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Fanfic: Clérigo

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Mensagem por Friedrich Seg Abr 04, 2011 4:08 pm


Através dos vitrais da Catedral de Prontera podia se visto um sacerdote. Todos os dias antes da última celebração religiosa, ele saia em direção ao cemitério que ficava aos fundos. Ele sentava-se sobre uma das lápides e ficava até o início da missa das seis, depois voltava para a Catedral, era o único momento do dia que era visto fora da igreja.

Lá estava ele outra vez, sentado sobre uma das lápides olhando em direção ao oeste perdido em seus pensamentos.

Uma sacerdotisa aproxima-se, ela carregava uma Bíblia com ambas as mãos olhando fixamente para o sacerdote.

- Valentino não participarás da missa de hoje?

Ele sem mover o rosto em direção a sacerdotisa responde:

- Não irei até ver o pôr do Sol de hoje.

Ela fica em frente ao sacerdote. Ele move seu corpo para o lado por um instânte dando espaço a ela sentar-se ao seu lado.

- Não obrigada, eu prefiro sentar nesta grama a sentar num túmulo.

Ela se ajoelha sobre a grama com cuidado para não sujar o vestido, porém num acidente deixa visível sua calça-liga.

- Oh! Me desculpe. Ela baixa seu rosto já vermelho de vergonha. - Mas o Sol já não se pôs hoje?

- Não, olhe lá! ele está sendo tapado por causa daquele maldito muro e pela maldita cavalaria de Prontera.

- Nossa que implicância com a cidade você tem... Mesmo assim, isso não serve de desculpa para não ir orar conosco.

- Você sabe que eu faço parte do Clérigo, não preciso ficar orando pelo perdão dos pecados dos outros. Se eles não querem pecar, então que não pequem; acham que depois é só vir orar que está tudo certo outra vez...

- Ah! Você não tem jeito, vou lá falar com o Bispo. Quem sabe ele te envie para Geffenia conjurar os demônios!

- Prefiro ficar entre os demônios que viver no meio das pessoas daqui, com excessão do Anjo Falso, lá pelo menos os lobos não fingem ser cordeiros.

Ela levanta-se e com a Bíblia bate na cabeça dele.

- Vou enfiar estas palavras sagradas na sua cabeça de um jeito ou de outro!

- Por Odin, não precisa tanto... não se esquece que a Bíblia de um exorcista é maior e mais pesada que a sua!

Ela solta um gemido de raiva e em passos pesados entra na Igreja.

Já era noite, Valentino levanta-se da lápide e caminha rumo a igreja. Logo avista alguns fiéis saindo da Catedral, passa por entre eles sem olhar para seus rostos.

Um homem de sobretudo marrom com uma imensa Bíblia na mão direita chama o sacerdote:

-Irmão Valentino, por favor, venha até minha sala. Tenho uma missão que te agradará.

- Sim Bispo.
o sacerdote abaixa-se e faz o Sinal da Cruz ao entrar.

Ambos caminham em direção a uma sala lateral, onde sómente noviços e sacerdotes costumavam ir.

- Senta-se, Lavínea relatou-me sobre seu comportamento.

- Ela preocupa-se demais comigo... Valentino cruza os braços em sinal de rebeldia.

- Você sabe, se não fosse ela você não estaria aqui hoje.

- Bom, sem rodeios, o que desta vez devo mandar para as profundezas de Niflheim?

O Bispo levanta-se da sua cadeira e vai em direção a porta, ao abri-lá olha para ambos os lados e a fecha, desta vez gira com sua chave a fechadura.

- Não sabemos, por isso estou pondo sobre seus cuidados este caso, um membro do Clérigo como você não deve encontrar dificuldades.

- Recuso-me.

O Bispo se precipita, soltando algumas palavras em tom acima de seu feitio:

- Como ousas? Estou lhe dando a oportunidade de sair de Prontera.

O Sacerdote assumi uma postura de seriedade, colocando seu dedo indicador sobre a mesa do Bispo.

- Sou o único especialista desta cidade, os outros estão em Geffenia, Glast Heim e alguns que ousam desafiar as leis de Odin, estão em seu templo.

O Bispo leva um copo com água a seus lábios, enxuga a testa com um lenço e começa a sorrir.

- Por mais que você diz ter desprezo pelas pessoas sempre se preocupa com elas não é mesmo? Mas não se preocupe, até hoje não avistei mais nenhum demônio nas redondezas, e invocações com os galhos com o poder da eternidade são cada vez menos frequentes.

- Esses até mesmo um cavaleiro da conta, os que me preocupo são os outros. Com todo o respeito, Vossa Santidade só sabe orar bençãos em humanos.

- Vós esqueceis do solo sacrum da Igreja?

- Pois bem, deixarei a Vara Sagrada aqui, algum destes noviços já deve saber a Luz Divina.

- Não, já obtivemos dois sacerdotes desaparecidos neste mês, você não será o próximo.

- Vós esquecestes com quem falastes? Pois diga-me o que há de tão especial neste caso?

- Seis pessoas desapareceram em Payon. Sem ligação alguma a não ser o dia do desaparecimento.

Valentino se aconchega na cadeira esticando os braços para trás.

- Mande logo um noviço, isso não tem nada de especial.

- Desde que sacrifícios humanos foram usados em rituais de invocação, todo o cuidado é pouco.

O Bispo abre uma gaveta de sua mesa e retira uma pasta, e a entrega sobre as mãos do sacerdote.

- Aqui está.Como pode ver todos desapareceram na lua cheia de cada mês, todos da mesma cidade. Agora vá logo,aqui está o zeny nescessário. Que a Luz dos deuses iluminem seus passos.

- Em respeito a Vossa Santidade farei este trabalho.

O Bispo e o Sacerdote se levantam e ambos fazem o Sinal da Cruz.





Continua.








Naquela mesma noite Valentino estava em seu quarto, a pouca luz que as velas emitiam davam passagem as sombras que consumiam o lugar por inteiro. Ele sentado sobre a cama, arrumava sua maleta cuidadosamente: organizando os objetos sagrados como rosários, águas bentas, Bíblias entre outras coisas.

