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[Fanfic]Diário de um Nelliw - Façanhas e Peripécias

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Mensagem por Willen Ter Fev 22, 2011 2:48 am

Me deu vontade de postar novamente essa fanfic. Ta completa já no outro fórum, mas aqui vou postar semanalmente. Se gostarem, comentem. Se não, aponte o que está errado e relaxe enquanto eu avalio....maior ctrl+c ctrl+v, mas outra hora eu arrumo ._.


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[size=130]Diário de um Nelliw - Façanhas e Peripécias[/size]

[Fanfic]Diário de um Nelliw - Façanhas e Peripécias Moldura3
por Willen Leolatto Carneiro

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[size=150]Índice[/size]



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[size=200]Diário de um Nelliw - Façanhas e Peripécias[/size]

[size=130]Capitulo 1 - Caminho da Espada[/size]

[Fanfic]Diário de um Nelliw - Façanhas e Peripécias Bem, este é meu primeiro relato que escrevo aqui. Posso não ser tão bom na escrita quanto os verdadeiros escritores, mas este é meu diário, minha caixinha de lembranças, e quero mais é que os outros se ferrem. Prazer meu diário, sou Uriu Nelliw, nasci em 1931, sou um Paladino, e estarei narrando aqui alguns dos meus acontecimentos marcantes. Talvez porque eu tenha sido treinado desde pequeno como um Espadachim de linhagem nobre, mas eu nunca gostei do caminho da espada. Lembro-me até hoje, do dia em que entre na cidade de Izlude.

Estava um dia muito ensolarado e o vento era refrescante por entre as planícies que davam acesso à cidade satélite de Prontera. Eu era jovem, de apenas quatorze anos de idade, mas a paixão ardente pela aventura era mais forte que tudo no mundo. E, parecia que onde quer que eu estivesse, algo maior ainda me chamava para confrontar-me. Eu estava com as roupas de aprendiz já rasgadas, tanto pelos treinos pequenos, quanto pelo tempo de uso. E já não tinha mais família ou casa para voltar. Então, topei o tudo ou nada.

Lembro-me que quando cruzei a ponte que ligava Izlude ao continente, vários viajantes passaram por mim, ora esbarrando ou ora cruzando olhares feios para meu rosto. Eu não era feio, mas algo que chamava atenção era que eu nunca atraía bons agrados por ser azarado mesmo. Minhas pernas doíam de tanto ter andado naquela manhã, mas eu estava determinado a garantir o meu futuro e, por isso, avancei por entre a praça de entrada da cidade e cheguei a ficar frente à uma garota de roupas rubras, com um tipo de lenço preso na cabeça. Realmente era bonita até me deu vontade de chavecá-la[size=75]*[/size], mas só tentar flertar com ela já era custoso, pois haviam mais aventureiros pela cidade.

- Com licença, senhorita.

- Olá, bem vindo aos serviços Kafra. O que deseja fazer?

Eu nem sabia que existia isso. Fiquei pensando em que ela poderia me ser útil, afinal, eu era jovem e queria algumas aventuras mais pessoais. Mas quando eu ia pensar em algo mais sutil, ela me veio com aquele mundo de palavras.

-Nossos serviços incluem criar um ponto seguro de teleporte, abrir seu armazém particular, teleportar você para qualquer cidade ou alugar um carrinho mercante.

A gentil mulher falava outra língua pra mim. Cansei-me e dei as costas, deixando ela com uma cara de desentendida. Sem graça, não gostei daquela mulher, porque simplesmente repetia as mesmas frases de sempre para atender alguém, como eu fui descobrir mais tarde. Bem, segui meu caminho até uma grande construção, na parte oeste da cidade, uma área de treinamentos era visível já em sua frente, porém, a movimentação era maior lá dentro. Vários, assim como eu, aprendizes reunidos para fazer o teste para se tornar um Espadachim. Já falei que não gostava do caminho da espada? Se já, digo de novo, pois eu gostava mais da vocação mágica, que na verdade, herdei de minha falecida mãe, mas, como eu estava com uma espada que me foi dada de presente na mão, e não um cajado, resolvi aceitar esse como um sinal do destino. Eu avancei até um homem magricela, calvo e com um espesso bigode, sentado em uma mesa. Eu me aproximei um pouco fadigado, mas eu estava tão interessado em entrar para a guilda, que nem me dei conta do que eu estaria fazendo. Simplesmente, fiz!

