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[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro

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Samuel
Willen
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Mensagem por Willen Qua maio 18, 2011 4:27 am



[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Bgm_on
O céu estava nublado perto da cidade de Juno. Gotas finas garoavam com o vento que vinha forte em direção à cidade. Dentro do enorme observatório, em uma sala cheia de estantes atulhada de livros, com vários papéis esticados em cima de uma mesa enorme, Dante se aconchegava em uma cadeira em frente à alta lareira do seu quarto. Fitava a janela, onde era possível ver a chuva vinda do planalto ao longe, mas sua mente estava indo mais além. Entre os seus dedos, rodeava uma taça enchida até a metade com vinho.

- Dervel! – Exclamou, suspirando. Imediatamente, as portas do seu quarto abriram e um homem de cabelos brancos entrou a passos largos. Era um arcano alto, de cabelos curtos e brancos, e seus olhos brilhavam como chamas azuis no quarto pouco iluminado. Ele se aproximou de Dante e ficou apoiado em um joelho no chão, como uma reverência.

- Mandou me chamar, mestre Dante? – Sua voz era grave, opaca, mas tinha uma pontada de ânimo que lhe dava uma boa impressão. Dante continuou a olhar pela janela, se demorando a falar.

- Dervel, meu amigo. Este mau tempo vai nos trazer frio, não acha? – Disse ele por fim, ainda admirando o retrato da natureza que se formava emoldurada pela janela. Dervel, no entanto, esperou alguns minutos e após entender o significado, assentiu.

- Bons tempos virão depois, senhor Dante. – O arcano encarou a janela, para onde Dante olhava. O arquimago estava sério, tomou um gole de vinho e ajeitou seus óculos.

- Talvez. – O arquimago abaixou os olhos e fitou o fogo. – Você sabe que os irmãos Nelliw são importantes para mim, não são? – Seu tom era de preocupação. Dervel se ergueu e ficou ao lado da cadeira, com uma expressão inabalada.

- Para mim, não vejo utilidade em alguém que é a versão em miniatura de um demônio e no que consegue controlar a sua energia oculta. – Ele encarou a palma de sua própria mão. – Não vejo o porquê de querer tanto eles aqui.

- É verdade. – Dante sorriu. Pensou por um tempo e continuou. – Mas é claro, essa escolha é deles. Embora eu deva muito a um velho amigo meu, ainda assim não sou dono do destino deles.

Dante ficou encarando o fogo. Dervel estranhou o comentário do arquimago e ficou observando a janela. A tempestade havia chegado a Juno.

- Eles estão acompanhados daquela garota, que dizem ser o coração mais gelado de Midgard. – Dante provocou Dervel, que o observou de lado. O arcano cerrou o punho.

- Ledo engano deles. Nenhum coração mortal é mais gelado que o meu. – Seu tom era de severidade. Dante gargalhou baixo e esticou as mãos para o fogo.

- Mas é claro. Quando falamos de corações frios, falamos dos amaldiçoados. – Mais uma vez, Dervel apertou o punho com o que Dante falava, mas nada fez. – E o dela parece ser bastante interessante. Ela possui a mesma doença que o jovem Nelliw, mas a essência dela é apenas gelo, diferente dele que controla o Éter. – Dante olhou para o arcano. – Ela será muito boa para você treinar.

O arcano olhou irritado para o arquimago. Seu olho direito estava piscando e deixou mostrar seus dentes, rangendo-os. Dante deu um sorriso como resposta e então Dervel cedeu. Suspirou e cruzou seus braços, encarando o fogo também.

- Você pensa muito a frente mesmo. – Dervel falava sério. Dante abaixou a cabeça e seus olhos ficaram escondidos por entre os cabelos negros e compridos que escorriam para frente de sua face.

- E...tem mais uma coisa. – Ele falou em tom sombrio. Cruzou as pernas, largou sua taça de vinho em um pequeno suporte de madeira ao lado da lareira e entrelaçou suas mãos. Dervel o observou curioso. – É bem possível que nós vamos perder um valoroso aliado.

- O que? -O arcano entrou em choque, mas rapidamente se recuperou. Suou frio por um tempo. – Dante, o que quer dizer com isso?

- Você sabe que enviei Yuris até o local do selo de Doppelganger. Sua missão era travar aquele selo. Ele provavelmente encontrou aqueles jovens e estão indo combater o grupo Tormenta. – Dante falava mais sombrio. Estava pensativo e a cada palavra, se demorava mais para elaborar outra frase.

- Yuris é um homem forte, e mesmo que os outros sejam jovens, também são fortes. – O arcano tentou contra argumentar, mas Dante balançou levemente sua cabeça.

- O filho dele está lá também. – Dante disse finalmente, e então Dervel entendeu. – E ele disse que morreria por seu filho.

- Mas então por que não manda reforços? Deixar jovens e um de nossos mais fortes amigos ir numa missão dessas? – Dervel esbravejou, mas o arquimago nada fez.

- Ele disse que se fosse possível, queria fazer isso para mostrar ao seu filho, e pediu para ninguém o ajudar. – Dante continuou sombrio. Dervel estava um pouco abatido, mas entendeu o recado de Yuris. Dante se levantou e com sua antiga energia, olhou firme para Dervel. – Dervel, você vai agora para Glast Heim. Há negócios para se resolver lá.

Dervel assentiu e se retirou da sala. Pegou alguns papéis que estavam na mesa de Dante e foi direto para fora. Dante abaixou a cabeça, pensativo, e colocou suas mãos para trás, indo até a janela. Ficou olhando as gotas pesadas baterem em sua janela, quando um raio rasgou os céus fazendo toda a cidade se iluminar, e o trovão rugiu e seu eco foi ouvido ao longe. O arquimago observava sério toda aquela tempestade cair sobre Juno.

- Yuris, você mesmo escolheu o destino de morrer por sua família. Só assim encontraria a paz, é isso mesmo que você quer? – Seu pensamento se voltou para a imagem do arcebispo risonho que ainda estava correndo em direção à torre de Geffen, decidido a salvar seu filho. Era o mesmo pensamento que fervilhava na mente do Portador da Luz.




Ruínas das Trevas - Primeiro Livro
[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Test-x
por Willen Leolatto Carneiro



    Capítulo X - O Coração mais Frio





[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Bgm_on
- Eles não vieram conosco. – Ignatyus havia chegado até onde estavam Kemaryus e um homem loiro sentado no sofá da Loja Valquírica. O homem estava vestido com uma armadura bem decorada, com placas de aço sobrepostas e uma malha por baixo. Seus cabelos loiros estavam amarrados em um pequeno rabo de cavalo em sua nuca. Descontraído, ele não demonstrou importância para os dois que acabaram de chegar.

- Entendo. – Kemaryus arrumava sua mesa. Estava cheio de papéis e ele corria de um lado da sala até o outro para encontrar outros papéis. Por fim parou na frente do arquimago. – Sabe, eu sempre achei que Kem e Ilana eram um pouco perigosos, mas mesmo assim os mantive aqui. Mas Kem eu não posso ficar segurando para sempre.

- Compreendo. Mas e sobre essa tal Ordem das Sombras? Devemos interferir? – Seu tom era calmo como sempre o viam. Kemaryus o encarou por um instante e então voltou à correria de seus documentos.

- Por hora não. Ainda não há motivos para nos preocuparmos com isso. – Ele falava enquanto corria pela loja, mas ainda assim, continuava pensativo. – Ignatyus, eu e você vamos fazer uma viajem. Ayanne e Roen, quero que vocês vão até Glast Heim.

- Glast Heim? – Roen, o loiro que estava sentado no sofá, protestou. – O que devemos fazer lá?

- Houve uma movimentação muito suspeita por lá e Ayanne já havia sentido isso há tempos. – Kemaryus parou para encarar o grupo. Ayanne assentiu tranquilamente, enquanto Ignatyus seguia o Reitor na correria. Roen se levantou, ajeitou suas pesadas juntas metálicas e se dirigiu até a calma mestra.

- Bem, vamos então? – Roen tinha uma feição jovem. Seu tipo lembrava Kem, mas ele possuía malícia nos olhos e era mais experiente com suas atitudes. Ayanne assentiu calma e saiu junto do Guardião Real. Ele assoviou e um grifo veio voando por entre as casas da cidade de Prontera, parando alguns metros à frente da saída. Ayanne ficou olhando calmamente o animal, que acenou gentilmente. – Razor, vamos nessa. Ayanne, pode montar nele.

- Entendido. – A garota subiu em cima do animal, com Roen a sua frente segurando as rédeas. Ele esporeou o grifo que pegou velocidade no chão e saiu voando rapidamente por entre as casas, passando rasante por cima das pessoas que andavam pelas ruas.



[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Bgm_on
Dervel havia chegado rapidamente até a cidade em ruínas. Glast Heim era apenas uma ruína depois de tanto tempo, uma mera cidade fantasma do que antes era a capital de Rune-Midgard. Por muitos anos, a cidade abandonada passou a ser lar de seres demoníacos e espíritos malignos, mas graças às proteções feitas por vários sábios e ocultistas, uma barreira impedia sua saída da cidade, mas qualquer aventureiro tinha força suficiente para entrar sem problemas.

O arcano andava lentamente pela cidade arruinada. Muitos aventureiros passavam por ele, indo ate o centro da cidade fantasma para caçar os monstros que lá havia. Dervel apenas observou as muralhas e o alto das paliçadas que foram construídas de forma magnífica no passado e não passavam de meros esqueletos do que já foi um dia naquele momento.

Indo até seu centro, havia uma abadia antiga, onde eram presididas as missas e ritos antigos para o povo e o exército real que vivia ali na época de glória da cidade. Dervel subiu as escadas e entrou na abadia. O cheiro de podridão e morte rasgava as narinas de qualquer um que entrasse ali. Era possível sentir uma energia densa fluir do interior do lugar, e várias assombrações se mostravam para as pessoas que passavam, mas muitos eram derrotados pelos aventureiros. Andando por um tempo até mais fundo, outros seres esqueléticos e trajados de vermelho apareciam com um caixão em forma de cruz nas costas.

Nenhum ser ousou tocar Dervel, que simplesmente passava calmamente por entre os caminhos tortuosos que se formaram depois de erodir. Alguns até tentavam a sorte de se aproximar dele, mas um olhar gélido de Dervel era capaz de persuadi-los a parar.

Quando se aproximou de uma porta mediana que possuía degraus para o nível abaixo da abadia, Dervel parou. Ficou imóvel por um instante. Havia uma aura negra que vinha da porta, e logo o arcano percebeu que não era como normalmente acontecia. Ele deu mais um passo, mas antes que pudesse se mover, o chão tremeu.

Vários dos aventureiros saíram correndo do local, as aparições se desfaziam no ar e os druidas malignos planavam para longe. Dervel percebeu uma movimentação estranha, mas não se mexeu.

Cinco homens de preto saíram pelas sombras, cada um carregando imensos cajados com esferas luminosas nas pontas. Eles estavam envoltos em capas negras e capuzes que impediam Dervel de ver o rosto deles. Por baixo das capas, usavam apenas capotes negros bem trabalhados, e tinham o símbolo de uma lua fundida com o sol e um olho no centro.

- Olha só, alguém não quis sair correndo. – Diziam um deles. Estavam cercando o arcano, que não fazia nada além de encará-los um pouco. Cada um tinha alguma coisa em sua capa que os diferenciava. Uma ombreira; três argolas presas na capa; um broche com um orbe luminoso; um crucifixo virado de cabeça para baixo; e uma imagem de arco e flecha presa na capa.

- Saia daqui inseto. – Dizia o que possuía uma ombreira.

- Você não vai incomodar nosso mestre. – O que possuía o crucifixo invertido trovejou para Dervel. O arcano encarou seriamente todos. Ficou rígido e mais sério.

- Eu sou Dervel de Bergelmir. Se esse é vosso desejo, eu lutarei. – Disse formalmente. Sua calma e fria apresentação aqueceu os estranhos. Eles rugiram e saltaram para cima de Dervel com os cajados apontados para ele. Dervel apenas movimentou seu corpo um pouco e então tudo ficou branco.

Rapidamente, os corpos dos cinco homens que avançavam congelaram e foram atravessados por espinhos de gelo. O ar gelado que saía de Dervel congelou grande parte da área onde estava e os milhares de pilares de gelo que cresciam ao seu redor se espalhavam por todos os lados. O chão, a parede e o teto estavam rachando devido ao frio e a força dos pilares de gelo, enquanto os cinco homens eram retalhados, caindo quebrados como o gelo. Os seus pedaços caíram esparramados no chão embranquecido pelo gelo e não passavam de carne fria.

Dervel estava calmo e frio diante a imensidão branca que havia criado. Um homem apareceu da porta que já estava rachada devido ao frio e encarou o arcano e os seus companheiros mortos. Era um homem corpulento, vestindo o mesmo traje de seus aliados e tinha uma coroa negra acima do capuz. Tinha quase o dobro da altura de Dervel e então saiu correndo em disparada para cima do arcano.

- Tolo, será obliterado por tal insolência! – Ele saiu gritando e tirou uma gigantesca lâmina das costas, correndo diretamente para o arcano. – Eu, Golias, vou parti-lo ao meio. Não há frio que me pare.

