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[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta.

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Mensagem por Lothar S. Mustang Ter Mar 23, 2010 11:09 am

[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. Crossr



- 1º Temporada -


     Prólogo - Uma promessa não cumprida.



   - Ayothaya / Juno 4 / 20:34 P.M. -


       A neve caia do lado de fora da casa aonde Lothar e Déborah estavam. O templário vestia um casaco enquanto a Odalisca a suas costas tentava convencê-lo a ficar:

       - Lothar, fica comigo! Por que você tem que sair logo agora?
       - Desculpe Debi, mas é rápido...
       - Humpf! Você adora me deixar sozinha! - Deu as costas a ele e andou até o meio da sala.

       Incomodado, Lothar caminhou até perto dela. A odalisca evitava olhar nos olhos dele.

       - Calma, eu prometo que será rápido... - Gentilmente ele puxou o rosto de Debi para sua direção.
       - Você não pode fazer isso outra hora? - Ela fazia bico.
       - Não vou demorar mais que duas horas. Por que não faz um chocolate quente enquanto isso? - Ele sorriu.
       - Seu chato... - Novamente ela virou o rosto para longe dele.

       O homem suspirou e a surpreendendo lhe deu um forte abraço, seguido de um longo e aquecedor beijo. Debi correspondeu ao beijo, embora ainda estivesse um pouco chateada com ele.

       - Você joga sujo comigo... - Ela resmungou.
       - Desculpa, mas foi preciso. - Ele a soltou e saiu pela porta olhando para trás. - Só duas horas. Eu prometo! - Piscou.

       Assim o homem sumiu de vista em meio aquela fria noite de inverno e embarcou no pequeno navio que o levou a Alberta.



   - Monastério de Prontera / Juno 4 / 21:20 P.M. -


       Os passos de Lothar ecoavam por todo o grande salão vazio. Não havia mais ninguém ali para lhe fazer companhia excerto pelos cadáveres dentro dos túmulos ao redor da câmara.
       Ele adentrou algumas salas levando alguns minutos até chegar aonde queria. Uma capela mal iluminada e pequena estava a sua frente no fundo da última câmara. As paredes gastas estavam cobertas de teias de aranha e o ar era carregado. Na parte de trás atrás dela haviam um enorme desenho de uma adaga em forma de cruz.

[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. Crossbyinsomniamaniac

       Lothar permaneceu lá, olhando aquele desenho de forma quase hipnótica. Estava tão focado, que sua distração o impediu de perceber a aproximação de alguem até que fosse tarde demais. Os passos firmes atrás do templário anunciaram a sua aproximação somente quando ele estava a alguns metros de distância.
       O homem permanecia de costas esperando uma ação do outro. O mistérioso então começou a falar, cada palavra entrou como estacas de gelo no corpo de Lothar o fazendo suar frio:

       - Você tem muita coragem de mostrar sua cara aqui de novo! - A voz era firme e grossa.

       O susto o deixou completamente de guarda baixa e quando girou em seus tornozelos para encarar o estranho tudo aconteceu muito rápido. O brilho cromado de um rifle a queima roupa e um vulto de longos cabelos dourados foi tudo que os olhos de Lothar exergara em meio aquele salão úmido, sujo e escuro.

       Bang!

       O som do disparo ecoou por dentro da capela como um trovão. Do lado de fora alguns pássaros nas árvores ao redor voaram para longe espantados com o barulho.
       Tudo foi ficando cada vez mais escuro enquanto o homem encarava a expressão fria no rosto do atirador. Seu corpo ficava pessado demais para suas pernas e seus joelhos cederam enquanto sua visão se tornava uma imensidão negra. O chão frio e duro de pedra tocando-lhe a face foi a ultima coisa que sentiu antes de apagar.



   - Ayothaya / Juno 4 / 00:00 A.M. -


       O relógio cuco tocava sua décima segunda vez enquanto uma odalisca preocupada olhava pela janela na esperança de que visse o seu amado retornando.
Muito mais do que duas horas se passaram e ele não apareceu...


Última edição por Lothar S. Mustang em Seg Fev 07, 2011 7:26 am, editado 13 vez(es)
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[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. Empty Re: [Campanha] cRosS† - O passado sempre volta.

Mensagem por Lothar S. Mustang Ter Mar 23, 2010 11:10 am

     Capítulo 1 - A Cruz e a Adaga



   - Monastério de Prontera / Juno 6 / 22:00 P.M. -


       Sob o comando de Debi, a expedição que incluía na maioria a Organização VII estava reunida na entrada do monastério. A odalisca, furiosa, falava cada palavra de forma a se segurar:

       - Duas horas, sei! Como eu ainda acredito nele? - Resmungava.
       - Mantenha a calma, ele deve ter tido um motivo. - Thelastris colocou a mão no ombro dela.
       - Não o defenda, Thel!

       Ao redor delas, o resto do grupo discutia sobre o assunto:

       - Por que o Zy viria a um lugar assim? - Kuro se perguntava.
       - Vai ver ele teve saudade dos velhos tempos. - Comentou Koni.
       - Verme, aqui vivem os monges, não os templários! - Junei berrava.

       De fato, nenhum deles tinha pistas. Debi tomou a dianteira entrando no monastério seguida pelos outros. Havia um monge com uma aparência já amadurecida e alguns poucos cabelos brancos no caminho, o mesmo impediu a passagem deles:

       - O horário de visita acabou. - Ele falou com sua voz grave.
       - Temos que entrar! É urgente! - Falavam em vão.

       Por mais tentativas que fizessem, o monge não deixaria nenhum deles entrar, e sabiam que uma luta ali estava fora de questão. A unica alternativa restante era achar outro caminho.
       Thelastris teve a idéia de escalar o penhasco aonde o monastério estava instalado pelos lados. Kuro e Koni trocaram olhares de desaprovação a idéia, enquanto Junei só resmungava interminávelmente. A odalisca foi a unica a aceitar a idéia da mercenária a princípio.
       Não haviam outras opções e o grupo guiado por Thel e Kuro foram na frente do resto pelo caminho das rochas. Levaram alguns minutos para chegar até o outro lado e escalar adentrando do monastério, mas todos conseguiram realizar o trajeto em segurança.

       - E agora, qual caminho? - Perguntavam.
       - Esperem aqui, vou investigar. - Thel falou sumindo com furtividade e caminhando pelo lugar.

       Enquanto o grupo esperava uma resposta da mercenária, passaram a discutir entre si sobre os acontecimentos:

       - O que vocês acham que possam ter acontecido ao Zy? - Kuro perguntou.
       - Talvez os monges tenham pego ele. - Riky comentou quebrando seu silêncio até então.
       - Duvido! Aquele mentiroso não ia ser tão descuidado! - Resmungava a Odalisca.

       Thelastris voltou após alguns minutos. Ela observou o padrão de ronda dos monges no local e os guiou por eles lentamente. O grupo foi caminhando até o cemitério.
       O local estava deserto, excerto pelas memórias dos falecidos e o pequeno grupo. Entre as lápides com flores deixadas para os mortos, uma delas chamou a atenção do grupo. Em seu epitáfio estava escrito: “Em memória de cRosS” e logo abaixo continha um desenho de uma adaga em forma de cruz com fina brecha que tinha espaço para uma lâmina pequena ser inserida.
       O grupo investigou a pedra de todas as formas sem obter resultado. Então Thel teve a idéia de colocar uma adaga na fenda, mas ao fazê-la uma corrente elétrica atravessou a arma até sua mão. Kuro tentou com sua espada, mas teve o mesmo resultado.
       Enquanto tentavam decifrar o enigma, Debi teve uma lembrança de ter visto uma adaga dessas em algum lugar. Era de casa, em Ayothaya. Lothar tinha uma dessas.
       E com a ajuda do aeroplano de Dook, a viagem durou apenas algumas horas.



   - Casa do Lothar / Juno 6 / 2:38 A.M. -


       A odalisca rapidamente encontrou a caixa. Ela abriu sem perder tempo, mas infelizmente não encontrou nada.
       Decepcionada jogou a caixa longe. A mercenária tentava acalmá-la, enquanto Kuro pegou a embalagem e examinou. Estranhamente ela era bem pesada pro tamanho e parecia maior por fora que por dentro. Ele sugeriu que era um fundo falso, confirmando sua teoria por quebrar a caixa e revelar a adaga. A mesma parecia feita de metal puro, mas estava muito gasta e junto dela um papel caiu com a seguinte mensagem: “Use em caso de emergência. Z”.
       De posse do item eles voltaram ao monastério.



   - Monastério de Prontera / Juno 6 / 5:49 P.M. -


       Já estava amanhecendo quando chegaram. O mais rápido que podiam eles chegaram na lápide. Thel segurando firme a adaga, ainda com um pouco de hesitação a inseriu na fenda. O som de eletricidade correndo foi ouvido, porém nada mais aconteceu.
       Novamente eles investigaram a pedra sem sucesso, até Koni sugerir que eles girassem a adaga, mas quando Thel tentou fazer isso ela se partiu deixando metade dentro da fenda.

       - Boa! Você é muito forte! - Kuro comentou.
       - Não é minha culpa! Foi essa adaga velha! - Respondeu a mercenária.

       A discussão breve foi interrompida pelo barulho de pedra se movendo. A tampa da lápide abriu, deixando a passagem livre por uma longa escadaria. Todos olharam um para a cara do outro e seguiram na frente, guiados por Thelastris e seguido por Debi, Dook e Kuro. Entretanto, antes do resto do grupo entrar, a mercenária pisou em um degrau que afundou, ativando um dispositivo que trancou a entrada por onde eles vieram. O resto deles haviam ficado para trás do lado de fora.

       - Droga! - Kuro socava a entrada fechada.

       Com um novo ruído de pedra e os degraus se inclinaram transformando as escadas em uma rampa por onde todos rolaram. A decida foi dolorosa, embora rápida, até o final onde havia um longo corredor.



   - Local Desconhecido / Juno 6 / 6:22 A.M. -


       O longo corredor pelo que o grupo atravessava terminou em um salão com 7 portas ao redor. Cada uma delas continua uma palavra respectivamente: Orgulho, Inveja, Ira, Preguiça, Ganância, Gula e Luxúria. Acima das portas, uma grande frase escrita “Julgue a si mesmo e ache o caminho da luz” era encontrada.

       - Julgar a si mesmo? O que significa? - Dook perguntou.
       - Aquelas palavras na porta, são sete pecados capitais da religião do Detto. - Thel comentou. - Acho que devemos cada um entrar na porta que represente o nosso pecado...
       - Pecados? Eu como muito, mas... - Kuro pensava.

       Cada um deles olhavam uns aos outros e a si mesmos, até finalmente começarem a entrar.

       - Aquele que se diz pecador, confesse seus pecados. - Era o que a voz na sala de cada um dizia a princípio.

       A princípio todos ficaram confusos, mas Thelastris foi a primeira a completar o teste.
       Ela confessou sua inveja das pessoas de vidas simples e ignorantes, que não tem grandes responsabilidades como a mesma. Após a confissão uma luz branca a guiou para fora da sala.
       Enquanto isso na sala de Dook, ele fazia o contrário. Quanto mais ele liberava sua ira dentro da sala, mais seu corpo era apertado por cordas invisíveis.
       Debi estava com problemas no que dizer na sala da Luxúria. Tomou algum tempo até ela entender e responder as perguntas que lhes foram feitas, mas no final o caminho da luz se abriu para a odalisca.
       O justiceiro já estava sentindo seu corpo sufocar e ficar imóvel. Nesse momento ele começou a se acalmar e o aperto foi ficando mais fraco na medida que ele meditava.
       Na porta do orgulho, Kuro estava vendo flashbacks de seu passado como uma criança Akuma que era orgulhosa demais para ficar perto dos outros. As lembranças o deixaram triste e mostraram a ele seus erros. A compreensão de seu pecado o fez atravessar o caminho luminoso.
       Finalmente, na sala da ira, Dook aprendia a controlar sua raiva e também a atravessou.



   - Salão da Capela / Juno 6 / 8:04 A.M. -


       Já do outro lado das portas, os quatro se reuniam e observaram ao redor. A grande sala onde tinha parado era aberta e ocupada somente por uma pequena capela que ficava no centro. Na parede mais ao inferior da sala, notava-se a enorme pintura de uma adaga em forma de cruz.
       Uma vez nesse novo ambiente, o akuma rapidamente olhou o interior da capela e não notou qualquer anormalidade. Entretanto, através de uma janela nos fundos da construção, o cavaleiro viu algo que chamou a sua atenção. Ele saiu da capela e a cruzou, dando a volta até chegar aos fundos. Para sua surpresa, viu na parede embaixo do desenho da cruz um emblema da VII preso por uma adaga exatamente como a de Lothar, que perfurava violentamente o metal até as rochas. Tanto o brasão quanto a parede estavam cobertos por um líquido vermelho que parecia sangue. Repousando no chão ao lado esquerdo, estava algo que parecia um corpo coberto por um longo pano branco.

       - Hei, venham ver isso! - Ele gritou para os três que vieram correndo.

       Todos olhavam tensos o corpo coberto, não haviam marcas de sangue no pano. Lentamente Kuro puxou o pano. Nesse momento o coração da odalisca estava disparado.
       O corpo embaixo do pano era de Lothar.

       - Essa não! - Exclamou Kuro.

       Debi continha forçadamente as lágrimas enquanto Thel e Kuro se aproximaram dele. Com um rápido olhar viram as marcas de um disparo na altura do peito de Lothar, mas nenhuma cicatriz ou marca dele ter sido ferido. A mercenária levou sua mão até o pescoço dele:

       - Ainda está respirando.
       - Zy! Fala comigo, Zy! - A odalisca correu até Lothar e deu tapinhas de leve em seu rosto enquanto chamava seu nome.

       Lentamente ele foi abrindo os olhos.

       - Quem são vocês? - Ele falou quase sussurrando.
       - Somos nós, Zy! - Kuro comentou.

       Debi o abraçou com força, mas o homem não parecia estar entendendo nada.

       - Eu não sei quem são vocês... - Ele falou triste.

       Debi e os outros se afastaram e olharam para ele.

       -Vocês me conhecem?

       Trocaram olhares preocupados. Parecia que ele tinha perdido sua memória. Debi se afastou do grupo enquanto Kuro tentava ver se Lothar lembrava de algo.

       - Calma, o pior já passou. - Thel levou a mão ao ombro de Debi e falou gentilmente.

       Lothar se levantou e começou a andar pelo lugar, Kuro observava próximo.

       - Calma, fica parado! - Segurou o braço de Lothar.

       Por mais força que fizesse não era capaz de se livrar do aperto, então com a mão livre puxou a cortina, revelando atrás dela uma peça de tapeçaria muito bonita e com um ar divino. Nela havia a imagem de uma mulher carregando uma criança com uma aura ao redor.

[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. Madonnaandchildbyninebr

       O grupo olhou por algum tempo o desenho admirado.

       - O que é? - Kuro perguntou.
       - É uma imagem do nascimento do filho de Deus, na mesma religião que o Detto.
       - Virgem Maria.... - Lothar falou involuntariamente.

       Finalmente eles voltaram para fora do salão. Thel que desconfiava que Lothar soube-se mais sobre esse lugar o recomendou a tentar lembrar como se saia. Ele comentou algo sobre uma escada e começou a procurar nos túmulos por perto. Até que achou um botão escondido que abriu uma escada na parede, ela levava até o teto, aonde havia uma grade que podia ser aberta e dava para fora.
       Eles saíram nos arredores do cemitério de Prontera, atrás da igreja.