- . Eu quero ser um Espadachim. – Bati com o punho firme na mesa daquele homem e firmei minhas pernas. Senti no ar uma reprovação pelos meus atos, vindo dos outros aprendizes e Espadachins recém formados. Porém, o homem sequer se mexeu. Apenas pigarreou enquanto o restante voltava a sua rota, e me encarou profundamente, aí pude ver os olhos pequenos e negros dele, que perfuravam a alma e olhavam no meu mais íntimo pensamento.

-Pois bem. Estamos precisando de guerreiros destemidos. Aliás, se você falar com o mestre espadachim ali na sala ao lado, irá entrar com mais um aprendiz. – Aquele velho homem me dizia palavras incultas. Embora eu não estivesse mais interessado no sarcasmo dele quanto no teste que viria, eu não tinha dúvidas de que deveria fazer o que ele disse. Afinal, nunca duvide de um velho atrás de uma mesa de madeira. Nunca se sabe o que ele pode puxar para te matar.

Fiz o que ele disse, e andei direto para uma sala pequena e um pouco mais escura, pelo lado esquerdo da sala principal. Lá dentro, só tinha apenas um garoto um pouco mais velho que eu, e um jovem alto de cabelos longos e azuis, usando uma armadura que já estava gasta e cheia de falhas e rachaduras. Ele mantinha o aprendiz de frente pra ele, enquanto eu entrava pela porta e me dirigia para falar com aquele jovem mais velho, que demonstrava possuir grande maestria em seu olhar. Senti-me um pouco pequeno perto dele, mesmo que eu nunca tenha tido medo de outro ser qualquer. Mas perto dele, eu era um novato e ele o mestre. Reparando com atenção, percebi que ele tinha muitas cicatrizes no braço, e uma espada estava pendurada e embainhada em seu cinto, ela parecia gasta e tão enferrujada quando algumas partes das armaduras que ele estava usando.

Mas o que mais me intrigou foi o garoto que estava com o mestre. Era magro, porém com uma musculatura muito bem definida. Tinha cabelos brancos e curtos, e só depois que cheguei do seu lado, percebi seus olhos rubros, imensamente belos. Era um enigma, mas alguma coisa me deixava curioso sobre ele. Por fim, já com o mestre em nossa frente, eu finalmente estava começando a minha jornada. Meu coração pulsava rápido e a cada batida meus pensamentos mudavam, enquanto os pulmões faziam o processo de troca de ar. Eu ofegava muito.

-Vocês são destemidos não é?- Quase ousei responder o mestre, mas segurei minha língua e o garoto ao meu lado sequer se mexeu. Apenas encarava muito sério o mestre. Fiz o mesmo. – Se vocês vieram até aqui achando que seria fácil, estão muito enganados. Estão preparados para passar o resto da vida no caminho da espada? – Ambos concordamos, com apenas um aceno. O mestre sorriu e admirado, virou seu corpo permitindo, a mim e ao outro garoto, passarmos para um portal fraco e azulado que pairava mais ao fundo da sala. Relutei alguns segundos mas o garoto passou a minha frente e entrou determinado naquele portal.

-Mas que maluco convencido.” – Pensei comigo e entrei no portal também. Era frio e escuro onde eu havia parado. Meus olhos não enxergavam nada até eu me acostumar com a visão, e percebi que estava em um corredor muito extenso. Era cheio de pilares e tochas mas não havia nenhuma saída aparente Eu avistava uma luz fraca e azulada muito longe na extensão do corredor. Quando eu iria subir um lance de escadas para entrar no corredor, avistei o meu concorrente de cabelos brancos. Ele estava parado, com os punhos cerrados e encarava o caminho a sua frente. Pensei “mas ele acha que é o que?”, e quando cheguei ao seu lado, ele finalmente abriu a boca.

