Em busca da loucura

Wooow!

Gostei, vc se supera a cada capítulo Ghost! Vi que adicionou o "humor-fino" que faltava, ficou muito bom também. Só por curiosidade... Essa história está acontecendo em ON, ou a fic é apenas um relato de algo que já aconteceu antes. Se estiver acontecendo, há alguma possibilidade de um personagem qualquer aparecer nessa história?

Bem cara, eu planejava terminar essa fica umas duas semanas depois q eu comecei xD e a data estaria certa. A data que começa (24/01) é desse ano, então eu suponho que ja tenha acabado agora se contarmos que estamos em maio... mas, acho que dá pra encaixar algum personagem na história sim.

Uma outra coisa é que essa fica ta ficado meio grande =/ A maior que eu ja tinha feito tinha 19 páginas, essa já passa das 25. E, comparando com a história que eu imaginei no começo, eu estou mais ou menos na metade só, acho que vou ter que fazer uns cortes... Se eu continuar e escrever tudo q eu quero eu escrevo um livro :D

Maaaas, como eu disse antes, talvez seja melhor eu escrever tudo mesmo, aí eu consigo encaixar outro personagem com folga, até dois. Me diz aí o que vc ta pensando por pms, e a gente vê como fica.

Capítulo XI

Um pequeno feixe de luz parte da mão de Agorian em direção a um dos seus lacaios lobisomens. Os dois orcs simplesmente observam a morte dele em silêncio. Palavras iriam agravar a situação. Agorian estava realmente irritado.
-Somente me expliquem. Como é possível que um único humano tenha subjugado três orcs, dois lobisomens sem sofrer um único arranhão?
Os orcs permanecem cabisbaixos e em silêncio. Era uma pergunta retórica, esperavam.
-Grishnackh. Pegue a gatuna.
Um dos orcs, o maior deles, levanta-se e retira-se da pequena sala escura onde se localizavam. Volta algum tempo depois, seguido por uma menina. Ela não demonstrava nenhuma emoção em seu rosto. Os dois sentam-se em frente ao bruxo, sem dizer uma palavra.
-Muito bem. Asuka, será que você consegue me informar sobre isso?
-Farei o possível, senhor.
-Entendo que é possível que um humano derrote alguns orcs totalmente sozinho, precisaria apenas de força, agilidade e uma boa pitada de sorte, além, é claro, do elemento surpresa. Só não consigo entender como um humano conseguiu me superar em uma corrida. Correr daquele jeito está totalmente além das limitações dessa espécie.
-Desculpe, senhor, mas Ghost não é totalmente humano.
-Continue. – Agorian cruza os braços, interessado.
-Creio que seja filho de um humano com um demônio. O cruzamento não parece ter concedido-lhe nenhum traço físico especial, mas com certeza deve ter alguma influência em suas limitações.
-Um demônio? – Um leve tom de surpresa pôde ser sentido em sua voz. Porém, parecia que já desconfiava da hipótese. – Creio que isso explique... – Essa última frase parecia ter sido dita mais para ele mesmo do que para os três seres a sua frente.

Agorian levanta-se de sua cadeira e caminha lentamente em direção ao fundo da sala. Toca a imagem do pentagrama que havia trabalhado cuidadosamente nos últimos dias com delicadeza, e corre o dedo por sua extensão. Dirige sua fala a Asuka, sem se virar:
-Faz alguma idéia de onde ele possa ter ido?
-Ghost é bem imprevisível. Ele costuma vagar pelo mundo sem destino, o que torna bem difícil saber para onde irá a seguir. Tenho um palpite de que agora ele possa ir visitar seu tio Grizzle, em Amatsu, para conseguir alguns conselhos, mas a chance de que esse seja seu próximo movimento é extremamente pequena.
-Um palpite é melhor do que nada. Mesmo que não seja agora que vá encontrar esse Grizzle, sem dúvidas fará isso mais cedo ou mais tarde.
Grishnackh levanta-se lentamente e pergunta:
-Para onde iremos a seguir?
-Por enquanto, para lugar nenhum. Mas em uma semana eu quero todos vocês prontos para partir. Dispensados.
Os três retiram-se da sala.
-Ah, Grishnackh.
O orc vira-se, sem mudar sua expressão.
-Arranje um novo lobisomem.
-Sim, senhor.