Passavam-se horas ali, as velas já consumidas por inteiras davam seus últimos suspiros de Loki. Roupas e objetos estavam atirados por todo quarto, aquela bagunça anunciava a saída de Valentino. Ele já em pé com sua maleta, segurava com a mão esquerda com certa dificuldade, um embrulho longo, dando-se a entender ser um cajado.

Ele, lançara seus olhos sobre os móveis e objetos pessoais pela última vez, porque agora tinha um trabalho a fazer, e iria dedicar-se de corpo e alma a cumpri-lo. Passava a chave sobre a fechadura, selando seu aposento. E caminhava pelo amplo e frio corredor da igreja.

O corredor era constituído por lajotas de basalto bem polidas e num tom cinza escuro, suas paredes também eram com pedras basálticas porém menos escuras. Enfileiradas lado a lado, estavam algumas tochas acesas pelo corredor que impediam a decadência do lugar ser exposta, dando o sentimento de honra e história interligados. Ali passou os maiores sacerdotes já vistos, os sumo-sacerdotes mais santos já haviam passado por aqueles aposentos.

O silêncio, era aos poucos absorvido pelos passos rápidos de Valentino, que com sua impaciência característica, não voltava sua atenção por onde passava. Sua maleta batia em sua calça criando sons abafados, e seu embrulho as vezes batia com a ponta no piso criando ruídos metálicos, forçando o sacerdote a erguer um pouco mais seu braço.

Porém, o sacerdote para o compasso de seus passos em frente a uma porta do corredor. Ele olha minuciosamente para ambos os lados, e na ausência de almas vivas por aquele lugar, bate com cautela sobre a porta.

O silêncio volta a se instalar no ambiente, os vitrais no topo das paredes escuros traziam de volta a sensação de escuridão, se não fosse as imponentes tochas acesas daria para se dizer que as trevas já haviam consumido o mundo e que nem o último lugar santo dele foi poupado.

De repente, ouve-se ruídos por trás da porta, e por de baixo dela a luz saía, demostrando que lá dentro havia luminosidade.

Aos poucos a porta se abre e suas dobradiças rangem por sua ferrugem. Do quarto surge uma mulher, seus longos cabelos loiros brilham junto com a iluminação das velas em seu quarto. Seus olhos claros, ainda um pouco inchados pela sonolência revelam uma mulher bela, em seu peito reside um rosário azul escuro demostrando sua fé nos mandamentos de Odin. Ela com sua camisola em tons claros, revela aos olhos do sacerdote o seu lado sensual. Era Lavínea, a sacerdotisa do qual conversou durante a tarde.

- O que desejas a uma hora dessas Valentino? Ela indaga em voz baixa para ninguém a ouvir a não ser o sacerdote, ao mesmo tempo que puxa seu braço para ele entrar em seu quarto.

Ele um pouco desajeitado, entra porta a dentro, um tanto que receoso. Lavínea de pés descalços, fecha a porta rapidamente e passa a chave.

Valentino senta-se sobre a cama, e passa a observar o quarto da sacerdotisa, era a primeira vez que entrava em seu quarto e de certa forma estava fascinado pela sua organização e seu perfume característico. Ao mesmo tempo, ela pôs a servir um copo d'água ao amigo, ao servi-lo, o sacerdote perde a compostura e olha subitamente ao seus peitos, deixando-a envergonhada e ofendida.

Lavínea se acomoda em cima de seu criado-mudo e passa a fitar o estranho embrulho que o sacerdote carregava consigo.

O silêncio é interrompido por Valentino:

- Me desculpe lhe acordar tão tarde, mas tenho um assunto sério a tratar contigo.

Ela um pouco que surpresa, pelas palavras do amigo, coloca as mãos sobre os joelhos e continua em silêncio.

- Hoje -Valentino continua após beber o copo de água e coloca-lo no chão próximo a cama- O Bispo, me enviou a uma nova missão, dessa vez em Payon. Não achei nada de grande importância, a não ser o desaparecimento de dois sacerdotes, mesmo assim o Bispo quer atenção total ao caso.

Ele percebe que a atenção dela está voltada ao objeto embrulhado em seu colo, então logo acrescenta:

- Isso? É a Vara Sagrada, quero que fique com ela na minha ausência.

- O Bispo tem conhecimento dessa sua decisão? Ela pergunta com certo tom de ironia, já sabendo a resposta de Valentino.

- Claro que sim, mas deixe fora de vista dele. Ele responde sorrindo, e com deboche.

Ela não resiste a piada do amigo e solta um sorriso tímido ao mesmo tempo que move a cabeça negativamente.

- Você não tem jeito mesmo, mas essa arma será melhor usada nas mãos de um especialista não achas?

- Eu sei o que estou fazendo Lavínea, mesmo eu julgando este caso pequeno, tenho a impressão que um mal maior se esconde por trás dele... Encare isso como precaução.

Ela se levanta e vai em direção ao sacerdote. Ele coloca sua maleta e a Vara Sagrada em pé ao lado da cabeceira da cama. A sacerdotisa senta-se ao lado dele e passa a fita-lo com seus olhos esverdeados em tons castanhos.

- Valentino, não vá por favor. Os olhos dela passam-se a encher de lágrimas.

- Não chore Laví. Desde aquela vez, eu jurei em sempre te proteger e ficar contigo, não será hoje que me perderás.

Ambos aproximam seus rostos e beijam-se, ele joga seu corpo por cima do dela, e ela cai sobre a cama. Seus longos fios loiros se espalham pela cama e ele passa a beija-la com mais força.

- Espere Valentino, estamos na Catedral. Ela ainda ofegante, o empurra com as mãos.

Novamente o silêncio se infiltra na Catedral. Valentino meio sem jeito fica com o olhar vago para uma cruz na parede, absorvido em seus pensamentos. Lavínea ajeita-se sobre a cama, e passa a olhar Valentino.