-Ei. Está com medo? – Eu não acreditei em suas palavras e dei um soco com toda a força que pude no rosto dele. Eu senti os ossos do meu pulso estalar, e senti que o rosto dele também ficou um pouco estragado, mas ele nem ao menos se mexeu. Apenas deu uma risadinha e então olhou pra mim com aqueles olhos rubros tão exuberantes. – Eu gostei de você, é muito burro para atacar qualquer um, mas bem forte para derrubar alguém.

Ele lentamente foi saindo de perto do meu punho e foi andando para frente, até que se virou e aí sim eu pude ver com clareza seu rosto. Era muito jovem, praticamente a mesma idade que eu, e possuía determinação em seu olhar. Mas me dava nos nervos ver ou ouvir sobre ele naquele instante. Mal sabia eu que se tornaria meu melhor amigo dalí por diante, mas no momento, eu sentia repulsa. Ele sorriu e estendeu a mão, o que me deixou confuso e mais irritado, mas engoli meu orgulho e apertei a sua mão. Ambos possuíamos as mãos calejadas, mas as dele possuíam uma força fora do comum, como eu senti no primeiro aperto. Sorri, não muito confiante dos elogios dele, mas mesmo assim o fiz e abaixei a mão.

-Eu diria meu nome, como desculpa pelo ocorrido. – O garoto falava agora em um tom mais ameno, e mesmo sem perder a determinação nos olhos, ele perdia aquele ar arrogante. Olhei bem pra cara dele, me aproximei e fiquei a alguns metros dele. Senti a sua respiração e vi que estava muito tranqüilo, controlado, calmo. Aquela personalidade calma era mesmo um mistério, mas me fez demonstrar algum respeito.

-Meu nome é Uriu Nelliw. E você? – Sem a menor nobreza pedi o seu nome em troca. Afinal, ele estava me parecendo ser alguém diferente dos outros aprendizes com os quais passei na Academia de Prontera. E o seu nome seria um que nunca mais esqueceria. E muito menos o povo de Rune-Midgard depois de vários acontecimentos. Mas o que importava, é que naquela época, ele era digno, forte, e acima de tudo, se importava com quem estava ao seu redor. Enfim, ele respondeu.

-Eu me chamo Seyren Windsor. Muito prazer. – E depois daquela apresentação nada calma, nós começamos nossa jornada pelo caminho da espada, ou como ele mesmo disse uma vez, o caminho da liberdade.


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[size=85]*[/size] Tirar onda; paquerar; ficar, no termo do ato de beijar.
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Mensagem por Miyuki Qui Fev 24, 2011 1:40 am

ué vc posta seu diário O_O que reservado ele heim =x

eu ja li não sei se foi essa fic + a que vc me passou eu li ^^ não lembro se postei no Rt
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Mensagem por Willen Qui Fev 24, 2011 1:50 am

[size=200]Diário de um Nelliw - Façanhas e Peripécias[/size]

[size=150]Capitulo 2 - Desfecho[/size]


[Fanfic]Diário de um Nelliw - Façanhas e Peripécias A corrida começava se mostrar difícil, pois era um caminho reto, único, e por onde eu e Seyren corríamos, uma pequena névoa espessa cobria do nosso tornozelo para baixo, assim sendo, impedindo nossa visão do chão. Por onde passamos, vimos alguns aspirantes a Espadachins caírem em precipícios, buracos escondidos, e em algumas partes de nossa jornada, havia pontes suspensas de uma tábua fina e estreita. Eu não estava interessado em passar com cuidado, então corri loucamente por entre as passarelas de madeira, sem me preocupar. Eu tinha muito equilíbrio, e sempre foi fácil para eu coordenar o meu corpo. O aprendiz Seyren também era rápido e equilibrado, passando ao meu equivalente na segunda passarela, paralela a minha. Nós corremos vários metros, e na ansiedade de ser um bom Espadachim, algumas vezes, eu empurrava os aprendizes incautos que estavam perto de buracos, fazendo-os cair e voltar para o início.