Mephisto acorda no dia seguinte, e logo se põe a caminhar.
-Como foi a noite Ghost?
“Não sei muito bem. É estranho dormir quando não se tem um corpo.”
-Que bom que gostou. Para Juno agora?
“Exato.”
Ele caminha por algumas horas, sem correr muito. Mesmo conseguindo toda aquela velocidade, o corpo de Ghost ainda não poderia ser comparado ao de um orc, por exemplo. A corrida de ontem havia drenado uma parte bem grande de sua energia, e ainda não estava totalmente recuperado.
“Mephisto?”
-Sim?
“Estive pensando... Já que não há modos de salvar Asuka, o que sugere que eu faça agora? Sempre tive um motivo para continuar a viajar. Primeiro era assassinar aqueles caras, depois era simplesmente ficar com Asuka e ser feliz. Ela sumiu, comecei a procurá-la, e agora que eu a encontrei descubro que não posso salvá-la.”
-Ghost, o que houve com a sua cabeça? Seria a última pessoa que eu esperava a falar isso. Não sabia que desistiria tão fácil de salvar Asuka. E você quer um motivo? Achei que tinha um bem óbvio.
“Que seria?”
-Caçar Agorian talvez? Não é esse o único meio de salvar Asuka? O que houve com aquela repentina coragem que eu senti ontem a noite?
“Sim... desculpe...”
-Às vezes eu lamento a fraqueza dos humanos...
“Sinto muito, foi um momento de fraqueza. O que sugere que façamos depois?”
-Não acho que tenha condições de derrotar Agorian sozinho, mesmo com a minha ajuda. Eu sugiro que procure alguém confiável que possa te ajudar. Nada de mercenários. Alguém em mente?
Ghost pensa por alguns momentos.
“O meu tio Grizzle, talvez?”
-Sim, ele pode ajudar. Primeiro teremos de ir a Juno, conseguir mais algumas informações sobre esse moleque.
“Muito bem então.”

Mephisto chega a Juno no fim da tarde. Estava bem cansado e com muita fome, mas ainda possuía energia suficiente para chegar à cidade. Fica em dúvida se devia comer ou dormir primeiro, e acaba decidindo-se por comer. Compra algumas frutas, queijo e alguns pães, além de um pouco de leite. Acomoda-se em um canto das muralhas para degustar de sua refeição. Após saciar sua fome, parte para a estalagem, onde consegue uma cama de verdade pela primeira vez em 1 semana.
-Certo Ghost, meu trabalho está concluído. Amanhã já pode ter seu corpo de volta.
“Muito bem. Boa noite.”

Ghost acorda no dia seguinte, sentindo grandes dores no pescoço.
-Mephisto, o que você fez com o meu pescoço?
“Foi aquele orc. Ele tentou te enforcar. Mas eu nem tomei conhecimento desse ferimento...”
-Infelizmente eu ainda sou humano e não consigo ignorar a dor tão bem quanto você.
“Humano? Hum...” Mephisto deixa esse suspense no ar, e dá a entender que não comentaria o assunto. Ghost não insiste.

Ao chegar à biblioteca, o cavaleiro pergunta ao atendente pela seção de monstros. Este o leva a uma sala enorme, e pergunta sobre qual monstro ele deseja saber mais.
-Vampiros. Mais especificamente sobre os Vrikolakas.
-Receio que eles não fiquem localizados nessa seção, mas sim na seção sobre as famílias nobres de Midgard. Deixe-me levá-lo até lá.
Ela leva o cavaleiro à outra sala, um pouco menor, mas ainda assim absurdamente grande. Começa a procurar por algo na seção das famílias com as inicias “B”, mas pára de repente, espantada.
-Não está aqui. Alguém deve ter roubado.
-Como sabe? Não é possível que esteja simplesmente em outra seção?
-A organização da Biblioteca de Juno é exemplo para todo e qualquer estabelecimento em Rune Midgard. Se um livro não está onde deveria estar, ou nós não possuímos um exemplar dele, ou ele foi perdido. E se algo foi perdido aqui dentro, as chances de encontrar são praticamente nulas.
-Entendo... obrigado...
Ghost caminha para fora da construção, visivelmente frustrado.
-Bem, creio que agora não temos nada para fazer.
“Assim você acha. Há muitas coisas que você pode fazer, mas sei que não quer fazer nenhuma delas.”
-Ahh, cale a boca.
“Tecnicamente, não tenho boca para calar.”
-Você realmente se diverte me irritando?
“Nem imagina o quanto.”
Ghost não podia ver o rosto de Mephisto, mas podia imaginar sua expressão.
-O que sugere que façamos a seguir?
“Como disse antes, você precisará de ajuda para matar Agorian. Imagino que agora deveríamos pegar o aeroplano para Izlude. De lá seria fácil conseguir um barco para Amatsu.”
-Sim, sim. Mas acho que antes preciso passar em Alberta. Tem algo lá que eu preciso recuperar.
“E isso seria?”
-Verá quando chegarmos lá. Também creio que possa conseguir alguma ajuda lá.
“Muito bem. Para Izlude então.”
O cavaleiro percebe que seus pés haviam levado-o para o aeroporto. Ele adentra a grande estrutura, e desaparece entre as sombras do terminal.