Valentino interrompe o silêncio e vira-se para Lavínea; ela encolhe as pernas para debaixo da camisola e o encara com seu olhar de curiosidade e as bochechas rosadas.

- Lavínea, você sabe usar a Luz Divina? Ele pergunta, admirando a beleza da mulher que acabará de beijar.

- Não Valentino, nunca me interessei por demônios. Então não achei necessário aprender, me foquei em ajudar as pessoas apenas.


Ele subitamente puxa o braço dela na sua direção. Ela se assusta e fica nevosa, enquanto que com o outro braço se apoia sobre a cama.

- Venha, vamos ali fora. Ele diz pondo-se em pé, e fazendo-a levantar-se. Vou te ensinar, se você não aprender um dia, do que adiantará essa Vara?

Lavínea surpresa com o ato de Valentino, não o contradiz; porém pede a ele para espera-la no cemitério de Prontera, para que ela possa se vestir.

O sacerdote em silêncio pega sua maleta e deixa a Vara Sagrada sob os cuidados de Lavínea, ele sai do quarto sutilmente antes que alguém possa lhe ver ali. Novamente com seu caminhar característico vai em direção a porta dos fundos da igreja. Onde, pega a chave que lhe foi confiada pelo Bispo, e gira com a maior suavidade cabível para ninguém despertar com sua presença.

Ao abrir a porta, o vento abafado das noites dos dias quentes de Prontera vem atona, consigo carregava algumas folhas das arvores da região, essas batiam nas paredes da Catedral e em seus túmulos, criando barulhos secos, que eram interrompidos pelas vozes dos bêbados das tavernas próximas.

Valentino coloca a mão sobre a face pois odiava aquele vento quente em seu rosto, fecha a porta com cuidado e deixa a destrancada para Lavínea.

Ele caminha sobre a grama em direção ao cemitério. A escuridão reinava sobre as lápides, as suas sombras somavam-se com a sombra da Catedral, e mesmo com as luzes vindas dos lampiões do Castelo de Midgard, a superioridade da escuridão durante a noite era evidente. A lua se escondia timidamente sobre as nuvens que eram apressadas pelo vento em direção ao Monte Mjolnir.

O sacerdote senta-se novamente sobre a sua lápide favorita e passa a esperar um pouco que impaciente a chegada da sacerdotisa.

Passa-se algum tempo, e a porta dos fundos da Catedral abre-se novamente, dela sai Lavínea com seu longo vestido de celibato, com a Vara Sagrada em mãos, ela fecha a porta da igreja com cuidado e vai ao encontro de Valentino.

Valentino levanta-se, pega sua maleta e olha com inquietação para o rosto dela.

- Está muito escuro a essa hora Valentino, também não sei se é uma boa ideia sairmos assim. Ela indaga, baixando o rosto e mostrando nervosismo.

- Não há nada com que se preocupar Laví, é só a chuva que logo chegará. Vamos para a saída sul da cidade, lá nos arredores podemos praticar e aperfeiçoar a Luz Divina.

Ele nota o temor a escuridão que ela sentia ali, e para aliviar sua aflição, ele usa Revelação que rapidamente surge efeito e passa a iluminar tudo ao seu arredor. Lavínea contempla a luz intensa que Valentino conduzia em torno de si, ela também sabia usar aquela técnica porém não com a mesma eficácia dele.

Os dois sem trocar ao menos uma palavra, passam por entre as ruas de Prontera, que mesmo com suas iluminações precárias, transmitiam certa segurança. Ao passar pelo centro da cidade, Valentino avista alguns mercenários em meio aos becos, falando alto e bebendo garrafas de Sograt Tropical. Prevendo um possível atentado, puxa Lavínea em seus braços, afim de protege-la.

Lavínea mesmo que assustada, fica contente com a demostração de afeto vindo de Valentino. E deixa-se tomar por seus braços, afim de ficar mais próxima de seu amor.

Os dois passam por entre os muros da cidade e chegam em segurança ao vasto campo gramíneo dos arredores de Prontera.

Valentino a solta de seus braços e interrompe o silêncio:

- Pronto, agora posso te ensinar a usar a Luz Divina. Enquanto fala, ele percebe o nervosismo vindo por parte dela. Então num ato de confiança, estende sua mão a ela, e passa a moldar em seu rosto um ar de serenidade.

Ela coloca sua delicada mão sobre a dele, enquanto a outra segurava o cajado, então se aproxima dele e o olha com admiração.

- O mais importante Lavínea, é manter a calma, respire fundo e foque sua concentração no inimigo. Agora experimente naquele Creamy logo a sua frente. Ele aponta.

Ela solta a mão dele, e com as duas mãos segura a Vara Sagrada, foca sua concentração em torno do Creamy que batia suas pesadas asas, mas em vão consegue liberar qualquer tipo de magia.

- Não adianta Valentino, isso é perda de tempo para mim, eu nunca feri uma única criatura viva. Ela vira seu rosto em direção ao sacerdote atrás dela.

- Calma, deixa eu te ajudar, você vai conseguir. Ele vai por trás dela e passa seus braços por entre sua cintura, pressionando-a contra o peito. Tente outra vez.

Ela sente um calafrio percorrer pelo seu corpo, e um pouco ofegante, tenta restabelecer a concentração. Enquanto isso, Valentino cobre as mãos dela com as suas, aguardando a invocação de Lavínea.

Ao fechar os olhos, Lavínea passa a sentir uma energia renovar-se em torno de si. Ao mesmo tempo sente a presença de seu alvo. O cajado passa a ficar envolto de uma magia branca. Então o sacerdote sussurra em seu ouvido:

- Lavínea, agora diga: Luz Divina.

Ela repete suas palavras e abre os olhos, a energia que acumulara no corpo é então liberada pelo cajado em forma de luz, e acerta em cheio o Creamy, que sem aguentar o impacto, desprende suas asas e cai morto.

- Pronto. O sacerdote beija sua nuca com delicadeza. Agora fico mais tranquilo.

A sacerdotisa assustada com o ato que acabara de realizar vira-se de frente para Valentino e o abraça forte, em seguida beija seu pescoço.

