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VII - O Conto de um Templário

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Mensagem por Lothar S. Mustang Sex Ago 07, 2009 11:26 am

- Notas do Autor -

Essa é uma fic antiga que tinha escrito desde o início do ano de 2008 e passou por altos e baixos até ser continuada. Ela se passa durante o tempo que o clã de RP "Organização VII" ficou aproximadamente 2 meses desativado, compreendendo entre o final do ano de 2008 e o começo do ano de 2009 na chegada do evento de Satan Morroc.
Ela relata alguns acontecimentos do meu personagem durante esse período e propositalmente utilizo a escrita em primeira e terceira pessoa do passado, com a intenção de parecer um registro (diário), mas com as cenas na forma de "flashbacks" contadas pelo próprio Lothar.

Boa leitura.



Lothar Saga
_____________________________________________________________________

O Conto de um Templário

Escrita por: Fellipe Guimarães Fortes (aka Lothar S. Mustang)

VII - O Conto de um Templário Sacred_mission_bigVII - O Conto de um Templário 86VII - O Conto de um Templário 1145



      “- Toda história começa pelo início. Essa, no entanto, começa pelo fim...”
- Lothar Shade Mustang




Índice
_____________________________________________________________________
1 – Paz momentânea
2 – Festa! Fogos! Ferus!
3 - Entre os dentes e o estômago
_____________________________________________________________________








Prólogo - Madeira e Cinzas





VII - O Conto de um Templário Speaker SoundFX
      Meu nome é Lothar S. Mustang, eu sou um templário e sétimo magistrado da Organização VII.
      Naquele dia no começo de Dezembro, eu e meus companheiros nunca soubemos direito o que aconteceu, o que sabíamos era que protocolo Omega estava ativo. A ordem era clara, devíamos sumir...

      Na mesma noite eu fui direto ao escritório central da VII, na época, um pequeno prédio abandonado no centro de Juno. O edifício era só uma fachada para o que se escondia abaixo dele, um escritório razoávelmente grande onde guardávamos todos os documentos e arquivos importantes referentes à organização.
      Para que a segurança do lugar fosse mantida, apenas um número limitado de membros da VII sabiam sua localização - dentre esses, eu, é claro - que estava encarregado de uma missão especial pós-protocolo:


_____________________________________________________________________

     - 1º de Dezembro/ Escritório Central da VII/ Horário desconhecido -

VII - O Conto de um Templário 40px-Music_note_ Music
      O homem de armadura chegou em silêncio e permaneceu encarando o lugar. Era uma sala só, nem muito pequena e nem muito grande, de aparência oval com uma larga escrivaninha no centro e apenas duas cadeiras. O piso estava revestido com carpete azul escuro e as paredes estavam lotadas de estantes contendo diferentes tipos de livros, pastas, documentos, cartas e envelopes. Em algumas áreas livres nas paredes havia poucos quadros e um deles em particular chamava atenção. Era o de um Paladino de barba, bigode e aparência imponente, sobre o roda-pé da pintura lia-se: "Alexander Eisenheim I". A iluminação vinha do lustre solitário no teto.
      A mesa tinha documentos espalhados, um daqueles cubos mágicos e algumas estátuas estranhas que davam a decoração. Poeira podia ser notada por todo o lugar, o cheiro no local vinha do ar carregado e dos móveis velhos, feitos com a mais fina madeira de carvalho, que agora já começava a desgastar. No canto esquerdo da sala, quase despercebida havia uma pequena planta tropical, seca e morta a meses pela falta de água e luz do sol. Aquele era um ambiente quase claustrofóbico.

VII - O Conto de um Templário 9k4kkn

      O cenário parecia bem nostálgico para o templário parado em frente à mesa com o olhar triste e perdido. Seu cabelo estava desarrumado e molhado pelo suor que escorria da sua testa. A armadura templária que usava era polida e tinha a capa tingida de vermelho, uma pequena customização que ele mesmo fez e a princípio não agradou os companheiros de clero. O escudo estava preso as costas e tinha a “Vingadora Sagrada” embainhada em sua cintura. Suas mãos estavam ocupadas carregando um grande galão de metal que trazia consigo.

      - Eu admito... Nunca pensei que veria esse dia chegar... - Falou aos móveis silenciosos.

      Após um tempo admirando o escritório ele enfim começou a despejar o líquido que estava dentro do barril por todo o lugar.
      O odor forte de gasolina rapidamente invadiu a pequena sala fechada e de pouca ventilação. O homem parou, observou ao redor, olhou a pasta em baixo do braço e finalmente puxou do bolso um cigarro.
      Ele o pôs entre os lábios e sem pressa alguma pegou o isqueiro. Acendeu, dando uma tragada, mas tão logo tirou ele da boca e o encarou com cara de nojo:

      - Bleargh! Ainda bem que eu não fumo...

      Ao terminar a frase, atirou o cigarro em direção aos móveis encharcados de gasolina e deu as costas. A combustão começou instantaneamente.
VII - O Conto de um Templário Speaker SoundFX
      De pé na escada que levava para a superfície ele deu uma última olhada para trás, o retrato do paladino o encarava enquanto o fogo começava a queimar sua parte de baixo.
      Ele não resistiu e soltou o comentário antes de sair do lugar:

      - Não deixe que isso esquente sua cabeça, senhor Eisenheim... - Sorriu e acenou vendo a pintura se perder em cinzas.

      Rapidamente o magistrado subiu de volta a cidade e sumiu na noite deserta de Juno, apenas carregando uma pasta com documentos e deixando o controle do prédio em chamas nas mãos dos sábios que chegaram minutos depois. A perda havia sido total, qualquer evidencia daquele lugar secreto desapareceu com o fogo...

_____________________________________________________________________

VII - O Conto de um Templário Speaker SoundFX
      E foi assim. Naquela noite eu apenas levei os documentos indispensáveis do escritório, todo o resto foi apagado para não ser descoberto e usado contra nós algum dia.
      Eu andei por toda noite indo para muito longe de Juno e antes do dia amanhecer eu já havia escondido os arquivos em um lugar seguro. E lá eles permaneceriam, até a hora que eles forem necessários de novo...


Última edição por Lothar S. Mustang em Ter Mar 29, 2011 6:41 pm, editado 13 vez(es)
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Mensagem por Genkaku Sex Ago 07, 2009 12:14 pm

muito boa, descreveu bem o cenario as emoções do personagem, gostei muito.
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Mensagem por Varnion Guinefort Sex Ago 07, 2009 12:17 pm

Ponto de encontro da VII era em Juno O.o? Eu nunca econtrei.

Boa Zy, pelo que percebi vai ser só dois meses???
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Mensagem por Lothar S. Mustang Sex Ago 07, 2009 12:27 pm

Sim, 5 partes contando com o prólogo. É uma mini fic.
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Mensagem por Samuel Sex Ago 07, 2009 12:46 pm

Que legal zy!
Antes eu tinha acesso ao forum agora nao tenho mais >.<
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Mensagem por Varnion Guinefort Sex Ago 07, 2009 12:52 pm

Ja eu tenho acesso mas não vejo todos os topicos e categorias xp
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Mensagem por Lothar S. Mustang Sex Ago 07, 2009 1:10 pm

Lothar Saga
_____________________________________________________________________

O Conto de um Templário








1 – Paz momentânea


      Já foram duas semanas desde o Protocolo Omega e a destruição do escritório central da VII. Não recebi qualquer contato da organização nesse meio tempo, tentei inclusive o comunicador várias vezes, mas não tive qualquer sucesso. Imagino onde os outros estão.
      Enfim, agora eu sou um andarilho sem passado.
      Andei para o leste de Juno e no caminho encontrei um casal de fazendeiros. O marido e mulher me ofereceram carona até Hugel, a cidade deles. Aceitei:


_____________________________________________________________________

    - 15 de Dezembro/ Estrada para Hugel/ 10h36min a. m. -

      Durante alguns dias o forasteiro já andava seguindo a estrada debaixo do Sol e acampando sob a Lua. Estava sem armadura, ela chamaria muita atenção. Usava sobre a cabeça um capuz fino que protegia o rosto do Sol forte e roupas comuns bem diferentes e menores que as vestes de templário. Jogada sobre o ombro direito carregava a grande mochila com seus pertences.
      A estrada era de terra e mato. Durante os dias que estava seguindo ela tudo que vira foram árvores e pedras, não havia visto nenhuma alma viva passar. Quando aquela carroça pequena e bem arrumada apareceu puxada por dois cavalos pegou o magistrado de surpresa ao passar por ele indo à mesma direção.
      O homem no comando das rédeas falou com ele:

      - Como vai, amigo? Perdido? - Ele abriu um largo sorriso ao falar.