-Você é um desonesto! – Seyren sempre me repreendia, aliás, até os dias atuais tentava me concertar, mas na hora, não dei a menor intenção de ajudar os outros. Já era meio estranho estar com um parceiro, mais alguns aprendizes a mais seria insuportável. Na nossa desenfreada corrida, algumas aprendizas bonitas paravam-nos para pedir ajuda, e seguir o caminho em segurança, e aí, eu tentava me aproximar sutilmente delas, enquanto Seyren, fazia o de sempre. Ser chato!



“Oi, quero transar com você, minha linda!”.Esse era meu cumprimento. Eu não pensava duas vezes em fazer os acordos mais impressionantes que um garoto da minha idade poderia dizer, e eu já era “impuro”, se é que alguém vai ler isso um dia e entender. Enfim, encontramos no caminho uma garota com aparentes 15 anos de idade. Era uma aprendiza, com sua pequena faca e roupas simples, mas isso pouco me importava, eu queria era me divertir. Estávamos perto da saída, onde um portal resplandecente pairava a nossa frente, e um pouco antes havia uma garota cheia de machucados nas pernas e nos braços. Parecia estar no limite.



- Ei, vocês dois poderiam me ajudar? Eu estou tão cansada. – A garota era muito bonita, possuindo um cabelo semi-comprido castanho liso. Ela cheirava bem, disso lembro-me como se fosse hoje, e seus olhos verdes me hipnotizaram. O seu corpo, nova ou não, já era bem definida, com um par de seios grandes, lindíssimos e pernas bem delineadas. Uma princesinha que precisava ser salva do perigo, e foi quando eu e Seyren nos aproximamos dela que ela então pediu nossa ajuda, e sem mais delongas, eu estava pronto para conquistá-la. Claro que ela não pensava dessa forma.



-Oi, quero transar com você, minha linda! – Deu tempo de dizer apenas isso, antes de levar um tapa da pasmada garota. Ela parecia envergonhada, com o rosto corado e a cara de espanto. Olhou para Seyren, que mesmo sem esboçar um único sentimento aparente, levou uma bofetada na cara também, o deixando perplexo. A garota saiu correndo para a saída, enquanto eu me recuperava rapidamente. Não era meu primeiro nem meu ultimo tapa na cara de uma garota, mas o de Seyren era. Ele olhou para mim com uma perplexidade aterrorizante, vendo-me soltar alguns risos engasgados, e então começou a gargalhar. Eu estranhei o ato, e comecei a rir alto também. Gargalhamos durante alguns minutos e começamos a enxugar nossas lágrimas divertidas.



-Faz um bom tempo que não rio dessa maneira. – O garoto de cabelos brancos secava seu rosto em meio a um largo sorriso, e arrumava seu capuz, derrubado ao levar o tapa.



-É? Eu não sei o que eu falo de errado. As gatinhas sempre fazem isso comigo. – Eu tentei contar vantagem, pois não tinha idéia nem noção do ridículo. Apenas queria fazer o eu hoje faço com menos freqüência. Mas eu era muito novo para entender a vida que eu teria a partir daquele instante. Seyren olhou sério para mim, como se tentasse enxergar minha alma.



-Você parece ser muito feliz com a vida que tem. – Eu havia notado certo tom de inveja nele, mas nada fiz a respeito. Respirei fundo, ri alto mais um pouco e me acalmei, apenas dando uma palmadinha nas costas dele, o fazendo ir pra frente e tentando animá-lo.



-Relaxa! Ande comigo e você vai ver o que é animação. E daí que perdemos uma garota? Nós vamos ter um harém para nós assim que virarmos Espadachins. – Eu estava bem confiante, afinal, era jovem, não tinha o conhecimento que tenho hoje, mas tinha mais vigor e força de vontade do que tenho diante a minha vida atual, e o que me fazia ser tão indisciplinado e descontraído era o fato de que eu sempre achava que não havia limites para meu poder, e meus atos. Ledo engano. Lembrem-se, se algum dia lerem isso é claro, de que nunca devem esperar pelo que vai acontecer amanha, pois sempre tem um filho da mãe que te ferra a vida hoje.