   - Cemitério de Prontera / 06 de Junho / 8:39 A.M. -

       - Oh! Então há uma conexão subterrânea.... - Thel comentou.
       - Obrigado pela ajuda. Agora eu cuido do Zy sozinha. - Debi que estava em silêncio falou aos outros.

       Concordando eles os deixaram. A odalisca se aproximou de Lothar e segurou em sua mão, enquanto com a outra tocava seu rosto.

       - Você realmente não se lembra de mim? - Ela perguntou.
       - Desculpe, mas não...

       Ela ficou em silêncio segurando o choro, enquanto o homem olhou os anéis em suas dedos.

       - Nós somos... Casados?
       - Sim, somos.
       - Então, sinto muito por fazer você sofrer... - Ele abaixou a cabeça triste.
       - Não sinta. Eu podia estar mentindo para você.
       - Eu posso... Testar uma coisa? - Ele perguntou inocente.
       - Claro. - Respondeu desanimada.

       Ele a abraçou e beijou seus lábios espontaneamente. Embora surpresa ela correspondeu ao beijo. Lothar não sabia por que, mas tinha uma forte sensação de Dejá vu. O beijo durou vários segundos e parecia que era mais quente, mas apaixonante. Logo ambos se soltaram quase sem ar.

       - O que aconteceu com você? - Debi perguntou.
       - Não sei. Mas sinto como se estivesse vivo, depois de muito tempo...

       A odalisca levou Lothar até sua casa, no caminho ambos ficaram em silêncio. Pensativos.


Última edição por Lothar S. Mustang em Seg Fev 07, 2011 7:40 am, editado 6 vez(es)
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[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. Empty Re: [Campanha] cRosS† - O passado sempre volta.

Mensagem por Lothar S. Mustang Ter Mar 23, 2010 11:10 am

     Capítulo 2 - Sob as areias do deserto



   - Ayothaya / 13 de Junho / 22:00 P.M. -


       A odalisca preparava alegremente o jantar. A uma semana havia cuidado de Lothar, embora não tenha tido sucesso em recuperar sua memória, por outro lado, ela gostava. Ele passava muito mais tempo em casa com ela.

       - Zy, espero que esteja com fome. O jantar vai estar pronto em 5 minutos. - Falou da cozinha.

       Debi não escutou uma resposta e foi até a sala ver o que tinha acontecido. Ela usava por cima das roupas um avental e ainda segurava a colher de pau que usava. Não havia ninguém na sala e a porta estava entre aberta.
       Ela respirou fundo e tentou contar até dez, mas não foi o suficiente para se acalmar. Com raiva ela apertou a colher de pau até quebrar e arrancou o avental enquanto saia a procura de Lothar, mais uma vez.

       - Se ele não estiver morto, eu vou matá-lo! - Resmungou.



   - Acampamento de refugiados de Morroc / 13 de Junho / 00:00 A.M. -


       O grupo que Debi reuniu as pressas estava composto por Kuro, Thel e Link. Segundo ela descobriu, Lothar estaria nos arredores de Morroc. Sua busca consistia em perguntar aos mercadores noturnos ao redor.
       Até que acharam uma pista:

       - Com licença, senhor? - Thel tocou no ombro de um homem.
       - AAAAAHHHH!!! - Assustado ele se encolheu.
       - Não grite! - Link falou de forma ameaçadora.

       O homem se encolheu mais e parecia não falar até que o caçador fosse embora. Os três olharam com raiva para Link.

       - O que? - Perguntou ele incomodado com os olhares.
       - Vamos dar uma volta por ai. - Kuro o puxou pra longe.

       O homem agora parecia mais calmo. As perguntas que a mercenária e a odalisca fizeram ajudaram a descobrir o paradeiro de Lothar. Aparentemente ele saiu junto de uma equipe de transporte que iria tentar atravessar o deserto de Sograt. Lothar inclusive havia deixado um recado com o homem:

       - Ele me pediu para que se uma Déborah viesse procurar por ele, para eu dizer que ele estava indo para o deserto. - O homem assustado falou.
       - Mas o deserto do leste... Essa não! - Debi se assustou.
       - É uma expedição suicida! - Thel sussurrou.

       As duas saíram correndo para fora do acampamento enquanto chamavam Kuro e Link no caminho. A exploração tinha sido a menos de 1 hora atrás, se fossem rápidos ainda podiam alcançá-los.


   - Deserto de Sograt (Fenda Dimensional) / 13 de Junho / 00:31 A.M. -

       O ambiente era sinistro. Plantas e cactos mortos, a areia parecia sem minerais. O cenário completamente devastado trazia alguns perigos. Link tentou usar Inaysia para encontrar algo, mas os fortes ventos carregando areia não permitiram a ela voar muito alto.
       Eles andaram cobrindo a maior área possível sem se separarem muito, porém Kuro se perdeu no caminho.

       - Kuro, cadê você? - Link falava pelo comunicador.
       - Aqui, no meio da areia.
       - Ô, grande descrição! - Resmungou.

       Os 3 voltaram a procurar a caravana, mas não viram nada. Enquanto isso, Kuro tinha a forte impressão que alguém o observava. Ele olhou ao redor mais não viu nada, até que algo agarrou seu pé e o puxou para dentro da areia.

       O trio longe dali não tinha nenhuma pista de onde podia estar o Lothar. Para piorar uma forte tempestade de areia havia começado. Thelastris sentiu uma sensação de estar sendo observada e alertou a todos. Foi então que passando rápido por eles, algo se arrastava por dentro da areia. O grupo surpreso se afastou enquanto a criatura passava e jogou algo pra fora do caminho por onde passou.
       Era Kuro, que estava com areia até nas meias.

       - Olha, é o Kuro! - Link comentou.
       - Beargh! - O cavaleiro cuspia um pouco de areia.

       O susto foi seguido de outro. A areia aonde pisavam começou a ficar mole e instável. Eles sentiram seus pés afundarem de leve, até que um redemoinho se formou, puxando eles. Debi e Link tiveram a sorte de esquivar, mas Kuro e Thel foram sendo puxados.
       No centro do redemoinho, duas enormes pinças saíram. A criatura de antes estava atacando.

       - Kuro, pegue! - O caçador jogou para ele uma Claymore Trap.
       - Peguei! - Kuro tentou então jogar ela na direção das pinças, mas fracassou.

       Assim, ele e a mercenária foram engolidos pela areia e sumiram de vista:

       - E agora?! - Perguntou estupefato e recebeu um olhar irritado de Debi. - Errrr... Deixa pra lá.

       Os dois foram surpreendidos pelo som de turbinas. Ao olharem para cima reconheceram o aeroplano de Dook. O próprio veio descendo por uma corda e a nave se afastou em seguida.

       - Olá. - Falou apenas.
       - Agora que o perigo passa ele aparece! - Resmungou Link.
       - Alguém pode me explicar o que acontece? - O justiceiro perguntou.
       - Kuro e Thelastris foram puxados pra dentro da areia...
       - E o Zy sumiu de novo. - Completou irritada a odalisca.

       Na discussão seguinte eles concordaram em procurar no sub-solo. Mais precisamente, no formigueiro infernal.



   - Formigueiro Infernal / 13 de Junho / 1:46 A.M. -


       O ambiente estava muito silencioso. As formigas tinha sobrevivido a destruição de Morroc, algumas rachaduras eram visíveis, mas nenhum sinal das formigas andando de um lado para o outro.
       O trio rapidamente encontrou destroços de madeira. Pertenciam a uma carruagem usada para atravessar o deserto. Um emblema perdido com as inscrições “Transportes Ícaro” confirmavam suas suspeitas:

       - Era a expedição do Zy... - Link falou baixo.
       - Eles foram seqüestrados pelas formigas para servirem de casulo para os ovos! - Dook respondeu.
       - Na verdade eu acho que foi a coisa de antes... - Suspirou.
       - Que coisa?
       - A que puxou Kuro e Thel.

       Debi tremia discretamente, seu medo é que Lothar pudesse estar morto. Sem mais opções eles seguiram pelos corredores. Enquanto caminhavam, Dook usava uma tocha improvisada. Ao longe eles avistaram dois vultos.

       - Cuidado! São formigas! - Sem cerimônias o justiceiro atirou.

       Do outro lado, Kuro sentiu uma bala passar raspando por seu chifre direito. Ele e Thel ficaram atentos e viram que eram seus amigos do outro lado.        Entretanto, Dook e os outros não notaram isso.

       - Dook, seu animal! Bebeu água suja? - Berrou a mercenária.
       - Eles estão fingindo serem nossos amigos! - Dook respondeu a Link.

       Ambos, o caçador e o justiceiro ficaram atirando contra os dois sem imaginar quem eram de verdade.

       - DOOK, VOCÊ MIJOU NO MEU VASO!! - Em meio a projéteis Kuro avançava furioso.
       - Essa não! Eles lêem mentes! - O confuso justiceiro comentou.

       Após muitos disparos, o cavaleiro e a mercenária conseguiram se aproximar o suficiente para serem vistos:

- Ah, eram vocês. Por que não avisaram? - Perguntou Dook.
- POR QUE NÃO AVISARAM?! - Enquanto arrancava uma flecha, Kuro gritou.
- Estamos mais seguros com a coisa do deserto! - Furiosa, Thel resmungou.

Um grito alto que ecoava pelas grutas do formigueiro chamou atenção de todos. Ele vinha bem do fundo. Os 5 apressaram seu caminho até lá. Durante todo o percurso não haviam 1 formiga se quer. Finalmente chegaram, a câmara da rainha.


   - Câmara da Rainha / 13 de Junho / 2:11 A.M. -

Logo que chegaram eles viram as formigas reunidas em volta de 3 seres. Um era a rainha Maya, acuada e com medo num canto. Seu agressor era provavelmente o monstro do deserto. Um enorme inseto que lembrava um escaravelho, com enormes pinças na altura da boca. Seus olhos esbugalhados eram bizarros.

[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. 275px-Amano_Antlion

Finalmente, no meio dos dois monstros estava Lothar, lutando com apenas um bastão de madeira.

- Mas que diabos!? Zy seu... - Kuro correu na direção dele.
- Eu estava certo! Vocês vieram! - Sorriu.
- Eu espero que isso não tenha sido um plano seu!
- Não exatamente.

O resto deles chegou. A odalisca pulou em cima de Lothar e deu socos em cima dele.

- Seu grande idiota! Por que fica fazendo isso comigo? - Ela estava com os olhos marejados.
- Ahhh! - Lotha se defendia apenas.
- Acho que esse não é um bom momento. - Link comentou olhando os dois monstros.
- Então, qual deles devemos matar? - Kuro perguntou.
- Os dois! - Dook carregou seu lança granadas.
- Não! Ataquem apenas o Antlion! - Lothar respondeu apressadamente.
- O que é um antlion? - O caçador perguntou.

O escaravelho gigante deu um berro grave.

- Isso responde a sua pergunta? - Thel falou irônica.
- Eu não tenho como lutar, conto com vocês! - Lothar se afastou uns passos. A odalisca ficou perto dele.

Dook, Thelastris, Kuro e Link tomaram a dianteira na batalha. Kuro escalou o corpo do Antlion em busca de um ponto fraco, enquanto Thel e Link faziam o mesmo com seus ataques. Dook foi quem descobriu, acertando uma granada na parte traseira do bicho e explodindo parte dela. Ferido ele recuou para o solo, donde permaneceu atacando com as pinças que estavam do lado de fora cortando tudo por onde passavam como duas faças. O justiceiro teve a idéia de usar seus pergaminhos de rajada congelaste para parar as pinças. Deu certo, e os outros acertaram elas em seguida, fazendo as rachar.
Acuado, o Antlion se afundou por completo e ficou espreitando os outros. Usou novamente seu ataque de redemoinho de areia, mas dessa vez não foi tão fácil para ele. Thel esquivou com Kuro, deixando Dook e Link bombardearem o bicho. Esses constantes ataques destruíram suas pinças e o forçaram a subir para o solo de novo. Com um grito ameaçador ele fez menção de atacar, mas simplesmente parou e caiu no chão. Imóvel. Morto.

- Ok, quem é o próximo? - Link falou apontando uma flecha para Maya.
- Já chega, caçador! - Lothar correr para frente da rainha.
- Virou protetor das formigas, é? - Retrucou ele.

Todos deram um olhar de desaprovação para Link.

- Eu só estava brincando. - Respondeu intimidado e abaixando o arco.

Lothar fez um sinal para Maya, dizendo que ela podia ir. Meio desconfiada ela se foi com suas formigas.

- Agora nós podemos ir? - Thelastris comentou.
- Ainda não. - Lothar respondeu andando até o corpo do Antlion.

Todos olharam com nojo quando ele levantou parte do exoesqueleto dele, revelando uma parte mucosa e líquida. Sem se importar, ele meteu a mão nos liquens em busca de algo e achou.

- Eu sabia... Foi você! - Puxou a mão trazendo gosma, mas no meio dela, algo brilhante.
- O que é isso, Zy? - Debi perguntou.

Em suas mãos, ele tinha uma adaga. A sinistra adaga em forma de cruz.
Com ela em mãos, o homem sentiu uma forte pulsação. O mesmo aconteceu com os outros.

- Ei, vocês sentiram... - Kuro falou.
- Sim... - Thel respondeu.

Novamente e Lothar caiu de joelhos no chão. Eles correram para ajudar ele, mas um brilho vindo da adaga os deixou parcialmente sem visão.


   - FlashBack / Data desconhecida / Horário desconhecido -

Quando puderam ver outra vez, tudo parecia estranho. Estavam na igreja de Prontera, tudo estava cinza e lento no ambiente. Lothar não estava com eles e uma rápida inspeção fez eles notaram que haviam vários templários e na frente, no altar, três pessoas.
Se aproximaram e viram o rei Tristam III, agora tinham certeza que isso não era real. Junto dele estavam o senhor dos templários e um jovem que parecia estar na sua cerimônia de formatura da ordem.

- Quem é? - Perguntou Kuro.
- Zy? - Debi falou quase num sussurro.
- Olha pra ele! Supostamente devia manter esses votos para sempre! - Link riu.
- E você só devia deixar os mercenários num caixão! - Debi respondeu de volta.

Link se calou e foi pra junto de Kuro, enquanto a odalisca gentilmente levava sua mão até o rosto de Lothar, mas ao estar bem próxima, ela o atravessou.

- Nada disso é real mesmo. - Thel comentou.
- Então o que é? - Debi perguntou.
- Talvez, uma memória...

O jovem Lothar se levantou orgulhoso e caminhou para fora da igreja sendo aplaudido por seus companheiros. Kuro e Link tentaram seguir, mas era impossível deixar a igreja.
O cenário ao redor deles tremulou e começou a sumir deixando só uma luz branca, bem quando estava para desaparecer, Thel pensou ter visto mais uma pessoa no canto do olho. Mas era tarde para identificar.


   - Câmara da Rainha / 13 de Junho / 2:57 A.M. -

Todos voltaram ao local de origem. A câmara estava deserta, excerto por eles.

- Estou confuso... - Kuro comentou.
- Somos dois. - Falou Link.
- Isso foi o meu passado. - Lothar que agora estava de volta, respondeu. - Uma lembrança de quem eu sou. Eu me lembro.
- Sério? - Debi abriu um sorriso.
- Sim. - Lothar por outro lado, não estava alegre. - Mas é só disso que eu lembro, quem sou eu... O resto ainda é uma névoa escura para mim.

A odalisca voltou a ficar com o olhar triste.

- Fizemos um bom avanço aqui. Vamos voltar por enquanto. - Thel comentou.