      - Não... Estou de passagem, só isso... - Retribuiu com um sorriso.

      - Quer uma carona?

      - Eu não quero incomodar. Só estou andando e vendo até onde meus pés me levam.

      - Hmm. Essa estrada leva até Hugel, mas o caminho ainda é longo. É pra lá que estamos indo, então não seria incomodo algum. - Outro sorriso.

      - Tem certeza que não vou atrapalhar?

      - De forma alguma.

      - Se insiste... - Subiu na pequena carroça e o homem lhe deu boas vindas.

      Dentro dela pode notar que o senhor estava acompanhado da esposa. O homem guiando o transporte aparentava ter cinqüenta e poucos anos. Tinha estatura mediana e vestia uma calça marrom com suspensórios por cima da camisa xadrez azul e branca. Na cabeça usava um chapéu de palha por cima dos cabelos grisalhos, possuía algumas rugas pelo rosto e uma barba espessa que já começava a ficar branca. A mulher era uma senhora aproximadamente da mesma idade, que usava com um vestido vermelho simples e um avental de cozinha por cima. Seus cabelos longos e presos por uma trança eram castanho escuro e combinavam com seu carinhoso olhar cheio de pés de galinha que lhe entregavam os anos.

      - Esta é minha esposa, Dolly. - Ele gesticulou em sua direção. - E meu nome é Sebastian Mc Coill, prazer! - Ele ofereceu um sorriso e um aperto de mão.

      - Prazer. - Apertou a mão do fazendeiro. - Eu me chamo Lothar. Lothar Mustang...

      - É muito incomum vermos viajantes por esses lados... - O fazendeiro deu um largo sorriso. - Você parece da cidade, acertei?

      - Mais ou menos. Eu levo uma vida agitada, sempre estou indo a diferentes lugares. - Respondia o templário meio sem jeito.

      - Você deve ser um desses aventureiros que lutam contra monstros, não é senhor? - A pergunta veio da senhora que tinha um sorriso materno.

      - Mais ou menos. Quer dizer, isso é o que eu mais faço, acho... - Ele se sentia um pouco desconfortável com essas pessoas tão generosas com um desconhecido.

      - Espero não ter o incomodado. - A senhora falou ao notar a expressão tímida do homem.

      - Claro que não... - O andarilho sorriu. – É que faz dias que não vejo ninguém.

      - Normal. Depois que construíram aquele aeroporto em Hugel ninguém mais usa a trilha. – O velho resmungou.

      - Então eu realmente tive sorte de encontrar vocês passando?

      - E como teve! – Gargalhou.

      Lothar deu um riso sincero após a gargalhada contagiante do homem. Aos poucos ele se soltava pela viagem, afinal, nem tudo eram as lutas, missões e trabalhos que tinha constantemente na organização. Só uma hora de viagem com os dois bastou para que o templário se sentisse bem com eles.

      - Estão sentindo um cheiro estranho...? – Puxou um pouco de ar. – Enxofre?

      - Não fui eu. – O fazendeiro riu. – Só brincando.

      O templário riu apenas por educação, mas ainda mantinha o rosto preocupado com o cheiro no ar. Por instinto ele correu a mão até a cintura, onde geralmente carregava sua espada. Mas logo que chegou até onde ela deveria estar, se lembrou que a levava escondida na mochila para se passar por um mochileiro comum.

      - Não fique tenso, Lothar. É só o Lago do Abismo. – A senhora Dolly lhe tocou o ombro e de certo modo isso o acalmou um pouco.

      - O Lago do Abismo?

      - Você nunca ouviu falar? É uma caverna subterrânea no meio de um lago, aonde vivem uma colônia inteira de monstros dragões. Alguns deles às vezes andam por esses arredores, mas não atacarão se ficarmos longe. – O senhor Mc Coill lhe explicou.

      - Ah sim, me lembro agora. Ela é guardada pelos dragões e contém um enorme tesouro, não é?

      - É o que dizem. Só sei que eu nunca fui lá pra ver com meus próprios olhos.

      - Mas e quanto aos dragões, é mesmo seguro estarmos passando por aqui? – Mantinha os olhos na estrada até aonde podia alcançar.

      - É só ficarmos na estrada. Não precisa ser paranóico, fizemos muitas vezes esse trajeto e nunca corremos perigo nem uma vez. – O fazendeiro o tranqüilizou. – Se bem que... Nas últimas semanas essas salamandras andam esquisitas.

      - Esquisitas como?

      - Tem gente na cidade falando que eles andam muito agressivos sem motivo e estão se afastando cada vez mais do lago chegando bem próximos de nós.

      - E vocês estão fazendo o que quanto a isso?

      - Nada.

      - Nada!? – Lothar se espantou com a calma do homem.

      - O povo de Hugel respeita os dragões. Tem sido assim por anos e pretendemos continuar.

      - Mas e se acontecer alguma coisa de ruim?

      - Por exemplo?

      - Eu sei lá, um ataque?

      O velho riu da resposta do templário.

      - Falo sério, Sr. Mc Coill! – Lothar falou firme.

      - Vocês jovens se preocupam demais. – Ele continuou a falar logo que viu a cara de protesto que o andarilho fez. – Mas enfim, se isso te faz sentir melhor temos a guilda dos caçadores na cidade. Eles são nossos "protetores".

      O templário até pensou em falar, mas desistiu quando olhou a cara do velho, pronto para dar mais uma resposta despreocupada e um sorriso. Assim, durante mais uma hora a viagem seguiu enquanto as constantes perguntas de Sebastian foram o que mantiveram os pensamentos sobre o lago do abismo e os dragões afastados na cabeça de Lothar.
      Finalmente a pequena carroça chegou a Hugel.

_____________________________________________________________________

      Foram três semanas. Três curtas, porém, ótimas semanas que passei naquela pequena cidade. O casal tinha uma pequena fazenda lá, eles foram muito gentis em me convidar a passar uns dias ali. Como não queria decepcioná-los aceitei a oferta e fiquei como hóspede durante esse tempo.
      Essas “férias” foram muito boas para relaxar a cabeça. Conheci em pouco tempo todas as boas pessoas daquela cidadezinha rústica.

      Porém, toda essa gentileza e companhia não mudavam o fato de como eu me sentia por dentro. Estava com muitas saudades de todos os meus amigos e vejo agora como fui burro em não me despedir. Alex, Sarah, Kuro, Dopell, Cabrial, Dy, Link, Tarian, Ville, Jacques e a mais importante para mim, Debi...
      Será que eles também estão com saudades? Eu não tenho essa resposta, mas onde cada um deles estiver eu desejo do fundo do meu coração que estejam bem. E mais ainda, que eu veja todos eles de novo algum dia...

      Voltando a minha estadia em Hugel. O ar era puro, as frutas frescas e a água muito saborosa. A vida na fazenda era sem dúvida muito natural e diferente das grandes cidades. Parece que tudo aqui tem um gosto melhor.
      Eu me adaptei até que fácil nos trabalhos diários: pegar ovos, ordenhar vacas, cuidar na plantação, fazer a colheita, limpar os estábulos etc.
      Em pouco tempo também eu aprendi muito sobre eles. Tivemos conversas sobre os mais variados temas, contei a eles algumas histórias de minhas aventuras e fiquei intimo dos dois. Foram bons momentos, pescando com o Senhor Sebastian e ajudando a Senhora Dolly na cozinha.
      Tenho a impressão que aquela pequena família gostava muito de mim e eu estava começando a gostar deles. Me sentia em casa com a família que nunca tive. E isso é mal...

      Certa noite após o jantar, precisamente na véspera do Natal, o Sr. Sebastian me chamou para uma conversa na sala de estar. Não sabia do que se tratava, mas ele parecia sério. Foi um assunto que me pegou desprevenido:


_____________________________________________________________________

    - 24 de Dezembro/ Fazenda dos Mc Coill/ 23h06min p. m. -

      A sala de estar era toda feita de madeira como o resto da casa e os móveis. Na parede oposta à entrada ficava um grande lareira que estava acesa. Na parede direita tinha uma estante com poucos livros e ao lado uma escrivaninha. Do lado oposto, havia na parede um relógio cuco que parecia estar na família a um bom tempo, julgando pela idade do material. Perto a ele, na mesma parede, ficava a janela – agora fechada – e que dava para a vista da horta. Bem no centro ficava o enorme tapete redondo com uma mesinha e em cima dela um vaso azul com umas flores. Em torno dela e ainda em cima do tapete estavam as poltronas voltadas para a lareira.
      O velho fazendeiro estava de pé junto da lareira, abastecendo o fogo com mais lenha quando o templário entrou na sala:

      - Sente-se. - O fazendeiro apontou com a mão segurando um cachimbo para a poltrona a sua frente.