Voltando a nossa corrida, nós nos adiantamos e íamos chegando até o final do enorme corredor, com os pensamentos presos e apenas acreditando no sucesso da passagem. Nós passamos o portal e chegamos a uma caverna um tanto escura, mas que ressoava alguns sons familiares. Nós andamos um pouco pela caverna, quando nos deparamos com o cadáver da mesma garota que eu queria loucamente ter minhas fantasias realizadas. Estava com o estômago aberto, as vísceras saindo por ele, enquanto várias larvas também saiam de dentro da barriga dela. Seyren parou ao lado do corpo frio da aprendiza e a investigou. Desde que eu o conheci, eu sabia que ele era diferente de mim, era forte, capaz e não tinha dúvidas nos seus atos. E naquele momento, quando analisou a ferida aberta e as dezenas de Fabres devorando o intestino delgado dela como se fosse um macarrão macabro, eu já sabia que não poderia superá-lo nunca, pois ele sempre foi justo e bondoso, mesmo com suas limitações, mas eu só consegui atingir o mesmo patamar dele muito recentemente.



-Ela não teve chance. Esses Fabres são fracos, mas se deixar aglomerar, eles...



-Eles te comem! – Eu interrompi a dedução de Seyren, que me olhou com uma cara feia, como se eu estivesse envergonhando-o. Seus olhos rubros se arregalaram para mim, enquanto mexia com sua mão involuntariamente no poço de sangue e larvas que estava a sua frente.



-Cara, você não tem jeito com as palavras mesmo. – Ele sorria, e eu sabia que ele apreciava o meu modo de vida. De alguma maneira, senti-me penalizado por minhas atitudes, mas não o repreendia, não pelo menos naquela hora. Eu passei a ver Seyren diferente, de um modo que eu nunca imaginaria que aconteceria comigo.



-Ah, vá se ferrar. Se me encostar essa sua mão gosmenta e ensangüentada eu juro que te mato. – Eu falei ao ver que ele iria coçar o nariz com a mão direita, que estava banhada em sangue. Ele gargalhou e ameaçou tocar em mim com aquela coisa, mas eu pulei para trás, tropecei em uma pedra, caí e saí rolando para trás sem ver onde eu estava indo, bati a cabeça na parede áspera e senti alguma coisa cair no meu colo, algo gosmento e repulsivo, que se mexia constantemente. Seyren estava gargalhando alto com meu marabalismo dolorido, mas eu o ouvi parar de rir e ofegar, correndo em minha direção. Eu estava de olhos fechados por causa da dor de cabeça que estava me incomodando, quando algo caiu no meu colo e o aprendiz de cabelo branco saiu em disparada na minha direção, e senti que ele havia chutado o que havia caído. Eu abri os olhos, descrente e me perguntando o que havia acontecido tão rapidamente, e observei Seyren, com sua face inabalada, mas que com certeza havia se preocupado com algo. Ele fitava algo que havia caído ao meu lado, depois que dera seu chute, e então eu olhei para o lado, e bem na frente do meu nariz, uma Fabre se debatia violentamente perto da minha mão que eu apoiava no chão.



Esbocei uma cara de nojo, mas já tinha motivos para me preocupar mais, já que mais e mais Fabres começaram a aparecer rapidamente. Eram em torno de três dúzias das larvas repulsivas que nos rodeavam. Rapidamente fiquei de pé, e fui para o lado de Seyren. Sacamos nossas facas e nos preparamos para nos defender, do jeito que dava. Eu havia aprendido a lutar com facas e espadas de uma maneira diferente, desferindo os golpes de forma rápida e com extrema força, destruindo o alvo com um único ataque, e meu estilo era único, segurando a faca posicionada ao lado da sua bainha. Porém, Seyren estava diferente. Ele estava sério, olhando para a faca, e com se hipnotizado por ela, guardou-a de volta na bainha, mas mantendo-a segura com a mão.



