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Uhtred O cavaleiro do Norte

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Mensagem por Luke Alabis Dom Nov 01, 2009 7:41 pm

Uhtred – O cavaleiro do inverno

Capítulo 1

Parte 1 – As noites no barraco

No canto escuro do barraco provisório, precário, uma figura estremece. Sem a proteção do fogo o frio é quase insuportável. O inverno em lighthalzen é conhecido como pesadelo nos barracos da favela. Para uma criança o frio era ainda mais cruel, mas Uhtred se mantia consciente pela pura determinação. Próximo á pequena fogueira mal cabiam seus irmãos, sua mãe e seu pai doente. Na mente da criança ainda fervilhavam os últimos acontecimentos. Na favela uma confusão era poderia virar uma guerra entre gangues em um instante. A última havia levado o barraco de sua família, incendiado “acidentalmente” em uma das confusões. Seu pai havia ajudado diversas famílias a saírem de seus lares em chamas, mas acabou aspirando muita fumaça e veio a adoecer pela característica tóxica do ar. Com seu pai á beira da morte ele havia assumido a responsabilidade pelo bem estar da sua família, tinha apenas 10 anos, mas já estava exercendo essa responsabilidade cendendo o valioso espaço próximo à fogueira para seus irmãos mais novos. O mundo se transformava cruelmente á sua frente, para sua família, mas ele não iria se acorvardar.
Os dias se passavam nas ruelas fedidas da favela. Quando era pouco mais novo brincava entre as poças e não se preocupava. Pouco tempo tinha passado e parecia que essa lembrança era muito antiga, com a infância roubada pela dureza da realidade pobre. Seu pai não se recuperou totalmente da doença, ficou praticamente inválido, e fazia pouco em casa para ajudar a mãe, que por sua vez teve de aumentar o volume de trabalho, lavando roupas e fazendo pequenos trabalhos domésticos para as classes mais abastadas da cidade. Coube a Uhtred a responsabilidade de entregar as encomendas passadas por sua mãe. Fazia isso tanto que já havia se acostumado com a transição entre os universos, a favela, e a cidade exuberante de lighthalzen, não sobrava nenhum tempo para brincar, enquanto não estava entregando encomendas, estava ajudando o pai em alguma tarefa.
O pai de Uhtred, cujo nome também era Uhtred, era um homem vigoroso e corajoso que ganhava a vida como segurança dos grandes casarões de lighthalzen. Ele dizia que os Uhtreds descendiam de uma casta de guerreiros extremamente corajosos e fortes que cavalgavam pelo reino gélido do norte antes da república de Schwartzwald, antes que a tecnologia invadisse e tirasse a necessidade de guerreiros fortes para proteger as pessoas. O tempo passou, a tecnologia se mostrou não confiável para proteger (juperos pagou por isso), mas os cavaleiros nunca mais voltaram a ocupar seu posto. Mas apesar de nunca mais terem voltado a ser valentes cavaleiros, a força ainda continuava na linhagem. Uhtred sabia disso, sentia a força impelindo-o e sustentando-o, de modo que os outros garotos olhavam para ele com respeito, pois tinha vencido várias brigas entre eles, e por muitas vezes os protegeu dos gângsters. Não faltavam ofertas para que ele se subvertesse e fizesse parte dos gângsters, mas a educação dada por seu pai, de nunca se envolver com algo que não lhe desse orgulho em fazer, o impedia disso, poi não havia orgulho em ser gângster, covarde e cruel.
A passagem pela “fronteira” entre a favela e a cidade nunca foi um problema, o segurança que faz a ronda entre os mundos fora amigo de seu pai, e permitia que ele passasse com as encomendas, porque sabia que ele não arranjaria encrenca.
Assim Uhtred passava os seus dias, entregando encomendas e ajudando seu pai e seus vizinhos, assim como seu pai lhe ensinava. Mas no fundo sabia que podia fazer muito mais, seu pulso saltitava de energia, energia que nem a favela, nem lighthalzen poderiam conter.
Luke Alabis
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Uhtred O cavaleiro do Norte Empty Re: Uhtred O cavaleiro do Norte