      O magistrado se sentou meio desconfortável e preocupado que tivesse feito algo de rude. Sebastian, que terminava com a madeira ainda não lhe olhara de frente. Quando acabou se sentou na outra poltrona, acendeu seu cachimbo e o levou a boca. Finalmente ele encarou o templário nos olhos.

      - Errr... Bem, Sr. Mc Coill, por que me chamou para uma conversa aqui? – O suor na palma das mãos e o estômago cheio de borboletas indicava claramente o quanto ele estava nervoso.

      - Feliz Natal adiantado! - O homem deu seu sorriso característico quebrando a tensão e o rosto sério que tinha até um segundo atrás.

      - Era só isso...? – Lothar não sabia se sentia alívio ou se ficava ainda mais nervoso.

      O homem deu uma gargalhada da cara que ele fez.

      - Relaxe. - Ele ainda sorria. - Não é nada grave. Só queria lhe perguntar sobre o que tem achado desse lugar.

      - Ótimo. Na verdade, já faz anos que não me sinto bem assim... - A resposta saiu de forma mais tranqüila. - Mas, por que a pergunta de repente, senhor?

      - Por favor, pare com essas formalidades. Chame-me de pai.

      - Pai?! - Agora o templário realmente estava sem jeito.

      - Sabe Lothar, você é como um filho que eu e Dolly nunca tivemos... - Ele deu uma tragada no cachimbo. – Ainda não te contamos o motivo de não termos filhos, não é?

      - N... Não.

      - Dolly é estéril, não pode engravidar.

      O modo como o fazendeiro falou foi direto, mas carregado com pesar, o que fez o templário engolir seco.

      - É por isso que estávamos conversando e gostaríamos de saber se você teria interesse de viver conosco. Trataria-mos como nosso “filho”. – Continuou.

      - Senhor Mc Coill.... Isso é muito repentino... - Não esperava por isso. O suor na palma das mãos e as borboletas no estômago retornaram.

      - Desde que conhecemos você as coisas ficaram melhores. Você é útil no campo, uma boa companhia, todos na cidade gostam de você...

      O peso sobre as costas do templário parecia que ia esmagá-lo a qualquer momento, não tinha idéia do que falar.

      - Eu sei que isso é totalmente repentino, por isso que estou lhe dando tempo para pensar. Não responda hoje. - Deu uma nova tragada.

      - Sr. Mc Coill... - Finalmente recuperava as palavras.

      - Pai... - Corrigiu o fazendeiro.

      - Certo... Pai. - Essa última palavra saiu falhada. - Eu devo admitir que também gosto da idéia, vocês são para mim a família que nunca tive. Eu gosto da vida no campo e desse lugar.

      - Isso quer dizer que você vai ficar?

      Respirou fundo antes de responder:

      - Infelizmente, não.

      - Não? - Ele estava claramente desapontado.

      - Se eu não tivesse todo o meu passado eu responderia que sim imediatamente, mas eu não posso, tem pessoas que eu preciso ajudar, meus companheiros ainda precisarão de mim um dia. A oferta é tentadora, porém não posso, ao menos não hoje.

      - Eu entendo... – Com um suspiro desapontado terminou de fumar o cachimbo e o apagou.

      - Espero que não fique muito triste...

      - É claro que não, você tem os seus motivos, eu respeito isso. - Ele se levantou e foi até Lothar. Colocou a mão em seu ombro. - Vamos sentir a sua falta quando for, filho... - O homem subiu as escadas e foi para o quarto se deitar.

      O magistrado permaneceu sentado na poltrona sozinho na sala iluminada apenas pela lareira enquanto os minutos se arrastavam. Encarou o chão todo esse tempo, apoiando a cabeça com as mãos e fechando os olhos. As imagens corriam descontroladas por sua mente. Ainda não sabia como teve coragem de negar o pedido, afinal, Sebastian usou um golpe baixo. Apelou para o psicológico. Mas ainda assim, Lothar foi curto e direto.
      A idéia de culpa passou pela sua cabeça quando ele imaginou a cena do casal no quarto, com os olhos cheios de lágrimas de tristeza. Depois viu a mesma cena em sua cabeça de uma forma nova: O casal dessa vez observava orgulhoso seu filho recém-nascido no berço, o viam crescer, ajudar na fazenda, se casar e constituir família. Em seu leito de morte, os dois se despediam do filho e sua família com a tranqüilidade de saber que deram a ele o melhor que podiam.
      Então, esse filho se olha no espelho e Lothar vê a si mesmo nele.

      A última cena assustou o templário e o fez pular da poltrona. Notou que havia adormecido e tudo aquilo era um sonho. Dolorosamente real, mas ainda assim era só um sonho. O excesso de informação o deixou com dor de cabeça e fez com que se arrastasse para cima até seu quarto.
      No caminho, o som do relógio cuco foi que o tirou de seu transe. Era Natal.

_____________________________________________________________________

      Até hoje não sei se fiz a escolha certa, seja como for, o que está feito está feito. Eu pertencia a VII, não podia abandoná-los.
      Como não queria mudar de idéia resolvi partir daquela cidade o mais breve possível. Infelizmente não pude dizer não mais uma vez ao Sr. Mc Coill quando me pediu para esperar até o ano novo. Precisamente após o festival da colheita - quando eu partiria - que estaria para acontecer em uma semana.
      É claro que não seria uma despedida tranqüila.


Última edição por Lothar S. Mustang em Sáb Jan 01, 2011 1:46 pm, editado 2 vez(es)
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VII - O Conto de um Templário Empty Re: VII - O Conto de um Templário

Mensagem por Varnion Guinefort Sex Ago 07, 2009 2:33 pm

Hmmm Uma familia que parece muito boa, deve ter sido realmente dificil para Lothar deixa-los (A Familia que meu char sempre quis) *-*
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VII - O Conto de um Templário Empty Re: VII - O Conto de um Templário

Mensagem por Kuro Sex Ago 07, 2009 2:35 pm

"Eu tinha saudades de todos os meus amigos e vejo agora como fui burro em não me despedir deles. Alex, Sarah, Kuro, Dopell, Cabrial, Dy, Link, Tarian, Ville, Jacques e a mais importante para mim, Debi..."

S2!Aushaushuashash, boa zy.Sempre gostei do modo como descreve as coisa, serio!

Depois eu vou colocar a minha fic~ *Musa inspiradora*
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VII - O Conto de um Templário Empty Re: VII - O Conto de um Templário

Mensagem por Lothar S. Mustang Sex Ago 07, 2009 2:37 pm

 VII

 

O conto de um templário




2 - Festa! Fogos! Ferus!

 

 

 

 

 

     Por que as pessoas adoram festejar o Ano novo? Sinceramente eu nunca tive boas lembranças dos meus anos novos. Embora esse talvez não tenha sido tão ruim.

     Aqui em Hugel as pessoas tinham um pequeno festival no primeiro dia do ano, o festival da colheita. Os moradores se reuniam, armavam barraquinhas com diferentes atrações, assistiam aos fogos de artifício e finalmente comemoravam a chegada de mais um ano. Mas, além disso, essa festa tinha um real significado para eles, rezar pelos bons espíritos e garantir mais um ano de colheitas fartas.

 

     Junto do Sr. Mc Coill e mais alguns moradores, ajudamos nos preparativos. Logo ao entardecer já tínhamos tudo pronto, foi esperar para a noite cair e a festa começar:

 

 

 

   - 31 de Dezembro/ Festival da Colheita / 20h00min p. m. -

 

     Um pequeno grupo de cinco crianças passou correndo no meio das pessoas pela rua principal que agora estava cheia de barraquinhas. Alguns adultos as olharam e riram, se lembrando de sua própria juventude. Essa noite todos eram como crianças.

     A praça central de Hugel estava tomada pelas festividades. As calçadas estavam ocupadas por barracas feitas pelos próprios moradores e por alguns visitantes que passavam na cidade nessa época do ano. Haviam atrações para todos os gostos, de comidas típicas até uma barraca do beijo. Os postes de iluminação estavam enfeitados com luzes e piscas de todas as cores. Enquanto as calçadas tinha seu espaço tomado pelas tendas e luzes, as ruas eram dos transeuntes que olhavam curiosos a todo lado procurando diversão.