Dervel não se mexeu. Quando o gigante mirou sua enorme espada na direção dele, o ar congelou ao redor de Dervel e congelou as pernas de Golias. O gigantesco corpanzil dele iria cair estatelando no chão, mas o gelo se acumulou e abaixo do gigante um pilar de gelo apontou maligno direto para o peito do homem. Golias teve seu peito trespassado pelo pilar de ponta afiada e gélida, mas ainda tentou brandir sua espada. Dervel então se virou para encarar o homem e viu seu rosto se aterrorizar. O arcano esquivou da espadada e se aproximou de Golias, temendo. Dervel então tocou a testa do homem, que sentiu como se mil agulhas rompessem sua cabeça. Sua pele começou a ficar pálida e fria, parecia que seus nervos também congelavam. O corpo do homem foi congelado rapidamente de dentro para fora e então se rachou, caindo aos pedaços no chão.

- Vocês não podem parar a mim. Dervel, o “sangue de gelo! – E com esse rápido comentário, andou até a porta de acesso do segundo nível, deixando uma cena de horror gélido para trás. O homem com o coração mais gelado de Midgard estava em Glast Heim.
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[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Empty Re: [Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro

Mensagem por Willen Qua maio 18, 2011 4:32 am



[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Bgm_on
O frio irrompeu escadaria abaixo. Dervel estava descendo as escadas lentamente e enquanto se dirigia para o andar abaixo da Abadia, congelava todas as aparições e sacerdotes malignos que surgiam pelo caminho. Eles congelavam ao menor toque com o ar frio de Dervel e caiam aos pedaços no chão.

Quando o arcano estava em terra firme, vislumbrou mais sacerdotes malignos, e mais além, outros homens com capas negras. Os sacerdotes malignos eram humanos sacrificados que tiveram seus corpos possuídos por espectros, espíritos das trevas, e vagam no solo de Glast Heim. Eram muitos que vinham na direção dele. Estavam chegando perto quando o ar congelou e os que não foram congelados pareciam estar acometidos por uma terrível hipotermia.

- Zero Absoluto! – O ar se tornou uma brisa gélida e então virou uma forte ventania congelante. Era impossível contar quantos sacerdotes estavam correndo até Dervel, mas isso foi insignificante para ele. – Esquifes de Gelo! – Sem ao menos mover um músculo, estacas e pilares enormes de gelo atravessaram o andar, destruindo os vários monstros congelados ou que estavam com movimento retardado.

O arcano olhou para frente. Conseguiu enxergar os homens encapuzados ao longe, para o centro do local, e viu uma sombra enorme, gigantesca, aparecer lentamente no meio deles. Percebeu que estavam invocando algo e então começou a andar lentamente até eles.




Ruínas das Trevas - Primeiro Livro
[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Test-x
por Willen Leolatto Carneiro



    Capítulo XI - As Sombras da Existência





[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Bgm_on
- Hmm, será que eles estão bem? - Ayanne refletia enquanto era carregada pelo grifo de Roen, Razor. O loiro estava guiando sua montaria, voando rasante por dentro das muralhas de Glast Heim, indo em direção da abadia. A ruiva apontou para dentro do local. – Foi ali que senti a agitação dias atrás.

- Pode deixar. – Roen puxou as rédeas do seu grifo e o fez entrar na abadia. O lugar escuro não foi problema para o animal, que seguia firme no ar. Algumas vezes dava rápidas galopadas no chão para pegar impulso e planar por cima de alguma estrutura caída. – Devemos ir para o segundo nível? – O loiro estava sorridente.

- Bem, acho que podíamos dar uma olhada. – A mestra estava um pouco receosa. Sua percepção espiritual estava agulhando sua cabeça. Havia alguma coisa muito poderosa no segundo nível. Quando estavam se aproximando, ficaram chocados com o que viram antes de descerem para o andar inferior.

Grandes partes das paredes, do piso e do teto estavam rachadas e com gelo na superfície. Havia pedaços grossos de gelo no chão, mas o que deixou os dois ainda mais perplexos foi à quantidade de sangue no chão. Não estava líquida, e sim congelada. Os corpos estavam retalhados e conforme iam descongelado ficavam mais soltos e moles. Ayanne virou o rosto por um tempo, mas Roen desmontou do grifo e foi até os retalhos.

- Hmm. – Ele pegou uma das partes sangrentas que ainda estava congelada. – É. Alguém esqueceu que lugar de fazer carne moída é no frigorífico de um açougue.

- Para Roen. Não tem graça. – A mestra estava um pouco tensa. Nunca gostou de violência. Roen jogou fora o pedaço de carne humana, montou de volta em Razor e esporeou ele para descer ao nível inferior. Quando chegaram, encararam a mesma cena, mas era com os monstros e em maior quantidade. Ayanne estremeceu e Roen apenas ficou olhando. Deixaram Razor sentado na porta do andar e desmontaram da garupa do animal.

- O que poderia ter feito isso? – Roen estava perplexo. Sacou sua lança e seu escudo em forma de cruz e colocou em suas costas. Os dois andaram um pouco e viram a enorme sombra no centro do cemitério que ficava abaixo da abadia. A ruiva começou a andar na direção da sombra, encarando-a sem piscar. O loiro a seguiu, mas percebeu a presença de pessoas no local e tentou segurar a mestra. – Ei, espera. – Sussurrou, sem sucesso. – Ayanne, espera...

Quando Roen e Ayanne estavam chegando perto demais, mãos enluvadas foram postas na boca de ambos e então foram puxados para trás de uma parede. O arcano de cabelos brancos e olhos azuis profundos estava de costas para a parede, tentando ouvir a conversa dos estranhos, mas Ayanne e Roen estavam se debatendo e se soltaram. O guardião real puxou a lança.

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- Que é isso? Quem é você? – Roen e Ayanne já estavam se preparando para lutar, mas então o arcano fez um sinal para que fizessem silêncio. Roen estava prestes a protestar, mas a ruiva então colocou seu braço na frente do loiro e encarou o arcano.

- Você matou aquelas pessoas lá em cima? – Ela perguntou lentamente. O arcano assentiu. – Mas por que não matou a mim e ao meu amigo? E quanto aos outros?

- Vocês não são meus inimigos. – Dervel falou calmo para a garota. – E eu estou aqui para investigar os movimentos deles. Vocês não deveriam estar aqui.

- Você é que não deveria... – Roen tentou protestar, mas Ayanne novamente fez sinal para que ele parasse.

- Eu senti um poder imenso vindo daqui do cemitério. E era uma energia sombria. – Ela encarou a enorme sombra no meio dos vários homens encapuzados que faziam um círculo ao redor da monstruosa sombra. – A origem disso é aquilo que eles estão rodeando?

- Bem observado. – Dervel voltou a se encostar-se à parede e olhar cautelosamente para os homens. Eles entoavam alguns cânticos, balançavam as mãos e contornavam um desenho ao redor da enorme sombra. O coro ficou mais forte e então a sombra tomou forma. – Isso é mal.

- Mas que diabos é isso?- Roen não acreditava no que estava enxergando. A sombra havia tomado a forma do Senhor das Trevas e estava ficando mais nítida a cada minuto. – É gigantesco. Impossível, ele não tem essa altura. Eu já enfrentei ele tantas vezes...

- Mas agora eles estão o fortalecendo, ainda que eles ainda não tenham desfeito o selo. – Dervel suava frio, mas continuava encarando o ser monstruoso ficar cada vez mais nítido no meio do grande círculo. Doze eram os homens que estavam lá no círculo, ainda entoando frases em várias línguas, e havia mais alguns espalhados ao redor, como guardas.

- Eles querem libertar o Senhor das Trevas? – Ayanne falou baixo, preocupada.

-Bem, se ele sair, será facilmente derrotado. – Roen falou confiante, mas Dervel o olhou, censurando-o.

- Ele, selado aqui dentro, não tem o mesmo poder que no seu mundo, no mundo das trevas. – Dervel voltou a encarar a sombra cada vez mais vívida. – Acho que temos tempo para impedir aquele ritual. Não sei o que pretendem, mas se atacar agora talvez isso os impeça de concluírem.

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Dervel encarou os dois por um tempo. Ayanne concordou, mas o guardião real olhava incrédulo para os dois. Balançou a cabeça negativamente, suspirou e então olhou firme para Dervel.

- Tudo bem, como faremos? – O loiro estava confiante.

-Vocês podem distrair eles para mim? Se possível, desfaçam aquele círculo desenhado. – Dervel apontou para o círculo cuidadosamente desenhado no chão. – Eu vou derrubar a coisa.

- Entendido! – A garota e o guardião real falaram em uníssono e saíram em disparada.

Os guardas só perceberam que Roen e Ayanne haviam iniciado um ataque muito tarde. Foram mortos rapidamente por eles, que distribuíam socos e golpes precisos de lança. Os doze homens encapuzados que estavam concentrados no ritual perceberam a intrusão dos dois e então se dividiram. Seis homens corriam na direção da dupla.

- Ayanne... – Roen apontou para os homens que vinham na direção deles. A mestra invocou cinco esferas luminosas que giravam ao redor dela. Roen brandiu sua lança e fagulhas vermelhas tomaram conta de seu braço, indo até a ponta da sua arma. – Vamos atacar com força!

Quando um deles saltou por cima de Ayanne e tentou atacar suas costas, foi atirado longe pelo golpe de escudo de Roen. A mestra parou e se defendeu de um soco de outro homem, e começou a trocar golpes com ele. Outros dois continuavam mirando o guardião real, mas ele brandiu sua lança e estocou com precisão o abdômen de um deles. A ruiva socou com força o rosto de seu oponente e se dirigiu para o próximo, que vinha com grande velocidade apontando uma adaga para ela.

Roen tirou o pesado corpo da ponta de sua lança e estocou o seu segundo oponente. A energia carregada em sua arma fez com que abrisse um rombo na barriga do homem, dividindo seu corpo em dois. Ayanne nocauteou mais um inimigo e só restavam os seis que estavam realizando o ritual. Eles olharam temerosos para o gigantesco Senhor das Trevas que estava começando a emanar uma energia negra e fitaram os dois oponentes. Dervel foi até onde Ayanne e Roen estavam calmamente.

- Acertem o círculo! – Dervel ergueu as mãos e uma enorme muralha de gelo surgiu do outro lado do círculo, impedindo que os outros encapuzados tivessem uma rota de fuga. Ayanne fundiu suas esferas e segurou-as para trás, no meio de suas duas mãos.

- Disparo de Esferas Espirituais. – A ruiva esticou seus braços com as mãos abertas e disparou a energia das esferas. A rajada de energia atingiu parte do círculo e também um dos ritualistas. Roen comemorou o tiro certeiro, mas Dervel continuou sério. O arcano olhava para a criatura, que continuava a emanar uma energia negra.

Com o círculo destruído, o ritual cessou. Mas o monstro continuava no lugar e os homens de preto sacaram suas armas e começaram a gritar pela morte dos intrusos. Roen rapidamente liquidou com a vida do primeiro que foi na sua direção, enquanto a mestra nocauteava outro. Dervel balançou sua mão levemente e o restante congelou no ar, despedaçando logo em seguida por uma onda de pilares de gelo afiados.

- Orra, você é bom com o gelo. – Roen olhou admirado para o arcano, mas não teve resposta. Dervel continuou observando. O chão onde continha o círculo estava todo revirado, e os desenhos não mais se completavam. Mas a criatura ainda estava ali.

- O que pensa em fazer, arcano? – Ayanne se aproximou de Dervel e ficou encarando o Senhor das Trevas.

- Se esse fosse um ritual de invocação, já deveria estar pronto. – O arcano por fim falou. Estava franzindo a testa. – E se fosse de rompimento de selo, necessitaria de sangue, mas ninguém foi sacrificado.

- Então temos que matar essa coisa? – Perguntou Roen, preocupado.

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- Talvez. – Dervel ergueu seus braços, abertos e com calma. Esferas de um brilho azul muito forte saíram de seus braços e começaram a rodeá-lo. Cinco esferas estavam rodeando ele e o ar começou a ficar mais gelado. – Essa técnica é conhecida por usar os quatro elementos primordiais e criar uma verdadeira catástrofe. Mas arcanos experientes podem usar com o elemento que bem entender. – Ele fechou os braços, entrelaçando seus dedos à frente e erguendo ao alto. – Eu dei um nome mais apropriado e mais curto para essa técnica.

Com os dedos entrelaçados e os braços erguidos, Dervel afastou as pernas um pouco e se firmou. O ar em volta dele começou a esfriar rapidamente, criando pequenas camadas de gelo em cima da pele de Roen e Ayanne. Eles se afastaram, pois o vento que saia do arcano estava fria demais. As esferas azuis rodeavam velozes ao redor da mão dele. O chão começou a ficar branco com o gelo.

- Mas o que ele vai fazer? Que poder incrível! – Ayanne estava acostumada às demonstrações de poder, que julgava futilidades. Mas naquela hora, aquele arcano estava se mostrando muito mais forte do que aparentava ser.

- E eu achando que transcender e expandir os limites já era o suficiente para mim! – O guardião real cobria o rosto, pois um vento muito forte começou a se espalhar conforme o arcano juntava suas forças. Ele encarou o Senhor das Trevas e então abaixou o braço com força e velocidade.

-Execução Gélida! – Dervel urrou. Ele desceu seu braço e de suas mãos as esferas se juntaram e foram disparadas na direção do Senhor das Trevas. Tamanha foi à força e a energia que ao disparar as esferas azuis, uma onda de gelo percorreu o mesmo caminho que a magia, e a terra abaixo se congelava. O enorme corpo do Senhor das Trevas recebeu o impacto azulado e então a magia desencadeou uma enorme energia que se tornou uma enorme tempestade de gelo, água e a fúria de uma nevasca poderosa, envolvendo todo o corpo do monstro.