Todos concordaram e o grupo retornou a superfície.


Última edição por Lothar S. Mustang em Seg Fev 07, 2011 7:46 am, editado 3 vez(es)
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Mensagem por Lothar S. Mustang Ter Mar 23, 2010 11:11 am

Capítulo 3 - Dejá Vu


- Estação de Hugel / 21 de Junho / 21:00 P.M. -

O aeroplano finalmente pousou na pequena estação de Hugel. Pessoas embarcavam e desembarcavam de forma apressada. Entre eles, um grupo em especial chegava. Zy, Thel, Link, Riky e Koni pisaram na pequena estação junto com os que chegavam de viagem.

- Pra onde agora, Zy? - Thel perguntou.
-Tudo aqui parece tão familiar... - Respondeu Zy.

Eles começaram a descer as escadas da estação quando Zy acidentalmente esbarrou com uma pessoa. Era uma mulher razoavelmente alta, com um cabelo liso de cor rocha que ia até os ombros. Suas roupas era bem diferentes, um colete grosso e calças feitas do mesmo material, todos de coloração azul com detalhes em branco, parecia um tipo de uniforme. Ela tinha uma expressão séria, do tipo que não mostrava emoções:

- Desculpe... - Zy disse, mas não obteve resposta.
- Você vem, Zy? - Koni que estava mais a frente comentou.
- Ah... Claro... - Ele passou pela mulher em direção aos outros.

Ela, ainda com a mesma expressão misteriosa embarcou no aeroplano, que saiu minutos depois.


- Hugel / 21 de Junho / 21:12 P.M. -

Ao descerem para a cidade era possível ouvir a voz de um jovem que não parava de admirar tudo:

- Ohh! Então essa é Hugel? - O noviço exclamava com os olhos brilhando. - É tão diferente de Veins!
- Que garoto escandaloso... - Riky comentou.

Link havia saído na frente do grupo em direção a guilda dos caçadores. Os outros o seguiram.
Lá dentro ele reconheceu a recepcionista, Ribiko:

- Ribiko. - Comentou acenando.
- A quanto tempo, Link! - Ela respondeu.

Riky e Koni haviam notado que o noviço de antes dos seguiam. Eles tentaram se aproximar e perguntar o que ele fazia, mas em resposta só viram ele correr com medo dos estranhos. Terminada a reunião ali, Zy percebeu que não havia nenhuma idéia desse lugar, então eles saíram.
Do lado de fora acharam o garoto escondido em meio ao mato observando e pegaram ele. Assustado se debatia e gritava:

- AHH! POR FAVOR NÃO ME MACHUQUEM! - Implorava.
- Ei, fica quieto, não vamos te machucar! - Koni falou enquanto o mantinha confinado a ele.

Ele estava altamente assustado. E não conseguia parar pra ouvir eles.

- Já chega, soltem ele! - Thel se impôs. - É obvio que não passa de uma criança assustada.

Eles se afastaram deixando ela se aproximar.

- Vai embora agora, ta? - Falou.
- O-ok... Obrigado, senhora! Eu não vou esquecer da sua piedade! - Ele saiu correndo pela cidade a fora.

Terminada a confusão eles foram até o centro, tentar descobrir mais sobre as memórias de Zy. Ao passarem por ela, cruzaram com algumas crianças que pareceram reconhecer Zy e foram embora sem falar mais nada. Ainda enquanto caminhavam o mesmo aconteceu com uma pessoa. Ela esbarrou em Zy e pareceu reconhecer ele, mas fugiu com medo:

- É, você criou um tipo de reputação nessa cidade. - Thel comentou.
- Mas de que tipo? - Ele sussurrou mais para si mesmo.

Eles foram a parte mais rústica das cidades e visitaram uma fazenda. Nela encontraram o dono, que teve a mesma reação dos outros ao ver Zy. Ele se trancou em casa.
Foi então que o homem teve um súbito ataque de raiva e deixou todos para trás correndo pra fora da cidade.

- Lothar! Aonde pensa que vai? - Thel berrou pra ele, mas ele já estava longe.


- Arredores de Hugel / 21 de Junho / 21:49 P.M. -

O grupo achou Zy a alguns metros de Hugel. Ele estava encostado em uma árvore numa pequena colina com uma graminha no canto da boca.
Thelastris o repreendeu por sair correndo daquele jeito, mas Zy parecia irritado com tudo que tinha visto desde de que chegou. Enquanto discutiam, o grupo sentiu um cheio forte de fumaça.

- Fogo? - Comentou Koni.
- Vem do sudoeste! - Link sussurrou.

Quando Zy sentiu o cheio, ergueu seus olhos e se levantou num pulo. Correu até uma parte mais alta da colina, aonde podia ver os campos abertos do sul. Todos olharam para a mesma direção e a visão os espantou.

Enquanto isso, num canto mais remoto do sul de Hugel estavam Marolo e o noviço de antes. A garota havia chegado poucos minutos depois do resto e achou o garoto caído, provavelmente por ter ingerido alguma planta venenosa.

- Ei, você ta bem!? - Ela sacudia o noviço.

Vendo que ele começava a espumar pela boca, ela pensou rápido. Retirou do bolso um frasco de poção verde e o fez beber. Rapidamente os efeitos começaram. O garoto parou de espumar, seu rosto estava mais corado e ele respirava ofegante.

- V-você s-salvou a minha v-vida! - Ele tentava agradecer, mas só tossia.
- Calma! Não se esforce! - Enquanto acalmava o noviço, Marolo sentiu também o cheiro de fogo.

Ela olhou pra direção que o sentiu e também viu o mesmo que os outros.

Um exército de centenas, com garras, presas e asas. Dragões. Todos marchando em debandada na direção de Hugel.


- Hugel / 21 de Junho / 22:25 P.M. -

Marolo carregando o noviço nos ombros corria de volta para a cidade, enquanto o grupo estava fazendo o mesmo. Eles chegaram primeiro, trazendo as notícias ao povo. Porém os habitantes já corriam assustados de um lado para o outro. A maioria se reunia na estação aonde esperavam desesperados pelo aeroplano, mas foram informados que eles ainda levaria uma hora para chegar.

- A culpa é dele! - Uma pessoa gritou na multidão, apontando Zy.
- Sempre que ele aparece isso acontece! - Outra gritou.
- Do que eles estão falando, Zy? - Koni perguntou.
- Não sei... - Zy respondeu.

Vendo que era inútil eles continuarem, o grupo voltou aos portões. Essa área já estava deserta e era possível ver os dragões a menos de 10 minutos de distância. Eles viram Marolo e o noviço vindo em direção a cidade.

- Ah! Senhor Lothar! - Ela estava ofegante.
- Ah!? Você é? - Ele perguntou.
- Não se lembra, Sr. Lothar?
- Conversamos depois! - Thel puxava os dois para trás.

Link colocava várias armadilhas ao redor da entrada para evitar os dragões. Ele atirou em uma delas demolindo os portões e formando uma barreira de escombros. Thel espalhavas gemas vermelhas pelo lugar preparando explosões tóxicas, enquanto Koni usava uma técnica plagiada de Coluna de Pedras para criar estalagmites.
Agora só restava esperar. Faltando alguns minutos para eles chegarem, todos estavam tenso. Era possível sentir os tremores de seus passos nos fragmentos do portão que tremulavam. O som dos passos se misturou com o barulho de trovões e antes que se dessem conta, uma forte chuva começou a cair. Nenhum deles ligava para as gotas, estavam preocupados apenas no que vinha de fora.
Então começou, dezenas de dragões pulando por cima da barreira na direção deles. A princípio as armadilhas que deixaram foram matando os primeiros, mas logo eles foram conseguindo se aproximar e o grupo usou suas armas para lutar. Em meio a cortes, socos, dentadas, chutes e outros ataques, Zy e os outros ficavam em desvantagem numérica rápido. As coisas não podiam estar ficando pior pro lado deles, quando uma flecha vindo do centro da cidade acertou um dos dragões.

- Ribiko! - Link gritou ao ver sua amiga e o resto dos caçadores da guilda prontos para lutar.
- Não comecem a festa sem nós! - Eles disparam chuvas de flechas nos inimigos.

Com a ajuda dos caçadores, eles mantiveram a linha de defesa por algum tempo. Mas os números dos dragões não diminuíam e as flechas estavam acabando. O membros da guilda estavam improvisando tudo que achavam como projeteis.
Quando a situação ficou crítica de novo eles foram obrigados a recuar matando mais alguns pelo caminho. Chegaram ao centro da cidade, aonde começaram a ser cercados. Muitos caçadores tinha ficado para trás e morrido no confronto. Acuado estavam o pequeno grupo, mas o pior estavam por vir.

- Sentiram isso? - Perguntou a mercenária.
- Isso o que? - Riky se virou para ela.

Ela observava uma poça formada pela chuva, a água tremulava estranhamente. Em meio ao som dos trovões que rugiam havia o som pesado de algo. Pareciam passos.
O responsável logo se mostrou. Vindo com tudo e arrebentando o muro de destroços, um hydrolancer fora de controle saiu pisoteando todos os dragões pelo caminho até parar na frente do grupo.

[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. Hydrolancer

Seu rugido bestial afastou os outros Ferus de suas presas.

- O chefe apareceu! - Koni gritou.

Suas três cabeças se moviam rápido, encarando eles. Thel notou algo numa delas. A do meio tinha algo preso a testa. Uma adaga, como as de antes.

- Não brinca! - Thel comentou.
- De novo! Aconteceu de novo! - Zy sussurrou para si.

A chuva forte limpava o sangue que escorria de seus corpos, enquanto eles encaravam a fera. Sem mais delongas o dragão de três cabeças avançou com uma delas pra cima de Thel. A mercenária desviou e tentou um contra ataque no pescoço, mas outra cabeça vindo em sua direção, a fez recuar mais. Koni aproveitou o momento para acertar no peito do dragão, provocando um corte que o enfureceu e o fez avançar no arruaceiro, este por sua vez, escapou com túnel de fuga.
Após o ataque do arruaceiro, Link aproveitou para acertar a cabeça do meio com uma rajada de flechas, o que a deixou desnorteada. Riky então tentou usar seu carrinho para bater no peito do monstro, fazendo ele dar um passo para trás. Os constantes ataques perturbaram o hydrolancer, mas a pedra que Marolo acertou numa de suas cabeças foi o que o irritou mais, fazendo ela isca para o ataque com a boca do monstro, que só pode se defender com seu escudo. A forte mordida da besta despedaçou o escudo e feriu a espadachim, quem enquanto estava caída viu outra das cabeças vindo em sua direção, enquanto não podia fazer nada mais, além de colocar os braços na frente do rosto numa falha tentativa de se proteger. Vendo que a garota não tinha nenhuma chance, Riky bravamente se jogou na frente dele, usando seu corpo como escudo. As presas do dragão perfuraram sua pele e o deixaram gravemente ferido.
Koni que até então estava no subsolo escavou embaixo do dragão, fazendo o solo ceder com ele e no susto largar o alquimista no chão. O noviço que os acompanhavam estava desesperado tentando curar Marolo e Riky, mas sua energia estava se esgotando, enquanto o Hydrolancer continuava atacando.

- Vamos ter que recuar! - Gritava o garoto.
- Não podemos... A adaga! - Zy gritou.
- Você e seus brinquedos... - Thel comentou.

A mercenária correu com tudo pra cima do monstro, desviando de duas bocas das cabeças da direita e esquerda. Ela passou direto pulando na que fica no meio e a escalou, mas antes que pudesse chegar na adaga ela perdeu o equilíbrio e voltou ao solo com um movimento brusco que o dragão fez.

- Você caiu? - Koni perguntou.
- É mais difícil que parece! - Respondeu a mercenária irritada.

O hydrolancer então saiu de sua posição defensiva e se afastou alguns passos. Ele ergueu suas três cabeças de forma intimidadora.

- Estou com medo... - Koni comentou.
- Se vira - The falou em seguida e deixou Koni sem reação.

A cabeça da direita então vê virou para eles com a boca aberta e todos sentiram uma forte onda de calor. As outras duas então repetiram o movimento, aumentando mais a temperatura do ambiente.

- Ai vem pedra! Se abriguem! - Thel comentou enquanto ficava furtiva e se afastava.

Os outros também pressentindo o perigo se afastaram. Koni carregava Riky por um túnel enquanto Link, Zy, Marolo e o noviço estavam escondidos num canto. Não demorou até que as nuvens de chuva se abrissem e delas meteoros começarem a cair.
O estrago na cidade piorava, enquanto o grupo tentava escapar da chuva de meteoros. Os próprios Ferus e Acidus que os estavam cercando fugiram quando o ataque de seu chefe começou a cair. Após alguns minutos, acabou.
Saindo de seus abrigos, o grupo viu que só o Hydrolancer restou na cidade avariada. Eles voltaram a encará-lo.

- Thel, Koni, ataquem comigo! - Riky se levantava cambaleando e os dois concordaram.

O alquimista começou a correr contra o dragão puxando seu carrinho, enquanto seu homúnculo, Yamu, voou acima das nuvens. Koni que estava mais próximo, usou sua habilidade de remover armadura para arrancar algumas escamas no peito do Hydrolancer, revelando um corte profundo embaixo delas. Thel foi a próxima a se mover, furtiva ela chegou perto o suficiente para que pudesse enfiar gemas vermelhas na ferida. Já estando próximo, Riky lançou com força o carrinho contra o bicho e escorreu por debaixo das pernas dele. O impacto também ativou as explosões tóxicas de Thel, causando um enorme estrago no corpo dele. Para completar, Yamu descia dos céus em alta velocidade, como um cometa, acertando em cheio o poderoso dragão, que caia de costas no chão.

- O primeiro que chegar fica com o loot! - A mercenária gritou enquanto subia no corpo do bicho.

Ela se aproximou da cabeça do meio e deu várias investidas com as adagas, arrancando sua carne. Quando as outras duas cabeças vieram para acertá-la, Koni e Riky pularam pra cima, as atacando. O trio massacrava o dragão ferido e em pouco tempo terminaram o serviço. As três cabeças caiam com força no chão, arrancadas para fora do corpo.

- Ah! Acabou! - A mercenária molhava seus cabelos com o sangue do dragão.

A chuva parou minutos depois, enquanto o grupo recuperava seu fôlego. Zy se aproximou.

- A adaga?

A mercenária foi até a testa da cabeça decapitada e puxou a arma, oferecendo ela a Zy. Ele a pegou:

- Preparem-se para a viagem temporal em 3... 2... 1... - Thel comentou enquanto eles sentiam a mesma pulsação de antes.

Logo, os mesmos efeitos anteriores aconteceram.

- Zero!


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Mensagem por Lothar S. Mustang Ter Mar 23, 2010 11:11 am

- FlashBack / Data desconhecida / Horário desconhecido -

Dessa vez os companheiros estavam em uma fazenda, o cenário como da outra vez estava cinzento. Alguns dos novatos se assustaram:

- AHHH! Isso é magia negra? - Gritava o noviço.
- Olá lá! Parece o Zy! - Koni apontou pra uma pessoa mais a frente.
- Calem a boca! - Thel gritou enquanto tentava focalizar bem a imagem.

Um homem sozinho cuidando da plantação, usava uma enxada no solo. Ele era claramente o Zy. Enquanto trabalhava, outro homem, esse de mais idade, se aproximou e tocou seu ombro. Eles trocaram palavras e sorriram. Logo, uma mulher, também de idade, veio até eles trazendo dois copos de limonada. Os dois homens beberam e no rosto do trio era possível ver expressões de felicidade.