-Você tá maluco? Puxa essa coisa aí, ou vai perder. – Eu fiquei indignado. Mas que raios ele pensava que o fez guardar sua única arma e garantia de defesa? Não houve resposta dele, e nem minha, pois os Fabres começaram a atacar. O primeiro veio saltando em minha direção, e eu o destruí com um forte corte de baixo para cima, dilacerando seu corpo mole, enquanto o aprendiz de cabelo branco não fazia nenhum movimento. Eu comecei a me preocupar quando três Fabres foram atacá-lo e eu não iria ter tempo de reação. Porém, ele me surpreendeu, sacando rapidamente a faca da bainha, mutilando as Fabres como se fossem feitas de papel, e guardando a faca na bainha em seguida. Olhei para as Fabres que eu matei e as que ele retalhou. Com um golpe, eu praticamente fiz explodir uma larva, mas com um corte dele, três Fabres foram dividas ao meio em segundos. Ele realmente me deixava intrigado, até que eu decidi acabar com tudo aquilo de uma vez e saí pelo meio das Fabres, cortando e dilacerando seus corpos. Fui descuidado e fui cercado por muitas, tantas que eu não conseguia me defender de suas mordidas e arranhões.



Essa espécie é fraca e pouco resistente, porém, junte várias delas e você vira a sopa da mosca, ou melhor, da larva. Elas tem um hálito ácido, que por onde mordem, vai derretendo aos poucos, e eu via minha roupa sendo rasgada e consumida pela acidez da mordida deles. Senti a morte por perto, até que Seyren reagiu, passando por mim e pelas Fabres, brandindo seu braço com extrema rapidez e precisão, separando as larvas de mim.



-Você está bem? – Ele se aproximou de mim, caído de bruços no chão, e com tamanha vergonha que eu tinha por ter sido salvo, me levantei rapidamente e mesmo com as dores das várias mordidas ácidas das Fabres, chutei no meio das pernas dele.



-NINGUEM ME SALVA! – Eu chutei forte, o fizele erguer-se do chão, com os olhos lacrimejando e as mãos segurando seus genitais recém batidos. Ele não gritou, apenas segurou sua boca e fechou os olhos, caindo de joelhos. Eu caí também a sua frente, e percebi um forte movimento no ar, então senti sua mão fechada dar um forte impacto no meu rosto. Foi um golpe violento, que mesmo ele debilitado, conseguiu desferi-lo, me deixando atordoado e com uma grande dor no maxilar. Eu esperei passar um pouco a dor na minha face, para poder encará-lo. – Desculpe, eu não devia ter feito isso. Te devo uma.



-Não esquenta. Também sou sangue quente, mas afinal, somos amigos não somos? – Ele perguntou com uma sinceridade assustadora e aparente. Eu fiquei mais atordoado que novato levando um Golpe Fulminante. Esqueci das dores, esqueci da caverna. Amigo? Eu agora tinha um amigo? E o mais impressionante é que eu nunca pensei que um garoto como ele não tinha amigos. Meu rosto devia estar meio inchado, pois eu sentia o pulsar do sangue na minha face, e Seyren ria da minha cara. Nós nos levantamos e nos encaramos. Olhamos ao redor, e vimos que havia mais Fabres se aproximando, e ao fundo do caminho, em uma pequena fenda, uma luz azulada brilhava. – Lá é a saída. Enfim, vamos acabar com isso tudo.



-Sem dúvida, meu caro, sem dúvida. – Finalmente eu estava animado. Seyren se mostrava da mesma forma, e senti que ambos confiávamos um no outro. Ele foi meu primeiro amigo de verdade, e nós começaríamos nossa jornada rumo ao caminho da espada. Meu coração batia forte, dava pra sentir a pulsação por todo o corpo, e minha mão suava ao segurar a pequena faca de combate, mas ela se tornava pesada e a poderosa com meus golpes, assim como o aprendiz de olhos rubros também fazia uma dança de sangue com sua arma. Matamos mais algumas larvas, gargalhei ao ver o sangue verde cair na boca de Seyren e ele ficar enjoado, e acima de tudo, conseguimos chegar até o portal final. Nossa teleportação foi rápida e logo estávamos na frente do nosso mestre, que nos mandou para o teste, na sala secundária. Percebi de relance que uma garota passava pela porta atrás dele, e era a mesma aprendiza que morrera pelos Fabres antes. Eu estava de boca aberta, e Seyren me deu um tapinha nas costas.