Ayanne quase foi atirada para trás por causa da imensidão do choque mágico. Roen a segurou pelo braço e ficou observando Dervel manter a magia. O turbilhão de gelo que envolvia o monstro girava intensamente, cobrindo tudo com gelo e criando uma tempestade em seu interior. O arcano encarou sua magia mais destrutiva e a fez atingir em cheio o Senhor das Trevas e então percebeu que algo estava errado. O enorme ser começou a se desfazer rapidamente, voltando ao estado de sombra e sendo consumido pelo turbilhão caótico da Execução Gélida de Dervel. Ele percebeu que havia um macabro sorriso no que era para ser o crânio da criatura.

A magia finalmente se consumiu, e a energia negra subiu ao alto, se dissipando no ar. O vendo gélido rapidamente foi diminuindo sua corrente e logo não havia mais o frio intenso, exceto pelo ar constantemente gelado ao redor de Dervel. Roen ajudou a mestra a se levantar e se dirigiu ao arcano.

- Você o destruiu? – Perguntou o guardião real, mas ele balançou negativamente. Ficou encarando o nada a sua frente.

- Seja lá o que eles queriam ter feito, quase conseguiram. – Ele fitou a área vazia à frente e então encarou o loiro. – Devo ir à torre de Geffen imediatamente. - Dervel começou a caminhar em direção à saída, mas percebeu que estava sendo seguido.

- Nós vamos com você. Nossos amigos podem estar lá. – Ayanne falou pelos dois e recebeu um olhar perplexo do arcano.

- Vocês conhecem os irmãos Nelliw? – Ele levantou uma sobrancelha. O loiro e a mestra assentiram.

- Conhecemos bem Kem, mas o irmão dele é um pouco mais recluso. – A ruiva continuou intrigada. Dervel pensou por um tempo e então os encarou de volta.

- Então vocês vêm comigo, os seus amigos pode estar correndo perigo.

Dervel correu para a saída, onde Razor esperava por seu domador e por Ayanne. Os dois montaram no grifo e rapidamente saíram da Abadia. Dervel correu para fora da abadia e esmagou uma asa de borboleta. Sua visão ficou nublada e sentiu ficar sem chão, mas então se sentiu novamente em terra firme, olhando para a torre de Geffen à sua frente. Era hora de ajudar Yuris.
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[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Empty Re: [Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro

Mensagem por Willen Sex maio 20, 2011 4:25 am



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- Mas que droga! – Eros havia se esquivado de um ataque violento de um mestre-ferreiro de capa vermelha. O sumo sacerdote havia descido sozinho até o primeiro nível do calabouço da torre de Geffen e encontrou o grupo de seguidores de Doppelganger. Mas ao iniciar o combate, descobriu que nada poderia fazer. Eram muitos e tinham muito mais força. O homem gargalhou ao ver o loiro escapando como podia.

- É só um garoto ainda. Desconhece da vida miserável que leva. – Ele gargalhava a cada golpe que tentava acertar em Eros. O grupo de cultistas ria das investidas dadas pelo seu companheiro à distância.

O sumo sacerdote já havia recebido um golpe de raspão no seu antebraço e tentava a todo custo esquivar dos golpes do encapuzado. Saltava de um lado para o outro, arriscando-se à lâmina afiada do machado enorme que o homem carregava.

- Até que esse moleque tem fibra. – Dizia um dos homens no grupo. – Ele se diz filho da luz, mas a sua vida vai se apagar rapidamente. Acabe logo com ele, Bradley.

- Esse insetinho vai sentir a fúria do machado de Bradley. – E com um urro feroz, a lâmina do machado ficou vermelha e acelerou. Eros não conseguiu antecipar o golpe e a lâmina cravou firme em seu abdômen.

- Droga, ele aumentou demais a velocidade. – Os pensamentos de Eros bombardeavam sua mente rapidamente. Viu seu sangue jorrar do ferimento que, mesmo não sendo fatal, foi aberto pelo golpe. Os cultistas gritaram insultos e urraram pela vitória. Bradley era alto, forte e tinha um rosto duro e opaco. Encarou o sumo sacerdote se encolher sobre os joelhos e cuspir sangue.

- Você teve sorte garoto, mas sorte não é o suficiente. – Bradley brandiu mais uma vez seu machado, e o fez em uma velocidade espantosa. Eros percebeu a lâmina acelerar e então saltou. O esforço fez a ferida se abrir mais em sua barriga, o sangue jorrou de novo e ele sentiu uma dor terrível. O braço do mestre-ferreiro passou por baixo de Eros, segurando o machado, e então viu que o sumo sacerdote girou o corpo na direção de seu rosto, acertando um forte chute que o derrubou.

Quando caiu, Eros se dobrou de dor e ficou observando Bradley também cair de joelhos e cobrir o rosto com as mãos. O loiro estava com muito sangue saindo de sua barriga e estava tossindo uma grande quantidade também. Sua visão estava começando a ficar turva. Os outros homens ficaram impressionados com o movimento de Eros, o que motivou a lançar insultos e incitar Bradley a matar logo ele.

- “Acho que não foi uma boa ideia. Não tenho a luz em mim como ele...” – O pensamento de Eros foi interrompido pela dor que agulhou seu corpo. Estava prestes a tombar. Bradley levantou furioso e pegou seu machado.

- Seu teimoso. Tão perto da morte e continua a me insultar assim. – O mestre ferreiro ergueu seu machado ao alto. – Vai pagar pela sua teimosia.

Ele baixou o braço com violência e o machado mirava o pescoço de Eros, que apenas fechou os olhos. Porém, algo impediu Bradley de matar Eros. O sumo sacerdote abriu os olhos e viu que a área ao seu redor estava se iluminando, e então olhou para o alto e entendeu o que havia acontecido. O machado de Bradley foi interrompido por um escudo que girava no ar e bloqueava o golpe. Logo atrás, o loiro ouviu passos de pessoas se aproximando e de repente tudo ficou iluminado.

- Gemini... – Um homem de cabelos compridos e loiros, roupa de arcebispo com peças douradas cobrindo parte dele e com os punhos envoltos em esferas luminosas, passou em disparada se aproximando dos dois. -... Lumem!

Yuris desferiu um poderoso soco no rosto do mestre ferreiro, que foi arremessado longe. Logo atrás do arcebispo, Kem, Ilana e Aldora chegaram correndo até Eros, o ajudando a levantar. Yuris olhou para o filho e então tomou posição de combate para lutar. Seus punhos ainda estavam embebidos nas duas esferas de luz.

- Curar! – Eros aproveitou o momento para fechar sua ferida usando sua magia. – Nunca pensei que viria.

- Bobagem. Sabia sim! – Seu pai não o encarou, mas tinha um sorriso no rosto. Kem sacou seu escudo e espada. Aldora estava com um broquel e uma lâmina longa. Ilana tinha em suas mãos um par de katares afiadas. O sumo sacerdote ficou em pé, parado. – Se puder, nos de suporte. –Disse Yuris, surpreendendo Eros.




Ruínas das Trevas - Primeiro Livro
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por Willen Leolatto Carneiro



    Capítulo XII - Inesperados Encontros





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Dervel estava observando a torre de Geffen,sério. Estava pensando no seu amigo que estava em seu calabouço. As pessoas passavam por ele e se encolhiam de frio conforme se aproximavam. Algumas chegavam a comentar que o tempo estava esfriando, ou encaravam o arcano com um pouco de medo por causa de seus olhos frios. Uma criadora se aproximou dele, espirrando.

- Ei, esfriadinho! – A garota tinha cabelos loiros, logos e repicados. Um homúnculo alto e com folhas vermelhas seguia a criadora. – Esfriadinho! Você poderia parar de ser tão incômodo assim alguma vez?

A criadora e sua Lief se aproximaram de Dervel. Ele olhou de canto para ela. Era bonita, tinha um olhar sereno e uma juventude alegre em seu rosto. Puxava um carrinho de madeira decorado com flores.

- Você veio para cá a pedido do Dante? – Dervel voltou a encarar a torre. A criadora espirrou e tremia um pouco de frio, exagerando em sua encenação.

- Acha mesmo que viria acabar do seu lado por gostar do frio? – Ela falou um pouco trêmula e espirrou. Dervel não se mexeu. – Ele tinha que me mandar justo para cá!

A garota continuou espirrando. A sua Lief se aconchegou ao lado dela e ficou observando a torre, tal como Dervel. Não demorou muito e o som de asas chamou a atenção dos dois. Roen e Ayanne estavam pousando com o grifo do guardião real à frente da fonte da cidade. Os dois desmontaram do animal e se aproximaram do arcano.

- Ei, que bom que nos esperou. Nós devemos...- Roen parou e olhou para a criadora. Ela devolveu o olhar, um pouco confusa com a aparição do loiro. Ela então ergueu a sobrancelha e foi se afastando lentamente. – Eu conheço você! - O guardião estava sério. Encarou a criadora por alguns instantes. A mestra também encarava, mas estava igualmente perplexa. Roen se aproximou da garota e ficou à sua frente. – Sahh! Você mudou bastante.

- Er... – A criadora virou um pouco o rosto, parecendo sem jeito. Depois olhou rápido para os lados e começou a rir, colocando a mão atrás da cabeça. – Bem, eu tive que fazer algumas coisas.

-Hmm, sei!- O guardião real cruzou os braços e ficou de lado, desconfiado. Ayanne se aproximou e baixou a cabeça em sinal de cumprimento. Sorria levemente para a loira. – E então o que ta fazendo por aqui?

- Ela faz parte da Ordem das Sombras. – Dervel falou, interrompendo os pensamentos dos outros.

- É? – Roen olhou mais desconfiado para ela. – Você saiu da Ordem das Valquírias para se unir com estranhos?

- Não, não. – Sahh balançava cabeça negativamente e estava com as mãos frente ao corpo. Lief balançava seriamente a cabeça positivamente. – Sabe o que é? Aconteceram tantas coisas e eu...

- E agora quer pedir desculpas com Kem, é isso? – Roen apontou o dedo direto para o rosto da garota. Ela parou de encenar e ficou encarando confusa para o loiro.

- Kem? – Se perguntou baixinho. Arregalou os olhos e encarou Roen. – Ele está aqui? – Apontava desesperadamente em direção à torre de Geffen. – Ele ta lá dentro?

- É por isso que estamos aqui. – Dervel ainda encarava o centro da cidade, de braços cruzados.

- Não! – Ela falou entoando por um longo tempo. Colocou uma das mãos apoiada na sua testa e fechava os olhos dramaticamente. O homúnculo estava com uma das mãos na cintura e a outra balançando de forma a debochar a atitude da sua dona. Estava com uma feição de tédio no rosto, enquanto Sahh encenava. – Dante é cruel, patife, desgraçado. Ele quer me mandar direto para as minhas raízes e também enfrentar aquele homem que pode estar com raiva de mim por toda a eternidade. - Sahh caiu de joelhos no chão, com uma das mãos espalmada para o alto e a outra fechada rente ao seu peito. – Ó destino trágico, vida tirana. – Ela virou-se e abraçou as pernas do arcano, que ficou imóvel. – Dervel, você sabia dessa trama?

Ele não respondeu. Uma camada de gelo cobriu a garota e a deixou pasma em meio ao gelo. Dervel se desvencilhou do abraço de Sahh e ela então rachou o gelo caindo no chão. Ayanne olhava preocupada para a torre, enquanto Roen balançava a cabeça e a apoiava com a mão. A criadora levantou-se lentamente, sacudindo a cabeça e espirrando de novo.

-Não precisa ser tão dramática, Sahh. – Roen falava com pesar. Os olhos de Sahh brilharam por um momento e ela se virou, triunfante para o centro da cidade.

- Tem razão. Está na hora de encarar meus desafios e passar por cima. – Ela colocou as mãos na cintura e dava uma gargalhada enquanto a Lief afundava seu rosto nas mãos e ficava decepcionada. Dervel encarou a criadora e então começou a andar na direção da torre. Roen e Ayanne o seguiram, até que Sahh se deu conta de que estava para trás. – Ei, ei, me esperem. Ah não. – Ela puxou as mangas para cima e agarrou a haste do seu carrinho com Lief a seguindo. Estavam indo atrás do grupo que encarava os desafios no calabouço da torre.




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- Vocês não ousariam enfrentar nós todos. – Dizia um dos encapuzados ao longe. Estavam em maior número e já estavam perto da entrada para o segundo nível do calabouço.

- Vamos atrás deles. – Rugiu Kem, mas o braço de Yuris passou a frente dele. O arcebispo estava calmo e encarou os demais.

- Eu posso cuidar dessa tarefa. – Falou, confiante.

- Sai daí, pai do tarado. A gente trucida eles rapidinho. – Ilana tinha sacado suas katares e estava pronta para avançar, mas novamente Yuris ficou na frente.

- Vocês não estão entre os escolhidos para virem até a morada de nosso senhor. – Uma voz ecoou na escuridão e chamou a atenção de todos. Era grave, profunda e soava de todas as direções. Yuris tentou localizar a origem da voz, mas era impossível. Vultos começaram a se movimentar no teto e então três sombras desceram rapidamente, ficando no caminho entre os cultistas e o grupo de Kem. Das três sombras saíram dois homens vestindo mantos negros e uma mulher com um vestido comprido de seda preta. O que estava no meio tinha um cabelo comprido e negro, olhos finos e barba rala. – Não deveriam interferir. – Finalmente a voz foi ouvida da origem.

- Quem são vocês? – Aldora perguntou com impaciência. O homem que estava no meio fez uma reverência e abaixou a cabeça.