Após isso, todo o local ao redor deles parou no tempo. O cenário em que estavam tremulou e voltou-se o clarão de antes.


- Hugel / 21 de Junho / 23:28 P.M. -

O grupo retornou a Hugel destruída. Zy estava de cabeça baixa após essa memória, ele lentamente se afastou de todos.

- Senhor Lothar? - Marolo tentou chamá-lo.
- Me deixem sozinho... - Ele respondeu de volta.

Eles ficaram o olhando de longe com um pouco de pena. Koni tentava explicar para os outros o que acontecia, enquanto Thel tinha ido na frente dar as boas notícias ao povo, mas não saiu tudo como esperado.
Os habitantes ignorantes culpavam a eles mesmos por terem atraído os dragões, e não davam ouvidos a razão, nem o fato deles terem sido salvos ajudavam. Algum rancor que eles tinham, por algo no passado de Zy os faziam julgar o grupo. Quando Riky junto de Zy e do resto se aproximaram, encontraram a mercenária discutindo com a população.

- Chega... Vamos embora! - Zy falou ainda de cabeça baixa.
- É o melhor que vocês fazem! - Alguém da multidão gritou.

Ele começou a passar pelas pessoas em direção ao aeroplano que tinha acabado de chegar, quando no caminho alguém atirou uma pedra que acertou seu rosto. Ele não revidou ou olhou na direção, apenas prosseguiu.

- Está vendo? É justamente isso que eu não estou disposta a me sujeitar! - Thel respondia para os outros.

Após mais alguns minutos de discussão, Thel embarcou com os outros e todos deixaram a cidade para trás. Zy não comentou sobre nada durante a viagem, mesmo quando eles encontraram Debi no aeroporto de Juno. Ela tinha escutado das notícias e estava preocupada com Zy.

“Eu lembrei de tudo. Agora sei por que me odeiam... Eu fiz de novo.”

Ele não conseguia pensar em nada mais alem disso.


- Aeroplano de Vôos Nacionais / 21 de Junho / 22:37 P.M. (Aproximadamente 1 hora antes) -

A chuva batia nas janelas do salão no interior da nave. Os passageiros que tinham acabado de embarcar de Hugel rumo a próxima locação, ainda não sabiam o que estava se passando na cidade nesse momento. Excerto por uma pessoa:

- Alo? - Uma voz feminina falava pelo celular que tinha acabado de receber uma chamada.
- Relatório da Missão... - A voz masculina do outro lado perguntou.
- No presente momento eles já devem ter chegado a cidade.
- Algum contratempo durante a missão?
- Nenhum... Ou talvez... - Parou.
- O que?
- Enquanto deixava a cidade... Eu esbarrei com ele. - Falou baixo.
- Você o que? - Tom de preocupação.
- Não se preocupe. Não deixei em momento algum, meus olhos ou corpo me entregar. - Falou com firmeza.
- Está certa disso?
- Absolutamente. Não houveram desconfianças.
- Muito bem, você é uma boa garota. Não é a toa que é minha “Dama de Ferro”... - A voz do outro lado deu uma risada breve. - Você fez a sua parte por hora. Desligando. - A pessoa desligou a chamada.

Sentada em uma cadeira, a mulher de cabelo roxo e roupas azuis fechou o celular após a chamada. Ela se recostou na poltrona olhando pela janela a chuva com um olhar inexpressivo.

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Mensagem por Lothar S. Mustang Ter Mar 23, 2010 11:12 am

Capítulo 4 - O Circo


- Geffen / 20 de Junho / 20:00 P.M. -

O pequeno grupo estava na entrada na torre de Geffen reunidos sob o pedido de Debi. A odalisca acompanhava Zy, que tinha algo a dizer.

- Eu sinto a proximidade de outra adaga. - Respondeu.
- Outra? Aonde dessa vez? - Thelastris perguntou.
- Noroeste de Geffen.

Debi e Pupa gelaram.

- Não é em Glast Heim. - Respondeu Zy ao notar a tensão.
- Então o que mais tem a Noroeste? O acampamento dos Kobolds?
- Acho que vem de lá.

Os 8 - Zy, Debi, Thelastris, Thomaz, Pupa, Jonh, Lacey e Detto - partiram imediatamente naquela direção.


- Acampamento Kobold / 30 de Junho / 20:30 P.M. -

A visão era bizarra na entrada do acampamento. Barracas grandes e chamativas, junto a outras menores com nomes como “Pipoca”, “Doces” e outros.
Haviam alguns sinais de desgaste e poeira, além de estragos nas barracas, mas era claro que se tratava de um circo fantasma. Abandonado e sem uma alma viva.

- Mas que diabos? - Grunhiu Thel.
- Hehe! O circo chegou na cidade! - Detto parecia mais concentrado na diversão que na missão.
- Quem montou isso?
- É aqui, Zy? - Debi se virou para ele.
- Sim.... Eu acho... - Respondeu.
- Acha? - A mercenária ergueu uma sobrancelha.
- É que bem, perdi o sinal dela. Mas da ultima vez que senti vinha daqui.
- A levaram?
- Não, simplesmente “esconderam”.

A equipe trocou olhares enquanto Detto ia na frente. Ele examinava o local em busca de alguma alma viva, mas só encontrou uma estátua. Representava um tipo de palhaço pierrô, em pose de cumprimento aos recém-chegados, as roupas eram chamativas e havia uma máscara de expressão sorridente em seu rosto. A aparência era completamente metálica - o que não evitou que Detto e Thel examinassem melhor pra ter certeza.

[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. 346px-Cebin_Mendel_2

- Podemos sair daqui, essa estátua me dá arrepios. - Comentou a noviça Pupa.
- É só uma estátua. - Comentou Thomaz.

O grupo saiu em silêncio, não percebendo que Debi havia ficado para trás. Ao chegarem na entrada da barraca grande, a mercenária notou a ausência da odalisca.

- Aonde está Debi?

A pergunta dela vez Zy se virar preocupado. Embora para ele ainda fosse impossível se lembrar de seu relacionamento com a odalisca, algo dentro dele dizia para se preocupar. Alguns segundos depois ela se juntou aos outros.

- É só um circo, Thel. - Falou ao notar o rosto da Mercenária.

Do lado de fora, a estátua se moveu de forma ágil, olhando na mesma direção que o grupo seguiu e segundos depois desapareceu.


- Picadeiro / 30 de Junho / 21:12 P.M. -

O picadeiro principal estava vazio, como todos os acentos ao redor dele. Espalhados estavam alguns materiais típicos de circo. Uma grande bola borracha, um aro por onde os leões provavelmente saltariam quando ele estivesse em chamas, um trapézio mais ao alto, etc.

- Isso me dá arrepios. - A noviça se aproximou mais da mercenária.
- Isso está quieto demais. - Thel comentou.

Seus olhos buscavam algo, algum sinal da presença de alguém. Detto fazia o mesmo, mas se concentrava mais no cheiro, afinal, ser um vampiro tinha lá suas vantagens. A procura terminou quando a grande bola começou a pular e ir na direção deles.

- É um Charat! - Detto sem pensar já tinha a arma em mãos e atirou.

Uma explosão de papel picado e purpurina voou pelo ar em cima deles. A mercenária lhe lançou um olhar feroz enquanto tirava as frescuras da roupa:

- Hahaha! Não era um Charat. - Detto pareceu se divertir.
- Você jura? - Respondeu ela ácida.

As luzes se apagaram, deixando todos alerta. Thelastris, Detto e Debi foram os primeiros a ter as armas em mãos, seguidos dos outros. Uma luz vinda dos holofotes no teto iluminou o picadeiro vazio e após, outra iluminou eles.

- Respeitável público! É com um prazer que lhes convido a assistir o grande espetáculo! - No ar, uma voz estranhamente cômica falava com eles. - Para o show de hoje eu contarei com a participação especial de todos vocês!

Detto tentava localizar a origem exata da voz, mas não tinha sucesso. A mercenária mantinha os olhos no local e nos outros, pronta para intervir se preciso.

- E para nossa introdução, malabarismo! - Alegremente a voz anunciou, enquanto algumas bolas menores voaram pelo ar.

O grupo se concentrou em acertar as bolas voadoras antes que se aproximassem. Uma delas entretanto foi de encontro a Lacey.

- Ahhhh! - Gritou e se protegeu com as mãos a frente do corpo. - Ah! É só isso? - Ele notou que o impacto foi mínimo.

Baixando a guarda, o sacerdote foi surpreendido. A bola começou a se esticar e formou uma fita que se amarrou em volta dele.

- Que isso? Chiclete!? - O sacerdote falou enquanto estava preso e caído no chão.

Detto soltava gargalhadas enquanto evitava as bolas de chiclete. Os outros faziam o mesmo, mas sem a parte da diversão. Debi estava tão concentrada no chiclete que não notou que se afastava dos outros em direção ao picadeiro.

- Me soltem daqui! - Lacey berrava enquanto Thomaz buscava uma maneira de libertar seu corpo. Morder o chiclete não ajudou.

Os ataque repentinamente cessaram. Atentos todos olharam ao redor, em busca de algum novo ataque, mas nada aconteceu durante alguns minutos.

- Agora para o meu próximo número, vou precisar da ajuda de uma assistente! - Declarou a voz.

Uma caixa vertical da altura de um humano se abriu no meio do picadeiro e antes que tivessem a chance de reação era tarde. Um bola de chiclete voou na direção de Debi e a atingiu, uma vez presa, ela foi puxada pra dentro da caixa e ela se fechou.

- Debi! - Gritaram Thel e Zy juntos no mesmo tempo que corriam.
- Peço silêncio pois esse é o momento mais delicado! - Enquanto a voz narrava, algumas espadas levitaram no ar e voaram na direção da caixa aonde estava a odalisca.

O momento que elas atravessaram a caixa de forma violenta gelou Zy. Ele parou olhando arrepiado, temendo pela vida de Debi, mesmo que ainda não se lembra-se por que. Isso deu tempo a mercenária de chegar perto o suficiente para arrombar a tampa da caixa. Felizmente, por dentro ela estava vazia.

- Isso encerra nosso espetáculo, vejo vocês no nosso próximo show! - A voz cessou, junto dela as luzes se acenderam.

O coração de Zy batia disparado, a idéia de que a odalisca estava bem o tranqüilizou um pouco, mas quando a ficha caiu e ele percebeu que ela estava desaparecida, voltou a disparar.

- Zy, ficar parado aqui não ajuda. - A mão da mercenária tocou seu ombro, o tirando do transe. Quando olhou ao redor viu que todos estavam saindo da tenda.


- Circo / 30 de Junho / 21:49 P.M. -

A primeira coisa que notaram era a ausência da estátua do lado de fora.

- Eu disse que me dava arrepios. - Pupa ainda tremia.

O grupo permaneceu olhando ao redor, ao menor sinal de algo novo. Detto não podia localizar a odalisca, algo o bloqueava. Em meio aos olhares no local, o corpo de Zy reagiu a algo, de forma tensa.

- Zy? - Thelastris notou que algo estava errado com ele.
- Voltou, a presença da adaga! - Ele correu nas proximidades de onde estavam com todos o seguindo. - É dali!

Ele os apontou uma casa sinistra no meio do circo. A madeira estava bem gasta e dava a aparência de estar em ruínas.

- Não sinto nada, deve estar errado... - Comentou Detto. Era difícil ele acreditar em algo que fosse contra seus sentidos.
- É lá que ela esta! - Respondeu.
- Se estivesse sentiria o cheiro dela.
- ELA TEM QUE ESTAR! - Zy não notou que estava gritando e entrou as pressas na casa.

Detto suspirou com a reação exagerada e Thel suspirou com a cena. Acompanhando Zy todos adentraram na casa. Um pouco acima da porta havia o nome em uma placa: “Casa dos Espelhos”.


- Casa dos Espelhos / 30 de Junho / 21:16 -

Ao adentrarem no labirinto de espelhos, a prioridade de Thel era quebrar os espelho por onde passavam. O caminho se estendia num longo corredor.

- Thel, melhor olhar isso! - Anunciou Zy ao se virar pra entrada.
- O que? - A mercenária seguiu seu olhar.

Todo o corredor de espelhos por onde eles tinham passado agora estavam de volta ao normal, nenhum deles estavam mais quebrados. E o caminho por onde eles vieram agora não existia mais, era um beco sem saída.

- Uma armadilha, eu disse. - Detto comentou se afastando um pouco dos outros na direção do beco sem saída.

O resto deles procurou uma resposta, mas nenhum deles tinha idéia. Quando Detto estava bem próximo do espelho, a imagem da estátua apareceu diante dele. Instintivamente o justiceiro tentou agarrar a máscara no rosto dela, mas a palma de sua mão parou no vidro do espelho. Nesse momento a estátua acenou e levou sua mão para fora do espelho, agarrando ao braço de Detto e o puxando pra dentro do espelho. Os outros não foram rápidos o suficiente para evitar.

- Fiquem longe dos espelhos! - Anunciou Thel.
- Mas tem espelhos em todos os lados! - Zy respondeu.

A figura estranha os ficou rodeando pelos espelhos como um reflexo. Ela então puxou 4 facas de arremesso por entre seus dedos e atirou contra eles. Pupa e Thomaz foram atingidos pelas costas e caíram no chão. Nesse momento, Thelastris tentou quebrar os espelhos novamente, mas os cacos de vidro retornavam ao lugar quase imediatamente.

Não muito longe dali, Debi andava sozinha. Havia se encontrado na escura casa dos espelhos após o truque de mágica. Ela chamava pelo nome de Zy e dos outros, mas não havia resposta. Durante seu trajeto pelo labirinto ela viu o reflexo de Zy num espelho a sua frente, parado, imóvel.

- Zy? - Ela perguntou incrédula.

Seu corpo queria se mover, mas sua mente a dizia para impedir. Por fim, lentamente ela começou a andar e parou a três passos de distância. Estendeu a mão na direção ao Zy parado ali, enquanto ele sorria.
Tudo foi muito rápido então. A odalisca viu o olhar do Zy se tornar sinistro e um brilho prateado no reflexo, ela puxou a mão, mas não tão rápido. Quando as laminas pularam pra fora do espelho como um porco espinho, parte da pele de sua mão foi cortada.

- Ai! - Ela recuou a mão junto ao corpo e a segurou enquanto o sangue escorria.


Detto que também estava separado do resto em outra parte da casa, ficou cara a cara com o mascarado. Ele o chamava com o dedo para sua direção. Respondendo ao chamado, o justiceiro correu na sua direção a uma velocidade controlada. Enquanto se aproximava ele viu o estranho apontar para seu lado direito e esquerdo.
Quando Detto notou as duas enormes laminas que pulavam pra fora dos espelhos foi um pouco tarde, parte de seus braços foi rasgada quando ele recuou. Sabia que ia se recuperar, mas a dor o incomodava. Ele se abaixou no local encarando o mascarado.

- Vocês são chatos demais! - A voz dele novamente ecoou para todos.

Então os espelhos ao redor deles começaram a se rachar. Instintivamente todos cobriram o rosto com as mãos e braços, enquanto o vidro se quebrava e jogava fragmentos para todos os lados. Após a destruição eles se viram juntos novamente, dessa vez em uma única sala pentagonal com as paredes feitas de espelhos, sem portas ou saídas.

- Zy! - Gritou Debi ao vê-lo.
- Debi! - Ele também gritou.

Ambos se aproximaram, enquanto Detto fazia o mesmo. O grupo de 8 se concentrava em ficar no meio da sala, enquanto seu caçador corria em círculos por eles dentro dos espelhos.
Regularmente ele atirava suas facas contra o grupo. Mesmo com a defesa deles, Thomaz e Pupa novamente foram atingidos. A situação estava ficando cada fez mais tensa.