Os dois sentam-se sobre a grama e em seguida deitam-se sobre ela de mãos dadas, admirando as estrelas. Passam-se algumas horas, e logo após Lavínea aperfeiçoar sua técnica, Valentino a abraça novamente e diz:

- Logo irá amanhecer, preciso te levar para a Catedral, antes que o Bispo acorde. Hoje cedo quero chegar em Payon e resolver este caso.

Ela volta a lembrar, o motivo de estarem ali e assume uma expressão de tristeza. Vendo a reação dela, ele solta mais algumas palavras de conforto:

- Não fiques assim, eu já lhe disse que voltarei são e salvo, além disso sou o melhor exorcista deste reinado, não te esqueças disso.

Ela fecha os olhos e deixa escorrer por entre as faces algumas lágrimas mas que em seguida são compensadas por um radiante sorriso.

- Está bem Valentino, eu confio em ti.

Ambos voltam em silêncio para a Catedral, que em seu topo já era iluminada pelos primeiros raios de luz.

- Vês, não choveu está noite. Ele acrescenta antes de beija-la pela última vez.

Lavínea da um último adeus ao sacerdote e entra na Catedral, ele pega sua maleta e acena para ela, enquanto ela fecha a porta.

Lavínea carregava no peito, seu amor por Valentino, ao mesmo tempo que carregava consigo certa dor e preocupação com a vida dele em risco. Enquanto caminhava silenciosamente pelo corredor já iluminado pelos raios de sol que entravam pelos vitrais, ouve uma voz familiar vinda dos fundos da Igreja:

- Irmã Lavínea o que faz a uma hora dessas na rua? Era o Bispo, que com sua voz grave, falava enquanto dava risadas.

- Estava com Valentino, Vossa Santidade. Ela esconde a Vara Sagrada por trás das costas.

- Não se preocupe, seu amor de infância retornará logo. Aliás, falei para ele ir com esse bendito cajado, mas ele não toma jeito nunca...

- C-como o senhor... Ela olha em torno de si, mas não vê o Bispo.

- Eu conheço ele Lavínea, desde o principio soube que faria isso. Como sei também que voltará logo, agora vá descansar um pouco antes que a missa das oito comece.

- Sim Bispo. Ela vai rapidamente para o quarto e veste sua camisola antes de deitar-se na cama, ao seu lado, na cabeceira, repousa o cajado que Valentino lhe deu.


Continua.






O Sol já visava nascer ao leste, enquanto Selene repousava sobre o céu guardada por suas outras estrelas.

O sacerdote caminhava pelas ruas vazias de Prontera, nem os bêbados eram vistos, pois já recolhiam-se com o anúnciar das manhã. Meditando sobre seu amor por Lavínea, o sacerdote sabia que a hora havia chegado e que precisava o quanto antes pedir a mão da amada em casamento.

Logo avistou a funcionária dos Serviços Kafra: Bianca, que hora cochilava em pé, e seus olhos mostravam o cansaço pela privação do sono. Porém por sua boa educação, tratava a todos clientes de maneira igual e cordial.

- Olá Bianca. Diz o Sacerdote ao aproximar-se.

- Olá - Ela diz sonolenta- Bem-vindo à Corporação Kafra, nós sempre estamos ao seu lado. Em que posso ajudá-lo?

- Um teleporte para Payon por gentileza. O Sacerdote observa que nem ao menos era olhado nos olhos, tendo em vista que ela, como todas as outras, acatava as suas obrigações de forma automática.

- Teleporte para Payon custa 1700 zenys senhor. Bianca dizia com a mão esquerda junto a face.

- Aqui está. Valentino retirava algumas moedas do bolso de sua calça por dentro de seu sobretudo.

Após paga a quantia determinada, Valentino fora teleportado para Payon. Ao chegar lá, percebe a alternância do clima comparado a Prontera, lá a chuva havia chegado, deixando sua presença sobre as arvores da região e que agora refletiam os raios do Sol. Aquilo agradava os olhos de Valentino, fazendo-o não acreditar na veracidade dos desaparecimentos ocorridos ali.

Valentino senta-se sobre uma das mesas ao centro da cidade.




Passa-se longas horas, até um sacerdote de cabelos loiros aproximar-se de Valentino:

- Valentino? O Sacerdote diz enquanto coloca sua mão sobre o ombro do clérigo.

- Suponho que sejas o responsável da palavra de Odin nesta região? Valentino move a face lentamente em direção ao seu ouvinte.

- Sim, podes me chamar de Ariel. O Sacerdote estende a mão para Valentino.

Valentino em contra partida não o cumprimenta, voltando seu rosto para as pessoas da cidade.

- Payon já foi um dos mais gloriosos impérios da história humana, com isso desenvolveu sua própria cultura, mitos e deuses pagãos. Hoje a mesma pertence a Rune Midgard, mas isso serve de justificativa para que nós imponhamos nossas crenças sobre eles?

O sacerdote Ariel, solta um pequeno sorriso e olha com admiração para seu contestador.

- Vejo que não pensas como a grande parte dos sacerdotes que hoje vemos. Mas sua contestação é válida, concordo em boa parte. Mas confesso ser leigo neste assunto, cheguei recentemente a esta cidade, na verdade vim de terras distantes ao norte.

Valentino colocou-se em pé, assumindo uma expressão de confiança. Visto que encontrara alguém que não ficou ofendido por suas blasfêmias contra sua própria Igreja.

- Veio especificamente de onde Ariel? Valentino estende a mão para pegar sua maleta.

- Da República de Schwarzwald, Hugel. Ariel enfatiza o nome da cidade.

- Entendo, mas onde está seu interesse arcano, como todos da República? Valentino falava enquanto seguia Ariel pelo centro da cidade.

- Não penso como a "grande parte", assim como você.

- Oras, então está aqui devido ao Templo de Odin, pressuponho? A crença de Hugel os levou a sua própria ruína, sua maldição porém não é a que Odin os impôs, mas a maldade presente nos seus habitantes, que achavam que poderiam desfrutar, por meio Dele, seus interesses carnais.