- Sou Prince, o guerreiro so sol de Tormenta. – Ele apontou para os outros companheiros. – Estes são Pierce, guerreiro da estrela. E esta é Amélia, a guerreira da lua. – A mulher tinha cabelos longos e negros. Usava um vestido de seda comprido e tinha um colar com o desenho de uma lua. Era bela, mas sua aparência era ofuscada pela aura sombria que emanava dela. O segundo homem tinha cabelos negros e o rosto era parecido com o de Prince. Mas tinha uma malícia em seu olhar que o diferenciava do tom altivo do outro.

- Não queremos saber se vocês são os bichinhos da couve. – Ilana reagiu irritada. Ela apontou a katar para Prince. – Vocês não passam de lixo.

- Olha como fala, cadela. – Pierce deu um passo à frente e sacou duas adagas. Eram lâminas grossas e bem afiadas, com empunhaduras envoltas em couro. Ele girou uma e apontou para Ilana. – Não gosto de cadelas que só latem.

- Acalme-se, Pierce. – Prince, em tom calmo, chamou a atenção do seu companheiro. O jovem bufou e guardou as suas adagas, resmungando. Prince tornou a olhar para Yuris. – Eu lhe conheço. É Yuris Ennin, que é regido pela energia de Helgi, filho de Balder.

- O prazer é todo meu. – Disse o arcebispo, coçando a nuca. Eros deu um tapa em sua própria testa.

- Agora não é hora de trocar prazeres, pai. – Eros balançava os braços para o alto, indignado. Seu pai o encarou e gargalhou vendo seu filho estar menos tenso perto dele. Yuris voltou a olhar para o trio.

- Heh, vocês são pai e filho mesmo. Têm a mesma beleza. – Amélia, a mulher que estava ao lado de Prince se curvou para frente e ficou encarando Eros. Ela lambeu os lábios. – São dois homens bonitos.

- Ah, mas é claro que eu sou lindo, maravilhoso e gostoso. – Eros coçou a cabeça com um riso forçado, mas levou um soco de Ilana, Kem e Aldora.

- Não é hora para isso, Eros! – Falaram em uníssono e com feições irritadas.

Os grupos se encararam. Prince finalmente se virou para encarar os cultistas. Ergueu um dos braços e apontou para a entrada do segundo piso. Todos eles assentiram e, obedientemente, começaram a se direcionar para o andar abaixo. Somente três dos vários homens ficaram para trás, sacando espadas, cajados e arcos. Yuris deu um passo à frente e olhou firme para os três oponentes.

- O que é Tormenta? – Perguntou. Prince virou-se e encarou o arcebispo. Os dois tinham a mesma altura e mesmo à distância estavam com os olhos paralelos.

- Nós somos aqueles que guiam os ideais de outros seres. – Prince falava com autoridade. – Nossos mestres têm um propósito maior para esta terra que os deuses abandonaram. Tormenta é o estado caótico que o indivíduo alcança quando não tem limites, e nós representamos este estado para buscar os nossos senhores.

- Absurdo! – Kem estava encarando o homem. Segurava com força a empunhadura de sua espada e a alça de couro de seu escudo. – Isso é uma ideia sem sentido!

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Prince sorriu para Kem. O loiro estranhou o ato e deu um passo para trás. Ele abriu a boca e falou tão baixo que ninguém pode entender e repente, o trio foi envolto por uma fumaça negra e voaram alto, fundindo-se à escuridão. Mais uma vez, o som ecoou de todos os lados.

- Vocês não compreendem toda a complexa ordem desse mundo. – Todos erguiam as cabeças para tentar enxergar um ponto móvel. Mas as sombras já não se moviam livremente. – Dalerius! Sathi! Guliver! Acabem com esses intrusos.

Os três homens encapuzados deram um passo à frente e revelaram seus rostos. Dalerius tinha uma espada gigantesca e era alto, corpulento e tinha os cabelos amarrados em tranças. Sathi carregava um cajado de duas mãos, comprido. Tinha o rosto fino e cabelos azuis escuros. Guliver era o menor deles, mas carregava um arco reforçado e deixava uma selvagem barba crescer, de modo que seu cabelo castanho curto e seus olhos pequenos lhe davam o ar de alto posto militar.

- Kem? – Uma nova voz feminina ecoou no andar escuro. Eros e Aldora se entreolharam e fitaram Kem. O loiro havia paralisado. Ilana estremeceu e balançou a cabeça novamente enquanto Yuris olhava para trás e reconheceu Dervel vindo com mais três pessoas. Roen e Ayanne corriam para encontrar o grupo, mas uma garota loira, bela e de olhos azulados ficou distante. Kem finalmente se virou, sério.

Um choque de olhares e emoções percorreu o ar quando Kem olhou direto nos olhos de Sahh. Ele acreditava que ela tivesse morrido tempos atrás, mas mesmo assim vagava a procura dela. Estavam frente a frente naquele lugar e se encaravam. O paladino não acreditava no que estava vendo e a criadora tentava se manter firme enquanto encarava Kem. Sahh cerrou os punhos e começou a andar lentamente até o grupo. Engoliu em seco e mudou sua feição de tranquilidade para seriedade.

- Sabrina! – Kem segurou firme a empunhadura da espada e a alça do escudo. Não prestou mais a atenção na luta que se seguiria. Os três inimigos se aproximavam lentamente. Dervel e Yuris se posicionavam para lutar. Ilana desacreditou no ato do paladino e também ficou em posição de ataque. Aldora, Eros, Ayanne e Roen estavam juntos, se perguntando o que aconteceria a seguir. Mas o paladino tinha olhos apenas para a criadora. E naquele momento, não havia mais lutas para ele, e seu coração sentiu a apunhalada direta em suas emoções.
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Mensagem por Zero Dozer Sex maio 20, 2011 3:44 pm

Depois de ler mais quatro capítulos...

Bem, a fic tá melhorando. Mas quero mesmo é ver a grande treta com o Doppel.

Aposta para a morte mencionada por Dante: Yuris.
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Mensagem por Willen Qua Jun 01, 2011 10:19 am



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Não havia som nem cores e muito menos algo que tirasse a atenção do paladino, que encarava seriamente a criadora. Os dois travaram os olhares e nenhum deles se mexia. O mundo havia parado para eles. Porém, Kem foi golpeado por Ilana, que dera um forte soco em sua nuca.

- Presta atenção, mestre idiota! – O soco foi forte o suficiente para fazer a cabeça de Kem zunir. Sahh também foi tirada do choque com a movimentação brusca.

- Ai! Espera poxa... – O loiro estava segurando firme onde levara o golpe da garota, mas quando olhou para trás, percebeu o que se passava. Dervel e Yuris se encarregaram de proteger o grupo com uma muralha de gelo e uma luz muito forte, porém, o arquimago inimigo havia soltado uma tempestade de raios por cima deles, o que fez Aldora e Eros pularem para longe. Roen e Ayanne, que estavam chegando perto, tiveram de recuar alguns passos para não serem atingidos.

Os relâmpagos estavam desencadeando para cima de Kem e Ilana. A algoz criou um esconderijo rápido, mas Kem ficou parado. Quando iria atingi-lo, usou o escudo para cobrir seu corpo e evitar a descarga. Sahh estremeceu e se adiantou para mais perto do grupo.

- Kem! – Gritou a garota ao ver o loiro ser atingido pela descarga elétrica, cerrou o punho contra o peito e ficou apenas olhando o paladino brandir o escudo para dispersar o raio.

- Um raio desses não vai me ferir. – Kem falou confiante.

- Preste atenção! – Advertiu Eros, que apontava para Kem. Assim que apontou o dedo par ao loiro, uma aura esverdeada pairou na frente do paladino como se fosse uma nuvem, bloqueando uma flecha que fora atirada. O ataque estava rápido. Dervel bloqueou a passagem do lorde que estava avançando, mas a flecha e as magias do arquimago inimigo passaram por cima da defesa deles.

- Kem, fique atento. Não vamos ficar cuidando de você. – Dervel falou de costas para o paladino. Kem coçou a cabeça e observou mais uma flecha ser disparada, passando pela barreira de gelo. Kem ergueu o escudo e uma aura prateada o rodeou, impedindo a flecha de atravessar o escudo.

- Filho da mãe! – Urrou o caçador. Ele esticou o braço para pegar mais uma flecha, mas Ilana de repente o surpreendeu aparecendo por trás. Ela atravessou o corpo dele várias vezes com golpes de sua katar. Dervel desfez a muralha de gelo e ficou frente a frente com o lorde. Os dois se encararam e então o homem avançou, erguendo sua espada ao alto. O arcano calmamente levantou as mãos e o corpo do lorde congelou no ar.

Dervel ergueu a mão, como se fosse uma lâmina, e a baixou com força. Uma onda de gelo atravessou o chão e também o corpo do lorde. Aos pedaços, o corpo do homem caiu branco de gelo em cima do piso rachado.

- Mas o que ele fez? – O arquimago encarou Dervel, temeroso. – Não pode ser. Como você fez isso?

- Não se preocupe em como eu fiz a minha magia. – Dervel encarou seriamente o arquimago. – E sim naquilo que posso fazer com você.

- Dervel, se apresse. – Yuris alertou o arcano. Mas ele apenas olhava o arquimago. Os olhos dele tremiam diante a visão do poderoso arcano de cabelos brancos, mas então ergueu a mão e uma esfera de raios se formou.

- Você é um monstro peçonhento. Deve morrer! – O homem gritou desesperado.

- Vamos lá! – Roen e Kem gritaram em uníssono. Sahh continuava encarando o loiro enquanto ele e o guardião real sacavam seus escudos e arremessavam frenéticos contra o arquimago. – Choque Rápido! - Os escudos giraram e foram arremessados para cima do homem. Ele foi atingido direto no peito e no rosto enquanto conjurava seu Trovão de Júpiter. Os escudos bateram com violência e continuavam girando, o acertando mais vezes, até que voltaram para as mãos do dono. O choque dos escudos havia quebrado os ossos do tronco e deslocado o pescoço. O inimigo caiu morto, e o grupo partiu para o segundo nível.




Ruínas das Trevas - Primeiro Livro
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por Willen Leolatto Carneiro



    Capítulo XIII - Ódio, conflito e sacrifício!





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- Foi o meu escudo que derrotou ele. Eu acabo com a raça de qualquer um desses malucos. – Roen apontou para si mesmo em vanglória. Ayanne apenas suspirou, Dervel e Yuris estavam conversando mais à frente do grupo que se dirigia lentamente até o segundo nível. Aldora e Eros caminhavam e derrotavam algum monstro que viesse ao encontro deles, mas Kem estava mais afastado do grupo, e mais longe estava Sahh.

Os dois trocavam olhares rápidos enquanto andavam. Reiki, a Lif que seguia sua dona, estava sentada no carrinho, balançando as pernas enquanto era levada pela criadora. Sahh estava com o punho cerrado e a cabeça baixa. Kem então se aproximou dela.

- Eu achei que estivesse morta. – Disse ele em tom apático. Mas Sahh virou o rosto, nervosa.

- É, deve ter achado, mas não estou! – Retrucou.

- E onde é que você esteve? – Kem perguntou, com um tom mais sério.

- Agora que eu estou aqui você quer saber onde eu estive, não é? – Sahh continuou com o rosto virado, mas apertava mais firme sua mão.

- O que custa então me avisar? – O loiro estava falando baixo, mas irritado – Ignatyus havia dito que você estava morta, mas depois a Juli disse que estava viva, mas escondida. Por quê?

- Olha Kem... – A loira encarou o paladino. – Talvez se você ligasse para mim teria me procurado depois de saber disso.

- Por Odin, eu procurei! – Kem estava falando com o tom de voz normal, mas visivelmente irritado. – Eu fui até o inferno para tentar barganhar com a rainha dos mortos... - O loiro suspirou. – E então...

- Então você viu que eu não estava lá, e não procurou mais. – Sahh olhou irritada para o paladino. – Nossa como você se preocupa comigo. – Disse com um tom sarcástico e cruzando os braços. Reiki sentiu a parada brusca do carrinho e viu a garota e o paladino seguirem discutindo. Ela brandiu os braços, com uma feição irritada, mas sem sucesso. Pegou o carrinho e o puxou de cara emburrada.

- O que mais queria que eu fizesse? – Kem parou na frente da criadora.

- Ora, poderia pelo menos não ter dito que me odiava! – Sahh parou e esticou os dois braços para baixo, forçando o corpo a ficar rígido e tentando ameaçar o loiro. Ela estava irritada também e mesmo sendo um pouco mais baixa do que Kem, ela mostrava uma reação à altura.

- Eu disse por que odiava seu comportamento. Você não me dava valor. Dizia que me amava, mas me tratava como qualquer um enquanto eu me dedicava. – Kem se posicionou a frente dela. O grupo parou ao ouvir os dois discutindo.

- Se dedicava? – A loira colocou uma das mãos na testa, encenando. – Oh, vida! Eu lhe pedi ajuda para que eu pudesse ficar mais forte, mas você sempre negava. – Ela encenou, imitando a pose do Kem de ficar rígido e ereto, com uma mão junto ao corpo e os olhos fechados em devoção. Ela forçou a voz para sair mais grave. – “Ah, eu estou ocupado”. “Preciso ficar mais forte e não posso te ajudar”. – Ela esticou o corpo novamente, ficando mais próxima do Kem. – Seu arrogante. E ainda dizem que quando voltou do inferno você havia mudado.

- Deixa de ser infantil, Sahh! – Kem urrou para a garota. A criadora agarrou as bochechas de Kem e começou a puxá-las com força, e em resposta o paladino puxou os cabelos dela.