Mensagem por Luke Alabis Seg Nov 02, 2009 2:42 pm

Parte 2 – O Despertar do Guerreiro

Era mais um dia, o inverno já havia passado e todos na casa de Uhtred sobreviveram, o que era um milagre, porque estavam em um barraco improvisado e este fora um dos invernos mais duros que já aconteceram em Lighthalzen, outras pessoas na favela infelizmente não haviam suportado, mas aparentemente o que Uhtred pai dizia era verdade, e o sangue guerreiro se mostrava na saúde de todos da família.
Uhtred entregava mais uma encomenda que sua mãe mandara, com o término do inverno os pedidos aumentavam, e a sua mãe estava mais ocupada que nunca. Enquanto retornava do local da entrega Uhtred ouve o sinal de rompimento de segurança, mais uma vez as gangues aproveitaram alguma brecha da segurança e invadiram a cidade, ele conhecia bem os meliantes e não os temia, pois também era da favela e seria reconhecido, afinal de contas ele não tinha nada do interesse dos criminosos e passaria desapercebido. As pessoas andavam rapidamente e temerosas, enquanto Uhtred por sua vez, também se apressava, porque não queria demorar a voltar pra casa, alguém poderia estar precisando dele.
Quando já estava avistando a entrada para a favela ouviu um grito agudo bem perto de onde estava. Ao se virar deparou-se com uma garota, mais nova que ele próprio caída ao chão, tentando se apoiar em um poste, e se aproximando como um abutre um gângster de expressão maliciosa, girando uma adaga na mão direita.
Nesse momento, os ancestrais de Uhtred pularam em sua pulsação. Ele não decidiu, não pensou nas consequências, apenas agiu. Como por instinto correu loucamente numa carga alucinada em direção do gângster, que, distraído, não pôde se desviar. Apesar de ainda ter apenas 10 anos a força da carga foi suficiente para tirar o criminoso de sua trajetória em direção da menina. O gângster surpreso se virou para seu atacante, ficando ainda mais surpreso ao ver quem era. Uhtred se postava ereto, bufando, não sabia se de raiva ou pela corrida, porém com uma postura perfeita, quem visse até pensaria que se tratava de um espadachin á paisana, mas o gângster não gostou nem um pouco e o faria se arrepender de atrapalhá-lo diante de uma presa fácil.
- Corra garota, rápido, não fique aí parada! – Gritou Uhtred para a menina caída, que piscou, como se acordasse de um transe, e prontamente obedeceu as ordens daquele menino que poderia muito bem ter sua idade.
- Ahh, maldito seja muleque! Quem mandou você sair do seu buraco imundo e vir aqui na cidade me atrapalhar! Vou fazer você se arrepender, nem a memória do seu pai vai te proteger aqui! – o gângster gritava de ódio da boa chance desperdiçada, brandia sua adaga de forma desafiante.
- Meu pai não está aqui agora, e não preciso dele pra me defender! – o desafio soava estranho vindo de uma pessoa tão jovem, uma criança de fato, mas não parecia brincadeira e Uhtred retesava os músculos em desenvolvimento de seu braço e suas costas em antecipação.
O gângster se adiantou com a faca em riste, sabia o serviço e queria dar uma lição ao garoto, para nunca mais se intrometer nos negócios dele. Uhtred viu o gume da lâmina se aproximando lentamente, mas estava desarmado e sem defesa alguma. Num reflexo de auto-preservação colocou se braço pra frente, protegendo o abdômem, sentiu a lâmina cortando seu antebraço esquerdo, num talho profundo. Com a mente rodopiando nem sentiu dor no momento, apenas o impulso o conduziu. Deu um passo á frente, deslocando todo o peso do corpo no braço direito, acertando em cheio o estômago desprotegido do criminoso, que o fez arfar, dobrando-se em volta do pequeno punho do garoto. Nos olhos do gângster a perplexidade por ter sentido tanto um soco de alguém tão pequeno, deu dois passos pra trás e começou a controlar a respiração, alterada pelo golpe. Quando se voltou novamente com a adaga preparada, pensava que agora não teria misericórdia, estriparia o garoto ali mesmo, mas surepeendeu-se com um novo golpe, ainda mais poderoso que o primeiro que o acertava nas costelas, cabaleou novamente, impelido pela violência do golpe, o ar fugindo de seus pulmões, percebeu o início da aglomeração de pessoas ao seu redor, e repentinamente uma pedra o acertou ao lado da cabeça, o que o fez cambalear mais para o lado, quase tropeçando. Sentiu o sangue quente escorrendo na cabeça e começava a entender o que acontecia ao seu redor.
Muitas pessoas que estavam correndo assustadas pararam para observar a coragem do garoto e vendo que a criança se mantinha desafiando o gângster se encorajaram para ajudá-lo. Quando deu por sí, o gângster percebeu uma pequena multidão que o rodeava com pedras nas mãos gritando chingamentos. Não podia acreditar na reviravolta de sorte, e chingou novamente o menino que o atrapalhou. Em um momento tinha uma presa fácil em sua frente, e no outro estava enfrentando uma turba de cidadãos furiosos. Tudo culpa do pequeno Uhtred.
Uhtred se mantinha empertigado com o braço ferido dobrado, com o punho fechado, e o sangue escorrendo e pingando pelo cotovelo. Ignorava a dor, da mesma forma como ignorara o frio no inverno, com a determinação brotando de algum lugar que ele não sabia. As pedras começaram a voar espantando até ele. Quando percebeu estava no meio da turba, junto com o gângster. Sentiu seu ombro ser puxado por alguém que não estava vendo, e por reflexo se desviou.
- Calma, homenzinho – dizia uma voz grossa, mas afável – deixe agora o trabalho para alguém do tamanho dele.
Ao se virar viu um policial, gentilmente o empurrando de lado e se dirigindo ao gângster, que ciente da ameaça que o cercava se entregou sem resistir, lançando um último olhar assassino para o garoto, que começava a sentir a dor latejando no braço.
Uhtred ainda estava meio tonto, seu braço parecia que ia explodir, e ele puxava o ar como se estivesse se afogando. Um outro policial se aproximou falando:
- Venha comigo rapaz, vou te levar a alguém pra cuidar do seu braço.
- Não, tenho que voltar pra casa, minha mãe deve estar preocupada. – disse Uhtred assustado, apesar de ser corajoso ainda era uma criança, e estav acercada de estranhos que o olhavam com espanto.
- Não antes de cuidar do seu braço, imagine só você chegando em casa sangrando desse jeito, espere que não vai demorar muito! – o policial insistiu.
Realmente não demorou muito, um sacerdote que passava havia assistido a uma parte da confusão e se aproximou com um gesto ao policial. Após balbuciar algumas palavras sua mão brihou e rapidamente o rasgo no braço de Uhtred fechou sozinho, deixando-o maravilhado. Não consiguia pensar em nada para falar, era a primeira vez que enfrentava um perigo de verdade, e principalmente era a primeira vez que era notado pelos moradores da cidade. Depois que foi curado o policial ainda queria levá-lo para um outro lugar, mas o medo do que poderia acontecer sobressaiu, ele escapou e entrou no labirinto de ruas da favela.
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Mensagem por Luke Alabis Qui Nov 05, 2009 8:12 am