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E no prox capítulo, uma surpresa.

Desculpem a demora =/
Capítulo XII

Alguns minutos depois, o aeroplano estava a caminho de Rachel. Chegariam lá em cerca de duas horas, e a próxima parada seria Izlude. Ghost caminha e aconchega-se em um canto do convés, longe da aglomeração que normalmente se formava na área de desembarque. Mephisto percebe a presença de um lorde, também longe das aglomerações. Seus cabelos eram castanhos, não muito compridos. Lembrava a Ghost de ele mesmo, de alguma maneira estranha, exceto que os cabelos do cavaleiro eram um pouco maiores, e era um pouco mais magro. Ele fitava as nuvens, distante.
“Ghost, não acha que já viu aquele cara antes?”
-De quem está falando?
“Aquele lorde, olhando para as nuvens. O rosto dele me parece vagamente familiar.”
-É bem possível que já tenhamos cruzado caminhos com ele algum dia.
“Não é disso que estou falando. É algo diferente.”
-Ahh, esqueça. Não me lembro de ter visto essa pessoa antes.
A viagem continua por mais uma hora, quando um grande tremor pode ser sentido no convés. A nave inteira parece ter sofrido algum tipo de colisão com algo grande. Os passageiros olham para os lados, confusos.
“O que pode ser isso?”
-Eu acho que sei o que é. Ouvi em algum lugar que esse veículo costuma ser atacado por monstros às vezes. Mas nada muito sério. – Ghost desembainha sua espada e corre em direção ao salão de festas. Nada encontra lá. Parte para a sala de jogos, e novamente, não encontra nada. Volta para o convés, e encontra todos os passageiros armados, incluindo o capitão. Aproxima-se do alce e pergunta o que causara aquele tremor.
-Bem senhor, normalmente seriam aquelas malditas aves que insistem em atacar o meu precioso aeroplano. Mas elas nunca demoraram tanto para aparecer. Tenho leves receios de que seja algo mais sério do que aves, desta vez.
Mal diz isso, dois grandes cavaleiros púrpuras, iguais ao que Ghost teve de enfrentar algum tempo antes, aparecem perto da sala de jogos.
“Droga, Agorian sabe onde estamos.”
-Parece que teremos de cortar sua fonte de informações.
Um pequeno grupo de pessoas parte ao encontro dos monstros, entre eles Ghost e o lorde que observava as nuvens. Ele retira uma adaga de obsidiana do cinto, jogando-a como um dardo contra o lugar que ficaria a cabeça dos inimigos. A adaga atravessa o corpo como se ele não existisse, alojando-se em uma mesa logo atrás.
-Ataquem o crânio no escudo! – Ghost profere essa frase ao mesmo tempo em que esbarra em um dos cavaleiros com o ombro, jogando-o alguns metros para trás. Os outros aventureiros fazem o que ele disse, e tentam atacar o crânio dos escudos. Um caçador crava uma flecha no olho de um dos monstros, fazendo-o se desintegrar, exatamente como da última vez. Uma batalha curta acontece a seguir, com cada um dos monstros sendo exterminado rapidamente com um golpe de espada ou machado.
-Foi mais fácil do que pensei. – O Capitão está surpreso. Senta-se em uma das poucas cadeiras ainda em pé, e observa o estrago. Nada muito caro, apenas algumas mesas quebradas e um assoalho arranhado. – Obrigado, cavaleiro, creio que a luta teria durado muito mais se não soubéssemos como derrotar esses monstros.
-Disponha. – Diz Ghost, simplesmente, antes de voltar para o seu lugar isolado. O mesmo fazem os outros guerreiros, e o aeroplano volta ao seu caminho comum.