- Mas que coisa. Não é hora para brigas de casal. – Yuris viu a situação inusitada dos dois. O grupo parou e ficou observando atentamente, com exceção de Dervel que ainda caminhava. Ilana balançava a cabeça xingando o seu mestre enquanto o restante fazia o mesmo comentário que Yuris em meio às risadas. – Vocês podem discutir a relação mais tarde e...

- Não somos um casal! – Kem e Sahh se viraram e gritaram em uníssono para o arcebispo. Ele deu alguns passos para trás. Roen estava rindo muito, assim como Eros. Kem e Sahh perceberam que agiram como uma suposta dupla e voltaram a se encarar em fúria, colando as testas e grunhindo um contra o outro.

-Chega! – Uma onda de gelo foi jogada entre Sahh e Kem por Dervel. Ele estava distante do grupo e com a mão erguida. O paladino e a criadora foram forçados a deixar um espaço entre eles por causa do gelo. – Chega de discutir a relação de vocês. Temos coisas mais importantes a fazer aqui.

Os loiros ficaram emburrados e cruzaram os braços, olhando para lados opostos. Roen apertava as mãos na barriga enquanto ria da cena. Aldora coçava a nuca, sem graça com os comentários de Eros sobre a relação de Kem e Sahh. Ilana apertava ficou reclamando sobre a idiotice de seu mestre para Ayanne, que apenas mantinha um ar sereno e compreensivo. Yuris sorriu sem jeito e se voltou para Dervel.

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- Bem, se a situação é tão urgente, por que estávamos andando ao invés de correr, e por que ainda não descemos até o outro nível? – Roen estava tossindo depois de tanto rir, mas tentou força a voz a sair séria.

- Nós estamos indo com calma para não chamar a atenção. – Yuris o encarou e respondeu tranquilamente. – Se aparecermos correndo eles podem acelerar o processo. Além disso, um ritual de liberação demora algum tempo.

- E, claro, teremos que enfrentar um número grande deles. – Dervel encarou uma construção de concreto que havia na frente deles. Alguns pesadelos guardavam o local. – Vocês precisam impedir a todo custo que eles terminem o ritual ou...- O arcano olhou de canto para o grupo. – Ou que sejam parte dele.

Dervel e Yuris saíram em disparada contra as muralhas da construção, com Roen e Ayanne logo atrás. Aldora, Eros e Ilana corriam logo atrás.

- A gente vai ser o que? – Ilana gritou para Dervel à frente dela enquanto corriam. Eros gargalhou e Aldora apenas manteve a serenidade. Mas Kem e Sahh andavam mais lentos. Kem ergueu os braços e colocou as mãos entrelaçadas atrás da cabeça, tocando o escudo pendurado em suas costas, enquanto a criadora andava a passos firmes e braços esticados para baixo. Reiki ainda puxava o carinho, resmungando e puxando a roupa de sua dona, tentando chamar sua atenção sem sucesso.

O arcano se esgueirou por entre as rochas e encontrou a escadaria que dava para o segundo nível do calabouço. Desceu lentamente, seguido de Yuris e o resto do grupo. Reiki largou o carrinho e deu um tapa na cabeça de Sahh que soltou um gemido fraco com o golpe, fazendo Kem parar por um tempo. A Lif apontou para o carrinho que ela estava puxando, então a garota soltou um suspiro e pegou a barra do seu carrinho para carregá-lo. Com sutileza, Reiki sentou-se no carrinho e ficou olhando para trás, balançando suas pernas. Kem continuou a andar atrás do grupo.

Quando todos chegaram ao andar de baixo puderam ver a cena grotesca que se seguia à frente. Em uma pequena área, um círculo fora desenhado no chão e marcado com sangue. Seus desenhos eram complexos e bem definidos, mesmo com tantas pessoas passando por cima dela. Vários cultistas rodeavam o círculo em êxtase enquanto dançavam e cantavam. Dentro do círculo havia quatro pessoas amarradas e vendadas, e mais longe do círculo cinco dos cultistas estavam sentados com as pernas sobrepostas e em estado de meditação. Uma pequena aura saía das mãos daqueles que meditavam.

Yuris reconhecem as quatro pessoas. Três delas eram as garotas que ele havia salvado há algum tempo e a quarta pessoa era apenas uma criança. Estavam com os rostos vermelhos e inchados de choro e com alguns arranhões pelo corpo.

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- Vamos atacar! – Disse Dervel, mas Yuris segurou seu braço. O arcano olhou preocupado para trás, mas então notou que Yuris estava com a mão envolta em luz. – Poderia ter perdido sua mão.

- Eu sei, mas eu sou precavido. – Sorriu para o arcano. Puxou um pouco para trás o homem de cabelos brancos. Eles estavam atrás de algumas muralhas em ruínas que impediam a visão dos cultistas. – Não pode ir assim, Dervel. Vai matar os inocentes junto.

- Eles vão virar sacrifício para o Doppelganger. – Forçou a voz para que saísse baixo, mas com visível irritação. – Agora não é hora de bancarmos os heróis. É aqueles quatro ou o resto da cidade!

- Dervel! Eles podem ser salvos, precisamos nos apressar... – Yuris tentou argumentar, mas então três pessoas pularam a frente do grupo e saíram correndo. Kem, Roen e Ilana saíram em disparada na direção dos cultistas. – Parem! O que estão fazendo?

Kem sacou o seu escudo e sua espada, seguido de Roen que puxava uma lança presa em suas costas, e com Ilana logo atrás com seu par de katares.

- Seus imprestáveis...- O paladino armou seu escudo e se preparava para jogar. Ilana corria com uma fúria terrível esboçada em seu rosto.

- Vamos dançar em cima das suas tripas! – Roen apontava a lança direto para um dos homens de vermelho ao redor do círculo de sacrifícios. Estava com um brilho louco em seus olhos enquanto corria.

- Kem! Ilana! Roen! Cuidado! – Sahh gritou para os três, mas eles não perceberam. Dervel e Yuris não tiveram tempo de reagir, e nem Ayanne e Eros conseguiram alcançar o trio. Uma aura roxa atravessou o ar e estava indo na direção de Kem pela sua lateral. Os três perceberam o movimento e se posicionaram defensivamente com os escudos e braços protegendo o corpo. Mas a aura havia tomado a forma de um espadachim e então ele atingiu os escudos. O choque foi poderoso demais para que os três pudessem sustentar, e foram jogados para trás. Uma nuvem de poeira se ergueu após o choque, chamando a atenção dos cultistas.

- Mas o que foi aquilo? – Aldora estava perplexo. Em questão de segundos ele viu os três serem abatidos por um choque de energia. Quando a poeira baixou todos puderam ver o que aconteceu.

Kem estava se levantando ao lado de Ilana quando encarou o ser que o observava. Tinha cabelos loiros e uma mecha que cobria o olho. Estava usando o uniforme dos espadachins, mas uma aura negra pairava sobre ele, contrastando com seus olhos vermelhos. Segurava apenas uma espada longa e de lâmina larga, enquanto ele fitava friamente o trio esparramado no chão.

- Doppelganger! – Ayanne suspirou. Eles haviam encontrado o monstro, e agora combateriam contra ele.
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[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Empty Re: [Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro

Mensagem por Samuel Qua Jun 01, 2011 11:10 am

Mesma coisa que eu te disse no privado:
Cuidado com essa banalização de magia aí u_ú
E o cap ficou bom \o\ DR no meio do nada, tenso, tenso, estranho, mas legal.
Apesar da nevóa estranha...Veremos se ela luta contra o Doppel vai prestar u_ú

PS: Cuidados com aqueles mesmos OPs u-u
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[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Empty Re: [Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro

Mensagem por Willen Seg Jun 20, 2011 2:22 pm



[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Bgm_on
- Caraca, alguém anotou a placa? – Roen esfregava a cabeça com sua mão livre. Sua lança havia caído perto dele e a poeira baixava lentamente.

- Quem foi o homem morto que fez isso? – Ilana levantava-se rapidamente, segurando suas katares com firmeza. Uma lâmina roxa foi disparada por entre a nuvem de poeira em sua direção, mas um loiro em armadura prateada a segurou e tirou da linha de ataque. Kem segurava Ilana no colo enquanto corria de uma série de golpes rápidos que vinham da nuvem enquanto Ilana se debatia em seus braços. – Ei, eu não preciso ser salva... olha onde tu põe a mão, hein!

- Agora não, Ilana! – Kem corria dos ataques, circulando a nuvem que se dissipava. Um espadachim brandia sua espada rapidamente para tentar acertar o paladino. Seus olhos vermelhos perseguiam o loiro sem piscar.

- É o Doppelganger! – Ayanne apontou para ele por trás da rocha.

- Aff, não acredito. – Eros se levantou e saiu do esconderijo. – Isso vai cansar a minha beleza.

- Talvez você não tenha depois disso se ficar parado... – Aldora saiu em disparada por trás do muro grosso. Yuris xingou baixo e seguiu ele.

- Aí, até você pai? – Eros estava com os olhos arregalados. Viu os dois correrem para atacar e chutou uma pedra. – Ei, me esperem...

- Vamos! – Dervel se preparou para correr, mas uma enorme parede de pedra começou a ser formada à sua frente. O arcano encarou os cultistas em seu círculo ritualístico e percebeu que um deles apontava um livro em sua direção. – Droga... eles vão nos prender.

- Devo fazer algo? – Ayanne, que ficou para trás junto de Dervel e Sahh. A muralha estava sendo feita com uma massa de terra e pedra que descia do teto e se encontrava com a parte que saía do chão. Sahh tomou impulso. Deixou seu carinho e a Lif para trás e saltou por entre a fenda na muralha. Dervel ficou de pé ao redor da mestra. Não era possível ouvir nada do que acontecia lá dentro.

- Vamos tentar entrar! – Dervel falou com firmeza.

Dentro da cúpula formada pela gigantesca redoma de pedra, o ritual estava quase completo. Os cultistas retiraram punhais de seus cintos e começaram a cantar com mais força. Kem soltou Ilana e então sacou seu escudo. Estava frente a frente com o Doppelganger. Os dois se encaravam seriamente. Sahh, Eros e Aldora corriam para ajudar o grupo, mas Yuris chegou primeiro e já invocava as suas luzes gêmeas.

- Não tá esquecendo de mim não, filho da mãe? – Roen avançou com a lança apontada para o monstro. Seu escudo, assim como o de Kem, tinha a forma de cruz e parecia muito pesado. Surpreendendo o mostro, Roen acertou um golpe da sua lança que fez o Doppelganger estremecer enquanto o guardião real o empurrava para longe. – Vamos Kem! Usa essa porcaria logo...

- Deixa de se achar aí, loiro de farmácia. – Ilana gritou para o guardião. – Não faça tudo sozinho!

- Choque... – Kem arqueou o braço para trás e o escudo começou a girar em seu braço. – Rápido! – O gigante escudo Cruzado de Kem foi arremessado na direção do Doppelganger. O escudo avançou velozmente até os dois, então Roen tirou sua lança de perto e também disparou o seu escudo com a mesma técnica. Os dois escudos atingiram o monstro com uma força esmagadora, enquanto giravam no ar e seus próprios golpes faziam-nas ricochetearem, acertando várias vezes.

O mostro caiu. Roen e Kem pararam lado a lado e seus escudos retornavam para seus braços. Ilana e os demais se aproximaram da dupla e ficaram prontos para o ataque.

- Aí Roen, acho que eu não to tão longe de você não. – Kem olhou para o guardião com uma expressão animada.

- Eta, ainda falta muito pra você chegar no meu nível. – Roen fez um gesto com a cabeça. – Quanto mais para me ultrapassar.

- Aí, eu vou conseguir! – Kem guardou a espada e se virou para o loiro. Seu punho estava cerrado e firme à frente do corpo.

- Vai sonhando, jovem paladino... - Roen ajeitou seu cabelo e colocou as mãos na cintura.

- Vocês dois vão ficar discutindo aí? – Aldora se aproximou deles calmamente. – O Doppel pode estar caído agora, mas vamos precisar de concentração para derrotar ele de vez.

- Kem, você é um idiota... e você também loiro de farmácia...- Ilana cruzou os braços e ficou balançando a cabeça, bufando de raiva.

- Olha, eu até estaria animado, mas... - Eros foi até a frente dos dois loiros e balançou os braços frenético, berrado para todos ouvirem ele. – A gente ta no meio de uma confusão com um demônio e pessoas estão tentando libertar ele totalmente e eles vão me fazer desmanchar o cabelo e aí não...

[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Bgm_on
O som de relinchos pode ser escutado ao longe, onde o Doppelganger tinha sido jogado pelo golpe combinado de escudos de Kem e Roen. O mesmo andava lentamente, com sua feição séria e uma espada de lamina larga e em perfeito estado. Os olhos vermelhos vívidos do monstro encararam o grupo e mais olhos surgiram atrás deles. Vários corcéis negros, os Pesadelos, surgiram das sombras e trotavam ao lado de seu mestre. O grupo olhou atônito para o inimigo.

- Eu to perdido! – Eros gritou e saiu correndo com os braços para alto na direção contrária, mas o braço de Ilana passou pelo seu pescoço e ela o prendeu em uma chave.

- Você vai ficar aqui, taradão! – A algoz forçava ele a encarar Doppelganger em sua chave de braço.

- Eles vão terminar o ritual! – Yuris gritou. Somente ele não estava com o grupo. Estava mais afastado, observando o círculo desenhado no chão e as pessoas que o rodeavam. As quatro pessoas choramingavam de joelhos no meio do círculo, com as mãos amarradas e a boca amordaçada. Yuris correu para o círculo ao mesmo tempo em que os corcéis de Doppelganger galoparam velozes na direção de Kem e Roen.