     Os moradores da cidadezinha e os forasteiros caminhavam sozinhos ou em grupo, na sua maioria com a família. O festival também era popular entre casais de jovens.

     Em meio aquele mar de gente curiosa e alegre, uma pessoa parecia estar longe, presa em seu próprio mundo:

 

     - Uma moeda por seus pensamentos. - A voz daquele fazendeiro, velho conhecido, despertou o templário de seu transe.

     - hehehe... - Ele se limitou apenas a rir sem graça.

     - Isso é uma festa! Deixe seus problemas de lado ao menos essa noite! - O homem lhe deu uns tapinhas no ombro e ofereceu um algodão-doce.

 

     Lothar fechou os olhos e inspirou profundamente:

 

     - Tem razão! - Pegou o algodão-doce dando uma bela mordida.

     - Bem melhor! – Ele olhou ao redor e quando encontrou a esposa acenou para ela. - Ei, aqui querida!

     - Ufa! Esse ano parece que temos o dobro de pessoas. - A mulher recém chegada comentou.

     - Verdade! Isso é um bom sinal, parece até que nosso filho aqui atraiu todos eles! - Deu uma gargalhada.

     - Na verdade espero que não... – Um “flash” sobre a organização veio em sua cabeça lembrando de todos os inimigos que tinha.

     - Não seja modesto, filho! – Sebastian o segurou pelos ombros.

     - Errr... Eu vou dar uma olhada por ai. Encontro vocês mais tarde, certo? – Discretamente ele se afastou do velho. Ainda era difícil pra ele se acostumar com isso de “pai e filho“.

     - Claro! Lembre-se que a queima de fogos será a meia noite em ponto na praça, nos encontramos lá!

     - Divirta-se no festival, filho. – A mulher tirou um lenço do bolso e passou limpando a bochecha do templário, depois arrumou seu cabelo. - Soube que tem muitas garotas da sua idade e solteiras por ai. - Deu uma risada em tom de brincadeira.

 

     O magistrado se limitou a responder com um sorriso e enquanto se afastava pensou para si: “Mães serão sempre mães....”.

     Assim que conseguiu sumir da vista dos dois sentou num banco da praça central. Não podia negar que depois da conversa com Sebastian os estava evitando, com medo de se arrepender de sua decisão. Mau se deu conta que novamente entrou em um mar de pensamentos. Seu algodão doce continuou em sua mão esquerda enquanto a direita esfregava os olhos. Um toque no ombro foi o que lhe trouxe de volta dessa vez:

 

     - L, “ocê” tá passando mal? – Ele reconhecia a voz como sendo de Billy, o filho dos vizinhos.

 

     Tirou a mão dos olhos e os abriu olhando o garoto. Billy era aproximadamente dois anos mais novo que Lothar, tinha o rosto cheio de pintinhas e um cabelo crespo ruivo. Era razoavelmente acima do peso – embora alegasse que tinha ossos grandes – e usava a mesma roupa que a maioria dos homens naquela cidade: Camisa listrada com suspensórios. Embora um pouco imaturo ele era uma pessoa muito carismática.

 

     - Fale comigo, “sô”! – Tinha um olhar levemente preocupado.

     - Estou ótimo, Billy. – Forçou um sorriso.

     - Certeza?

     - Absoluta.

     - Então o que “cê” tá fazendo aqui “homi”? Vamos nos divertir! – Lhe deu um puxão no braço, sem sucesso em tirar o templário do lugar.

     - Eu comi um pouco demais, preciso de uns minutos. – Falou a primeira desculpa que veio a cabeça.

     - Hehe! Tá com diarréia, “sô”?

 

     Lothar se arrependeu quase que imediatamente da desculpa que inventou. O ruivo não havia sido abençoado com a capacidade de falar palavras bonitas.

 

     - Tá ok, “tendi”! – O garoto falou ao ver a cara de reprovação do outro. – Eu vou na barraca de beijos da Sofia. – Ele pareceu muito animado enquanto falava o nome da garota e dava cotoveladas de leve no braço do magistrado.

     - Boa sorte, Billy... de novo. – Respondeu.

 

     Já não era segredo pra ninguém na cidade que o ruivo vivia atrás de Sofia. Suas tentativas frustradas de cortejar a garota já eram bem conhecidas. O templário sabia que essa seria mais uma.

     Novamente sozinho, o homem se levantou e começou a andar antes que se perdesse na sua cabeça de novo. Passou pela ponte que ligava a praça central com a parte leste da cidade. No caminho ele pensou em parar em algumas barraquinhas de comida, mas as palavras “Billy” e “diarréia” pularam juntas em sua mente, com isso preferiu não arriscar.

     Já próximo do aeroporto de Hugel, ele fez uma parada na guilda dos caçadores. Os mesmos estavam fazendo apresentações de tiro ao alvo na frente do prédio para os visitantes do festival. Alguns dos membros da guilda mais habilidosos atiravam em maçãs na cabeça dos corajosos da platéia enquanto outros preferiam atirar em alvos lançados para eles no ar. Aquela cena lhe lembrou de Link e de algumas aventuras que havia tido com o caçador durante o tempo que passou na VII.

     Quando estava satisfeito de ver a exibição de destreza, caminhou pela próxima rua em direção a igreja da cidade, mas no trajeto sua atenção se voltou para uma barraca de tiro ao alvo. Ficou olhando os alvos e as armas de chumbinho por um tempo até o dono lhe dar atenção:

 

     - Vai uma? – Ofereceu uma espingarda de chumbinho para ele.

     - Só estou olhando... – Respondeu meio desconcertado.

     - A primeira é por conta da casa. – Ele lhe deu um sorriso duvidoso.

 

     Ele olhou para a arma e para o homem, então por fim decidiu jogar. Segurando a espingarda de mau jeito ele mirou no maior alvo que viu e atirou, errando feio.

 

     - Haha! Não é o seu forte, né? – O sujeito riu.

     - Não é isso. É que essa arma é um pouco grande demais...

     - Quer uma menor?

     - Se tiver.

     - Aqui. – Ofereceu um revolver de chumbinho a ele.

     - Obri... – Ao tentar pegar o dono da barraca a afastou dele.

     - Três tiros por cinco zenys cada.

 

     Lothar o olhou com um pouco de desaprovação.

 

     - Eu tenho que ganhar o meu, né? – Riu de novo.

     - Me dá. – Tirou do bolso algumas moedas e colocou no balcão da barraca.

 

     Logo que o homem lhe deu a arma ele a experimentou nas mãos, se acostumando com seu peso e prendendo ela bem entre os dedos. Quando terminou ele a segurou com calma mirando cada um dos alvos.

 

     - Se importa de atirar antes do ano novo? – O dono da barraca o provocou brincando.

     - Como quiser.

 

     Com precisão e agilidade, Lothar deus os 3 tiros seguidos sem perder o ritmo e acertou todos. O sujeito ficou de boca aberta.

 

     - Acho que isso quer dizer que eu ganhei. – O templário sorriu satisfeito.

 

     Um pouco emburrado o homem lhe deu seu prêmio, um fofo boneco de Yoyo. O magistrado o colocou na cabeça e saiu de lá, seguindo a rua principal até o lado de fora da cidade.

     O céu estava estrelado e muito bonito, ele podia ver da entrada da cidade a pequena colina que diziam ter uma bela vista das luzes do festival. Puxou seu relógio de bolso e o olhou, tinha tempo até a queima de fogos.

     Assim fez um pequeno passeio para fora da cidade.

 

     Ao chegar à famosa colina, ele teve a visão mais bonita que já havia visto da cidade. Com todas aquelas luzes e o céu estrelado acima dele, o cenário de uma noite quase perfeita estava completa.

     Pegou uma palha do chão e a colocou no canto da boca imitando um perfeito caipira. Depois se deitou sentindo a grama levemente gelada e agradável. Admirou o céu por um bom tempo até que se perdeu em pensamentos e teve o mesmo sonho acordado de novo. Aquele em que ele se via como o filho dos fazendeiros.

     Uma coisa tinha que admitir, esse clima quase o fazia querer mudar de idéia. Largar tudo e viver lá pelo resto de sua vida. Quase.

     O tempo voou e o magistrado por pouco não cochilou sobre a colina. Entretanto o estouro de um fogo de artifício no céu foi o que chamou sua atenção. Quase num pulo ele se sentou, desesperado achando que perdeu à hora. Conferiu em seu relógio, mas estranhamente ainda eram dez e meia. Na dúvida entre ter ouvido errado a hora em que Sebastian lhe falou ou se haviam adiantando o evento ele procurou olhar para a cidade e a visão que teve o aterrorizou.