- Eu é que não fico aqui pra morrer! - Detto corria os olhos por todo o lugar, procurando uma saída. Seus olhos focaram o teto de madeira, não era tão alto.

Ele levou seu lança granadas sentindo a dor nos braços machucados e mirou pra cima. O disparo espatifou a madeira e abriu uma grande abertura de onde eles podia ver a saída.

- Boa idéia, Detto. - A mercenária estava falando, mas o justiceiro logo pulou pelo buraco. Só estava preocupado com sua própria vida. - Bem, pelo menos foi útil.
- Mas a adaga... - Zy olhava o reflexo em movimento.
- É ela ou sua vida! - Thel gritou de volta.

Sem mais opções, Zy agarrou Debi em seus braços e subiu por entre o buraco, Thel fez o mesmo carregando Pupa e o resto a seguiu. Em toda a fuga, o mascarado só assistia, se divertindo em como eles fugiam como ratos.
Na corrida pra fora do circo eles só pararam nos arredores de geffen.


- Arredores de Geffen / 30 de Junho / 22:14 P.M. -

Estavam todos cansados e machucados, estava escrito no rosto de todos. Mas pior que a ferida física era a emocional.
Haviam fracassado.

- Pelo menos estamos vivos... - Jonh comentou notando a tensão no ar.
- Mas falhamos... - Zy respondeu desanimado.
- Tentaremos de novo! - Debi tentava seu melhor para animá-lo, mas ela mesma estava sem inspiração.
- Eu gostaria de ficar sozinho de novo... - Zy saiu sem falar com eles.

Debi pensou em segui-lo, mas preferiu deixar dessa vez. O clima não era dos melhores.


- Circo / 30 de Junho / 22:36 P.M. -

O pierrô misterioso contemplava a adaga em forma de cruz na sua mão através de sua máscara. Ele estava recostado sobre um poste. O som de passos o tirou de seu transe de admiração.

- Eu o incomodo? - Era uma voz feminina.
- Não, muito pelo contrário. Veio ver como se faz um trabalho bem feito? - Ele se virou para a recém-chegada e se curvou - Estou admirado.
- Você as vezes é tão bobo.
- Bobo? Eu sou o Pierrô afinal. - Ele levou sua mão ao queixo de forma pensativa. - O que me lembra, por que você é a Dama de Ferro? Eu devia ser o Cavalheiro de Ferro, não? Me incomoda ser um posto abaixo, sendo que meu recorde é melhor que o seu.
- Nem tudo se resume a quantas missões você concluiu. Ele tem planos pra todos nós, sabe bem o quanto nos realmente podemos ser úteis.
- Isso significa que eu não ganho uma promoção melhor por que não tenho um rostinho bonito? - Riu de forma maliciosa.

A mulher não respondeu, apenas apertou os punhos. Virou seu corpo lentamente e caminhou se afastando:

- Ele vai voltar. - Disse enquanto andava.
- Eu sei que vai. Aliás, a próxima também será a ultima. - Ele encarou as costas dela. - Você vai ficar chateada comigo se eu matá-lo?
- Não seja ridículo... - Continuou a caminhar até sair de vista.

Quando não pode mais vê-la, o homem mascarado se curvou novamente no poste e voltou a brincar com a adaga por entre seus dedos.


Última edição por Lothar S. Mustang em Ter Mar 23, 2010 2:01 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Lothar S. Mustang Ter Mar 23, 2010 11:12 am

Capítulo 5 - O truque por trás da mágica


- Geffen / 14 de Julho / 19:00 P.M. -

Reunidos em Geffen novamente, a equipe procurava uma maneira de voltar ao circo e conseguir vencer o pierrô. Infelizmente eles apenas discutiam.

- Eu irei de isca! - Debi berrava.
- Não vai não! - Thel e Zy responderam juntos.
- Viu como vocês me subestimam?
- Não tem conversa! Você não vai e pronto! - Zy quase gritava.

Era certo que eles não sairiam dali tão cedo. Os outros ficavam de fora da discussão apenas observando, até que finalmente eles pararam.

- Se alguém vai aqui, sou eu! - Enquanto Zy falava, puxou uma boina de carteiro e a usou com a técnica do teletransporte para seguir na frente.

O resto deles desesperados correram o mais rápido que puderam em direção ao circo.


- Circo / 14 de Julho / 19:22 P.M. -

O circo estava no mesmo lugar de sempre. Debi e Thel foram as primeiras a chegar. A odalisca correu para dentro do picadeiro procurando por Zy. Por sua vez os outros mais atrás delas seguiram por outra direção. Algo novo estava naquele circo, havia uma roda gigante que era novidade ali.


- Picadeiro / 14 de Junho / 19:25 P.M. -

A odalisca e a mercenária entraram no picadeiro, ele estava deserto.

- Apareça covarde! - Debi gritou.
- Hehehehe! - Aquela risada cômica de antes ecoou por toda a tenda e chamou a atenção das duas para cima.

A alguns metros de altura estava o pierrô no trapézio fazendo seu show no ar. A mercenária ficou furtiva e se moveu arrastando pra escada até o alto do trapézio. No meio da escalada, uma barra falas quase a derrubou, mas seus reflexos a fizeram agarrar a próxima. Ela já estava quase no topo quando o pierrô pulou do trapézio e pousou de pé no chão próxima a Debi.

- Não deixe a sua protegida sozinha, mercenária! - Falou ele de forma ameaçadora.
- Eu não deixei! - Ela gritou no mesmo momento que se jogava lá de cima na direção dele com ambas as adagas em punho.
- Peguei! - Murmurou vitorioso o pierrô, enquanto mergulhava em sua própria sombra como se fosse um buraco.

Não ouve chance de reação de Thelastris, ela simplesmente mergulhou na sombra e desapareceu. Debi permaneceu alguns segundos sem respirar com a cena e finalmente quando se recuperou ela correu pra fora da tenda, em busca dos outros.


- Arredores do Circo / 14 de Julho / 20:12 P.M. -

Riky e Cabrial foram os últimos a chegar. Ambos haviam se perdido dos outros e estavam pra trás ainda fora do circo.

- Bééééhh! - O som de um caprino vinha de alguma moita próxima.
- Um bodinho! - Cabrial não resistia ao som e correu na direção do som.

Riky espantado com a reação do arruaceiro nem ao menos teve chance de impedi-lo. Mau ele pulou no meio do mato, uma mão saltou pra fora dele e puxou Cabrial que desapareceu em meio as folhas. Riky não encontrou nenhuma pista do desaparecimento e mandou que seu homúnculos Yamu investiga-se os céus. A pequena ave viu a roda gigante e alertou seu dono. Ambos foram naquela direção.


- Roda Gigante / 14 de Julho / 20:30 -

Confusos, Thomaz, Ruri, Pupa e Jonh olhavam ao redor tentando imaginar se havia algo de estranho na roda gigante. Ela então começou a se mover. Uma de suas cabines parou bem a frente deles e a porta dela se abriu, deixando que o pierrô caminha-se para fora dela até a frente deles.

- Ahhh! - Pupa se assustou ao vê-lo de novo.
- Agora você me paga! - Thomaz entrou em pose de luta.

Debi e Riky chegaram junto deles minutos depois. O pierrô por sua vez limito-se a apontar para cima, fazendo todos seguirem com o olhar. Nas cabines mais altas da roda gigante estavam amarrados Zy, Thel e Cabrial.

- Debi, da próxima vez que você inventar de correr por ai, me lembre de te dar um tapa! - A mercenária resmungava.
- Eu não pedi pra você me seguir! - Por sua vez, Debi respondeu.
- Cadê a cabra teletransportadora? - Cabrial estava mais perdido que a maioria.
- Talvez se você tivesse juízo isso não aconteceria!
- Isso é por que vocês sempre me subestimam!
- A pelo amor de Deus! De novo essa conversa não, Debi! - Zy se meteu na discussão.
- Mas é a verdade! - A odalisca gritava.
- Cabra, vem cá! - Cabrial avulso procurava a cabra inexistente.
- CALA BOCA! - Os três gritaram para Cabrial ao mesmo tempo.
- Desgraça! - Murmurou.

Sem entender o por que de estarem lavando a roupa suja numa hora dessas, Thomaz começou a lutar contra o pierrô desferindo chutes e socos. Por sua vez, o palhaço estava desviando com agilidade dos golpes contínuos.
Thel parou de discutir e procurou uma maneira de se soltar, ela achou uma parte afiada próxima de onde estava amarrada e começou a tentar usar ela como faça. Do outro lado, Cabrial começava a respirar pesado e sentir falta de ar. Estava a muito tempo preso e isso não lhe fazia bem. Em sua mente muitas idéias de conspirações se formavam e logo ele não tinha mais controle. Começou a se debater freneticamente contra a cabine. Era mais um dos ataques de esquizofrenia.
A tentativa de Thelastris funcionou perfeitamente e ela se livrou das cordas, enquanto Cabrial se debatia tanto que as suas arrebentaram. Zy era o único a não ter como se soltar.

- Thel! - Debi gritou quando a mercenária chegou até ela.
- Salve o Zy, eu cuido do palhaço! - Ela murmurou.

Com apenas um olhar ambas concordaram e correram em direções opostas. Debi escalava a roda gigante em busca do centro dela enquanto Thel ficou cara a cara com o pierrô. A mercenária ficou furtiva e o outro fez o mesmo, ambos agora estavam se analisando pelo som. O primeiro a fazer algum ruído que entregasse a sua posição perderia.
A odalisca já havia chegado ao ponto certo da roda gigante e agora usava sua perícia em máquinas pra destravá-la e poder girar a cabine de Zy pra baixo. Porem ela não esperava que Cabrial fosse aparecer escalando a roda até a cabine de Zy.

- Cabrial, balance a roda! - Ela gritou, mas o arruaceiro tinha outros planos.

Ainda esquizofrênico ele agarrou Zy pela nuca com uma mordida e saltou em queda livre da roda.

- Cabrial, seu idiota! - A odalisca gritou descendo o mais rápido que podia.

No solo, o teste de paciência dos dois furtivos continuava. Enquanto Zy e Cabrial se aproximavam do chão, o pierrô não resistiu e saiu de seu esconderijo em direção aonde eles vinham. Estava pronto para acertar os dois caindo com a adaga que Zy tanto queria.

- Cabrial, me solte! - Era inútil.

Enquanto caia na direção de seu algoz, algo aconteceu. Uma pulsação da adaga nas mãos do Pierrô que apenas Zy sentiu. Seguida de uma nele mesmo. Apenas ele viu dessa vez, mas foi suficiente.

- Noir....S..? - A palavra saiu de sua boca instintivamente.

Ao ouvir esse som, o pierrô parou como se tivesse congelado.

- O-o que você d-disse? - Sussurrou.
- NoirS - Respondeu com mais clareza enquanto ambos chegaram ao chão.

Thomaz foi rápido o suficiente para ajudar a segurá-los e evitar danos maiores. Thel aproveitou o momento de distração e acertou pelas costas o pierrô atordoado.
Ele se afastou alguns passos do grupo.

- Não, Thel! Use fogo! FOGO! - Zy berrou.
- Calado! - O pierrô tinha um toque de medo na voz.

A mercenária pensou rápido e juntou alguns matérias improvisados pra fazer um molotov caseiro.

- Isso não vai adiantar! - Ele começou a se afastar, mas Jonh surgiu de seu esconderijo atrás dele e usou a habilidade confinar. - Mas o que!?
- Agora Jonh! - Thel lançou a garrafa na direção do inimigo enquanto Jonh saltava pra longe na hora que ela se aproximava.

A garrafa explodiu no corpo do pierrô o cobrindo de chamas. Ele gritava e se encolheu tentando proteger o corpo. Em meio ao sofrimento do palhaço o ar em volta deles ficou parado e o cenário a sua volta tremulou.

- O que foi que eu fiz? - A mercenária perguntou.
- Quebrou a ilusão! - Zy respondeu vitorioso.

Tudo em volta deles se quebrou em pedaços que desapareceram no ar. Não havia roda gigante, não havia circo, estavam novamente no acampamento Kobold como se nada tivesse mudado. A única coisa que permanecia era o pierrô encolhido e paralisado de medo.

- Tudo isso era uma ilusão? - Jonh perguntou enquanto esfregava os olhos.
- Era. Eu me lembro dele! NoirS tinha a capacidade de criar ilusões nas mentes alheias, era assim que ele lutava! - Zy respondeu.
- Bom, agora, vou resolver uns assuntos! - Furiosa a mercenária começou a avançar.

Assustado ainda com o fogo, o pierrô correu pro lado e se atirou na água, aonde desapareceu de vista. Ele deixou para trás a adaga.

- Tudo bem, melhor assim! - A mercenária com um sorriso cruel no rosto puxou uma adaga elemental elétrica.
- Agora não, Thel! - Zy comentou pegando a adaga.
- Por que nunca deixam eu me divertir. - Ela deu de ombros.

Logo começou mais uma vez.


- Memória / Data desconhecida / Horário desconhecido -

Dessa vez o local indicava ser Ayothaya. Havia um barco chegando de Alberta e dentre os passageiros, um homem de roupas pretas e quepe oficial desembarcou. Ele caminhou até quase os portões da cidade e parou, quando um homem surgiu de trás de uma árvore.
Eles trocaram algumas palavras e finalmente o de quepe apertou a mão do outro e lhe entregou um objeto plano, redondo e metálico. Era um emblema da VII.
Alex partiu logo em seguida deixando o sentinela Zy para trás com seu novo acessório.


- Acampamento Kobold / 14 de Julho / 21:20 P.M. -

Uma vez de volta, Zy comentou que se lembrou da VII e de tudo que passou nela. Também se lembrou da OT e dos outros aliados e inimigos. Agora ele tinha se lembrado de boa parte dos nomes e estava voltando a sua personalidade normal, mas ainda havia muito a ser lembrado.

- Lothar, tem algo que eu ainda não entendi. - A mercenária perguntou, estava séria.
- Diga.
- NoirS?
- Era um codinome. Eu me lembro vagamente agora. Usávamos uma coloração junto de uma letra. - Respondeu.
- Então é por isso o VermillionZ? - Ela levantou uma sobrancelha.
- Exato. Também tínhamos “títulos”.
- Títulos?
- Que nos definiam lá dentro, alguns eram mais importantes que outros. NoirS era o “Pierrô”.
- Que original. - A mercenária revirou os olhos. - E o seu?
- Não lembro bem... Acho que era Cavalheiro de Ferro ou algo estúpido assim.

Enquanto discutiam sobre o passado do magistrado, Debi só escutava com um olhar desconfiado.


- Arredores de Geffen / 14 de Julho / 22:03 P.M. -

O pierrô estava na margem de um rio que passava perto de Geffen, estava exausto e ensopado. Algumas gotas escorriam por sua máscara até tocar o chão. O som de passos delicados o tirou de seu estado de choque.

- Bravo, meu Pierrô. - A figura feminina batia palmas enquanto sorria com satisfação do estado dele.
- Calada! - Respirou fundo. - Eu fui pego de surpresa, não esperava que ele lembra-se.
- Maus perdedores sempre serão maus perdedores. - Ela cruzou os braços. - Assim como da outra vez.
- CALAD...! - Ele gritou mais isso só provocou um surto de tosse que o interrompeu.
- Esperamos seu relatório na central... - Ela deu as costas a ele se caminhou até sumir.
- Isso não vai ficar assim, não vai! - Murmurou ele de forma ameaçadora para si mesmo.