O sacerdote a sua frente ficou em silêncio.

- Está no celibato para redimir-se dos pecados de sua família não é mesmo? Completa Valentino.

Ariel para em meio aos mercadores de Payon, vira-se para atrás. E em silêncio olha nos olhos do outro sacerdote.

- Vejo que temos pontos de vista semelhantes, meu irmão.

Valentino surpreendi-se novamente com a reação de Ariel, e ambos percorrem em silêncio até a estalagem.




Ao chegarem a estalagem, Valentino joga sua maleta sobre a colcha da cama, ao mesmo tempo que deita-se sobre ela, espreguiçando-se.

De costas para ele, estava Ariel que o observava através do espelho a sua frente.

- Maleta curiosa esta, não é mesmo? Ariel interrompe o silêncio.

- Só contém o necessário para esconjurar demônios, além disso, algumas coisas pessoais.

- Entendo. Ariel senta-se sobre a cadeira ao lado do espelho, sobre as mãos havia um rosário.

- Agora me fale logo o ocorrido com as seis pessoas. Valentino senta-se sobre a cama e passa a retirar suas botas.

- Para isso - Ariel faz uma pausa- preciso ver o selo.

- Você é apegado as tradições não é mesmo? Pois bem, olhe. Valentino arregaça a manga do braço direito e exibe o sinal. Satisfeito? completa Valentino.

-Sleipnir? Dizem ser um dos selos mais altos de um clérigo, francamente é a primeira vez, que o vejo pessoalmente.

- Certo, então comece. Diz Valentino estendendo a manga.

Ariel, ajeita-se sobre a cadeira e passa a olhar para o rosário que carregava sobre suas mãos.

- Jamais vi nada semelhante, nos últimos seis meses isso vem ocorrendo de forma regular, como já deve saber, durante a lua cheia.

Valentino frange a testa.

- Durante essas noites, a lua estava avermelhada?

- Não, que eu saiba isso só ocorre em Morroc. Nem ao menos cheiro de enxofre havia no ar.

- E nenhuma das vítimas fazia parte de algum ritual?

- Não. Todos frequentavam apenas minhas missas.

- Entendo, hoje a noite iremos investigar isso, como a lua é crescente, não devemos enfrentar perigo algum. Por hora, quero colocar o sono em dia, passei a noite em claro.

- Está bem, irei deixar-te a sós, enquanto resolvo assuntos relacionados a igreja. Volto aqui às 18:00 horas para lhe acordar.

- Certo. - Valentino deita-se sobre a cama e cobre-se com o lençol em baixo da colcha- Feche a janela quando sair.

O sacerdote faz o que lhe foi ordenado, fecha a janela, e subitamente olha para Valentino. Caminha até o corredor da estalagem e chaveia a porta.



Valentino caminhava entre a neblina, não entendia o porquê de estar ali. À sua volta havia prédios, construções em ruínas, que flutuavam como se ali a gravidade não predominasse.

Ao horizonte nada havia, não havia sombras, não incidia luz. Valentino estava só.

- Estou morto? Valentino perguntava-se em seus pensamentos.

Muito distante, podia-se notar galopes, rápidos e exagerados, aproximando-se de Valentino.
Logo ao horizonte, o sacerdote viu se formar uma nuvem negra que tornava-se sólida e fina como grãos de areia, junto dela, descargas elétricas se formavam, lançando feixes de luz para todos os lados.

A neblina que havia se formado sobre os pés do sacerdote desaparecera, revelando aos olhos de Valentino um fundo vazio, sem chão. A nuvem parou a poucos metros dele.

O sacerdote soava frio enquanto tentava compreender o que passava-se ali.

- Valentino?

- Sim.




- 18 horas Valentino.

O sacerdote abre os olhos arregalados, enquanto que gotejava gotas de suor de sua testa. Ficou calado, e olhou no fundo dos olhos de Ariel.

- Vejo que não dormiu bem, gostaria de repousar mais um pouco? Perguntou Ariel com um olhar sério.

- Estou bem, só irei tomar um banho e partiremos de imediato.

Valentino olha a sua volta e nada estava diferente de como havia deixado, logo pensou ser apenas indisposição pela viajem que havia feito. Ele levanta-se e nota sua roupa ensopada de suor, sem dizer nada, ele pega sua toalha e caminha para o banheiro.

Ariel aguardava-o sentado na mesma cadeira que antes estava, ele olha para a maleta do sacerdote enquanto que bebia um copo d'água.




Nos arredores de Payon, entre sua densa floresta, um par de luzes de tom azul celeste cruzavam-se entre si, revelando tudo ao seu alcance.

- É interessante sem dúvida alguma - Valentino deixa escapar essas palavras enquanto caminha em meio a escuridão das arvores - desde sempre o homem visou combater o que julga ser mal e para isso aliou-se ao seu Criador, em troca, o mesmo, prometeu um paraíso para aqueles que não deixam-se contaminar pelas trevas.

Ariel continuou em silêncio, concentrando-se em sua revelação e em seguir Valentino.

- Mas afinal, qual o significado de tudo isso? Estamos inseridos em uma guerra que nem ao menos criamos, não passamos de peças dos deuses que sustentam seus caprichos?

- Aonde quer chegar Valentino? O sacerdote se intromete, querendo assim calar o clérigo.

Valentino solta uma gargalhada, ele olha para o rosto assutado de Ariel.

- Aonde quero chegar, é simples: O que nos define como peça do tabuleiro? Afinal nós seremos aqueles que sobreviverão no dia do Ragnarök. O elo mais fraco que irá sustentar o mundo.
Então para quê nos dedicar aos deuses? Para quê combater os demônios? Sendo que os mesmos dependem de nós para representar suas ações. Demônios precisam de pessoas corrompidas para alimentar-se de seus sentimentos profanos; assim como deuses precisam dos puritanos para levar suas palavras adiante. O empasse dessa guerra não é o mais forte, mas quem predomina na natureza humana. Porém, o ser-humano é idiota de mais para decidir qual seu destino. E assim peca, para depois ir implorar seu perdão para nós.