- Vem cá! – Kem gritou em desafio para Doppelganger. Não olhou para trás e ficou encarando o espadachim à sua frente. Sahh ainda estava cabisbaixa, olhando o paladino enquanto apertava seu punho fechado contra o peito. Kem sacou sua espada e parou na frente do grupo. Uma veia na testa de Roen saltou ao ver o paladino assumir seu lugar.

- Avá, pode tirar seu escudinho da frente. Eu é quem vou martelar esses lixos...

Kem não ouviu. Estava confiante como nunca se sentira antes. Yuris corria para o centro do ritual, Aldora e Eros tentaram alcançar ele enquanto os demais ficaram para segurar os corcéis negros e o próprio Doppelganger, mas foi apenas Kem que chamou o desafio para si. A colisão entre ele e os Pesadelos seria breve.




Ruínas das Trevas - Primeiro Livro
[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Test-x
por Willen Leolatto Carneiro



    Capítulo XIV - Medo!





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- Ah, meu pai, que encrenca você foi nos meter... - Eros reclamou enquanto corria ao encontro de Yuris. O círculo estava se fechando. Os cultistas erguiam os punhais e ofereciam sangue para que seu mestre liberta-se as almas deles e trouxesse o caos para o mundo.

- Mas que droga! Não vai dar tempo! – Yuris aumentou sua velocidade e tentou alcançar, mas um estrondo o fez parar para olhar para trás. Eros e Aldora pararam também e perceberam o que tinha acontecido.

Os Pesadelos foram derrubados rapidamente. Roen estava com o escudo erguido e com uma aura azul que emanava dele. Ilana e Sahh estavam de prontidão e então Kem apareceu, segurando seu escudo com firmeza contra a espada de Doppelganger. Os dois estavam em uma disputa de força, mas o paladino estava sendo arrastado para trás.

- “Ele é bem forte...” – Pensou o loiro enquanto usava a perna direita para apoiar-se melhor, mas a força do demônio era mais forte. Kem rangia os dentes e exercia toda a sua força, mas a espada de Doppelganger e sua força o faziam ir para trás, deixando a marca de seus pés arrastados no chão. – Vão... eu seguro ele!

- Certo! – Yuris se virou e correu na direção do ritual. Estava muito próximo, mas então os punhais desceram rápidos e o sangue jorrou na escuridão. Os cultistas enfiaram os punhais em seus estômagos e caíram dentro do círculo. As marcas no chão foram gravadas de forma a criar um caminho que chegava ao centro, onde os desesperados cativos ainda se debatiam. – Essa não...

Dos corpos o sangue correu, correndo pelas veias feitas na terra e criando um desenho horripilante no chão. Quando chegou ao centro, a vida dos quatro cativos começou a se esvair. Um a um, os olhos começaram a virar e se tornar um branco distante. O ritual estava completo. Yuris virou desesperado para trás.

- Kem! Saia daí! – O arcebispo gritou a plenos pulmões.

Kem estava segurando seu escudo cruzado quando notou que a força diminuíra. Ele ficou perplexo e observou por cima do escudo. O Doppelganger estava sorrindo.

- Ora, pelo menos alguns humanos são uteis... – Sua voz era grave, mas incrivelmente límpida. Kem entrou em choque. Yuris estava suando frio, mas correu o mais rápido que pode para tentar chegar perto.

- Você! – Kem rugiu, mas com um movimento rápido, a espada de Doppelganger atingiu o escudo e a força do impacto fez o paladino ser jogado para trás. Roen conseguiu segurar o loiro, deixando-o de pé novamente.

- Mas o que é isso? Ele não falava quando eu vinha aqui antes para chutar a bunda dele! – Roen estava indignado. Ilana rosnou para o demônio e xingou baixo. Ver aquela cena de sacrifício lhe dera uma raiva súbita.

- Ele... - Sahh resmungou e segurou seus frascos de ácidos. Estava com as pernas bambas.

- Agora ferrou de verdade... - Eros balançou a cabeça e olhou para Aldora, que lhe devolveu um olhar abismado. – Estamos todos ferrados né?

[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Bgm_on
- Nem vem! – Roen ergueu a lança e apontou para o sorridente Doppelganger. – Você é um demônio de merda, um simples monstrinho que eu já derrotei várias e várias vezes. – Como um truque, um machado gigantesco apareceu grudado às costas de Roen. Ele segurou o cabo do machado e o levantou com as duas mãos. Faíscas vermelhas tomaram conta da arma e o guardião real sentiu o peso do Machado do Apocalipse em suas mãos.

- Vai me atacar usando esse tipo de arma? – Doppelganger encarou o loiro. – E você se diz um aventureiro preparado que já derrotou minhas formas espectrais? Que idiota...

- Paga pra ver, filho duma Jirtas! – Roen cravou o machado no chão e as correntes de energia vermelha passaram do machado para sua mão. O guardião pegou a lança mais uma vez e sopesou-a, agarrando a alça do escudo com a outra mão. Mirou a ponta da lança que se tingiu de um vermelho brilhante. – Segura essa...

- Roen! Espera aí... - Kem tentou segurar o braço do amigo, mas o guardião saiu em disparada com a lança banhada força gerada pelo Exceder Limites em seu machado. Ela ficou mais pesada, mas o ataque estava leve para o loiro. Sua lança estava a centímetros do demônio. Um som ensurdecedor ecoou em toda a área com o impacto da lança de Roen contra a espada de Doppelganger.

O guardião xingou ao ver que a lâmina da espada desviou a trajetória da lança sendo usada a sua borda como defesa. A lança brandiu para o lado e Roen a soltou para não ficar perto de mais, deixando sua arma cravada atrás do demônio.

- É... você ta mais forte agora... – Roen deu um sorriso tenso para o demônio, que encarava ele com desdém. O demônio girou sua espada rapidamente para acertar o tronco do guardião, mas algo chamou a sua atenção.

- Adoramus! – Um raio irrompeu do alto e desceu violentamente na direção de Doppelganger. Roen saltou para trás e caiu de costas, aos pés de Kem.

- Ai ai... ele ta mais forte, definitivamente. – Roen levantou-se meio atordoado.

[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Bgm_on
- Ainda não é suficiente! – O demônio suportou o ataque de Yuris e encarou o arcebispo. – Não me admira ter perdido a mulher....

- O que foi que você disse? – Uma veia na testa de Yuris saltou e seus dentes rangeram. Estava furioso com o comentário de Doppel, mas logo sua fúria se tornou medo quando sua visão foi tomada pela mais densa escuridão.

- Pai! – Eros viu seu pai cair no chão, desfalecido. Logo após, o sumo sacerdote encarou o Doppelganger, mas só viu uma mulher de cabelos loiros e compridos, mais velha que ele. Eros desmaiou logo após.

Kem olhou para trás. Um a um, estavam caindo no chão e sem dar uma resposta. A escuridão tomou conta da visão do paladino e quando foi enfrentar o monstro, ele não estava lá. Havia apenas escuridão e o loiro não conseguia ver nada além dela.

- Ilana! – Kem chamava pelo grupo. – Roen! Sabrina!

- Eles não estão aqui... – Uma voz ecoou, vinda de todas as direções. Kem segurou firme a alça do escudo e sentiu-se mais seguro com a espada em mãos. A voz era muito familiar para ele.

- Você é um chato. – Kem grunhiu. – Imitando a minha voz?

- Imitando? – Kem ouviu a voz atrás dele e virou-se. Para sua surpresa, não só a voz era a dele, mas a sua imagem também. Um paladino com um escudo cruzado e uma espada fina estava o encarando com um sorriso malévolo e com os olhos brilhando em vermelho. O paladino deu um passo para trás, assustado. – Ora, Kem. Eu agora sou você. Seu corpo... e sua mente...

- Filho da... – Kem ergueu a espada e avançou. Mas o golpe do paladino acertou o ar apenas. Doppelganger tinha desaparecido, mas sua voz ainda ecoava.

- Você é um estorvo Kem. Eu posso ver em sua mente tudo o que já fez, e sei do seu maior medo. – A voz de Kem imitada pelo demônio ecoava por todos os lugares, deixando o paladino atordoado e assustado.

- Cala essa sua boca. – As pernas de Kem tremiam.

- Eu não só sei como me transformo nos piores medos de alguém.

- Já disse para calar a boca! – Kem ficou a espada no chão e uma cruz branca surgiu em seus pés. Sentiu a força da magia Crux Magnum e seu corpo doía, mas nem mesmo aquela luz tinha dissipado as trevas.

- De todos que estão aqui, você é o mais patético. – Doppelganger reapareceu na frente de Kem quando a luz cessou. – Todos os outros têm medo de algo ou alguma coisa que feriu muito a alma deles... Mas você teme a si mesmo. – O demônio sorriu para Kem, que estava em estado de desespero. Tentou acertar novamente o monstro, mas foi repelido para trás e caiu sentado.

O Doppelganger chegou perto do paladino caído e o chutou. Pisou em seu peitoral e ali manteve seu pé, enquanto Kem se debatia ainda segurando seu escudo e espada,

- Parece uma barata tonta. Esqueceu que sabe lutar... - A cópia de Kem se abaixou e der um largo sorriso para o loiro. – E matar! Talvez eu devesse mostrar o sofrimento dos outros.

[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Bgm_on
Com um gesto brusco de sua mão, vários globos de luz apareceram no ar. Eram grandes o suficiente para se ver o que acontecia dentro delas. Kem parou de tentar se libertar e observou cada uma. Em uma delas, viu Ilana sendo torturada por homens de roupa preta e um deles carregava um punhal enorme, possuindo uma cicatriz em seu rosto. Ela gritava e chorava, mas ninguém atendia ao seu pedido.

- Viu só a sua pupila como sofre? – Disse Doppelganger com um tom cansado. – Você deveria ter protegido ela quando pôde. – Kem tentou acertar um golpe nas pernas da sua cópia, mas a força do demônio impediu que o fizesse. Dois outros globos apareceram para Kem.

Em um deles, Yuris estava diante de uma mulher morta no chão e ao longe via um ser envolto em capa preta e usava uma foice. O arcebispo parecia estar com receio do que estava para fazer. No outro, viu Eros chorar e deitar-se ao lado da mesma mulher que Yuris tinha como companhia, mas Eros rugia para o arcebispo a sua frente, seu pai, que mantinha um olhar triste e cheio de desprezo.

- Pai e filho! – O demônio voltou a falar para Kem, que apenas observava horrorizado. – Ambos sofrem pela perda da mulher que era a esposa de um, mãe de outro. Vamos ver dos outros...

Kem olhou para as últimas três. A primeira tinha a tela totalmente negra, nada podia ser visto nela. Na segunda, apenas aparecia Roen correndo de algo, mas o que chamou a atenção do paladino foi o terceiro orbe. Sahh estava de joelhos, com as mãos ao rosto molhado pelas lágrimas que soltava e deixava o rosto avermelhado. Ao redor dela estavam Kemaryus, Ignatyus, Ilana, Loius, Link, Leon, e os demais membros da Ordem das Valquírias.

Mas a visão pela qual ela chorava era a de um templário loiro de cabelos revoltos, montado em uma ave enorme, que partia para longe dela. Ao lado dela, uma alquimista sentada em um carrinho chorava da mesma maneira. Aquela visão que aconteceu para a Sahh incomodou Kem, e Doppelganger sabia.

- Dentre todos daqui, você foi o que fez esta garota sofrer. Todos os outros a fizeram isso, mas você foi o pior. – O demônio segurou Kem pelo colarinho e o ergueu, mantendo um pouco mais alto que ele. – Tive de dar uma visão especial para ela. Fazer ver o quão fraca era, e isso era seu medo. E também mostrar o desprezo que os outros tinham, principalmente você.

- Eu não a desprezei. – Kem tentou se libertar, mas recebeu um soco no rosto.

- Ela não gosta de mim". – Doppelganger imitou a voz de Kem com perfeição, com sua face de escárnio. – “Eu preciso ser mais forte”. Você pode não saber, mas essas palavras e pensamentos magoam as pessoas ao seu redor.

- Você é uma porcaria de um demônio. – O loiro gritou. – O que você sabe sobre emoções?

- Sou um demônio, de fato. Mas não sou idiota como vocês.

- Vai pro raio que o parta! – Kem ergueu a espada e ficou-a em seu próprio estômago. O sangue verteu de suas entranhas e escorreram pela lâmina, que se tingiu de vermelho. Doppelganger rugiu e sacou a espada, pronto para atacar, mas um golpe de Kem soltou os dois. O corte que foi feito pela fina espada do paladino abriu um rombo na armadura de sua cópia. O golpe do Sacrifício do Mártir se mostrava poderoso diante do demônio.

Kem caiu e começou a tossir sangue, mas levantou-se logo em seguida. Doppelganger olhou cheio de fúria para o paladino, mas antes que pudesse contra-atacar, alguma coisa o atormentou. A escuridão estava estranha para ele, parecendo viva e consciente. Ele olhou para os lados e não conseguiu enxergar nada. Kem também olhou para todas as direções possíveis, mas também não notou outra coisa se não a própria escuridão.

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De repente, o demônio pôs as mãos na cabeça e gritou. Urrava de dor e medo enquanto o loiro se mantinha perplexo, segurando o braço junto ao ferimento. Kem desmaiou, e quando acordou, percebeu que estava de volta nas ruínas da antiga capital élfica, o calabouço selado abaixo da torre de Geffen. Ao seu redor, os demais ainda estavam desacordados, com exceção de seu irmão.