     Um nuvem grossa de fumaça escura saia de cima dela, vindo das chamas que consumiam algumas barracas. As mesmas chamas acidentalmente haviam acendido alguns fogos que estouraram antes da hora. Ele via também as pessoas correndo em pânico para salvar suas vidas enquanto eram perseguidas pelos seus atacantes.

     Dragões. Dezenas deles, atraídos do lago do abismo provavelmente pelo barulho e a comoção causados pelo festival.

     Desesperado, Lothar correu na direção da cidade o mais rápido que suas pernas o deixaram. No caminho, por puro instinto ele pegou o comunicador da VII e berrou nele pedindo a presença de todos os agentes na cidade, mas só depois se lembrou que era inútil. Não havia sinal a mais de um mês e continuava assim. Ele não sabia por que essa era uma das únicas coisas de seu passado que ainda carregava consigo, talvez por mania.

     Logo que pisou na entrada da cidade, o templário ofegante chamou aos gritos pelos dois:

 

     - Sr. Mc Coill! Sra. Mc Coill! - Ele gritou na esperança de ver os dois em meio a correria.

 

     Com o caos instaurado naquele festival era difícil encontrar alguém. O magistrado corria por entre as pessoas que tentavam se salvar dos monstros e por entre o que restava das barracas destruídas chamando incansavelmente pelo casal. Na sua busca frenética ele acabou de frente com um Ferus verde que o olhou no fundo dos olhos e flexionou os joelhos. Ele conhecia aquela posição de ataque e buscou por sua espada que geralmente ficava presa a cintura, mas foi em vão, pois não estava com ela. Praguejou então por andar com o comunicador inútil e ter deixando sua arma em casa. Completamente indefeso, limitou-se a correr do monstro que o seguiu.

     O dragão que era bem mais rápido que o homem em poucos segundos já o havia alcançado dando um bote sobre ele. Por muito pouco a criatura não cravou suas garras sobre as costas do magistrado e os dentes sobre seu ombro, pois este se jogou no chão a tempo, fazendo o réptil errar a mira e cair em cima de um monte de barracas destruídas se atrapalhando e lhe dando tempo para fugir.

    Rapidamente levantou e correu para longe ainda procurando os dois. Em meio à interminável corrida pela cidade ele via as pessoas sendo atacadas e fazendo tudo que podiam para salvar suas vidas e as de seus familiares e amigos. Pela primeira vez em muito tempo ele se sentiu completamente indefeso olhando as vítimas caírem sem poder fazer absolutamente nada. Com essas imagens na cabeça ele não se deu conta do Ferus que se aproximava furtivamente por suas costas. Felizmente para Lothar, quando a criatura estava para atacá-lo uma flecha o acertou derrubando seu corpo.

     O magistrado olhou o monstro caído e a pessoa que atirou o projétil. Era uma mulher da guilda dos caçadores:

 

     - Sai daqui logo e vai se abrigar! – Ela lhe gritou.

     - Estou procurando alguém!

     - Procure abrigo, depois você encontra essa pessoa. – Ela atirou uma flecha contra um dragão a uma certa distância.

     - Eu posso ajudar! – Falou sem pensar.

 

     Ela o olhou de cima a baixo com uma expressão irritada:

 

     - Escuta aqui cara, a guilda tá tentando proteger vocês civis e a cidade. Vê se não atrapalha! – Irritada ela o deixou se unindo a outros caçadores que estavam patrulhando as ruas.

 

     Sozinho ali no meio daquela bagunça o templário se olhou. Ele sabia o motivo de ter irritado a caçadora e ela tinha razão. Independente do que ele era por dentro, nesse momento não passava de um homem simples e comum. Não tinha qualquer arma ou equipamento consigo. Mesmo com toda a sua experiência em combate o que ele podia fazer agora?

     Nada. Sabia disso.

     Essa onda da revolta e pensamentos o deixou tonto e com dor de cabeça, apoiou-se numa viga de madeira presa ao chão proveniente de uma barraca destruída enquanto massageava as têmporas tentando colocar a cabeça no lugar.

 

     Porém, um rosnado o trouxe de volta a realidade. A alguns metros de distancia o primeiro Ferus que o atacou estava o encarando em posição de ataque novamente. Parecia determinado a fazer do templário seu jantar de hoje. Por sua vez, o homem não correu. Não porque não conseguia, mas sim por que simplesmente não queria. Ele sentiu a viga ao seu lado estando frouxa no chão e levantou o olhar para o dragão, um olhar furioso como nunca encarou outro inimigo antes. E por alguns segundos os dois esperaram, até o monstro tomar a iniciativa de fazer o primeiro movimento se jogando com seus dentes afiados contra o templário. Um misto de emoções passou pelo corpo de Lothar em apenas um segundo e movido por todos esses sentimentos ele puxou a madeira do chão e a usou para acertar a cabeça do Ferus com tanta força que a viga se partiu ao meio, deixando o lagarto caído inconsciente no chão.

     Largou a madeira e respirou fundo fechando os olhos, mas teve pouco tempo para se recompor, pois outros três dragões o cercaram. Sozinho e nessas condições sabia que suas chances eram nenhuma. Ele tentou se afastar alguns passos lentamente, mas viu que os Ferus iam atacá-lo, então ficou parado no lugar esperando um milagre acontecer.

     E o milagre veio.

     Um fogo de artifício acertou de surpresa uma das criaturas, fazendo ela cair no chão aos berros com o material explosivo lhe queimando a pele. O magistrado no susto caiu para trás protegendo o rosto, enquanto tentava achar de onde veio o disparo.

 

     - Deixem o meu filho em paz, suas salamandras super crescidas! - Sebastian estava próximo com alguns fogos nas mãos.

     - Sr. Mc Coill, vá embora! – Ele gritou com medo de ver aquela pessoa ali.

     - Sem essa! Eu não vou deixar você virar ração de dragão!

 

     O fazendeiro se distraiu, mas Lothar percebeu os dois monstros mudarem suas posições de ataque para o homem:

 

     - Cuidado!

    

     Era tarde, o velho não tinha reflexos rápidos o suficiente para se proteger e foi atacado por ambos os Ferus, que lhe cravaram os dentes em sua perna e braço:

 

     - AAAAARGGGG!! - A mordida foi profunda e o sangue começou a sair rapiramente.

     - Não! PPPPPAAAAAAIIIIII!!!! – O terror que fluiu pelo corpo do templário foi tão forte que pela primeira vez essa palavra saiu de forma natural e sincera, podendo fazer quem quer que os visem agora pensar que se tratava de pai e filho de verdade.

 

     A criatura que o mordera o fazendeiro no braço provavelmente nunca imaginou que um humano pudesse socar tão forte. Completamente enfurecido o templário se jogou em cima dele dando um soco que fez com que este soltasse Sebastian. E antes de lhe dar chance de reação, pulou sobre o dragão e o socou ainda mais, como se fosse um animal selvagem.

     Os outros Ferus ficaram assustados com aquele homem que acabou de matar um deles apenas de mãos nuas, mas ainda sim confiavam em seus números. Dois contra um.

     Levantando, o magistrado caminhou até ficar entre o fazendeiro e os dois.

 

     - Pai... - Ele permanecia de cabeça baixa enquanto lágrimas escorriam por seu rosto.

 

     Para Lothar foi como se o tempo tivesse ficado em câmera lenta, ele não ouvia mais nada ao redor, não sentia mais nada e quase não via mais nada. Sua atenção estava apenas focada em uma coisa: Salvar a vida daquele homem de qualquer jeito.

     O movimento dos dois dragões o atacando foi rápido para o mundo, mas lento na visão do templário. Abriu seus braços e então bateu a palma de suas mãos juntas abrindo sua boca como se estivesse pronto para rezar:

 

     - Crux Magnun! - Um brilho prateado em forma de cruz sob os pés dele não só iluminaram aquele lugar como também acertaram as criaturas que assustadas fugiram, deixando apenas os dois para trás.

 

     Imóvel, o templário deixou seus braços caírem e continuou de cabeça baixa. Alguns pingos rápidos em cima de sí anunciaram a chuva que em poucos segundos começou a cair mais forte. Exausto ele cedeu os joelhos ao peso do corpo, caído no chão. Queria ver como o Sr. Mc Coill estava. Queria salvá-lo. Mas não podia, a exaustão era grande demais.

