viu, no mesmo instante lembrou-se de Sylphie Eatos, se ao menos ele tivesse se despedido pessoalmente, por que ela tinha que partir para Hugel? Ele a amava, seu coração não parava de lhe bater com isso na cabeça, não estava arrependido de ter saído atrás da arruaceira e ter ficado naquelas condições.
Andava de cabeça baixa, pensava qual seria a reação dela ao saber de sua morte. Levantou a cabeça e se viu mais uma vez em meio à escuridão...