Aldora estava de frente para o Doppelganger. Mas ele estava muito sério, e o demônio parecia perturbado. Aldora estava com um olhar firme para o demônio, que dava vários passos para trás.

-O que é você? – Doppelganger dizia com voz trêmula. Sua forma estava como a de um espadachim loiro e olhos vermelhos. – Por que você tem isso dentro de você.

- Você é um parasita imundo. Você ousou tentar roubar os meus domínios e se apoderar da força que eu comando. – Aldora falava com outra voz, dando a sensação de que duas pessoas habitavam o mesmo corpo. – Devia ter eliminado você faz muito tempo.

- Aldora! – Kem chamou pelo irmão. Ao ouvir a voz de Kem, o olhar frio de Aldora mudou para sua feição pacata. A voz que o acompanhava sumiu e ele desmaiou.

- Garoto insolente! – Doppelganger ergueu a espada e ela começou a girar o ar em sua ponta. Mirou seu Perfurar em Espiral em Aldora e avançou. O paladino tentou levantar, mas a ferida o deixou muito lento. Aldora iria ser atingido, mas um escudo parou em sua frente, bloqueando o golpe de Doppelganger. Roen estava de pé e segurava o monstro.

- Eu já te disse, que monstros como você são minha refeição no café? – O guardião zombou do demônio, que ainda estava abalado. Ele brandiu a espada para atacar Roen, mas o loiro ergueu o escudo e o desceu violentamente na cabeça do espadachim. Rapidamente, sopesou a lança e firmou pé direito, impulsionando o corpo para frente e mirando um golpe certeiro com a lança no peito de Doppelganger. – Estocada Precisa!

- Curar! – Kem brilhou com a magia verde de Eros, que se aproximou dele. Ilana, Sahh e Yuris estavam de pé e corriam para ajudar Kem a se levantar. – Eta, eu queria tirar meu sono da beleza, mas não era pra ser tão cedo.

- Cala a boca seu tarado, maníaco por brilho. – Ilana passou correndo por ele, indo na direção de Aldora. Roen atirou Doppelganger para trás e ficou na frente do criador caído. Sahh se aproximou de Kem e o ajudou a levantar.

- Quer ajuda, seu ridículo? – Disse ela com sua voz suave e seu jeito zombeteiro.

- Sabe, acho que dessa vez sim. – Kem sorriu e deixou que ela o ajudasse a levantar. Recuperou o equilíbrio e segurou seu escudo e sua espada. Yuris chegou ao lado dele.

- Ele pode ver e nos fazer viverem todos os nossos medos. – O arcebispo falava sério, mas soltou um sorriso de canto. – Mas ele só sabe fazer isso. Ele não viveu o que vivemos, e esse é o seu erro.

Kem assentiu e passou o dorso de seu punho na boca, tirando o sangue. Sahh segurava seu outro braço sobre os ombros dela e encarava o outro lado, evitando o olhar de Kem. Sabia que ele tinha visto suas visões. Yuris deu um passo à frente e então encarou o demônio, que se levantava e devolvia o olhar.

- Você está livre. Mas agora eu tenho a chance de mostrar que meus medos viraram minha força. – Yuris estava confiante. Abriu os braços e duas bolas de luz o rodearam.

- Você não passa de um homem triste que não nada mais a perder.

- Está correto. – O arcebispo surpreendeu Doppelganger com a resposta. – Mas tudo isso me preparou para esse momento. Está na hora de eu prender você aqui novamente, e seu selo jamais será quebrado.
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[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Empty Re: [Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro

Mensagem por Zero Dozer Seg Jun 20, 2011 4:20 pm

Nuss, chegou enfim no NAWS!

Bem, sabemos que você estará focado no concurso de Fics pra o Livro da LUG, mas eu ainda digo: WE WANT CHAPTER XV!!!

Mas a gente espera você cuidar do seu caso antes de fazer o Cap XD
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[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Empty Re: [Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro

Mensagem por Willen Sáb Ago 13, 2011 3:49 am

Ilana correu até Aldora e se ajoelhou, colocando a cabeça dele em seu colo. Ela esfregava carinhosamente o cabelo dele, sentindo a face do jovem desfalecido. Alguma coisa prendia a atenção da algoz enquanto ela tinha Aldora em seu colo. O criador começou a abrir os olhos e a garota prendeu a respiração.

- Ilana? – Aldora falou com dificuldade.

- Aldora... – Respondeu a algoz.

- Não me chamou de cabeça de musgo. – Disse Aldora, tentando rir mesmo com a dor. Ilana virou o rosto, pois ainda que não pudesse enxergar nada, sabia que o criador estava falando em tom risonho. Ela avermelhou enquanto ele tentava segurar seus braços para se apoiar.

- Claro que não. – Respondeu a algoz, gaguejando um pouco. Ela deu um sorriso de canto da boca, absorta em seus pensamentos. Aldora começou a se aproximar para tentar se levantar, mas os dois ouviram passos a sua frente e perceberam o arcebispo ficando na frente deles, encarando o espadachim sombrio.

- Está na hora de selar você de uma vez por todas, Doppel. – Yuris apontava o dedo para o espadachim à sua frente. Sorria confiante enquanto o grupo se adiantava atrás dele.

Kem e Roen formaram uma parede defensiva com os escudos em frente ao grupo. Sahh sacou várias garrafas de sua bolsa para atacar o monstro, enquanto Eros jogava suas bênçãos em cima do grupo. Yuris estalou os dedos e invocou duas esferas brilhantes que o rodearam.

Doppelganger encarava furioso para o grupo enquanto eles se organizavam para o embate final. Tentava não demonstrar, mas a investida de Kem contra seu poder e o ataque de Roen e dos demais feriu seu orgulho e seu corpo de modo a deixa-lo irritado. Suas mãos estavam cerradas, com a direita segurando trêmula a sua grande Zweihander. Seus olhos fitavam o Criador que estava sendo carinhosamente amparado por Ilana.

- Esses humanos... – Sua voz saiu esganiçada. – Como eles podem ter tudo isso?

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Seus dentes rangiam furiosamente enquanto desejava o sangue dos humanos à sua frente. Sua sombra se alargou para trás e começou a se expandir pelo chão, deixando o grupo de Roen alerta. Da sua sombra, vários Pesadelos começavam a sair relinchando em chamas negras, e sua forma foi se alterando para que fossem iguais ao Doppelganger. O grupo encarou a grande quantidade de Doppels que havia no lugar.

- Isso é mal. Preciso saber qual é o verdadeiro para selar ele! – Yuris gritou para que todos ouvissem.

- Humano tolo! – A voz do monstro ecoou de todos os clones. – Vocês acham que eu posso estar em dois lugares ao mesmo tempo apenas? Duvidam de minhas capacidades...

- Não importa quantos forem! – Yuris começou a tirar a parte de cima do uniforme de Arcebispo, ficando apenas com uma regata preta por cima do busto. Ele começou a fazer gestos com as mãos e fechou os olhos. – Vocês, achem o verdadeiro. Estes clones são apenas os Pesadelos transformados.

- Falando assim até parece molezinha, que nem pudim! – Roen desdenhou de Yuris.

Antes que alguém pudesse se mexer, os vários monstros atacaram o grupo. Ergueram suas espadas e tentavam passar pelas defesas de Kem e Roen, que os afastavam com os escudos e cortavam com espada e lança. Sahh atirou alguns frascos com sua técnica da Bomba Ácida, causando um tumulto à frente do grupo, enquanto Eros distribuía suas bênçãos e magias divinas na frágil defesa que se sustentava. Ilana teve que recuar arrastando Aldora um pouco para perto do Sumo Sacerdote.

Yuris estava sendo protegido pelos companheiros enquanto pronuncia palavras inaudíveis e gesticulava com suas mãos. Kem desviou um golpe de espada que veio por cima, ele usou seu escudo para aparar o golpe, mas foi atingido na ombreira de sua armadura, e foi ferido. Ao seu lado, o Guardião Real já havia abandonado o escudo para segurar sua Bardiche com as duas mãos e começava a brandi-la rapidamente contra os vários clones de Doppelganger.

Eros criava escudos invisíveis que protegiam Sabrina de ataques constantes, enquanto a mesma jogava vários frascos explosivos, devastando a área onde o fogo contornava. Vários dos clones tombaram e deixavam apenas rastros de sombra enquanto novos se amontoavam em cima deles.

- A gente tem que fazer alguma coisa! – Aldora tentou se levantar, mas estava dolorido demais.

- Eu poderia, mas... – Ilana abaixou a cabeça e ficou encarando Aldora, preocupada.

O Arcebispo continuava concentrado em sua meditação. Roen e Kem estavam trocando golpes com suas armas e já estavam sem escudos para bloquear a passagem. A Criadora caiu no chão depois de trombar com vários Doppelgangers de uma vez e Eros não teve tempo de restaurar a magia Kyrie Eleison. Quando um deles afundaria sua espada no peito de Sahh, um estrondo seguido de uma onda devastadora de vento gelado chamou a atenção de todos, com exceção de Yuris.

Atrás do grupo, onde antes havia uma gigantesca muralha de pedra criada anteriormente pelos cultistas, um buraco foi escavado à força pelos punhos de Ayanne e a magia de Dervel. Os dois adentravam na área de combate já derrubando alguns clones com suas técnicas. O Arcano olhou de relance para onde Yuris estava e percebeu o que ele faria.

- Temos que liquidar com eles para que Yuris consiga terminar o selo! – Disse Dervel se aproximando de Eros.

- E você acha que não sabemos disso? – O Sumo Sacerdote jogou sua magia de cura em cima de Roen que havia levado uma espadada em seu braço.

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- Então garanta que os demais avancem contra o Doppel. – Uma aura azul rodeou o Arcano enquanto ele se dirigia até o centro do conflito. Ayanne estava ao lado de Sahh, desferindo grandes golpes com seus punhos e ajudando a Criadora na luta. – Vou me livrar de todos!

Uma onda de vendo gélido percorreu toda a área onde o grupo estava. Kem sentiu o ar gelar ao seu redor e por instinto puxou Roen para longe, evitando o mesmo de levar um golpe fatal de uma espada. Ayanne puxou Sabrina após sentir a energia vinda de Dervel e o grupo se reuniu com Eros ao redor de Yuris. Dervel ficou sozinho com todos os clones à sua frente.

- O que pode um humano fazer contra a minha força? – A voz de Doppelganger se propagou por entre a avalanche de espadachins que se arremessavam para cima do Arcano.

Dervel estava sério. O ar ao redor dele começou a ficar mais denso e os espadachins clonados já sentiam sua movimentação diminuída. O Arcano levantou os braços e então uma massa de ar frio se formou ao redor dele e parou todos os clones. Kem, Roen, Ayanne, Sabrina e Eros olhavam fascinados com a demonstração de poder de Dervel, enquanto ele movimentava as mãos e fazia com que alguns clones caíssem em pedaços com seu ar gelado.

Eram muitos monstros para que somente o poder do Zero Absoluto de Dervel desse conta, então o homem girou seu corpo, ficando de lado para mirar sua mão direita na concentração dos clones. No chão, várias estacas e pilares de gelo se formavam enquanto percorriam para todas as direções, desviando apenas do grupo de Yuris. A Esquife de Gelo de Dervel atingiu os clones de Doppelganger, tornando-os grandes estátuas de gelo novamente com seu Zero Absoluto. Ele conseguiu identificar o verdadeiro Doppelganer, o único que não era afetado pelo congelamento.

- Idiota, mesmo que consiga parar meus clones sombrios, jamais vai derrotar todos eles de uma vez só! – Doppel rugiu para Dervel, enquanto das sombras surgiam mais Pesadelos que se tornavam clones do monstro.

- Então vou mostrar que posso derrubar todos de uma vez, e não só com meu coração frio! – Dervel, em toda sua seriedade, esticou os braços para o alto e o Zero Absoluto soprou com mais força, congelando todos os inimigos com exceção do verdadeiro. Estavam todos congelados, suas formas de espadachim esculpiam o gelo criado pelo Arcano.

Com um movimento da mão, uma aura brilhou ao redor de Dervel enquanto concentrava sua energia com a Amplificação Mística. Esticou a mão direita para frente e da ponta dos dedos uma faísca branca brilhou.

- Espero que goste do show de luzes. – O homem sorriu para Doppelganger. – Corrente Elétrica!

Bruscamente, atirou de sua mão uma enorme descarga elétrica que atingiu o clone congelado mais próximo de Dervel. Dele, a descarga disparou para as próximas esculturas de gelo que eram os monstros. Cada monstro que estava congelado e levava a Corrente Elétrica estourava em faíscas de luz muito fortes, e delas a corrente continuava indo para os mais próximos. O efeito da corrente atingiu todos os clones, criando uma imensa constelação de luz na frente de Doppelganger, que teve que proteger os olhos para não ser afetado pela luminosidade. Quando se deu conta, a última carga da corrente atingiu-o com força, causando um enorme estrago em seu corpo sombrio.

Ilana foi a única que não teve os olhos surpreendidos pela tempestuosa demonstração de poder de Dervel, mas pode sentir a energia e ouvir o barulho das descargas elétricas. Conforme a luz ia diminuindo, o grupo voltava a enxergar novamente e olhavam ao redor. Kem foi o primeiro a perceber Dervel caindo no chão à frente deles e correu até o homem. Sabrina e Ayanne também foram ajudar o loiro enquanto Ilana e Roen erguiam Aldora pelos ombros. Eros fitava ao longe, o corpo de Doppelganger cair com um baque surdo e liberar uma aura negra de seu peito.