 

 

    

     Acordou no dia seguinte em sua cama, na fazenda dos Mc Coill. A luz que entrou pela janela fez ele abrir os olhos assustado. Estava tendo um pesadelo com a noite anterior - um flashback do que havia feito na verdade - que terminava com o clarão branco de seu ultimo ataque contra os monstros.

     Limpou o suor da testa com as costas de sua mão enquanto se levantava da cama e ia para fora do quarto. O corredor do segundo andar onde estava dava para seu dormitório e o do casal. Ele viu a porta semi-aberta deles e observou por ela em silêncio.

     Viu o velho deitado, aparentemente de repouso e muito enfaixado. Sua mulher do lado da cama conversava com o médico.

 

     - Doutor, meu marido vai ficar bem? – Sua voz estava carregada de tristeza.

     - Ele vai precisar de muito repouso e no mínimo de um mês de cama. Na idade dele essas feridas são muito perigosas, mas pode se dizer que ele teve sorte.

     - E nosso filho?

 

     Lothar engoliu seco ao ouvir a mulher se mostrar preocupada com ele, apesar do marido estar muito mal.

 

     - Ele tem ainda mais sorte, não está com nenhum ferimento físico alem de arranhões e cortes. Alem de ter a saúde a favor.

     - Graças ao bom Odin.

 

     Sem dizer nenhuma palavra, Lothar se afastou e encostou na parede oposta a porta. A mesma dor de cabeça e emoções descontroladas o atacaram. Apertou os olhos com força e massageou as têmporas, mas nada disso adiantou.

     Do mesmo modo discreto como havia saído ele retornou para seu quarto e fechou a porta ao entrar. Sentou na cama e balançou a cabeça de olhos fechados de novo, tentando limpar ela. Convencido que não ia dar certo ele se abaixou e puxou de baixo da cama um baú que estava usando para guardar alguns pertences especiais. Ele girou a trava numérica colocando sua combinação: “007”. Com um “click” o mesmo se abriu.

     Pôs a mão pra dentro dele e puxou um objeto grande e plano coberto por um manto vermelho. Olhou por um instante até tomar coragem e tirar o pano de cima, revelando seu escudo espelhado. Usando o mesmo manto ele esfregou sua superfície e então olhou seu reflexo nele. Em seguida o pôs ao lado e voltou a mexer dentro do baú, tirando as peças que compunham sua armadura uma a uma. Ao final removeu sua vingadora sagrada com cuidado examinando o fio. Estava como ele havia deixado.

     Suspirou profundamente colocando todos os seus equipamentos em cima da cama e foi tomar um banho. Quando voltou, minutos depois, com a toalha enrolada em sua cintura ele olhou sua armadura ali, o esperando e viu a si mesmo usando ela de novo. Sorriu e começou a se vestir.

     As férias haviam acabado.

 

 

 

     Hoje, quando me lembro de tudo que senti quando vi aquelas pobres pessoas sendo mortas, o Sr. Mc Coill ferido e eu como um inútil, penso que fiz a escolha certa. Nunca me arrependi das minhas decisões e continuo assim.

      Enquanto eu puder lutar, lutarei.

     Mas minha luta não é pela justiça ou pelo bem. Eu luto pelo que me interessa e no momento o meu interesse era de proteger os meus pais.



Última edição por Lothar S. Mustang em Qui Dez 31, 2009 12:10 pm, editado 1 vez(es)
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VII - O Conto de um Templário Empty Re: VII - O Conto de um Templário

Mensagem por Samuel Sex Ago 07, 2009 6:40 pm

Ah eu me lembro!
Eu so nao tinha visto o capitulo 1 dessa fic o resto eu vi S2
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VII - O Conto de um Templário Empty Re: VII - O Conto de um Templário

Mensagem por Lothar S. Mustang Sáb Ago 08, 2009 12:01 pm

VII


O conto de um templário



3 - Entre os dentes e o estômago



      Lembra aquilo que eu disse anteriormente sobre esse ano novo não ter sido tão ruim quanto os anteriores? Pois bem, esqueça.. Esse deve ter sido um dos piores de todos.
      Agora onde eu estava?

      Sai de Hugel sem avisar a ninguém, espero que Dolly e Sebastian não fiquem muito preocupados. Impressionei-me ao notar que a armadura parecia mais pesada agora. Conseqüência de um mês na “moleza”.
      Logo nas proximidades do lago do abismo meus problemas começaram: Dragões sabem como irritar alguém, principalmente os grandes, aqueles mutantes.
      Só podia ter uma explicação para aquele ataque no ano novo. Sebastian havia me dito que os répteis daqui nunca chegam tão perto assim da cidade, mesmo com um evento como aquele, por que os moradores da cidade respeitavam os dragões. Então, algo ou alguém deve ter irritado eles em sua casa.
      Quando atravessei o pequeno lago e parei olhando a entrada daquela caverna subterrânea, senti um calafrio subir a espinha. Era como uma enorme boca cheia de dentes pronta pra me devorar. Respirei fundo e comecei a descer. Acho que agora sei como a comida se sente quando esta entre os dentes e o estômago.







   - 1º de Janeiro/ Lago do Abismo / 05h27min a. m. -

      O longo corredor que se estendia da entrada era bem úmido e fedorento. O chão de pedra estava encoberto por uma gosma pegajosa que o templário preferia não imaginar o que era. As paredes eram cheias de falhas geográficas, assim como o teto e o piso. Era possível notar também a presença de marcas de garras pelas laterais e pelo chão da caverna, deixadas por seus moradores. Logo após os primeiros passos já era possível ouvir os rosnados dos dragões vindos da parte mais funda.
      Lothar usava sua armadura completa e a capa vermelha. Carregava o escudo preso as costas e a espada vingadora sagrada na cintura. Sabia que essa arma não seria tão efetiva nesse lugar, mas seu plano era evitar ao máximo as batalhas. Seus cabelos estavam soltos, ele não usava nenhum tipo de elmo ou chapéu. Sobre seus ombros estava um manto de seda simples, mas com um místico brilho em verde esmeralda.

      - Não falhe comigo agora, por favor... - Ele falava para o capuz enquanto o puxava para cobrir a cabeça.

      Lentamente ele encostou o corpo contra a parede e apertou o manto. Um rápido brilho em verde fosco o fez desaparecer por completo se camuflando com as rochas e as sombras da parede. No plano do templário, seria o capuz com essência de Frilldora que o manteria fora da visão dos répteis durante a maior parte da descida.
      Lothar se arrastava pelo longo corredor o mais rápido - porém cauteloso - possível. Os primeiros dragões só começaram a aparecer depois de alguns minutos de descida. Um deles que estava inquieto se aproximou de onde o corpo do homem estava furtivo. Imediatamente o mesmo se enrijeceu e ficou completamente imóvel.
      O pequeno Novus farejou o ar perto dele e olhava o vazio onde na verdade Lothar estava camuflado. Há essa hora já estava tenso apertando os punhos para não se desesperar levando as mãos à espada e estragando seu esconderijo. Podia jurar que ia ser revelado, mas felizmente o nariz do pequeno falhou e ele deu as costas retornando aos outros.
      Tinha pensado nessa possibilidade, os olhos poderiam enganar os dragões, mas suas narinas talvez não. Baseado nessa idéia, Lothar seguiu por toda a estrada até o lago lutando com o máximo de dragões que encontrara pelo caminho e assim havia se impregnado com o odor deles para tornar a sua camuflagem perfeita. Era simples, porém brilhante. Satisfeito com seu plano dando certo ele continuou em seu caminho.
      A travessia do primeiro subsolo da caverna ocorreu sem problemas, tudo que vira foi meia dúzia de monstros menores e muitos ovos de dragão. Quando chegou ao segundo ele teve uma surpresa e sabia que tinha encontrado o que procurava. Por toda a extensão do corredor aonde seus olhos alcançavam, o homem podia ver pequenos carrinhos comumente usados em minas para transportar os minérios e o ouro extraído. Toda uma rede de trilhos havia sido instalada no decorrer da caverna para a mobilidade dos carros.

      - Desde quando dragões sabem minerar? - O templário comentou para si enquanto examinava um dos transportes.