Valentino vira-se para frente e segue floresta a dentro. Ariel torna-se sério e observa as ações do sacerdote.

Passam-se algumas horas e Ariel toma iniciativa:

- Para onde vamos afinal? Tenho a impressão que estamos sem rumo a procura de algo que nem você sabe ao certo.

Valentino sem ao menos virar o rosto, usa as mãos para separar os galhos e arbustos que estavam em seu caminho.

- A procura dos lobos, meu noviço.

- Lobos? Qual a finalidade disso? Estamos a procura de demônios. Acha que foram logo lobos que levaram aquelas seis pessoas?

- Viu, foi por isso que lhe chamei de noviço. Tens muito que aprender, não é a toa que alguns pagãos construiriam templos de adoração a eles. Os lobos já foram e são ligados a natureza tanto quanto nós, por isso sua afinidade elemental é a terra. Eles só tornam-se agressivos quando seu território está em perigo ou quando há um desequilíbrio no meio onde vivem. Porque achas que Odin é acompanhado de dois lobos: Geri e Freki?

"Quem é ele?" Ariel pergunta para si em pensamento, enquanto ouve a explicação do sacerdote.

A conversa é interrompida por um ruivo logo a frente.

- Estamos perto. Diz Valentino.


Continua.





Fanfic: Clérigo Capiv10

Música Tema:
Spoiler:

- Acalme-se. Diz Valentino olhando para a densa floresta a sua frente, após parar De repente.

Ariel sem compreender o que estava acontecendo, parou e olhou com os olhos arregalados para o clérigo a sua frente, recuo.

Valentino então torna-se sério, enquanto que lentamente aproximava a mão direita ao bolso retirando dele um rosário, no qual envolvia sua mão.

- Acalme-se, Ariel não se mova.

O sacerdote notará que o vento da floresta havia cessado, e ela tornado-se silenciosa e perspicaz, pois nem um único monstro era ouvido, apenas barulhos secos de arbustos e folhas ao chão. Nada mais.

- Valentino - Ariel percebe que algo aproximava-se dele, e então num movimento rápido, retira seu cajado e vira-se para trás.

- Abaixa-se! Valentino corre em direção ao sacerdote enquanto que um vulto negro destacava-se da mata e corria em sua direção.

- Escudo Sagrado! Ariel joga-se ao chão após proferir sua magia defensiva.

- Luz Divina! Valentino aperta suas mão sobre o rosário e move-a em frente a boca do animal. Uma luz branca intensa torna-se presente e acerta o animal com forte impacto.

O sangue jorra nas costas de Ariel, o sacerdote ergue-se olhando para o animal morto ao seu lado.

- Revelação. Diz Valentino enquanto olhava amargamente para o que acabava de ter feito.

- Um lobo. Alias, um lobo errante. Quem diria que ele iria nos atacar. - O sacerdote olha a sua volta prevendo algum perigo mas logo volta a falar. Isso é incomum, geralmente eles possuem sua alcateia, mas este aqui.. Vamos diga logo o que está havendo aqui! Valentino vira-se para Ariel que retirava sua bata e a joga no chão.

- Não sei. Agora trate de se acalmar e vamos voltar. Amanhã retornaremos, está tornando-se perigoso.

- Claro, mas já que estou aqui, vou até o fim. E você virá comigo.

Valentino pega a bata que esta na grama e cobre o corpo do lobo. Os dois passam a caminhar floresta a dentro usando a revelação. Ariel o seguia com o cajado em mãos. Ambos deparam-se com uma clareira a sua frente, e lá havia ruínas do que foi um templo pagão.

- É aqui. Valentino diz novamente confiante para Ariel, que o encarava sério. Percebe? Esses são os poucos vestígios do que foram as ruínas de um templo, o fato de não haver lobos é preocupante. Havia muito deles por aqui, e na época não costumavam atacar quem chegasse, as coisas definitivamente mudaram.


- Ta certo, por onde começamos? Ariel resolve sentar em uma das colunas caídas que havia ali.

- Não saiu como planejado, não tem um lobo aqui, o que tornaria a coisa mais fácil. Mas faremos do modo difícil, primeiro iremos colocar essas colunas em pé.

- Como assim? Ariel observa Valentino retirar um livro de capa negra da sua bolsa- Este seria?

- Um livro que é melhor você não querer saber qual é. Valentino o abre, e começa a folhar as páginas, até que caminha ao centro das ruínas.

- O livro do Apocalipse, que eu saiba ele é proibido na nossa Igreja. Ariel cruza os braços e balança a cabeça negativamente enquanto que sorria.

- As vezes temos que dar alguns passos para trás por algo maior. Este livro não tem apenas profecias, mas permite certas coisas que você verá. Mas caso não queira compactuar com isso, da tempo de retirar-se. Valentino abaixa-se e risca sobre o chão uma cruz com carvão.

- Na verdade, estou curioso. Prometo não interferir.

- Pois então, verá. Valentino começa a ler o livro em voz alta num dialeto desconhecido antigo:

"Ego animam voco decadent Niffheim mihi. Quid autem illa vincula, die solam veritatem vobis ne rebellis qui petit. prophetiae dico de Dei potentia et regni fuit in loco isto adoraverunt revertisse."

E então fecha o livro e o guarda.

- Pensei que daria certo. Diz Ariel. Me diga, o que significa essas palavras? Ariel sente o pilar que estava sentado tremer e então levanta e olha apavorado ao seu redor.

Todos os pilares começavam a mover-se, sobre a cruz que estava desenhada ao centro uma sombra adquiria vida própria e passava a tomar forma, reunindo outras sombras. As arvores em torno da clareira balançavam fortemente devido ao vento que emergia em torno do templo.

- Quem chamou-me? Diz a estranha criatura tomando sua forma verdadeira.

- Eu te chamei Skogul. Diz Valentino olhando-a fixamente.