Última edição por Lothar S. Mustang em Ter Mar 23, 2010 2:01 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Lothar S. Mustang Ter Mar 23, 2010 11:12 am

Capítulo 6 - Fogo Cruzado


- Kiel Hyre / 20 de Julho / 19:00 P.M. -

Apenas 5 estavam reunidos a frente do instituto em chamas. A aproximadamente uma hora trás um incêndio havia começado no lugar, multidões de curiosos, estudantes e bombeiros estavam reunidos junto a eles.
Lothar, Debi, Thelastris, Dante e Hakata foram os presentes no local procurando pela origem do incidente. Ainda não haviam pistas, mas boatos de que foi um atentado terrorista.

- Ahhhh! - Um grito no meio da multidão.
- E lá vamos nós. - Falou de forma monótona a mercenária.

Ao se aproximarem da origem do grito o grupo viu uma garota com o uniforme do instituto caída no chão. Uma poça de sangue se formava em baixo dela. Alguns curiosos se amontoaram para olhar enquanto outros corriam com medo.
Thelastris se abaixou próxima ao corpo para tentar descobrir a causa da morte.

- Mas o que? - Ela sussurrou olhando ao redor.
- Que foi Thel? - Debi perguntou.

Antes que pudessem responder, mais um grito e outra vítima caída. Dessa vez as pessoas entraram em pânico e começaram a correr.

- O que está acontecendo Thel? - Dessa vez a voz da odalisca saiu mais preocupada.
- É um atirador!

Alguns da multidão em fuga começaram a ser atingidos, o que só promoveu mais caos no local. O grupo procurou abrigo atrás das pilastras de entrada do prédio, na direção oposta de onde vinham os tiros.

- Alguém tem alguma idéia? - Lothar perguntou assim que os tiros começaram a diminuir.
- Essa. - Thel sussurrou ao ficar furtiva.

Todos esperaram em silêncio por longos minutos até que o comunicador de Zy apitou. Era a mercenária:

- Acho que encontrei. Está a aproximadamente 100 metros.
- Consegue nos dar uma distração pra correr?
- Claro.

A mercenária desligou e se aprontou num ponto estratégico, ela pegou uma gema vermelha e a enterrou no solo arenoso. Enquanto isso no grupo, Lothar dava as instruções a eles para que corram ao sinal. Finalmente Thelastris utilizou a técnica da Explosão Tóxica, soltando uma grande nuvem de fumaça.


- Arredores de Kiel Hyre / 20 de Julho / 19:43 P.M. -

Logo que estourou, Lothar e os outros começaram a correr na direção de onde Thelastris viu o atirador. Eles cruzaram uma boa distância, até que pararam numa elevação mais a frente, evitando serem vistos.

- O que faremos agora? - A mercenária de volta da furtividade perguntou olhando o magistrado.

Antes que ele responde-se, Debi atirou uma flecha na direção do atirador. O que apenas serviu para lhe entregar sua posição. Logo que Lothar a puxou pra baixo um tiro passou raspando por eles. Agora estavam acuados.

- Mais idéias suicidas? - Comentou Thel.
- Vocês queriam pegar eles, né?
- Mas de um modo em que nós consigamos sair vivos! - Lothar respondeu.

O grupo discutiu mais um pouco até voltarem a se focar no inimigo. Thel voltou a ficar furtiva para observar o inimigo. Ela trouxe novidades:

- Más notícias. São 3.

Ela descreveu o trio. Um deles era grande - o maior entre eles - tinha a pele avermelhada e usava um penacho. Notava-se claramente uma descendência indígena nele. Esse estava mais destacado e não atirava. O outro deles era loiro e tinha um sorriso branco e perfeito no rosto. Tinha um olhar arrogante e estava ao lado do que seria o lider. O restante era grande e forte. Possuía algumas cicatrizes evidentes e uma roupa verde que lembrava a de um militar.

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- Corram! - A mercenária soprou no comunicador.

Foi bem rápido, antes que se dessem conta, uma granada veio voando na direção deles. Por sorte o alerta os deixou atentos e desviaram a tempo. Eles se reorganizaram em outra planície.

- Posso distraí-los. - Ela comentou.
- Assim que o fizer será o alvo.
- Só se eles me acharem.

Lothar concordou baixo e alertou os outros. Todos contaram. 3. 2. 1.
No instante final da contagem, a mercenária utilizou a habilidade tocaia no trio. Pegos de surpresa eles baixaram a guarda, mas rapidamente retomaram a postura e apontaram na direção de onde o ataque veio. Os disparos e explosões afastaram a mercenária de sua furtividade. Mas antes que pudessem acertá-la novamente, o resto da equipe pulou em cima deles.

- Afastem-se! - O com porte militar puxou uma granada e tirou o pino. - Se algum de vocês tentar algo todos nós explodimos!

Ambos, o trio e o grupo de Lothar, todos ficaram imóveis. Apenas se encaravam.


- Arredores de Kiel Hyre / 20 de Julho / 20:11 P.M. -

Logo a conversa começou.

- O que vocês querem? - Debi perguntou.
- Apenas o que o ele roubou! - O soldado virou o rosto pra Lothar.
- O que você roubou deles? - A mercenária perguntou.
- E eu que sei?
- Seu pateta! - Ele fez um sinal para o índio.

O gigante puxou de seu bolso uma adaga, a mesma adaga em forma de cruz que eles conheciam bem.

- Ah, isso explica. - Thel revirou os olhos.
- Como podemos saber que ele roubou de vocês? - Debi continuava com o questionamento.
- Nossos guardiões a tinham antes!
- Antlion, Hydrolancer e NoirS... - Sussurrou Lothar.
- Exatamente.

Eles se encararam, não havia sinal de nenhum dos lados cederem.


- 10 minutos depois -


- Podemos ficar aqui a noite toda... - O loiro bocejou ao falar.
- Ou podemos resolver isso agora! A adaga! - O militar bufou.

Lothar que não tirava os olhos da adaga na mão do índio estava calado, ele parecia esperando algo. Algo que finalmente chegou.

VerindianC? - Sussurrou.
- Conhece? - A mercenária perguntou.
- Sim, velhos amigos.... Vocês são BlondeM e CyanoG... - Ele falou olhando os dois.

O trio apenas assentiu em silêncio.

- O coronel, a estrela e a torre... - Ele comentou sobre o militar, o loiro e o gigante respectivamente.
- Lembra até de nossos títulos. - Comentou o loiro de forma arrogante.

Voltaram todos a se encarar.


- 22 minutos depois -


O tempo parecia passar particularmente devagar. Nenhum deles haviam dado um passo.

- Podemos trocar... - Lothar sussurrou enquanto ignorava o olhar furioso de sua esposa.
- Agora estamos chegando a algum lugar. Nos dê as adagas e deixamos a granada. Cada um vai pro seu lado e ninguém se machuca.
- Não me agrada... - Thel sussurrou.
- Meu braço está cansando. - Provocou Veridian.
- Por que a adaga é tão importante? - Debi não havia desistido de descobrir algo.
- Eu apenas obedeço as ordem superiores. No momento essa é a missão.
- Então você é apenas o burro de carga. - A odalisca o provocava.
- Terá que fazer melhor que isso.
- Bom, novidades cabeça oca, se explodirmos as adagas vão juntas e seu chefe não vai gostar. - Thel falou.
- Elas VÃO resistir. E no final, a missão é recuperá-las, de um jeito ou de outro. - Ele olhou Lothar. - Pensem em quem sai perdendo.

O que ele disse funcionou. O magistrado olhou rapidamente para os parceiros e parou em Debi, enquanto uma gota de suor escorria por seu rosto.


- 16 minutos depois -


O clima estava realmente tenso ali. Todos apenas esperavam um momento para reagir. O braço do coronel estava tremendo de leve, indicando a exaustão.

- Como saberemos que vão deixar a granada quando tiverem a adaga? - Debi quebrou o silêncio.
- Que escolhas vocês tem?
- Bem... - Antes que pudesse terminar, a voz de Lothar a impediu.
- Peguem! - Ele atirou as três adagas pra eles.
- Zy! - Debi gritou com ele furiosa.
- Deixem gente, não estamos perdendo nada... - Ele deu de ombros. - Afinal, já tenho as memórias delas, se não são novas então não servem mais. Pra que proteger pedaços inúteis de metais? - Ele tentava parecer despreocupado.
- Se são apenas pedaços de metal inúteis, então por que eles querem?
- Ela tem razão, Vermillion. Além do mais, quem disse que eram de metal?
- O que?
- Vou dar uma pista. Começa com “Ym” e terminar com “ir”. - O loiro falou com a voz arrogante de sempre.
- Sem essa.... - Lothar não acreditava no que fez.
- Boa, Lothar, boa... - A mercenária respondeu sarcástica.
- Agora, Cyano! - O coronel o alertou.
- Uriel! - Apenas gritou.

O grande levantou uma das adagas que estava antes com Zy. Um que possuía uma pequena pedra de cor azul clara na base. Após alguns segundos eles escutaram um estrondo e o chão tremular.
A origem do som e dos tremores logo apareceu. Um enorme robô, um guardião, mas esse era diferente. Um pouco maior que o normal e customizado, não tinha a aparência de um guerreiro, mas na verdade de um anjo robótico.

[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. Archangl_Uriel

- Um guardião? - A mercenária comentou.

O trio pulou e se agarrou a base dele, enquanto o índio dava o comando para ele se afastar. Ao estarem numa distância segura o coronel comentou:

- Aqui está minha parte no acordo! - Ele atirou a granada na direção deles.

Pulando para todos os lados, o grupo se afastou da explosão. Assim que a fumaça baixou eles não viram mais sinal do anjo e nem dos três.

- Bom, pelo menos estamos vivos... - Lothar tentou sem sucesso animar o resto.

O grupo apenas lhe deu um olhar frio, excerto por Debi que estava muito calada.

- Debi, você me entende, né?
- Entendo... Que você é um idiota! - Ela saiu resmungando e batendo o pé.
- O que foi que eu fiz? Eu tenho minhas memórias, o resto que se dane!
- Claro. Que se dane eles terem a maior fonte de energia do mundo. - Thel respondeu ácida.
- Detalhes, detalhes....

Assim o grupo se dispersou, era o fim daquela noite. Porém mais mistérios pareciam surgir.


- Al De Baram / 20 de Julho / 22:43 P.M. -

A mulher de cabelo roxo desligou o celular. Tinha escutado o longo relatório - exageradamente detalhado - que VeridianC lhe enviara e agora estava estressada, por sabia que teria que repassar ainda naquela noite.
Ela fechou os olhos e massageou as têmporas, depois os abriu e seus olhos procuraram a lua.

- Se você não pode destruir o corpo, então destrua o coração... - Ela sussurrou para si mesmo de forma nostálgica. - Mais uma vez.... Mais uma vez...

Com um longo suspiro ela voltou pra realidade e discou lentamente um novo número.


Lista de Memórias do Zy

1ª Memória - "Quem sou eu?"
2ª Memória - "Família"
3ª Memória - "VII"
4ª Memória - ???
5ª Memória - ???
6ª Memória - ???
7ª Memória - ???
8ª Memória - ???
9ª Memória - ???


Os Membros da Cross

??? - ??? (???-???)
??? - A Dama de Ferro. (???-???)
VermillionZ - O Cavalheiro de Ferro. (Vermelho/---)
NoirS - O Pierrô. (Cinza/???)
VeridianC - O Coronel. (Verde/Lança Granadas)
BlondeM - A Estrela. (Amarelo/Sniper Rifle)
CyanoG - A Torre. (Azul/Bazooca)
??? - ??? (???-???)
??? - ??? (???-???)


Entendendo a tabela da Cross:

O primeiro é o codinome do membro, ao lado o título dele na organização. Depois entre parênteses está a cor representante e finalmente a arma de fogo característica que usa.
A partir de agora no final de todo resumo que houver alguma nova informação em on eu postarei as tabelas atualizadas.


Última edição por Lothar S. Mustang em Ter Mar 23, 2010 2:04 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Samuel Ter Mar 23, 2010 1:31 pm

*chuta zy*
Porra so meia noite? D:
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Mensagem por Lothar S. Mustang Ter Mar 23, 2010 1:58 pm

Samuel escreveu:*chuta zy*
Porra so meia noite? D:

Aquilo é old, há exceções.
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Mensagem por Samuel Ter Mar 23, 2010 3:11 pm

Ah tá bom ;D Assim sim
Quando for fazer não esqueçe de me avisar o/
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Mensagem por Lacey - David Garou Ter Mar 23, 2010 4:49 pm

Eu vou o/

pode contar comigo.
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[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. Empty Re: [Campanha] cRosS† - O passado sempre volta.

Mensagem por Lothar S. Mustang Qua Mar 31, 2010 9:56 am

Capítulo 7 - Nostalgia


- Al De Baram / 15 de Abril / 19:00 P.M. -

A capital da alquimia estava sem dúvidas cheia naquele começo de noite. A sociedade de astrologia local havia feito um comunicado público ha dois dias atrás sobre uma chuva de estrelas cadentes que poderia ser vista essa noite da cidade.
De longe já era possível notar a movimentação na cidade, toda enfeitada e reunida de vendedores ambulantes e visitantes. Era praticamente um festival.

De todas as pessoas que passavam pelos portões da cidade, um arruaceiro com chapeu branco se destacava. Pela sua cara, dava pra ver que estava perdido:

- Por que tem tanta gente aqui hoje? - Coçou a testa.


Enquanto isso, no telhado de uma casa próxima, um lorde com chifres olhava o céu anoitecer. A voz do arruceiro chegou em suas pequenas orelhas que lembravam asinhas de demônio.

- Eu conheço essa voz. - Ele se esticou até a beira do edifício e olhou para baixo procurando o dono da voz.

O arruaceiro de chapeu branco conhecido por alguns ex companheiros da Ordem do Trovão como John Lucky estava alí embaixo. O lorde lhe atirou uma maçã na cabeça para chamar sua atenção.

- Ahm! Chuva de maçãs? Achei que era de estrelas! - Espantou-se.
- Aqui em cima, gordo!

O ladino olhou para cima de onde veio a fruta e viu somente uma cabeça com chifres e cabelos brancos o olhando.

"É o chifrudo", pensou.

O lorde se levantou e ficou de pé na ponta do prédio. Ele saltou de lá de cima, caindo a frente de John e assustando alguns passantes.

- Olá... - Respondeu sem jeito o garoto.
- Kuro! - Disse ao notar que o outro não lembrara seu nome.
- Lembrei.

Kurosaki era um lorde, mas que nascera em uma família de demônios que outrora habitavam as ruinas de Glast Heim. Ambos os homens ficaram alí trocando breves palavras.

Não muito afastada, uma mercenária com cabelos curtos e selvagens adentrava na capital. Tinha algumas manchas de sangue seco no manto que cobria seu corpo, excerto pelo rosto, que estava abaixado encarando o chão.
Algumas crianças correndo esbarraram na mulher.

- Cuidado por onde andam! - Respondeu imediatamente ríspida.

Os pequenos se afastaram com medo enquanto a mercenária voltava a andar. Ela notou o jovem e o demônio e procurou evita-los o mais rápido que pode, entretanto em vão:

- Ei, Thel! Aqui Thel! - Kurosaki percebeu sua aproximação e a chamou de forma escandalosa próximo a entrada na cidade.
- Não dá pra falar mais alto, vaca?! - Sua resposta ácida era certeira.

O lorde ofendido calou-se no canto, enquanto John demonstrava uma leve satisfação em ver aquela pessoa depois de tanto tempo.
A mercenária se aproximou deles e iniciou um diálogo.