Algum tempo depois, Ghost está quase dormindo, quando Mephisto o interrompe.
“Aquele Lorde está te observando. Olhe, está caminhando para cá. Acorde.”
-Não pude deixar de notar sua técnica agora pouco.
-A sua também não deixa a desejar. – Ghost sorri.
-Como é seu nome?
-Me chame de Ghost, por favor. E o seu seria? – Ghost estende a mão.
-McLaren. Victor McLaren. – O lorde retribui o gesto, segurando a mão do cavaleiro.
-Seu nome me é vagamente familiar. Seu rosto também. Teríamos nos encontrado antes?
-É possível. É militar?
-Na verdade não. Não costumo me dar muito bem com exércitos...
-Entendo... é uma pena, conheço muitos generais que ficariam felizes de ter sua ajuda.
“Ghost, ele não trabalhava para a Organização? Não era ele um dos rostos pregados na parede, quando nos mandaram procurar por aquele templário?”
“É mesmo!”
-Desculpe-me, senhor, mas será que já ouviu falar de uma Organização VII?
O rosto do lorde muda de expressão de repente. Ele pensa por algum tempo, até por fim falar:
-Receio que sim. Porque a pergunta?
-Acho que me lembro de ter visto seu rosto em algum lugar quando ainda trabalhava para eles.
-Não trabalha mais?
-Não. Saí há algumas semanas.
-Bem, somos dois então. Também me retirei de lá.
Um estranho clima no ar deixava claro que ninguém perguntaria os motivos. Sentindo isso, Ghost tratou de mudar de assunto. Os dois homens sentam-se em um canto para conversar.
-O que faz da vida? – Victor encosta sua lança ao lado de sua cadeira.
-Acho que sou o que chamam de Caçador de Recompensas. Mas estou a resolver meus próprios assuntos no momento. E você? A julgar por esses símbolos em sua armadura, diria que é algum tipo de comandante.
-Está certo. Sirvo ao rei Gillaume, de Marol. Estou aqui... apenas viajando em meu tempo de “folga”.
-Muito bom.
-E o que faria você nesse lugar?
-Estou indo encontrar um amigo, para que ele possa me ajudar em uma tarefa. – Ghost arruma-se na cadeira, para ficar mais confortável.
-Bem Ghost, como sabia do ponto fraco daqueles cavaleiros?
-Posso ter enfrentado um no caminho de Morroc para Payon.
-Sozinho?
-Exato.
Novamente, a expressão de Victor muda, como se ele houvesse lembrado algo.
-Acho que lembro-me de você agora. Não estava sempre acompanhado por um monge?
-Sim, é verdade. Mas tivemos que seguir sozinhos.
Um curto período de silêncio se segue.
-Sabe Ghost, creio que suas habilidades seriam bem úteis para ajudar a armada de Gillaume. Por que não se junta a nós? Creio que o soldo é bem satisfatório.
-Sinto muito, mas como disse antes, estou a resolver meus próprios problemas agora. Talvez depois que eles estiverem concluídos, eu procure você novamente, mas agora realmente estou ocupado.
-Certo... e se eu te ajudar com esses problemas?
-O que quer dizer?
-É uma troca. Eu te ajudo com seus assuntos, e você me ajuda com os meus. O que acha?
“Mephisto?”
“Bem Ghost, é um fato que nós não poderemos derrotar Agorian sozinhos. Acho que a ajuda desse lorde seria bem vinda. Desde que ele se prove confiável. Sugiro que aceite, mas não revele tudo o que planejamos fazer por enquanto.”
-Bem, temos um trato.
Victor sorri.
-Fico feliz. Para onde vamos?
-Estava a caminho de Amatsu, para conversar com meu tio. Achei que ele poderia me ajudar.
-Ajudar com o quê exatamente?
Ghost hesita um pouco. Não tinha certeza do que deveria contar, mas sentia que poderia confiar nesse lorde.
-Bem, digamos que um bruxo raptou uma grande amiga minha, e agora eu precise de ajuda para trazê-la de volta.
-Oh, vamos resgatar uma donzela? Muito interessante.
-É, algo assim. – “Donzela? Mas que donzela, me deixou com um galo enorme na cabeça.”
Um alto falante anuncia que Izlude estava próxima, então os dois recém conhecidos aliados partem para a plataforma de desembarque.

Malz manolos, esse fim de semana foi bem agitado e eu n pude terminar =/

Posto fds q vem.

Manolos, eu sinto desapontar aos que acompanham a fic, mas eu vou ter q dar um tempo nela, to com uns problemas aqui e n consigo me concentrar o suficiente pra escrever =/

Desculpem, um dia eu consigo terminar ela.

Bem manolos, depois de uma ausência longa eu volto a postar aqui. Esse capítulo é pequeno sim.