- Skogul? Então este foi o nome dado por vocês humanos a mim? O demônio abria suas asas e seus olhos revelavam um vermelho mórbido, ela passava o dedo indicador sobre a barra do vestido banhado em sangue e degustava-o lentamente mostrando satisfação. Sente nojo disso? Ela diz ao ver a reação de Valentino.

Saiba que é o sangue de um infiel as leis de Odin. E só o bebo pois assim posso julga-lo.

- Cale a boca demônio. A quem você serve?

- Sirvo ao meu criador. Pena que não está sobre os meus domínios, iria sofrer de minha ira. Como ousas chamar um servo de deus de demônio? Saiba que sou tão superior quanto qualquer humano que já pisou nesta terra.

- Mataste todos os desaparecidos, então quem te invocou? diz Valentino.

- Matei-os em nome de um ideal. Aquele que me invocou está protegido pelas leis que esse templo se ergueu. Saiba que todos foram julgados de acordo com a ordem divina. E seja breve, seu ritual não pode prender-me muito tempo, logo voltarei as minhas terras.

- Onde está os corpos das vitimas? Valentino percebe que os pilares estavam partindo-se.

- Estão enterrados sobre essas ruínas. Não ouse viola-los ou o punirei com a agonia eterna. Skogul passa a movimentar suas asas e olha para a cruz que havia se desfeito. Posso partir agora? Ela sorri macabramente.

- Return domesticam. Diz o sacerdote.

A cruz desfaz-se e os pilares se partem, Skogul movimenta suas asas e é envolta de um brilho negro, assim desaparece deixando uma mancha negra onde estava a cruz.

- O que achas Ariel? Valentino volta-se para o sacerdote estudando sua reação.

- O que especulas Valentino? Ariel aproxima-se. Deveria queimar este livro.

- Temes a verdade? Se ela não pode nos dizer, perguntaremos aos cadáveres.

Necromacia? Não permitirei que faça isso. É tão proibido quanto o que acabaras de fazer.

E então o que sugere? Diz Valentino fechando o livro e o colocando em sua bolsa.

Deveríamos voltar para Prontera, isso está indo longe demais. Ele afirma.

Então assim faremos. Valentino diz isso receoso, sabia ele que algo maior do que julgara estava por vir.

Continua.







Nota: Acho que alguns conheciam, outros não. Mas estou retomando essa fanfic, e esperei concluir esse último capítulo para postar aqui na Naws, espero que gostem! (Prometo me esforçar mais no próximo!)
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Fanfic: Clérigo Empty Re: Fanfic: Clérigo

Mensagem por Friedrich Sex Abr 08, 2011 11:20 pm

Fanfic: Clérigo Capatu10

Música Tema:
Spoiler:



Ao passar de algumas horas, Valentino e Ariel dirigem-se de volta a pensão onde estavam abrigados em Payon. O ar tornava-se pesado- não, antes que caro leitor pense que este era efeito do tempo que mudava-se subitamente como de costume. Afim de te explicar o ocorrido, interrompo minha imparcialidade para alerta-lo sobre o que estava acontecendo. Mas antes que penses que revelarei meu nome, esse deixo oculto entre as sombras desta cidade para mais tarde revelar-te.



Valentino estava com a fronte voltada ao solo, seus olhos ardiam pela falta de sono e suas mãos estavam inquietas e tremulas, ele temia que algo grandioso estava para acontecer, e que as sombras da entrada da cidade escondiam sobre seu silêncio mórbido o seu triste fim.

Ariel mostrava-se um pouco abatido pelo cansaço da viagem que haviam feito na floresta, mas mantinha seus olhos voltados a todo instante para a bolsa do sacerdote, continha-se a decifra-lo em pensamento. Talvez por temor, ou por simples distração. O fato que desde o início, Valentino tornou-se alvo de sua curiosidade, pois fugia do perfil de todo sacerdote que conhecera até então.

- Valentino? - Ariel falava baixo ao lado de Valentino mas mantendo seu tom costumeiro, ou seja, sério. - Como sabia que lá estava os corpos e que lá era aonde o demônio estava?

- Você de novo, cala a boca e anda, estou exausto. Porque essa curiosidade? estas achando que sou eu o manipulador dessas mortes? Valentino virou seus olhos rapidamente para Ariel para conferir-te a reação, insatisfeito, conteve-se a passar a mão na testa úmida e fria e voltar aos seus pensamentos profundos.

- Vê? a pensão está a nossa frente. Quero descansar um pouco, antes de partir.

- Certo, irei para a igreja fazer minhas malas. Faz mesmo questão que eu vá?

- Claro. - diz Valentino virando as costas para Ariel. O clérigo jamais diria isto em uma situação comum, o fato que temia estar próximo de seu fim. Jamais sentiu tamanho vazio em seu peito, que era transbordado em uma escuridão sem fim. Suas conclusões eram sem nexo, e tudo isso parecia girar em torno de Ariel.


Ao abrir a porta da pensão, notara o quão precária era a segurança do lugar. A serviçal estava junto ao balcão próxima a porta, dormindo sobre um livro, do qual parecia ser um romance barato, com vilões, monstros e donzelas em perigo. Valentino passa seus olhos por ela, com piedade e remorso. Era a vida desses miseráveis que ele jurou proteger e esconjurar os demônios em seu torno. Aquela serviçal nunca imaginaria o quão tênue é a linha das trevas com o mundo, e isso jamais se assemelharia ao escrito nos livros e as histórias de bardo. Terminando sempre na ascensão do herói diante o sacrifício e a derrota do monstro, com um fundo moral, uma princesa e nada a mais.

Ao voltar ao raciocínio, após essa longa reflexão de histórias. Valentino já estava abrindo a porta do seu quarto. Intacto, sombrio e gelado. Digo, realmente frio, logo que abriu a porta, inspiração condensa-se em vapor, assustado ele percebe que os cantos da janela do seu quarto formavam uma fina camada de gelo. Ele corre para o meio do quarto, olhando em torno de si e rapidamente fechando seus olhos diz em voz alta:

- Revelação! Ao gritar, novamente a chama espiritual toma forma, e gira em torno de si. Ele retira de sua bolsa, uma Bíblia e abre com uma das mãos, esperando o inimigo, pondo-se em ataque. Mas nada havia ali.