Conforme a noite caia sobre a cidade e o pequeno grupo colocavam seus assuntos em dia, mais duas pessoas se uniram a eles: Vini, um caçador que trabalhava junto a Kuro na Organização VII e Hold, um mercenário estranho que fazia parte do mesmo grupo.
A conversa progrediu durante minutos sobre as estrelas cadentes, mas subtamente mudou de assunto e quando se deram conta, estavam falando sobre Lothar.
O templário de cabelos curtos e castanhos, capa vermelha e chapéu de mosqueteiro ainda estava sendo procurado pelo assassinato do Conde Alexander Eisenheim II. A tempos nenhum deles o via, no máximo a mercenária que regularmente se encontrava com o mesmo em um local secreto.

Avulso na conversa, John nota um vulto vermelho que lhe chama a atenção no meio da multidão. Os outros o escutam e deduzem que Lothar possa estar na cidade atraido pela chuva de estrelas cadentes. Típico dele.
Kurosaki fica sério ao escutar essa possibilidade e ordena a Hold e Vini que o sigam na sua procura pela cidade, deixando John e Thelastris logo atrás.


- Restaurante de Al De Baram / 15 de Abril / 19:52 P.M. -

Seguindo o vulto vestido de vermelho pela multidão, o grupo adentra em um restaurante local. Como grande maioria das pessoas estavam na rua, o estabelecimento permanecia quase deserto.
Sorrateiros eles subiram ao segundo andar, este que estava fechado e com suas luzes apagadas. Logo ao final da escada de madeira, eles encontraram uma porta com uma janelinha que permitia ver o interior daquele salão. As cadeiras estavam sobre as meses e tudo estava escuro.

- Eu entrarei primeiro. - Hold se adiantou.
- Não, eu posso perceber mais facilmente se tiver alguma presença lá dentro. - O caçador se adiantou e rodou de leve a maçaneta.
- Os dois vão esperar aqui. - A ordem de Kurosaki era absoluta e o fez para.

Vini estava diante a porta semi aberta com Hold a um passo atrás. O lorde estava logo depois dos dois, com Thelastris o seguindo e John por ultimo da fila.

- Vocês dois vão me esperar aqui! - Kuro fez menção de entrar.

A mercenária logo atrás notou a fechadura da porta, perfurada por um buraco de bala coberto de polvora queimada.

- É bom proteger seus chifres, vaca.
- Que!? - Perdeu o controle.
- Shhhhiu!

O mercenário estava impaciente e desobedeceu as ordem de seu lider, empurrando o resto da porta e dando o primeiro passo.

"Espera!", alguem gritou do escuro.

BANG!

O aviso foi abafado logo em seguida pelo som estrondoso de um disparo e o cheiro de polvora que invadia o ar.


- Al De Baram / 15 de Abril / Alguns minutos antes -

Lothar corria pelas pessoas sem se preocupar em esbarrar por elas. Os xingamentos que ouvia nem se quer conseguiam tirar sua atenção do que estava atrás.
Havia indo na cidade para ver a chuva de estrelas cadentes. Mas enquanto caminhava disfarçado pela cidade, um cheiro peculiar atingiu suas narinas. Aquele odor era familiar, um perfume que conhecia e lhe trazia o sentimento de total nostalgia.
Tão logo o sentiu e esqueceu completamente o por que de estar alí. Para ele, o que importava agora era achar o dono de tal cheiro.


Atravessou metade da cidade até um restaurante no lado leste, onde entrou e sentiu o cheiro ainda mais provocante. Estava perto, muito perto.
Subiu as escadas para o segundo andar correndo, era alí a fonte. Abriu a porta com a fechadura arrombada e pulou para dentro do sação escuro e fechado sem qualquer cuidado.
Parou em silêncio no escuro tentando encontrar alguem, mas nada via. Apenas aquele cheiro que impestiava completamente todos os cantos da sala.

- Senti a sua falta... - Uma voz feminina na escuridão.

Lothar rodou o corpo procurando a fonte e viu uma silhueta formada pela luz que vinha da janela atrás da mesma. Aquela imagem e aquele odor lhe puxou um sentimento total de nostalgia.

[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. Fuchiay

- Você devia ter vindo sozinho... - A voz era lenta, mas um tanto sensual.
- ...sozinho? - Falou baixo, mais para sí mesmo.

Sua atenção se desviou para a porta, onde viu que alguem estava alí pronto para entrar. Ai avisar para se afastarem, mas a mulher o impediu.

- Calado. - Viu seu braço levantar e apontar uma arma de fogo na sua direção.

Lothar ficou imediatamente estático e voltou a olhar a porta. Eram mais de um, tinha certeza. Só não sabia quem eram.
A mulher só o olhava, fria como gelo. Sentia seu olhar penetrante o avaliando, esperando a menor reação para atirar.

"Que!?", a voz de alguem do lado de fora da porta confirmou seus temores.
- Kuro... - Sussurrou para sí.

Sentiu uma gota de suor escorrer pela testa. Queria poder gritar para que eles voltassem, alerta-los do perigo. Mas se o fizesse ela ia atirar. A tensão em volta do homem poderia esmaga-lo.

Longos minutos que passavam como horas. E a porta se abriu.

- Espera! - Berrou para a pessoa.

BANG!

Mas a mulher era tão rápida quanto suas palavras. Um grito no escuro. Um tiro no escuro. Um corpo tombando no escuro.

Alguem havia sido baleado.


- Al De Baram / 15 de Abril / 20:11 -

Terceira Lei de Newton. "Toda ação provoca uma reação de igual intensidade, mesma direção e em sentido contrário".
Hold caiu de joelhos no instante após ter sido atingido por um projétil no ombro e tão rápido quanto fora baleado, puxou uma gema vermelha de um bolso e a lançou contra o meio da sala, automaticamente a explodindo numa núvem tóxica. A fumaça de cor roxa se misturou com as trevas e o silêncio lá dentro.
Até alguem atirar de volta mais uma vez.

Dessa vez a bala não pegou em nenhum deles, mas fez Thelastris se manifestar:

- Lothar, abaixe essa arma e pare com essa brincadeira!
- Não sou que estou armado aqui. - Lhe respondeu.

Instintivamente a mercenária procurou outra fonte para o disparo e viu a silhueta da mulher armada, apontando contra eles. Todos ficaram imóveis, excerto por Kuro que entrou na sala sem qualquer cobertura.
A figura armada manteve a mira nele mas não atirou, o mesmo parou no meio da sala mal iluminada olhando Lothar. Os outros relutantes o seguiram.

- Mais uma das suas, né? - Thelastris se adiantou.
- Eu não tive culpa!
- Como sempre! - O reprovava com o olhar.

O clima na sala permanecia tenso. Cada um estava parado no seu canto, até Lothar se mover.
Os olhos se voltaram para ele, assim como a arma da mulher. Mas isso não o fez parar seus passos. Passou por Kuro que o evitou olhar, mantendo a cabeça baixa.

- Eu só quero isso... - Disse baixo olhando a adaga repousada no meio da mesa.

A atiradora não o impediu de pega-la. Mas mantinha a mira constante para evitar algum "incidente".
Tão logo a pegou e a mesma reação de sempre aconteceu.


- Local Desconhecido / Data Desconhecida / Hora Desconhecida -

Estavam em alguma cidade a noite, que logo reconheceram como Al De Baram. A torre do relógio a entregou.
Próximos da grande contrução, entavam duas pessoas sentadas em uma mesinha conversando. Pareciam um casal.
O grupo se aproximou e identificou ambos. Lothar e provavelmente a mulher que tinha o cabelo de cor lilás. Os dois com a aparencia um tanto mais jovem que conheciam.
A conversa dos dois foi breve, embora ninguém entre os espectadores tenham escutado. Talvez essa memória era pessoal demais para ser ouvida por outros, ou mesmo não se lembrava mais das palavras ditas. Seja qual for o caso, ambos terminaram com um beijo apaixonado e tímido.

O flashback congelou e todos foram mandados de volta.


- Al De Baram / 15 de Abril / 20:23 -

- Violet... - Lothar disse baixo o nome daquela pessoa.
- FushiaY, por favor. - Ela olhou feio para ele e de relance para os outros. - Que cara é essa? Ficou com saudades dos velhos tempos?

O templário ficou sério, alguma coisa que se lembrou não o agradou. Violet em resposta somente piscou e mirou sua arma contra a janela, apontando para as pessoas lá embaixo.

- Não pense nisso! - O homem deu um passo.

Os outros ficaram igualmente tensos ao ver a mulher mirar em inocentes sem a menor preocupação.

- Agora eu lembro por que te chamavam de Dama de Ferro... - Suspirou triste.
- Boa lembrança. - Ela atirou.

Todos ficaram por alguns segundos em choque. Gritos e correria foram ouvidos lá de baixo. Alguem havia sido ferido.
Revoltado, o templário correu na direção da mulher. Entretanto, antes de a alcança-la, a mesma fugiu pulando a janela e subindo por uma corda amarrada no teto, deixada alí para fugas.
O homem se debruçou na janela e olhou para cima tentando ve-la, mas do lado de baixo do prédio, alguem lhe jogou as luzes de holofotes.

- Saia da janela, idiota! - A mercenária o puxou.

Porém era tarde. Alguem lá embaixo o reconhecera e as pessoas gritavam o nome de Lothar como o atirador.

- Estamos perdidos. - John comentou.
- O que eu faço? - O templario perguntou a mercenária.

Ela não respondeu, mas ao invés disso tirou o manto que usava sobre as vestes e jogou para ele.

- Me de sua capa e tire seu chapéu.
- O que você vai...
- Agora! - O interrompeu.

Ele obedeceu e ela se cobriu com a capa vermelha, se aproximando da janela.

- Saiam daqui logo depois que eu for. - Se preparava para pular.

Confirmaram com a cabeça.

- Tsc. As coisas que eu faço. - Thelastris suspirou pesadamente.
- Thel. - Lothar já esperando na escada a chamou.

A mercenária olhou pelo canto do olho.

- Obrigado. - Ele disse.

Sem responder ela saltou usando a capa dele para chamar atenção de todos na cidade. Logo após a fuga, o resto deles saiu do restaurante e se afastaram da capital.

Minutos mais tarde, Thelastris se encontrou com o templário. Como já era de se esperar, estava irritada e queria respostas. Mas Lothar estava com a cabeça longe dali em pensamentos.
Não seria hoje que a mercenária teria suas respostas...


Lista de Memórias do Zy

1ª Memória - "Quem sou eu?"
2ª Memória - "Família"
3ª Memória - "VII"
4ª Memória - "Violet" [Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. Novo
5ª Memória - ???
6ª Memória - ???
7ª Memória - ???
8ª Memória - ???
9ª Memória - ???


Os Membros da Cross

??? - ??? (???-???)
FuchiaY - A Dama de Ferro. (Rosa/Luger) [Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. Novo
VermillionZ - O Cavalheiro de Ferro. (Vermelho/---)
NoirS - O Pierrô. (Cinza/???)
VeridianC - O Coronel. (Verde/Lança Granadas)
BlondeM - A Estrela. (Amarelo/Sniper Rifle)
CyanoG - A Torre. (Azul/Bazooca)
??? - ??? (???-???)
??? - ??? (???-???)



[off]



Primeiro resumo finished

E como diria a Thel: "Mistérios misteriosos". /woo


Última edição por Lothar S. Mustang em Ter maio 18, 2010 12:44 pm, editado 9 vez(es)
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Mensagem por Lothar S. Mustang Ter maio 04, 2010 3:39 pm

Capítulo 8 -


- Prontera / 14 de Abril / 23:32 P.M. -

A noite sobre as ruas de Prontera reunia vendedores noturnos e alguns aventureiros com insônia ou a procura de ofertas. Dentre os vários que rondavam a cidade, um deles era composto por seis pessoas peculiares.
Kurosaki, o lorde de uma raça demônio se reunia com a mercenária Thelastris, o Algoz Hiei e o ninja Taylor. Próximos ainda estava Slow, o outro algoz e Sylphie, outra mercenária. A discussão entre alguns deles parecia durar:

- Eu pensei que gigantes fossem todos gentis! - O lorde de baixa estatura falou para a mercenária irritada.
- Não compare a minha altura com a falta da sua! - Disse-lhe em resposta.
- Amigos, vamos nos acalmar e comer Cookies! - Hiei tentava apaziguar a situação sem sucesso.

O resto dos envolvidos estava em silêncio apenas assistindo. Apesar de estarem no fundo se divertindo, ainda faltava alguém ali.


- Saida Oeste de Prontera / 14 de Abril /Alguns minutos antes -

- Fuwaa... - O templário de capa vermelha bocejava enquanto sentava no banco que estava dormindo até então. - nhião, nhão, nham… - Esfregou os olhos e olhou ao redor.

Levantou ainda sonolento e se esticou.

- Dormi muito... - Coçou os cabelos desgrenhados e limpou o ouvido esquerdo com o dedo mindinho da mão do mesmo lado. - Estou com fome de novo.

Ele então pegou sua mochila de viagens e abriu o zipper da frente, onde tirou uma sacola plástica com uma maçã dentro. Ele a segurou pelo caule e lentamente a levou para a boca, pronto a dar a primeira mordida.
Antes que pudesse saborear a fruta, algum atirador acertou a maçã com uma bala que a despedaçou na mão de Lothar o assustando. Instintivamente ele saltou para trás do banco procurando cobertura. Mais alguns disparos foram dados perfurando o banco, mas evitando Lothar.

- Paz e amor! - Gritou e levantou a mão com os dedos indicador e médio fazendo um "V" para o atirador.

Porém tudo que recebeu foi mais uma saraivada de tiros que quase acertou sua mão.

- Ou não! - Saiu de trás do banco em disparada correndo por dentro das árvores.

Conforme seus pés tocavam as folhas caidas e galhos quebrados no chão, produziam inúmeros "tecs" ao amassa-las ou quebra-las. Seu atirador continuava a disparar, enquanto o templário corria como louco pela pequena floresta. Parou atrás de uma árvore quando se sentiu seguro de que o inimigo estava do lado oposto.
Alguns tiros arrancaram pedaços do tronco, mas ele estava protegido ali durante um tempo. Pegou seu telefone e ligou para a primeira pessoa que pensou procurando ajuda.


- Prontera / 14 de Abril / 23:35 P.M. -

O telefone de Kuro começou a tocar uma musiquinha que chamou a atenção de todos. O lorde atendeu o aparelho:

- Olá?
- Oi Kuro. - A voz de Zy saiu do aparelho.
- Quem é?
- Siu eu.
- Eu quem?
- O Zy! - Junto a voz de Zy foi ouvido o som de um disparo.
- Isso foi um tiro? - Perguntou a mercenária que estava próxima tentando ouvir.
- Não sei... o que foi isso? - Perguntou Kuro.
- Tipo, Kuro, tem como me dar uma mãozinha em uma coisa? - Novamente um disparo no fundo.
- Alguem está te ligando no meio de um tiroteio? Que idiota faria isso? - Thelastris perguntou ácida.
- Onde você está, Zy? - O demônio perguntou ao templário ignorando a mercenária.
- Claro. ELE! - Ela resmungava.
- Estou na saida oeste de Prontera. - O som de disparo agora foi mais próximo.
- Estou indo. - Kuro desligou e avisou aos outros do ocorrido.

Em questão de minutos, todos já estavam nos campos dos arredores de Prontera.