      Ele estava completamente vazio, sem quaisquer sinais que indicassem para que exatamente estivesse sendo usado. Lothar então começou a seguir na direção dos trilhos, furtivo como sempre. Pelo caminho ele notou que a presença dos monstros se tornava mais rara, talvez até mais que no primeiro subsolo. Quando via um ou outro eram Ferus ou Acidus, indicando que a cada passo que dava, mais mortal se tornaria sua jornada caso a camuflagem falhasse.
      Enquanto se aproximava da descida para o terceiro subsolo, um pequeno brilho amarelo-dourado perdido entre algumas pedras chamou a atenção do templário:

      - Bingo! - Ele pegou o pequeno objeto brilhante perdido no canto do corredor ciente do que era. - O que obrigaria alguém a construir toda uma estrutura de escavação improvisada no Lago do Abismo? Ouro é claro! Isso explica também o comportamento anormal dos moradores. Alguém está invadindo seu espaço e os deixando em fúria! - Ele atirou a moeda de ouro maciço para o alto e a pegou guardando em seu bolso enquanto fazia sua conclusão.

      Quando terminava de brincar com o tesouro e monologar escutou um som pesado de metal se chocando contra alguma coisa e por instinto pulou junto à parede pronto para sumir. O barulho veio da parte mais funda do Lago do Abismo e não se repetiu mais. Assim que sentiu segurança ele prosseguiu descendo o caminho para a parte final e perigosa daquela caverna.

      - Algo ainda não faz sentido... – Monologava novamente enquanto descia as escadas de pedra. - Segundo os registros alem dos dragões normais existem um Hydrolancer e um MVP guardando desse lugar. Que tipo de pessoa tem poder sozinha pra manter eles longe...! – Novamente o estrondo pesado e metálico o fez se calar. Mais uma vez ele demorou um tempo até seu ritmo cardíaco voltar ao normal e ele se mover. - Preciso parar com essa mania de falar em voz alta os meus pensamentos quando estou sozinho...

      Lothar percebeu que suas energias internas estavam se esgotando e não poderia manter por muito tempo o efeito da essência de Frilldora. Então parou em um ponto deserto que encontrou em meio a algumas estalagmites e voltou à visibilidade. Os estrondosos sons metálicos permaneciam e agora sua freqüência e altura os faziam parecerem passos.

      - Mas que diabos é esse barulho? - Ele olhava em vão de onde estava para o horizonte da gruta, mas não tinha visão suficiente para descobrir.

      Um estalo como o de algo se quebrando voltou sua atenção para a esquerda. Ele reparou que um ovo de dragão próximo de si estava chocando.

      - Eu e a minha sorte.... - Sem alternativas ele apenas observou imóvel o nascimento.

      A criatura nojenta e melada que lutava para sair do ovo não era o bebê mais lindo do mundo. Lothar fez uma careta ao ver o Novus recém nascido coberto de um tipo de muco, completamente atordoado quebrando a casca e rastejando para o chão de pedra. O pequeno imediatamente o viu e foi o mais rápido que podia para sua direção.

      - Ei, sai. Não! Sai, sai! Não sou sua mãe! Xô!

      Por sua vez o dragãozinho se agarrou a perna do templário e não queria mais largar. Começando a ficar irritado ele sacudiu a perna de leve e fez o Novus cair no chão começando um chorinho baixo.

      - Não, não, não! Desculpa! Não chora, não chora! - Inutilmente o homem tentava acalmar o bebê sem saber o que fazer.
      - Grrrrrrrrr! - Um rosnado baixo veio a alguns metros atrás de Lothar.

      Ele se virou e viu a provável mamãe do Novus. O Ferus vermelho rondava de forma ameaçadora a sua volta. O templário ameaçou dar uma corrida, mas viu que o dragão estava pronto para alcançá-lo caso tentasse, então ele fez a única opção que tinha. Abaixou-se e esperou pelo ataque. No momento que o Ferus notou sua vítima recuando ele saltou para o bote.

      - Hoje não! - O homem deu um salto pra trás por entre as estalagmites e como planejando, o corpo robusto do réptil ficou preso entre as pedras.

      Dessa vez em posição de ataque o templário sacou sua espada e a levantou, apontando em direção ao pescoço da criatura indefesa. Ela o encarou com ódio e medo ao mesmo tempo nos olhos e ele respondeu com um olhar indiferente. Seu braço se moveu muito lentamente enquanto ele levava a lâmina ao alto, mas nesse momento sentiu o pequeno Novus agarrar sua perna e o viu fazer uma falha tentativa de mordida com sua boca ainda sem dentes na esperança de salvar sua mãe. Por longos segundos ele encarou o pequeno com a espada no ar. Por fim ele suspirou e a desceu de volta para junto à bainha.

      - Tem razão, o invasor aqui sou eu. Vocês só querem se proteger. - Ele falou com os dois dragões como se eles o entendessem.

      Gentilmente soltou o Novus de sua perna e se afastou deixando mãe e filho para trás.

      De volta a sua caminhada ele desceu escorregando pelas pedras até o centro da caverna, onde o chão tinha algumas poças, pequenos lagos e guardava o grande tesouro. Pilhas e mais pilhas de ouro, jóias e outras preciosidades que atraiam tantos aventureiros gananciosos a esse lugar. O templário ficou estonteado olhando toda aquela fortuna junta e pensou em quantas pessoas já tentaram e chegaram até aqui. Também ficou pensando em como todo esse ouro e jóias vieram parar aqui:

      - É bem diferente das fotos... – Seus olhos brilhavam. - Ainda mais impressionante pessoalme...! - Pego completamente desprevenido, um forte golpe o acertou em cheio no peito de sua armadura e lançou seu corpo com violência para trás.

      Caído sobre uma pinha de ouro ele levantou a cabeça e viu o que lhe acertara. Um enorme e perigoso guardião espadachim. Só tinha visto um de tão perto assim antes nas disputas da guerra do emperium, mas mesmo assim aquela vez estava apenas assistindo.

      - Isso explica um bocado... - Ele segurava o ombro que tinha batido no impacto.

      O enorme andróide balançou sua espada de forma violenta no ar, mirando contra o templário, que escapou rolando para a direita no último segundo. Não contente com o erro, o guardião continuou a avançar sua espada contra Lothar que desviava o máximo que seu corpo permitia. Felizmente o corpo do gigante não era mais rápido que ele, garantindo certa distância.
      Quando já estava mais afastado, o homem virou em uma gruta e despistou o enorme robô que passava direto.

      - Ta! Eu sei o que estava fazendo aqueles barulhos e sei o que está mantendo os dragões longe do tesouro. Mas quem foi que trouxe essa coisa pra cá? – Sua voz saiu um pouco alta e revoltada enquanto ele falava.

      Deu mais alguns passos para trás, andando de costas até ter certeza que o guardião não o seguia mais, então rodou o corpo na direção oposta. Porém ao olhar pra frente do novo corredor onde ele havia entrado seu corpo gelou e ele travou no lugar:

      - Ai meu Deus! – Exclamou.

      O poderoso MVP e líder de todos os dragões, Detardeurus estava ali, bem diante de seus olhos, numa distância de aproximados 20 centímetros. Sua primeira reação era de pânico. Obviamente, pois estava cara-a-cara com o pior inimigo que podia encontrar lá dentro. Mas logo aquilo passou de pavor pra confusão. Não havia nenhum movimento do monstro, excerto pela respiração que por sinal atingia na cara do templário como uma rajada de vento fedorenta cheia de mau hálito. Detardeurus grunhiu algo que parecia um ronco na direção do homem.

      - “Dorbindo“? - A voz dele saiu engraçada enquanto falava tampando o nariz pra evitar o bafo reptiliano do MVP.

      De fato, o dragão tinha os olhos fechados e dormia profundamente. Era a primeira vez que ele via algo do gênero. Em plena invasão de um guardião a sua casa o monstro estava mais preocupado em colocar o sono em dia. Com um pouco mais de coragem, Lothar engoliu seco e rodeou o corpo dele. Arriscou tocar rapidamente sua pele, mas também não obteve resposta.

      - Isso está ficando cada vez mais estranho... - Começou a se afastar alguns passos pra ver se o guardião tinha sumido, quando escutou o som de mais dragões vindo do fundo da gruta onde Detardeurus estava.

      Sem pensar ele correu de volta para fora da gruta. Olhou para os dois lados e não viu sinal androide, então correu de volta para ao centro da caverna onde estava a pilha de ouro. Mas ao chegar no local, ficou dessa vez cara-a-cara com dois Guardiões que o viram.
      Por instinto seus pés o fizeram recuar, mas não muito, pois o bando de cinco Ferus e dois Acidus que vinham da direção oposta o fez pensar duas vezes. Não podia nem avançar e nem recuar.

      - De novo, entre os dentes e o estomago! - Medindo as alternativas no espaço mínimo de segundos que tinha, o templário avançou desesperado contra os dragões.