Ele olha subitamente para a janela e percebe um vulto negro parado em frente a pensão. Ele sem pensar, joga de imediato a Bíblia sobre a cama e corre para a janela, abrindo-a com força.

A rua estava deserta, apenas galopes eram ouvidos. Sobre onde estava o vulto, nada além da grama seca restava. Porém o sacerdote reconhecia que um enigma havia mostrado-se para ele novamente.

- Mas que diabos. Ele diz após um longo suspiro e fechando a janela e atirando-se sobre a cama. Estava cansado até para se trocar, decidiu assim, dormir naquele estado, olhando para o teto escuro e o lustre empoeirado até perder a consciência e cair em sono.



- Tu me ignoraste. Ainda não acredita no que teus olhos dizem? - Valentino estava sobre o mesmo cenário do capítulo III.

- Diga logo, é você que está me seguindo? Diz Valentino olhando a sua volta, que revelava a ele naquele instante uma taverna escura e úmida, com um aglomerado de cavaleiros bebendo e brindando.

- Acho que já sabe quem eu sou. Afinal, anjos surgem da luz, e como pode ver também não sou uma valquíria. A sinistra voz ressoava em torno da taverna. Valentino buscava entender o que estava havendo.

- E sim, sou eu quem te sigo e te guio o caminho. Veja bem, mesmo negando isto ao sacerdote, é meus galopes que te guiaram até o templo não foi?

- O que queres de mim? Valentino aproxima-se dos cavaleiros, mas esses não respondiam, estavam mudos. Era apenas a reprodução de algo que já aconteceu.

- Nada de imediato. Quando quiser ajuda, apenas me chame. Meu nome é Caternarius, diga em voz alta. Mas digo-te que ao meu chamar, e irá. Não terás caminho de retorno.

- Mostre-me a face! Grita Valentino.

A voz entra em profundo silêncio, e um ecoar agudo é ouvido, ao dar-se conta, Valentino nota que a taverna estava em chamas. Cavaleiros caídos, e alguns mortos. Outros levantavam-se e tentavam atacar algumas criaturas pequenas e rápidas, a taverna fez-se em trevas e então tudo foi interrompido.



Valentino acorda. Respirava novamente ofegante, e já era dia. Ariel estava a sua espera e ambos partiriam cedo para Prontera logo naquela manhã. Valentino mal acordava e já estava organizando seus pertences em sua mala.

Ambos encontram-se e sem trocar palavras de importância, teleportam-se através dos serviços Kafra para Prontera.




- Oh, belos ares! Dizia Ariel entusiasmado. Olhando com grande paixão a sua volta.

- Primeira vez em Prontera sacerdote? Diz Valentino enquanto que reparava em alguns mercadores que vendiam itens baratos superfaturados, e alguns não passavam de relíquias falsas. -Isso ainda cheira a podridão. Ele conclui.

- Anime-se meu rapaz- diz Ariel dando tapas nas costas do clérigo- Novos tempos virão, e a podridão deste mundo será varrida com eles. Apenas os tijolos que restarem em pé, serviram de testemunha para essa nova era.

- Fanatismo, outro que se ilude com o impossível, como pode ter tanta certeza?

- Eu apenas sei. Ariel interrompe os tapas. E olha para alguns bruxos que passavam com desdém.

- Diga-me Ariel, acredita em presságios de morte? Valentino diz ao sacerdote distraído.

- O que? Espíritos? Ariel olha desconfiado para Valentino.

Valentino priva-se a afirmar com a cabeça, seus olhos transmitiam certo pavor.

- Está vendo coisas desse tipo? Ariel indaga. Pois deve ser culpa das magias que usa. Tudo exige um sacrifício, e este é o preço que está pagando. Feche e queime aquele certo livro, deve bastar para tudo tomar seu eixo.

- Queimar até pretendo. Mas só depois de encontrar o ser responsável neste caso.

Ariel engole seco, e volta a olhar para a Catedral logo a sua frente. Ambos estavam próximos a cruzar a esquina, quando de longe, observa uma linda sacerdotisa lendo de baixo de uma árvore.

Valentino esboça certo sorriso e acrescenta para Ariel:

- Está vendo? Aquela é Lavínea do qual te falei. Quando isso acabar, pedirei a mão dela provavelmente.

Ariel torna-se sério.

- Bom saber disto, mas não te esqueças que o sacerdotismo requer sacrifícios, ainda mais quando a nova era chegar. Ele responde, tornado Valentino sério.

Valentino aproxima-se junto com Ariel em frente a sacerdotisa, que estava concentrada em sua leitura e não dava importância a quem se aproximava dela.

O que está lendo dessa vez? Diz Valentino em contraste com o sol, atrapalhando a leitura da sacerdotisa.

A sacerdotisa levanta o rosto em direção a voz e reconhece Valentino. Que então, sente seu coração pulsar e seus olhos refletem isso com um brilho em especial e sua boca em um sorriso.

Valentino estende a mão ao seu encontro, e logo após abraça-la e dizer palavras doces ao seu ouvido, apresenta Ariel para ela.

Muito prazer, -diz Ariel cumprimentando-a. Valentino comentou-me sobre vocês.

Ele fala demais, -ela diz advertendo Valentino com um olhar sério para ele- mas entrem, o bispo estava a espera de vocês. Ele acertou, vocês se assemelham muito e por isso viriam juntos. Queiram por favor entrar. Ela os leva para a entrada dos fundos da Catedral.

Continua.






Então ai está, não falei que voltaria a ativa? Quero deixar claro, ao leitor impaciente, que estou tendo todo o prazer em escrever esses capítulos, especialmente este. Tendo em vista, acredito, que retomei a essência desta fanfic justamente nesse capítulo. Quero alerta-lo que por mais que pareça que não, há uma sequência lógica dos acontecimentos, e que até os minimos detalhes não estão ai por acaso. Boa Leitura!

Abraços, Rockstar.

Friedrich
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