E semana que vem, volto a jogar rag, então me esperem ae.
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Capítulo XIII

Ghost fita o oceano de dentro do navio, imerso em seus pensamentos.
-Bem Ghost, qual o nome de seu tio? – Victor pergunta, de cima do castelo da proa. A viagem para Amatsu levaria cerca de 1 dia, e já estavam na metade do caminho.
Ghost hesita novamente antes de responder. Mesmo confiando em Victor, sabia que provavelmente ele ouvira falar sobre sou nome, sendo ele fiel ao rei. Isso poderia gerar alguns problemas, já que oficialmente para o governo, ele era um criminoso. Mas decide confiar em Victor.
-Grizzle. Grizzle Faringdon.
-Faringdon? Acho que já ouvi esse nome antes, mas não consigo me lembrar onde.
-É...
-E o que ele faz da vida?
-Atualmente acho que ele não faz nada. Ele costumava ser um ferreiro, mas já faz muito tempo que não exerce seu ofício.
-Qual seria a idade dele?
-Não sei ao certo. Deve ter uns 45.
-Interessante... E ele é parente de sua mãe ou de seu pai?
-De meu pai... – A mente do cavaleiro se afasta do local por alguns momentos, enquanto ele lembra-se de seu pai. Victor percebe que mencionara um assunto delicado, então se esforça para mudar de assunto.
-E o que vamos falar para seu tio quando chegarmos lá?
-Eu espero conseguir a ajuda dele. Acho que a experiência dele pode ser extremamente útil para nós. Depois... Bem, não sei onde começar a procurar.
-Sabe, eu tenho um pressentimento que não precisaremos procurar por esse bruxo, ele que terá de procurar por nós.
-Sim, também penso assim.
“Ghost, não deveria deixar a situação desse jeito. Se deixarmos que ele nos ache, tenho uma sensação desagradável que passaríamos de caçadores a caçados. E isso não é nada bom.”
Mephisto estava certo. Mas era uma opção, e no momento não via nenhum plano melhor.
Victor desce de onde estava e posiciona-se ao lado de Ghost. Os dois fitam o mar por alguns momentos, até que o cavaleiro quebra o silêncio com uma pergunta.
-Por que decidiu se tornar cavaleiro Victor?
-Bom, eu decidi me tornar cavaleiro, pois acreditava que tomando o caminho da espada, eu poderia contribuir para um mundo mais justo. E hoje, cá estou, após longos anos. E acho que estou contribuindo para esse mundo idealizado por minha mente. E quanto a você Ghost?
-Bem, eu...
Ghost hesita por um longo minuto. Não sabia se podia confiar em Victor ainda. Mas optou por contar-lhe.
-Bem, eu fui criado sozinho meu pai. Não estou dizendo que ele não era um bom pai, mas sem dúvidas sempre foi um pouco duro. Um dia, no meu aniversário de 10 anos acho, ele me chamou para conversar, e falou algumas coisas que na época eu não tinha esperanças de entender. Sei que ao fim dessa conversa, ele me disse que teria de escolher alguma profissão. Todas as histórias que eu ouvia antes de dormir falavam sobre heróis e seus feitos, então eu queria seguir alguma carreira que pudesse me fazer famoso. Nunca fui muito chegado em magia, então sabia que não gostaria de ser um clérigo ou mago. Na minha visão, as únicas batalhas honestas são travadas corpo-a-corpo, por isso nunca gostei de arqueiros. Restavam então espadachim, mercador e gatuno, e eu nunca fui ganancioso. Ouvira falar algo sobre pessoas que utilizavam armas de fogo, outras que se utilizavam das sombras, e ainda outras que tinham como armas apenas seu próprio corpo. Mas eu sempre fui fascinado por espadas. Eram instrumentos épicos, românticos, mágicos... Então, no fim, fui para Izlude. E hoje, cá estou.
-Interessante... Mas porque desertou?
-Como sabe disso?
-Oras, faça-me o favor. A essa altura já tenho certeza que você não é mais fiel ao rei.
-É, está certo...
Novamente, Ghost hesita.
-Bem, digamos que um dia, meu pai foi assassinado. Fiquei extremamente abalado. E alguns dias depois, uma... coisa me fez entender finalmente o que ele havia me dito antes. Eu também quero contribuir para um mundo mais justo, mas... a minha maneira.
-Acho que entendo você. Algo ocorreu, e você acha que o nosso meio de buscar a justiça não é o meio correto, é isso?
-Algo do tipo.
-Bem, foi bom conversar com você. Então, acho que vou dormir um pouco. Boa noite, Ghost, até amanhã.
-A você também, Victor.
Os dois retiram-se para seus respectivos quartos.

Muito bom o/

Só quero ver os dois em combate! /fome