      Empunhando seu escudo na frente do corpo ele procurou se defender mais que atacar e tinha esperança que quando os guardiões estivessem próximos o bastante iriam primeiro investir contra os répteis.
      Parte do plano deu certo. Mas eram muitas garras, bocas e dentes para uma só pessoa e Lothar foi acuado contra o canto, de frente a um pequeno precipício. Ele olhou para trás e viu um bando de três preparando o ataque contra si, enquanto os outros quatro pulavam em cima dos dois robôs. O grupo de trás foi rapidamente devastado pelas máquinas e ele sabia que teria o mesmo destino fosse por um ou por outro inimigo.
      Olhou por cima do ombro e calculou mentalmente o tamanho da queda que seria, depois balanceou com a probabilidade que tinha encarando os monstros.

      - Quem eu to enganando? Como se eu tivesse chance numa luta corpo-a-corpo aqui!

      Decido, ele se virou num giro e correu alguns passos jogando o corpo no abismo. Os três dragões o seguiram e tentaram lhe morder no ar, mas não o alcançaram e assim todos caíram.


      Era aquele mesmo sonho de novo. Lothar Shade Mustang se tornava o feliz filho do casal de fazendeiros e vivia uma vida boa e tranqüila naquela cidadezinha. Isso deve ser minha vida passando na frente dos meus olhos na verdade, ele pensou.


      Plic! Plic! Plic!

      Um irritante “pinga-pinga” na testa do templário o acordou. Seu olhos se abriram de forma lenta e seu corpo estava molenga para levantar. Ele olhou para seu corpo procurando por feridas. Tirando alguns arranhões e hematomas nada grave.
      O dano maior estava em seu equipamento: O manto com essência de Frilldora que lhe trouxera até ali estava rasgado e sua magia não funcionava mais. Não havia mais como sair sem ser notado e não dava pra sobreviver ali sozinho por muito tempo.

      - Maldição... - Procurava freneticamente pelos bolsos por qualquer coisa que ajudasse. Seus dedos pararam em cima do comunicador da VII que guardava até hoje. - Não daria certo mesmo... - A mais de um mês a linha de comunicação da organização havia sido cortada. Não teria resposta alguma por mais que tentasse. E também, era humilhante demais pra ele pedir por socorro.

      Suspirou e se sentou sobre uma caixa de madeira que estava próxima. Curvou o corpo apoiando a cabeça entre os joelhos e fechou os olhos, passando a massagear as têmporas. Começou a pensar delicadamente em todas as suas opções, mas quando menos notou os seus pensamentos voaram e estava com a imagem dos companheiros na cabeça.

      - Não! - Se levantou num pulo. - Não vou morrer aqui! - Ele andou em círculos procurando por algo, qualquer coisa que tirasse ele de lá.

      Voltou então a sua atenção para a caixa onde estava sentado antes. Era um baú bem velho.
      Levou as mãos até a tampa, mas parou antes de abrir. Fechou os olhos, fazendo uma prece silenciosa enquanto abria lentamente a arca e por fim olhou:

      - Só pode estar brincando.... - Estava com uma cara de espantado ao ver o conteúdo.

      Se demora o templário se levantou e puxou o manto rasgado. Usou-o pra limpar a face do escudo e o jogou na mochila. Ele então colocou sua mão direita dentro da arca e puxou uma outra espada, conhecida como “Caçadora de Dragões”. Examinou rapidamente a lamina no ar e a colocou junto à outra presa na cintura. Depois puxou de dentro da caixa a adaga de nome “Matadora de Dragões” e a girou ela em sua mão. Prendeu a mesma junto ao tornozelo nas grevas. Em seguida foi a vez de tirar a lança “Gae Bolg”, esfregando os dedos pela haste para sentir o material e a prendeu as costas. Dessa vez com as duas mãos, pegou dentro da arca um manto feito com tecido de pele de dragão e o jogou por sobre os ombros. De posse agora do “Sopro do Dragão” e carregando também as outras três armas especiais ele sentiu uma energia mística emanar por seu corpo. Era o poder dos equipamentos, que combinados eram feitos um para o outro.
      Sua última procura no baú lhe trouxe um elmo. A bela peça era feita de chifres e escamas de dragão com um porte majestoso. Levantou sobre sua cabeça e desceu lentamente o colocando, como um rei sendo coroado. A peça final de seu conjunto novo, o “Elmo Draconiano” agora lhe dava o poder final que precisava, sentia mais do que nunca que podia caçar os dragões todos do lago e anda lhe sobrar energia.
      Com seu espírito elevado de novo ele olhou para o topo antes de voltar a escalar e falou aos céus:

      - Estou te devendo uma. – Disse brincando ao seu criador.

      E com um passo de cada vez começou a escalar o paredão de rochas até aonde caiu, determinado a dar a volta por cima.






      Essa é uma cena que eu nunca vou me esquecer. Eu me senti tão legal usando aquilo! Ok, talvez eu tenha exagerado um pouco, mas quem liga?
      Agora quanto ao plano, eu sei que de um lado tem três guardiões e do outro um Hydrolancer, um Detardeurus adormecido e um bando enorme de dragões menores. Se eu puder jogar um grupo contra outro posso me aproveitar da confusão e derrubar essas coisas.
      Parando pra pensar, eu ainda não sei quem é o responsável pelos Guardiões e a extração do ouro, mas tenho um palpite...


Última edição por Lothar S. Mustang em Seg Dez 20, 2010 7:58 am, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Samuel Sáb Ago 08, 2009 2:47 pm

Parabens zy!
Foi assim que voce conseguiu seu set de dragoes xD
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Mensagem por Louis Golden Sáb Ago 08, 2009 3:43 pm

Zy, você reclamou sobre eu não colocar seu nome na lista do Caramelldansen -.-

Agora minha fez de reclamar:

Onde eu vou aparecer nessa fic?

*Saca a Metralhadora*

Não venha dizer que só pq não sou da VII eu não vou aparecer...

*Pula nas Costas de Zy*

Meu deus, estou parecendo o Samuel falando >.<

*Faz vento com um leque*

Rápido!!!!

*Arremessa Pokébola*

Pikachu atacar!!!!
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Mensagem por Samuel Sáb Ago 08, 2009 4:35 pm

Aha!
*processa kat por aprender demais comigo a ponto de me imitar*
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Mensagem por Lothar S. Mustang Dom Ago 09, 2009 12:28 am

Vocês perceberam que até agora só o Zy apareceu mesmo, os outros foram meramente mencionados. Bom, e vão continuar sem aparecer.
Nessa fic o Zy rouba toda a cena, esperem pela próxima. =p
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Mensagem por Samuel Dom Ago 09, 2009 9:58 am

Ande poste o proximo capitulo!
*saca a metralhadora e atira*
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Mensagem por Çuper Lemçol Qui Out 08, 2009 11:45 pm

Cansei, mas li :D

Muito boa, Zy :D
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Mensagem por Samuel Sex Out 09, 2009 12:45 pm

Ah e mesmo!
Cadê o ultimo cap?
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Mensagem por Cabrial Sex Out 09, 2009 3:54 pm

vez ou outra zys esquescem de suas fics.
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Mensagem por Lothar S. Mustang Qua Dez 30, 2009 12:53 pm

Bom povo, estou dando um remake na fic.

Prólogo e cap1 alterados, os outros dois ainda serão mechidos.

Quem leu a primeira versão vai notar uma evolução incrível, melhorei muito a riqueza de detalhes e os textos.

Boa leitura.
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Mensagem por Lacey Konther ³ Qua Dez 30, 2009 12:57 pm

Eles estão bugados... os primeiros capitulos.

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Mensagem por Lothar S. Mustang Qua Dez 30, 2009 1:05 pm

Isso é importante, como eu postei aqui usando os códigos HTML, pra você ver na formatação original tem que ativa-los no forum.

Para isso:

1º - Vá no seu perfil
2º - Clique em preferências
3º - Marque "sim" na opção "Sempre permitir HTML"

Fazendo isso toda mensagem do fórum que estiver em HTML vai aparecer legível xD
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Mensagem por Lothar S. Mustang Qui Dez 31, 2009 12:13 pm

Double necessário.

Acabei de colocar o Remake do Cap2. Mesmo para os que já leram recomendo uma re-leitura, pois tem muita coisa nova e mudanças significativas.

Trabalhando agora no remake do 3 e em breve o cap final! /o/
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Mensagem por Convidad Qui Dez 31, 2009 1:39 pm

Ficou muito bom, esse pessoal tem que respeitar dragão mesmo u.u . . .

Eu quero aparecer em fic /o/

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