-Você não sabia que se algo acontecer lá em baixo você retorna? – Ele me olhava rindo de minha ingenuidade, enquanto o mestre sucumbia a tal história, caindo aos risos, me deixando ruborizado.



-Não me diga que nunca soube da existência da magia protetora? Que tolo. Porém, vocês chegaram ao final. Formam uma grande equipe
. - O velho espadachim sentou-se em uma cadeira que estava escorada na parede e olhou para nós dois. – No armário aí do lado, tem algumas roupas limpas e novas. Vocês vão poder usá-las de agora em diante.



Nós nos dirigimos até o dito armário, onde havia camisetas mais grossas, calças com suspensórios, botas, sobrepeliz e luvas de couro. Realmente, nos vestíamos naquele momento como espadachins, e isso deixou o velho guerreiro feliz de certa forma. Ele se levantou e se aproximou de mim e Seyren, colocando suas mãos em nossos ombros, olhando para nós com um ar animado e descontraído.



-Bem, meu bebê Shurank esta na casa de meus pais neste momento, o que me da um bom tempo para treinar. Mas acho que treiná-los será mais divertido, o que acham? – Aquele convite me deixou animado, e eu aceitei na hora, levantando a mão e gritando como um louco. Mas Seyren não se mexeu, apenas ficou sério. O velho olhou fundo para ele, encarando-o por um bom tempo, até que Seyren sorriu e estendeu a mão.



-Será uma honra. – Com a oferta aceita, aquele homem em nossa frente sorriu e apertou a mão de Seyren. Ele nos deixou na sala, para pegar suas coisas em seu alojamento, enquanto eu e o formado Espadachim Seyren riamos e contávamos vantagens por nossas novas classes. Claro, eu continuava indiscreto.



-Sabe, agora que sou um Espadachim, vou caçar por um tempo, para poder conquistar as mulheres mais bonitas do mundo todo. – Minha empolgação era tanta, que meu ego só foi sufocado por uma pergunta indevida do meu novo amigo.



-E o que fará no futuro? Depois que treinarmos com o velho mestre? – Ele estava tão empolgado quanto eu, mas para mim, parecia que ele queria antecipar o futuro, para poder enfrentá-lo. Eu respondi com sinceridade, como eu queria que meu futuro fosse nobre.



-Quero ter transando com no mínimo cem mulheres. – Eu nunca fui bom com as palavras, como pode ser percebido. Ruborizado, o garoto de olhos rubros balançou a cabeça negativamente, e andou até uma janela na sala secundária. Ele colocou as mãos no parapeito da janela, olhando o pôr-do-sol por ela.



-Quero ser um Cavaleiro um dia, e ajudar as pessoas, principalmente aqueles que vivem na minha terra.



-E de onde você vem? – Minha pergunta não foi respondida com palavras, e sim pelo próprio ato. Seyren suspirou e sua face ficou mais séria. Provavelmente para mim, e depois de alguns anos as suspeitas se mostraram verdadeiras, ele vinha de Lighthalzen, onde o povo vivia em constante conflito, pois a economia de lá era centralizada, o que gerava alto lucro para o centro da cidade, mas no distrito mais longínquo as favelas dominavam a paisagem. Pensei se ele fosse da área nobre da cidade, mas não consegui perguntar naquela hora, pois o velho voltara com alguma bagagem, e depois, saímos com ele para uma longa jornada.



Esse foi um grande marco na minha vida, pois iniciei minha caminhada nas artes da espada, possuía um professor, e mais que isso, tinha agora um amigo, um valioso companheiro. Nossa viagem durou anos, passando pelas diversas cidades de Rune-Midgard. Nós nos fortalecemos muito, mas chegou um dia que tivemos de ir por caminhos diferentes. Passou-se três anos, e enfim, eu voltei para Prontera, enquanto Seyren foi para sua cidade natal, Lighthalzen. Nós havíamos crescido como espadachins, e já era hora de superar essa classe.



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