- Ei, gelado! – Kem se jogou ao lado do Arcano que estava tremendo e ofegando.

- Eu... não suporto...tudo isso... –Dervel falava esganiçando por causa do choque.

- Mas como que você consegue receber a carga junto? – Sabrina cruzou os braços e ficou olhando para o homem deitado no chão.

- Acho que é por que a energia dele é puramente de gelo. – Ayanne completou.

Kem tentou ajudar a levantar o Arcano, mas ele rolou para o lado e fez um esforço tremendo para se por de joelhos. O loiro não entendeu e tentou ajudar novamente, mas o homem evitava ficar perto deles. A Mestra encarou a Criadora, ambas assentiram e voltaram para perto de Eros e Yuris. Porém, o Sumo Sacerdote berrou e apontou para a direção onde estava Doppelganger.

Antes que pudessem se virar para ver o que se passava, um vulto negro atropelou Dervel e Kem, jogando os dois para os lados. Doppelganger corria a uma velocidade absurda e segurava a espada com a mão direita. Seu corpo estava em um misto de roupas de espadachim e buracos que mostravam apenas uma fumaça negra saindo delas. Ayanne se virou e tentou erguer seu punho para acerta-lo, mas a velocidade dele era maior e acabou derrubando ela e Sahh também. Seu alvo era Eros.

- Eu vou levar você, filhote da luz! – O monstro rugiu para o Sumo Sacerdote, que se amedrontou. Doppelganger ergueu a espada e estocou muito antes de atingir o corpo do loiro. A lâmina perfuraria o coração do jovem, mas ele fora empurrado por seu pai, e então viu o peito nu do Arcebispo ser trespassado pela lâmina do espadachim e atravessar o corpo. Eros caiu já em lágrimas.

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- Yuris! – Dervel e Kem gritaram ao ver o homem levar o golpe de frente. Levantaram-se com dificuldade por causa de seus ferimentos e tentaram se aproximar.

- Isso é cheiro de sangue! – Ilana ergueu a cabeça. Não estava muito longe de Eros, e Aldora confirmou ao tatear desesperado o ombro dela para que ela se virasse.

- Droga, não deu tempo nem de ver... – Roen estava boquiaberto.

- E agora? Você ainda se diz portador da luz? – Doppel gargalhava insano na frente de Yuris, que estava de cabeça baixa com os cabelos escondendo seu rosto. – Você não passa de carne morta agora...

O monstro parou por um segundo. O corpo de Yuris começou a se contorcer lentamente, pois o Arcebispo estava gargalhando, aumentando a intensidade. O sangue que escorria de seu peito corria pelo corpo e na lâmina que a trespassara, e então ele ergueu o rosto. Tinha uma feição confiante, ainda que já tivesse sangue escorrendo pela boca por causa do ferimento.

- Eu só estava esperando você vir até mim para ativar a armadilha! – O loiro levantou as mãos e segurou firmes os ombros de Doppelganger, que parecia sofrer com aquele toque. – Rápido, saiam todos daqui!

- Não vamos deixar você aqui, Yuris! – Kem gritou se aproximando.

- Não vai ter muito tempo. Saiam, pois quando o selo se ativar tudo aqui será selado na torre!

- Droga... – Kem rugiu. Uma luz forte havia começado a emanar do corpo do Arcebispo e aquilo fazia o monstro sofrer, gritar de dor. Eros estava impotente no chão, observando seu pai.

- Então vamos sair daqui! – Roen firmou o passo e puxou Ilana e Aldora, rumando à saída. Dervel andava mancando e sentindo muito seu lado esquerdo do corpo. Ayanne enrolou ataduras nas mãos e nos braços e ajudou o Arcano a ir até as escadarias. Quando ele passou por Yuris, o loiro piscou e sorriu para o Arcano, que abaixou a cabeça e virou o olhar.

- Não podemos fazer nada? – Kem estava ao lado de Eros, encarando o Arcebispo enquanto ele e o monstro trocavam olhares de dor.

- Kem, ele já disse que não tem jeito, vamos logo! – Sabrina parou ao lado do loiro. O Paladino relutava em sair dali, mas a Criadora segurou a mão dele e foi puxando-o para longe. Eros estava em choque, olhando hipnotizado para o seu pai. Seus pensamentos trouxeram a imagem de sua mãe, que havia se sacrificado de mesma forma.

- Vai filho! Saia daqui! – O corpo de Yuris estava brilhando mais, inundando o local escuro com sua luz. Doppelganger rugia e cuspia obscenidades contra o loiro, mas ele nada poderia fazer contra aquele poder. O Sumo Sacerdote saiu do transe e se levantou, ainda chorando.

- Pai, não quero que você morra! – O jovem soluçava para o Arcebispo.

- Eu não vou estar morto filho. – Yuris virou o rosto e sorriu para Eros. Os dois se encararam por um tempo. – Eu sempre estarei com você, seremos sempre parte da mesma luz...

O jovem piscou e pensou ter visto seu próprio corpo brilhar, mas balançou a cabeça e voltou a olhar para o pai.

- Eu te perdoo pai, eu amo você e não quero que me deixe! – Eros chorou diante do pai.

- Não diga besteiras, filho. Você nunca está sozinho, nunca esteve na verdade. – Yuris virou seu rosto e encarou sério o monstro. – Agora vá, seja aquele que porta a luz em sua alma, vá!

O Sumo Sacerdote soluçou e fechou os olhos. Suas pernas o guiaram para a escadaria em uma corrida instintiva, mesmo ele não querendo deixar o pai. Eros subiu as escadarias e não olhou para trás, continuando a subir até que não aguentasse mais, pois não queria ver a morte de seu pai. Ainda no segundo nível do calabouço, Yuris largava lágrimas enquanto a luz tomava conta do lugar. Mas eram lágrimas de felicidade.

- Seu idiota! Vai morrer em vão! Posso ser selado novamente, mas minha existência não vai sumir nem deixar de se manifestar! – Doppelganger bradou contra Yuris, que sorriu confiante e segurou-o com mais força.

- É, pode ser. – O chão tremia diante a força da energia que se espalhava pelo local. – Mas eu duvido que você seja mais forte que os humanos novamente.

O urro de Doppelganger pode ser ouvido até mesmo fora da torre. Uma forte explosão de luz iluminou todo o andar onde Yuris estava e a luz se expandiu até o final das escadarias, na primeira entrada do calabouço, onde o grupo de Kem e Roen observava pesarosa aquela que seria a última luz de Yuris Ennin de Helgi, o portador da luz.



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Roen e Ilana ajudavam Aldora a sair da torre, carregando-o pelos ombros. O Guardião Real deixou os dois e foi até o grifo, Razor, que o esperava mais ao longe. Dervel saiu logo depois, acompanhado de Sabrina que esticava os braços para o alto, se espreguiçando.

- Tio Dervel, era mesmo necessário o sacrifício de Yuris? – Perguntava ela.

- Era... – Respondeu o Arcano, seco.

- Que coisa. – A loira ficou pensativa, colocando o dedo nos lábios. Ela virou-se e viu Ayanne sair da torre e acenar, retribuindo para ela. A Mestra se despediu de Aldora e Ilana, e foi até Roen, que também acenou de longe e subiu em sua montaria, acompanhado da ruiva. – Acho que eles vão reportar tudo isso para o velho Kema. Tem problema isso?

- Não. – Dervel encarava a saída leste da cidade. – Quatro ou cinco pessoas saberem de nossa existência não é nada significante.

- Então tá, se tu diz né. – Sahh gesticulou e então olhou para a torre mais uma vez. Eros saía carregado por Kem, que se mostrava cabisbaixo. O Paladino deixou o Sumo Sacerdote sentado perto da parede e foi até onde o Arcano estava.

- É isso que vocês fazem? - Perguntou abatido. Dervel não respondeu. – Essa é sua grande missão em Midgard?

- Nosso trabalho é apenas para os que adentram na sociedade. Dante deixou isso bem claro para você! – O Arcano respondeu sem se virar, mas o Paladino percebeu que seu punho estava cerrado, trêmulo.

- Então as pessoas que vieram nos interrogar naquele dia, e agora a pouco antes de sairmos da torre...

- Para elas nós apenas fomos atrás de um monstro verdadeiramente poderoso para nos fortalecer e adquirirmos riquezas. – A feição de seriedade de Dervel impressionou Kem, quando o Arcano voltou os olhos para o loiro – Mas nós fizemos um serviço que ninguém faz, e não somos heróis. Uma vez dentro da sociedade da Ordem das Sombras, você deixa de existir para o mundo cético.

Kem virou-se para olhar Aldora e Ilana. A garota estava à frente do Criador, que segurava o ombro dolorido. O jovem acariciava a cabeça de Ilana, enquanto ela se aproximava e se apertava contra o peito dele. O Paladino abaixou a cabeça e pensou por um tempo.

- Se você quiser descobrir mais sobre você mesmo, sobre este mundo e se realmente se importa com as pessoas que ama... – Dervel suspirou e andou até a rua que dava saída para o leste da cidade. – Liberte-se das coisas mundanas, livre-se da sua existência e viva nas sombras.

Kem levantou a cabeça e olhou para Dervel, que andava lentamente para sair da cidade. Sahh pegou seu carrinho, que tinha sua Lif dormindo e chupando o dedão de carona, piscou para o loiro e acenou para os outros, seguindo o Arcano logo depois. Ela ficou pensativa depois de começar a andar, pois havia encontrado algo além do que esperava.

O loiro cerrou os punhos e abaixou a cabeça. Sua mente estava em um conflito tremendo, e por impulso, pegou o emblema da Ordem das Valquírias e seu comunicador, se abaixou e colocou no chão. Abandonou os emblemas e correu para alcançar Dervel.

Aldora viu o que seu irmão havia feito e ficou perplexo. Pensou em ir atrás de Kem, mas estava abraçado à Ilana. A garota não viu seu mestre partir, mas sentiu o coração de Aldora acelerar.

- O que foi Al? – Disse ela, um pouco nervosa.

- Nada, só que... – O criador virou o rosto e viu Eros se levantando e andando lentamente, para a mesma direção de Kem. Ele o alcançou e os dois seguiram o Arcano para o leste. – Mas acho que não veremos Eros por um bom tempo.

O jovem não contou sobre seu irmão para não deixar a Algoz preocupada. A abraçou e os dois ficaram ali por um tempo, até que Ilana puxou um pouco a gola da roupa de Aldora e ele abaixou o rosto, selando-a em um beijo aquecido. Os dois se deixaram demorar naquele momento, mas ao perceber o que havia acontecido se separaram rapidamente.

- Er... tipo... – Aldora, vermelho, coçava a nuca sem jeito.

- Pois é... – Ilana apertava as duas mãos contra o peito, sentindo seu coração acelerar.

- Então, nos vemos amanhã? – Al se virou e sorriu para Ilana. Mesmo ela não o enxergando, também sorriu ao ouvir as palavras do Criador.

- Claro. Até logo...

Assim, os dois se abraçaram e se despediram naquele dia. Muitos se perguntaram como que uma luz de tamanha intensidade pode cegar os aventureiros que estavam nos andares próximos, ainda que nenhum deles tenha visto o embate entre os cultistas e o grupo de Yuris. Aqueles que conseguiram se aproximar tiveram suas memórias sobre o evento apagado e misteriosamente ninguém soube de da existência de alguém chamado Yuris Ennin. Roen e Ayanne relataram ao Kemaryus sobre o ocorrido, e o mesmo decretou um estado de atenção que duraria muito tempo, ainda mais quando um de seus membros havia desertado.

O mundo é cheio de criaturas estranhas, seres malignos, pessoas maldosas e pactos tremendos. Mesmo que haja aqueles que lutem pelo bem, eles acabam por se consumir e muitos dos seus feitos acabam se apagando da história. Mas os que buscam frutos nas sombras dessas pessoas, ajudando-os secretamente e tornando a existência das raças mais segura por causa de seu silêncio, são aqueles que mais merecem o crédito, embora eles não lutem por isso.

Foi o final do primeiro livro, a saga que daria início e seria estopim de algo muito maior em Midgard. A era de trevas estaria só começando...



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Ruínas das Trevas - Primeiro Livro
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por Willen Leolatto Carneiro

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    Capítulo XV - Luz! - Final

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[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Empty Re: [Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro

Mensagem por Samuel Sáb Ago 13, 2011 11:22 am

Oin, que épico lindo....Ótimo Kem, ótimo ^^
*comentáriovagopracaralho*
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[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Empty Re: [Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro

Mensagem por Lothar S. Mustang Sáb Ago 13, 2011 12:55 pm

Excelente livro! =D
Muito bom o desfecho, mas é um pena que o Yuris tenha que ter morrido. Em todo caso, merece muitas estrelinhas douradas!

Agora que venham os próximos livros e a continuação do Dark Ruins!
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[Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro - Página 2 Empty Re: [Fanfic]Ruínas das Trevas - Primeiro Livro

Mensagem por Zero Dozer Dom Ago 14, 2011 3:25 pm

Bem, sobre a morte do Yuris, eu já estava certo de que iria ocorrer, pra falar a verdade. Mas foi lindo assistir o selamento do Doppel.

Mas mais foda ainda foi ver a cena onde o Nelliw deixa a OV. Cara, ele fez aquilo sem dizer nada. E foi muito mais direto do que se tivesse dito alguma coisa: ele queria saber a verdade.

Enfim, parabéns, cara. Sua fic prendeu minha atenção. Agora, vamos ver a seção do Livro 2, com o confronto com o Senhor das Trevas.
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