Parte 3 – A Recompensa

Rogshminov chingou quando pisou em mais uma poça fedida. Não gostava de estar ali, mas a ordem de seu patrão era de que encontrasse o menino. Não demorou a descobrir seu nome, o garoto era conhecido nas ruelas da favela de lighthalzen, ainda mais depois dos últimos acontecimentos. O homem dobrou mais uma esquina, com o rosto se contorcendo em nojo, para ele todas as ruas eram iguais, igualmente sujas e igualmente fedidas. Seu único alívio era o que um homem da polícia concordou em acompanhá-lo, principalmente depois que ficou sabendo que iria procurar o menino que enfrentou o gângster, o garoto que salvou a filha do chefe de Rogshminov.

- Uhtred! Uhtred! – Gritava o moleque a plenos pulmões enquanto vinha correndo em direção do casebre.
- Ele já vai! – Gritou a mãe de Uhtred, já sabia de qual Uhtred se tratava, a voz do melhor amigo de seu filho já era conhecida.
- Tô indo lá mãe, volto a tempo de levar mais uma encomenda. – o menino disparou porta afora feliz com o chamado do amigo. Eles treinavam juntos, além de brincar muito. Ambos tinham um sonho: serem cavaleiros. Por isso treinavam exaustivamente diariamente nos momentos livres que tinham. Diferentemente de Uhtred seu amigo priorizava mais a agilidade á resistência e força bruta. Seu nome era PWolfgang e muita coisa aconteceria com essa amizade ainda.
Os dois meninos saíram correndo pelas ruelas, com suas miseráveis espadas de madeiras, feitas pelo Uhtred pai, até o ponto em que se reuniam todo dia para o treinamento. Era a ponta de um morro, um pedaço de rocha lisa, que quando chovia ficava escorregadia, e quanto esquentava irradiava calor, mas lá eles tinham um pouco de paz e espaço para as manobras.
- Ali, é aquele, o mais fortinho dos dois. – Apontava um garoto da rua, o magri, e com ele dois homens, um homem bem apessoado com cara de poucos amigos, e um policial, o que lhe cheirava a problema.
- Eu sabia seu dedo duro! Eu sabia que você ia contar onde eu tava!! – gritou Uhtred, ele e magri tinham uma velha rixa, e agora ele tinha certeza que espancaria magri até lhe acabarem as forças. Ali naquele local ele não tinha pra onde escapar e se encontrava rendido para seus “perseguidores”.
- Ei, não é nada disso garoto! Eu vim aqui com o Sr Rogshminov, porque ele quer falar com você, ele veio em nome daquela garotinha que você ajudou outro dia!
Uhtred ficou perplexo, não entendia como aquele acontecimento poderia vir ao seu favor, normalmente as pessoas nem reparavam nele.
- Rapazinho, como é seu nome? Meu senhor me mandou vir até esse buraco, e isso quer dizer que ele quer fazer alguma coisa pra você. – disse Sr Rogshminov.
- Meu nome é Uhtred, filho de Uhtred, descendente dos cavaleiros do norte! – Ele havia ensaiado essa apresentação fazia anos, mas nunca teve a oportunidade de usa-la, visto que ninguém havia perguntado seu nome antes. Isso impressionou o homem da alta roda, então ele sorriu.
- Muito bem Uhtred, filho de Uhtred, me mostre sua casa quero conversar com seus pais.
Com esse pedido ele novamente ficou apreensivo, pois ele ainda não havia contado o que fez na cidade, e não sabia como eles reagiriam a essa notícia, mas já estavam ali, o homem e o policial, e não tinha como fugir, e mesmo que pudesse alguém poderia leva-los á sua casa. Então dessa forma Uhtred guiou-os até sua casa e seus pais.
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