- Prontera / 14 de Abril / 23:41 P.M. -

Procurando por algum sinal de Lothar, os seis escutaram o som de um disparo vindo do norte. Sem demora correram para lá. entrando no pequeno bosque onde se encontrava uma pequena praça. Thelastris investigou o local e achou uma garrafa de leite perdida próxima aos pés do banco:

- O gordo esteve aqui!

Novamente o tiro, agora mais perto. Estava a frente, em meio as árvores.
Sem se preocupar eles entraram por entre as árvores, pisando nas folhas e galhos caidos e provocando os mesmos sons que Lothar fizera. Tão logo avançaram e foram recebidos a tiros como o templário anteriormente.
Instintivamente todos procuraram abrigo. Alguns ficaram furtivos ou entraram em escondejiros, outros usaram as árvores como escudo. Eles ficaram imóveis em seus lugares até o ataque parar.

- Mas quem é que está atirando? - Kuro perguntou irritado.

Um tiro passou raspando por seu chifre direito.

- Ai!
- Kuro, cala a boca! - Lothar gritou de algum canto.

Tiros foram dados na direção de ambos.

- No que você se meteu agora, Lothar? - A mercenária lhe perguntou.
- Eu não fiz nada!

E mais tiros. O templário pegou seu telefone de novo e ligou para Kuro.

- Alô! - Ele disse raivoso enquanto um tiro quase o acertava.
- Kuro, diga a eles para fazerem silêncio!
- Tá bom! - E desligou.
- Idiota, eu não acabei! - Falou para o telefone mudo e ligou de novo.
- Diga para aquele tomate gigante parar de ligar!
- Alô!? - Kuro disse ainda mais irritado.
- Passe para a Thel. - Lothar respondeu apenas.

Kuro lhe entregou o telefone.

- O que foi?
- Thel, diga a eles para ficarem em total silêncio...

Ela desligou na cara dele, enquanto praguejava por ele ligar apenas para falar isso.

- Pelo amor de Deus! - O templário irritado pegou seu escudo e correu por entre as árvores até eles. - Dá pra deixar eu terminar? - Sussurrou.
- Zy, quem está atirando? - Kurosaki perguntava.
- Deve ser o IndigoV.
- Esse é o loiro? - Thelastris perguntou.
- Não, vocês ainda não conhecem ele. Indigo é irmão mais novo do Blonde.
- Indigo, Blonde, Vermillion... Bah! Quanta confusão. - Sylphie Eatos não admitia, mas estava preocupada com Lothar.
- Ele perdeu a visão a alguns anos atrás. Ele está nos caçando pelo som.
- Como saimos daqui? - Slow perguntou aos demais.
- Podiamos usar alguem como escudo! - Kuro olhou com os olhos brilhando para Lothar.
- Boa idéia! Vai lá, Kuro! - O templário respondeu.
- Por que eu? A culpa é sua!
- Eu concordo com o chifrudo! - Eatos apenas dizia isso para irritar Lothar, mas esse não lhe dava muita atenção no momento.

Eles ficaram em silêncio um tempo pensando no que fazer.

- Já sei! - Um tiro pegou próxima ao chapéu de Lothar. - Vamos sair correndo pra um lugar aberto. Ou melhor, para os esgotos de Prontera!
- Pode funcionar. - Thel comentou.
- Acho que de todos aqui, só nos dois teremos mais trabalho. - O templário falou ao lorde. - Espero que tenha trazido o seu escudo.

Os mercenários e o ninja desapareciam no ar e começavam a correr. Seus pés fazendo sons nas folhas e galhos atraiam os tiros de Indigo, mas pareciam não ser tão certeiros. Restavam apenas Lothar e Kurosaki.

- Zy, você sabe que eu não uso escu...
- Boa sorte! - Lhe respondeu e saiu correndo na frente com o escudo como proteção.
- ... - O lorde ficou imóvel por alguns minutos. - Como eu te odeio, Lothar... - Sussurrou.

E tratou de correr.


- Esgotos de Prontera / 15 de Abril / 00:12 P.M. -

Todos chegaram nos esgotos inteiros. Eles ficaram apostos na entrada principal, esperando o atirador entrar por ela.

- Boa idéia, Lothar. Se ele vier até nós terá que passar por aqui. - A mercenária lhe deu o feedback.
- Viu? Também dou uma dentro as vezes!
- Hupf! - Sylphie resmungou baixo.


Última edição por Lothar S. Mustang em Sex maio 21, 2010 11:03 am, editado 6 vez(es)
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[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. Empty Re: [Campanha] cRosS† - O passado sempre volta.

Mensagem por John Lucky Ter maio 18, 2010 1:45 pm

E não é que eu ainda não tinha visto o bendito resumo? Isso mostra que estou cada vez mais desligado e preguiçoso. u_u

O RP foi nostalgico mesmo, John sendo o John, The sendo a The e Zy sendo... O excêntrico Zy de sempre.

Enfim, aguardando continuações. o/

Obs.: Foi o próprio gordo que mandou o link, não podia deixar de comentar.
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Mensagem por elenilsonx Ter maio 18, 2010 2:05 pm

eu tambem não tinha visto o resumo.
foi o unico rp que tive o prazer de fazer com o zy e achei bem legal gostaria de poder acompanhar o resto da campanha se for fazer
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Mensagem por Alter-ego Qua maio 19, 2010 1:17 am

carai, sem querer ser chato, mas eu preciso ler tudo aquilo pra poder participar? º_º'
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Mensagem por Lothar S. Mustang Qua maio 19, 2010 9:42 am

Alter-ego escreveu:carai, sem querer ser chato, mas eu preciso ler tudo aquilo pra poder participar? º_º'

Não, mas é altamente recomendável para não ficar perdido na história. '-'
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Mensagem por Lord Victor Qua maio 19, 2010 2:44 pm

Demorei um monte mas consegui terminar de ler. Isso aí é uma explicação para a campanha né? Se for eu quero participar! o/
O problema é que eu não conheço quase ninguém que aparece nessa fic, se ajuda saber, eu fiz parte da VII durante um tempo, tem como eu participar?
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Mensagem por Déborah Eisenheim Qui maio 20, 2010 9:14 am

Aaaaah, não tinha acreditado que o Zy ia mesmo voltar com essa campanha, hahaha
Eu tava em semana de prova, se ele deixar, talvez eu participe dela novamente *-*
Só tem uns 'probleminhas' em on, hahaha
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Mensagem por Lothar S. Mustang Qui maio 20, 2010 12:36 pm

A campanha é aberta a todos, basta pegarem os horários que eu costumo avisar alguns dias antes.
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Mensagem por elenilsonx Sex maio 21, 2010 11:46 pm

avise no forum e no mob chat para garantir que todos saibam
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Mensagem por Alter-ego Sáb maio 22, 2010 1:07 am

mob chat é mobado de mais com aquele joguinho de guerra, eu quase nao o leio @_@
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Mensagem por Laedhros Dom maio 23, 2010 1:18 pm

Eu Vô =D

Não vai ter briguinhas interclãs neah? .-.
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Mensagem por Lothar S. Mustang Seg Fev 07, 2011 9:43 am

[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. Crossr

[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. War3

- 2º Temporada -
"Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus." (Albert Einstein)



     Prólogo - Guerra Civil.



   - Fortaleza abandonada de Saint Darmain / Februus 7 / 02:45 P.M. -


       Uma barragem de balas traçou uma linha mortal invisível que atingiu aproximadamente 20 justiceiros no campo de batalha improvisado e os tirou da batalha permanentemente. O sangue que escorria dos corpos mortos se espalhou pela areia do deserto transformando a tonalidade amarela para um crepúsculo rubro de sofrimento.
       Os poucos templários defendiam com seus escudos a nova onda de tiros que varria mais uma parte do contingente daquela unidade. Não haviam mais atiradores a distância para tornar aquela luta igual, os escudos começaram a rachar com as balas e os "soldados" perdiam suas esperanças de voltar para suas famílias tão rápido quanto perdiam suas vidas.

       O lado que lentamente se clamava vitorioso era encoberto por uma cortina de poeira que servia de esconderijo para sua mortal máquina de matar. Uma unidade tecnomágica de aproximados 5 metros, coberto por uma couraça metálica branca e com metralhadoras gatlin de alta potência que eram responsáveis pelo massacre do deserto. O androide se movia através de duas formas distintas de mecanismos em seu interior: O que guardava suas instruções para realizar determinadas funções, pergaminhos mágicos que corriam em seus sistemas servindo como banco de dados que controlava o sistema de movimentação e armas. E a fonte de energia "ilimitada" que fazia suas engrenagens rodarem automaticamente: Fragmento do Coração de Ymir.
       Era uma verdadeira monstruosidade robótica que poderia ser considerado o futuro dos arcaicos "Guardiões" criados pela empresa Rekenber. Era uma versão muito melhorada, série Arcanjo: Unidade Metatron.

[Campanha] cRosS† - O passado sempre volta. Arcanjometatron


       O silêncio no campo de batalha só anunciava o esperado. O lado "humano" estava morto, exterminado dessa vida pela construção automata.
       O robô parou de se mover e recolheu as armas. A parte traseira de suas costas se abriu como uma tampa, permitindo que no interior fosse revelado o "piloto" da arma. Um homem saltou do assento a frente do controle para o chão de areia, estalou os dedos e esticou os ombros satisfeito.

       - Nada como exercício matinal. - Alisou seu queixo com barba curta admirando a batalha que acabou de travar.

       O companheiro do militar, outro homem tão corpulento quanto o anterior e pele vermelha indígena, se aproximou indiferente.

       - Não me olha com essa cara de cachorro sem dono. Eles também eram soldados! Todo soldado que se dá valor sabe que é um orgulho morrer na guerra.
       - Estamos em guerra? - Abriu a boca para formar palavras.
       - Agora estamos. Nada como uma guerra para um velho veterano como eu se sentir como se tivesse 18 anos de novo. - O general acendeu um grosso charuto e coçou suas partes masculinas como um ogro.

       O gigante olhou os soldados do outro lado, que agora eram meros cadáveres manchando o chão com seu sangue, suor e lágrimas. Silenciosamente ele rezou em idioma próprio pela passagem da alma daqueles homens para o outro lado.

       - Isso trás velhas lembranças de casa, né "Aborígene"?

       O comentário do militar tocou em uma ferida profunda. Involuntariamente ele agarrou o outro pelo pescoço e o levantou do chão com toda sua força.

       - Tire suas mãos de mim, mulato! - Berrou ficando vermelho com a prisão do oxigênio na garganta.

       Em estado de frenesi temporário, o indígena só queria apertar aquele homem até seus olhos saltarem pra fora. Não conseguia pensar em mais nada, apenas em matar, matar como aquela lembrança que lhe tocava o mais profundo interior.
       Quando sentiu seu corpo falhando, o soldado puxou uma faca de combate presa no cinto na perna direita e a enfiou no braço do seu agressor. A dor espantou para longe o pensamento agressivo e descontrolado do homem que soltou o outro.

       - Filho da puta.... Seu índio de merda.... Con..heça o seu lugar... - Sairam as frases entre um puxão de ar desesperado e outro.
       - D-desculpa... - Estava verdadeiramente envergonhado, enquanto puxava a faca do braço e sentia a dor.
       - Vai se foder.... - Cambaleando ele se pôs em pé e tomou sua faca de volta.

       O general com uma veia saltando pra fora do pescoço se recolheu e saiu andando dali de volta ao seu "veículo". A tampa traseira se fechou após ele assumir o assento:

       - Os superiores ficarão sabendo disso. - Ameaçou com sua voz sendo projetada pelo sistema de voz robótico da máquina.

       O índio assistiu seu companheiro sumir no horizonte enquanto voltou a olhar a montanha de corpos com o olhar triste.



   - Sala de Reuniões do Castelo de Prontera / Februus 7 / 04:13 P.M. -


       A mesa redonda foi violentamente socada por uma pessoa de armadura militar da cavalaria.

       - Terroristas, Vossa Majestade! - Brandou Simon, líder da cavalaria.
       - Por favor, Sir Simon, peço que mantenha a calma. - A voz da rainha ressoou pela sala.

       Por anos era comum aquele local ser o centro de comando das operações militares do reino, onde os maiores homens e comandantes das forças de segurança do país debatiam táticas perante a ameaça de um atentado contra a paz. Possivelmente, a última vez que uma mulher estava presente ali foi a muito tempo atrás, causando um pouco de desconforto nos homens mais antiquados.

       - Peço desculpas, Milady. Mas relatórios pertubadores me chegaram alguns minutos atrás.
       - Prossiga. - A rainha comandou.
       - A 3ª Cavalaria do Reino, aliada a um pequeno grupo de justiceiros mercenários interceptou um inimigo portanto um suposto guardião. - Suava bastante.
       - Diz os mesmos que importamos para a execução da Guerra do Emperium?
       - Afirmativo, Majestade. - Limpou o suor que se acumulava na testa com um lenço e o guardou de volta ao bolso. - Entretanto esse apresentava "atualizações" que nunca haviamos visto iguais.
       - Detalhes, por favor, Sir Simon.
       - Esse usava armas de fogo e tinha uma blindagem maior que o normal. Se fontes estiverem certas, ele também tinha uma aparência "angelical". Como... como... Arcanjos.
       - Blasfêmia! - Um sumo-sacerdote representando a igreja de Prontera vociferou. - Referindo a imagens sagradas como lendários Arcanjos à uma máquina!
       - Isso foi o que fontes que estiveram lá afirmam ter visto!
       - O que eles viram foi uma ilusão criada pelo "Demônio". Maldito Morroc, é isso que eles viram! - Se exaltou o homem santo.
       - Eu ordeno silêncio!

       A rainha podia ser uma mulher, mas não era qualquer mulher. Momentos de crise pediam que barreiras de raças, sexos ou crenças fossem derrubadas em nome da paz mundial. Essa era uma dessas horas, e o instinto natural feminino interviera para evitar que dois homens assustados iniciassem uma briga sem sentido que só atrapalharia ainda mais a situação.
       Ela continuou.

       - A aparência é indiferente. Num campo de batalha, o inimigo pode ter até a forma de nossas pessoas mais queridas, porém por dentro ainda serão o inimigo! E se vocês não puderem compreender isso, serão derrotados por si mesmos.

       Todos os homens daquela sala olharam sua rainha de forma a admira-la ainda mais agora. Prosseguiram logo que o momento passou:

       - Peço desculpas, Milady. - Simon curvou levemente o corpo.
       - Diga-me, o que sua experiência como líder da cavalaria, herói de guerra e militar formado sugere.

       Simon deu um longo suspiro, escolhendo as palavras com cuidado:

       - De acordo com o nível apresentado dessa ameaça... A opção mais segura, pensando na segurança na nação em primeiro lugar, é necessário iniciar um estado de alerta. - E abaixou a cabeça esfregando os olhos pensando no que acabará de falar.
       - Alguma objeção? - Olhou a sala de lado a lado, mas nenhum homem se manifestou. - Então está decido. Eu, a atual Rainha do reino de Rune-Midgard, na ausência de meu marido, o Rei, para tomar essa decisão, declaro. O reino de Rune-Midgard, isso é, todas as cidades parte do nosso território, estão a partir desse momento sob o estado de Lei Marcial até que a ameaça seja contida! - E socou a mesa, de forma mais fraca que os homens, mas firme selando simbolicamente a decisão.

       Tensos, cada um deles foram saindo da sala aos sussurros pensando no futuro do reino. Simon ainda estava na posição de antes, repensando suas palavras:

       - Rune-Midgard não é mais segura... - Desabafou.
       - Nunca foi, Capitão. É por isso que nós existimos. - Respondeu a rainha tentando consolar o homem e saindo da sala logo em seguida.
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